As Crônicas de Nárnia e a Rainha Do Futuro escrita por Rocker


Capítulo 14
Castelo de Gelo


Notas iniciais do capítulo

Oi lindiaaaaas!!
Mais um cap, aproveitem e comentem!!



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Castelo de Gelo

Quando passaram a divisa que Lena fizera, sentiram o frio e o gelo atravessar até os ossos. Lena esfregou as mãos sobre os braços, tentando ao máximo se aquecer. Nem mesmo a capa estava ajudando muito.

Edmundo também sentia frio, mas ao ver que Lena estava arrepiada, mais pálida do que antes, e com os lábios roxos, instantaneamente sentiu o frio sumir. Não literalmente, claro, pois a neve penetrava em suas roupas, fazendo-o tremer.

Mas apenas não achou que fosse mais importante do que os tremores que via passarem por Lena.

Tirou o casaco que usava e o colocou sobre os ombros de Lena. Lena olhou-o assustada ao ver seus lábios roxos e seu queixo batendo, mas Edmundo fez sinal dizendo que não adiantaria discutir com ele.

Lena assentiu e o abraçou, tentando passar um pouco de calor para ele. Ele a abraçou pela cintura, puxando-a para mais perto. Caminharam assim por uma trilha mais escondida, que levava diretamente até o Castelo.

Ao chegarem mais perto, Edmundo a soltou, abaixando-se atrás de uma grande pilastra que havia do lado de fora. Lena seguiu seu exemplo, indo para o lado dele ao analisar se tinha espaço suficiente ali. Viram um lobo entrando e deixando o portão entreaberto.

Que doido deixa o portão de um castelo entreaberto?, perguntou-se a menina.

Edmundo analisou a situação por um segundo e então virou-se para Lena.

- Você fica aqui enquanto vou dar uma olhada. – disse, já se afastando, mas Lena o puxou de volta pelo pulso.

- Nem pensar!

- Lena, não vou deixar você correr o risco de ser pega! – resmungou Edmundo.

- Eu viria aqui de qualquer jeito! – retrucou Lena. – Se você não tivesse esbarrado comigo, eu viria e faria tudo sozinha!

Edmundo mordeu o lábio inferior, nervoso. Não tinha como retrucar, pois senão acabaria contando que só se esbarrou nela por que estava vigiando-a. Iriam mesmo mandar Ripchip como espião, mas ele não fora até a floresta para tomar o lugar do rato.

- Não! – exclamou Edmundo, como uma resposta definitiva.

Mas Lena não era apenas guerreira, era teimosa também. Arqueou a sobrancelha e cruzou os braços abaixo dos seios.

- Acho você já me conheceu o suficiente para saber que eu não vou ficar aqui parada só olhando enquanto você vai lá.

Edmundo suspirou, sabendo muito bem que ela era capaz disso.

- Ai, está bem! – cedeu, segurando o rosto dela entre as mãos e tocando as testas. Fechou os olhos, assoprando a respiração quente sobre os lábios dela, o que a fez se arrepiar por inteira. – Só toma cuidado, ok? Não sei o que faria se algo acontecesse com você.

Lena sentiu o chão abaixo de si sumir. Como ela iria conseguir entrar no Castelo de Gelo escondida bem de boa depois dessa? Ela acabara de ouvir Edmundo dizendo que se importava com ela – não necessariamente nessas palavras, mas disse. De um jeito muito melhor do que se dissesse apenas “eu me importo com você”.

Por um segundo, Lena se imaginou no futuro muito próximo – quando tudo isso acabar. Ela em Nárnia ou mesmo de volta ao Brasil. Sozinha.

Ela não ia suportar.

Afastou-se das mãos macias dele que acariciavam sua face e assentiu. Não se aproximaria muito mais, para não deixá-lo com expectativas e depois lembrar-se que ele não vive ali.

- Ok, tomarei cuidado. – disse, e Edmundo percebeu que ela saiu um pouco melancólica.

