As Crônicas de Nárnia e a Rainha Do Futuro escrita por Rocker


Capítulo 4
Treinando às escondidas


Notas iniciais do capítulo

E ae gnt linda??
Desculpa a demora, tive alguns problemas!!
tah ae mais um cap pra vcs
e naum se esqueceçam dos reviews! >.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/321993/chapter/4

Treinando às escondidas

Edmundo não conseguia dormir. Ficava apenas rolando pela cama, lembrando-se do jantar.

Admiro muito o reinado de vocês na Idade do Ouro de Nárnia, acredite, me inspiro muito em vocês, falara Lena.

Edmundo queria muito saber o que isso significava, e sua curiosidade só o deixava mais desperto. Ele não estava apenas curioso, estava encantado. Encantado com o jeito rebelde que Lena demonstrava no vestuário e na decoração. Encantado com o modo como ela tratava os criados.

Sabe, poderíamos utilizar todo o capítulo para falar do Edmundo se encantou, mas tenho certeza, caros leitores, que vocês têm tanta curiosidade quanto eu para saber o que vem em seguida.

Enfim... Edmundo não pregava o olho; provavelmente já deveria ser umas quatro da manhã. Queria levantar da cama e ir conversar com Lena, mas a essa hora da madrugada, ela provavelmente estaria dormindo. Além disso, não saberia nem que assunto puxar.

De repente, os barulhos de espadas do lado de fora do quarto começaram a lhe parecer bem interessantes. Com certeza não é ataque, já teriam corrido pelo castelo para avisar a todos, pensou, enquanto levantava-se da cama e ia até a janela de seu quarto.

Abriu-a cuidadosamente para que quem quer que esteja no jardim, um andar abaixo, não ouvisse. Ao olhar para fora e obrigar seus olhos a encontrar algo no gramado, assustou-se ao ver a cena mais inimaginável.

Lena não dormia cedo, já estava acostumada. Na verdade, dormia muito pouco, e não sabia como isso já era suficiente. Como todas as noites, Lena se levantou e colocou um roupão preto por cima do pijama curto. Não estava quente, mas ela sabia que precisava estar ao menos um pouco confortável.

Pegou as katanas penduradas na parede e pendurou-as nas costas, formando um x. Colocou um cinto sobre o short preto do pijama e nele encaixou a bainha da faca e da adaga. Sabia que não precisaria delas, mas sempre as carregava junto das espadas.

Trancou a porta, sabendo que se alguém tentasse entrar, descobriria o que anda aprontando. Ela não se preocupava com os criados e conselheiros reais – todos eles já sabiam, conheciam e respeitavam as artimanhas da rainha.

Ela não queria que Lúcia e Edmundo a vissem.

Abriu a janela e saiu por ela. Encostou-se no parapeito da janela e respirou fundo. Lena teria de pular do segundo andar e a cada noite isso era um desafio.

Respirou fundo pela segunda vez e pulou, afofando a terra e o gramado com seus “dons especiais” antes mesmo de encontrar o chão. Ajeitou-se e continuou a caminhar até o jardim dos fundos, dando a volta no castelo e rezando para não a vissem.

Sorriu ao ver que os criados nunca se esqueciam de deixar alguns quilos de argila e umas vinte espadas separados no canto mais afastado do jardim.

Fechou os olhos e apenas imaginou a argila moldando-se sozinha e formando vários guerreiros experientes, que pegavam as espadas ao lado e se encaminhavam para onde Lena estava. Suspirou por fim, abrindo os olhos e vendo vinte guerreiros de argila prontos para lutar com ela.

Sorriu. Essa rotina estava ficando cada vez melhor pra ela.

Desembainhou as duas katanas e começou a luta com os guerreiros de argila. Levava alguns arranhões básicos, nada muito preocupante, e destruía vários guerreiros, que logo se recompunham à ordem de Lena e a atacavam novamente.

Depois de um tempo, quando já estava quase amanhecendo, sentiu que estava sendo observada. E já fazia algum tempo. Com certeza não são criados, concluiu, sabendo que os mesmos respeitam os treinamentos noturnos da rainha.

Virou-se um instante para trás e constatou que as portas que davam ao jardim estavam muito bem trancadas. Olhou para cima e viu uma das janelas do segundo andar aberta, e um vulto saindo escondendo-se rapidamente.

Sentiu algo fino e metálico raspar por seu braço esquerdo enquanto o calor dos primeiros raios de sol esquentavam suas costas. Olhou para o braço e viu que tinha um arranhão profundo, mas não grave. Virou-se com raiva e acabou com os dois guerreiros argilosos restantes.

A qualquer momento, os reis poderiam acordar e vê-la ali embaixo. Não podia deixar que isso acontecesse.

Contornou o castelo apressadamente e, quando estava próxima à sua janela, controlou o ar para que este a levantasse até seu quarto.

Edmundo jamais poderia imaginar uma cena dessas. Ficou horas observando Lena lutando com guerreiros de argila que ela mesma criou e percebeu que tinha mais um item para sua lista de coisas que ficara encantado na menina.

Quando a garota virou-se em direção ao castelo, Edmundo escondeu-se rapidamente, mas não sem antes ver que um dos guerreiros arranhara feio o braço esquerdo da menina.

Edmundo trocou-se rapidamente e esperou mais algumas horas, sabendo que Lena poderia muito bem estar dormindo. Mas ele queria muito ir conversar com ela e falar sobre o treinamento noturno que ele viu. Mas, com certeza, ela ficaria furiosa se soubesse que ele viu às escondidas.