Segurou a mão dela e se encaminharam silenciosamente até a entrada. Estavam ofegantes de nervosismo. Principalmente Edmundo, que sentia um distorcido deja vu. Lembrava-se como havia entrado ali da última vez. Como um traidor.

Lena, sentindo o nervosismo que emanava dele, apertou-lhe a mão, querendo poder transferir forças apenas pelo toque.

Edmundo se virou para ela, sorrindo pesaroso, como se dissesse “entendo que quer me ajudar, mas isso não muda o fato de eu ter traído a todos”.

Lena deu passo à frente, tocando o portão de gelo puro. Seus dedos ficaram frios, mas não se importou; abriu o portão um pouco mais. Viram-se de repente em um grande salão de gelo, onde havia várias pilastras de ambos os lados – grossas o suficiente para esconder eu e Edmundo – e um grande trono azul de gelo à frente, vazio.

Lena virou-se para Edmundo dizendo um “vamos” sem som para que ele lesse seus lábios. Ele apenas assentiu e olhou melancólico para o trono. Lena o puxou em direção às pilastras que ficavam à sua esquerda e a direita do trono.

Estava frio ali dentro. Muito frio. Edmundo começava a pensar se não poderiam ouvir seu bater de queixo de qualquer lugar do Castelo. Ele percebeu quando a Feiticeira, com a aparência igual a última vez que a viu, chegar e se sentar entediada no trono.

Diferente de Edmundo, Lena estava surpresa. Cabelos loiros e crespos presos em um coque no alto da cabeça, pele ainda mais branca que a de Edmundo, olhos azuis como gelo fixos nas unhas da mão esquerda. A direita estava ocupada com um cajado fino com a ponta de vidro – Lena se lembrou de que a Feiticeira usava aquilo para transformar inimigos em pedra.

Não imaginava que a Feiticeira seria assim tão... Diria bonita caso não houvesse certa tensão, vingança e egocentrismo pairando no ar ao seu redor.

Quando Lena se deu conta, Edmundo já soltara sua mão, e ira em direção a uma pilastra mais próxima do trono e, consequentemente, de Jadis.  Isso se ela não fosse boa em vigiar e perceber o movimento entre duas pilastras próximas.

- Apareça, intruso! – rugiu a Feiticeira, levantando-se do trono, com o cajado em mãos.

Edmundo virou-se para Lena, que estava com as mãos sobre a boca. Ao ver a burrada que fizera, fechou os olhos bem apertados e apertou os lábios, fazendo uma careta de “droga!”.

Ele abriu os olhos e respirou fundo. Lena estava desesperada com o que a Feiticeira poderia fazer a ele, mas o menino apenas assentiu para ela, como se dissesse “não se preocupe, vou ficar bem” e saiu de detrás da pilastra, revelando quem era.

A Feiticeira, ao vê-lo e reconhecê-lo, fez uma expressão mista de surpresa, pesar e alívio.

- Veio até aqui, Edmundo Pevensie, para se juntar definitivamente a mim? – perguntou, levantando o queixo em um movimento arrogante, que fez Lena sentir vontade de vomitar.

Lena encostou o peito na pilastra, tentando parecer o mais invisível possível e ergueu o pescoço um pouco para poder ver e ouvir melhor o que acontecia.

- Não! – exclamou Edmundo, com convicção. Olhou de soslaio para onde Lena se escondida, receoso de que algo pudesse lhe acontecer caso ele fosse morto. – Vim aqui para tentar impedi-la!

A Feiticeira riu com amargura.

- Acha mesmo que pode me impedir?! – perguntou ironicamente.

Os três ali presentes estavam completamente cientes de que Edmundo não conseguiria. Os adolescentes ali sabiam muito bem que apenas um movimento do cajado e o menino já era. A Feiticeira sabia que para a Magia Profunda se concretizar, precisariam de Edmundo e Lena, juntos. Coisa que a Feiticeira tinha plena certeza que não havia acontecido – mas estava enganada.

E poderia continuar enganada se não começasse a girar o cajado e Lena perceber, segundos antes, o que pretendia.

Lena correu como nunca antes. Pulou em cima Edmundo, derrubando-o no chão e caindo em cima dele. Podia jurar que o laser de gelo passou a milímetros de sua capa. Estava cara a cara com Edmundo e, se a situação não fosse tão crítica, teria beijado-o ali mesmo.

- Ora, ora, ora. – Lena ouviu a voz de Jadis ressoar atrás de si. Sentiu os cabelos serem puxado para o alto e levantando-a de cima de Edmundo. – Olha quem resolveu se juntar a nós, querido Ed.

Lena sentiu uma dor intensa atravessar seu crânio enquanto ela puxava-lhe os cabelos. Puxava tanto que Lena foi obrigada a levantar o queixo, para aliviar a dor e evitar que seus fios lhe fossem arrancados.

Edmundo levantou num pulo ao ver toda aquela dor de Lena e sentiu seu coração despencar. Cerrou os punhos e sentiu sua face formar uma carranca. Ameaçou dar um passo à frente, mas a Feiticeira apontou o cajado para a garganta de Lena e Edmundo foi obrigado a parar, com desespero no olhar.

- Solta ela! – disse, voltando à mesma carranca de ódio. Jamais sentira tanto ódio na vida.

- Hum... – ela fingiu estar pensando. – Posso matá-la aqui e agora.

Edmundo colocou o pé direito à frente, ameaçando avançar.

- Mas levarei os dois às masmorras.

De repente entraram quatro grandes lobos e se posicionaram envolta de Edmundo, impedindo-o de sair, avançar ou até mesmo se mexer.

Levaram-nos em direção às masmorras e o jogaram – literalmente – ali. Primeiro Edmundo, que caiu de costas. Quando estava levantando, apressou-se para frente, para amparar Lena.

A Feiticeira saiu com os lobos, deixando-os ali trancados. Edmundo se sentou e colocou Lena sobre seu colo, pois ela não lhe parecia com muitas forças. Deixou-a sentada sobre seu colo e apoiou sua cabeça no próprio ombro, enquanto ouvia-a arquejar, com dificuldade de respirar.

- Lena, está tudo bem? – perguntou aparentando mais calma do que realmente sentia. Tinha péssimas lembranças daquele lugar e não queria revivê-las. Não com Lena ali.

- E-ela... – Lena sentia grande dificuldade de respirar ou falar.

Edmundo assustou-se ao virar-se para encará-la e ver ali em sua garganta um grande, porém superficial, corte vermelho. Mas antes que pudesse dizer ou fazer algo quanto a isso, Lena se afastou um pouco e envolveu o pescoço com a mão direita, que estava envolta em fogo. Retirou a mão dali e Edmundo viu que a marca havia sumido.

Lena estava exausta – tanto que não se importava se estava ou não sentada sobre as pernas do menino enquanto ele a segurava pela cintura e acariciava levemente seu quadril. Voltou a deitar sobre o ombro de Edmundo e fechou os olhos, respirando fundo, como se não fizesse isso há tempos.

Nem percebeu quando Edmundo lançou-lhe um olhar apaixonado quando beijou-lhe a testa, segurando levemente sua face com a mão direita.

- O que foi aquilo? – perguntou o menino.

- E-ela... – ela fez a mesma pausa, um pouco nervosa, mas o suficiente para que ele se desesperasse. – Ela congelou minhas vias respiratórias.

Edmundo lançou um olhar vingativo em direção à porta da cela. Sentiu a mão gelada e macia de Lena pousar sobre sua nuca.

- Eddie... – virou-se para Lena e viu ela lhe olhava com os lindos olhos castanho-esverdeados brilhando. – Vamos sair daqui. Só preciso descansar por algumas horas.

Edmundo deu-lhe outro beijo na testa.

- Então durma. Cuidarei de você. – ela a envolveu pela cintura com os dois braços, enquanto ela se aninhava mais contra seu peito. Passou as próximas horas vendo-a dormir como um anjo.

O meu anjo.


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Notas finais do capítulo

e a e gnt, mereço reviews ou ficou pessimo??!!