Por fim, levantou-se e caminhou até o quarto dela, tomando cuidado para que não topasse acidentalmente com sua irmã. É claro, ele não teve muita sorte. Decidiu-se então que passaria normalmente por ele, a cumprimentaria e logo em seguida seguiria em frente.

- Bom dia, Lúcia. – falou educadamente e sorrindo, passando por ela em seguida.

- Anh... Bom dia...

Lúcia olhou para trás, atordoada, por onde Edmundo havia sumido. Ele nunca acordara com tão bom humor. Deu de ombros, sabendo que aquilo teria alguma coisa a ver com a rainha Lena, e continuou seu caminho pelo passeio ao castelo de Cair Paravel.

Edmundo chegou ao quarto de Lena, pronto para bater na porta, mas não foi preciso. Ela já estava aberta. Agora ele estava indeciso sobre o que fazer, mas respirou fundo e continuou.

Lena encontrava-se à penteadeira preta e branca que havia ao lado da cama, tentando colocar um curativo improvisado com um pedaço de pano preto no braço machucado. Não estava tendo muito sucesso.

Estava com a mesma roupa do dia anterior, pensando que isso poderia afastar o fato do machucado no braço ter aparecido tão de repente.

Edmundo resolveu por limpar a garganta, avisando que estava ali e falou.

- Bom dia, Lena.

Lena deu um pulo do banquinho em que se encontrava e virou-se de lado, tentando esconder o ferimento.

- B-bom dia.

Edmundo aproximou-se dela calmamente e segurou sua mão esquerda delicadamente, como se um toque mais forte pudesse quebrar a garota que parecia ser feita de porcelana. Virou o braço dela, olhando o estado do ferimento. Não estava muito grave, mas precisava ser tampado para que o sangue não escorresse.

Edmundo pegou a fita que estava na outra mão de Lena e, cuidadosamente, envolveu o arranhão com ele. Ao levantar o olhar o olhar para o rosto de Lena, mal percebeu em suas bochechas coradas e sua expressão surpresa. Estava mais concentrado em seus lindos olhos que não tinham uma cor definida.

- Deve tomar mais cuidado. – viu-se falando, sem que as palavras passassem por um filtro de consciência.

- Ahn... Obrigada. – respondeu Lena.

Neste instante, a garota percebeu que o vulto que vira mais cedo durante o treinamento, era o garoto bondoso que a ajudara a cobrir o ferimento e não a julgaria pelo que viu.

Edmundo, percebendo o olhar aliviado da garota, deduziu.

- Não vou te julgar. – falou, colocando em palavras exatamente o que a menina havia pensado.

Lena sorriu. Aquele sorriso sincero não me sai da cabeça nunca, admitiu aos irmãos mais tarde, já na Inglaterra novamente.

- Obrigada. – agradeceu Lena e Edmundo sorriu, espelhando o sorriso estampado no rosto da menina.

- Melhor descermos para o café, antes que Geminik venha nos chamar. – falou o menino e riu, sendo acompanhado pela garota. Mas Lena rapidamente tomou uma expressão preocupada, que não passou despercebido por Edmundo. – O que foi?

- Não posso ir com o braço assim. Os conselheiros permitem que eu treine a noite, contanto que eu não me fira. Se eu descer com o braço assim... – hesitou, tomando fôlego. – Não poderei mais treinar. E isso é muito importante pra mim.

Edmundo parou por um instante, analisando a afirmação de Lena.

- Bom... Se formos assim – disse ele, abraçando a cintura da menina, que corou violentamente, e escondendo o braço esquerdo dela sobre sua camisa branca –, ninguém irá perceber.

- Mas... – Lena lutava para que as palavras saíssem coerentes. A aproximação do menino a fazia sentir a respiração falha, o coração disparado, a boca seca e as bochechas queimando.

Respirou fundo, tentando se acalmar, e continuou.

- E se virem, durante a refeição?

Edmundo parou por um segundo, pensando em uma boa desculpa. Não tirou o braço da cintura da menina.

- Fale que foi ideia de Lúcia. Ela trouxe isso para falar-lhe da moda da antiga Inglaterra e você concordou que não parecia-lhe um hábito antigo.

- E se ela desmentir?

Lena já não tinha mais a voz falha. Mas seu coração continuava tão disparado quanto antes, sentindo o calor emanando do corpo de Edmundo. Sentiu-se segura naquele abraço de lado, como jamais se sentira antes.

- Ela não vai. Conheço minha irmã, ela não faria isso. Posso conversar com ela depois. E não se preocupe, ela te julgará ainda menos que eu.

Lena queria poder conseguir falar alguma coisa. Agradecer, falar que não precisava, insistir que podia se virar... Queria, acima de tudo, poder enterrar o rosto no peito de Edmundo e sufocar ali um obrigado bem baixinho, enquanto o abraçava forte.

Mas o fez. Apenas sorriu. Um sorriso sincero e espontâneo.

E saiu dali, abraçada por Edmundo, que escondia o ferimento dela para que ela pudesse continuar com seus treinamentos noturnos. O menino sentiu que seria um bom começo para passar mais tempo com ela. Ficou feliz com esse pensamento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e ae??
bom?
ruim?
pessimo?
ou MTO pessimo??
quero opinioes!!
#ABERTAADICASESUGESTOES!! *---*