As Crônicas de Nárnia e a Rainha Do Futuro escrita por Rocker


Capítulo 15
Nada acontece duas vezes da mesma maneira


Notas iniciais do capítulo

Bem, ainda estou um pouco chateada por ter apenas poucas pessoas que realmente acompanham esta fic e comentam.
Preciso muitos dos comentários para ver como escrevo e saber se posso começar outras fics, também de Nárnia.
Mas tudo bem, pelos menos ainda teem os que comentam e incentivam e foi por eles que estou postando uma semana antes do previsto.
Mas, POR FAVOR, nao esqueçam de comentar. É MTO importante pra mim!!
Bem, não vou enrolar mais, Boa Leitura!!



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Nada acontece duas vezes da mesma maneira

Lena estava em um penhasco. Não um penhasco comum – ao lado havia uma grande cachoeira com a água mais límpida que ela já vira. Não se lembrava de como viera parar ali e nem onde estava. Sabia apenas da cachoeira.

E como não se lembrava de ter visto-a na Terra, pensou então que só poderia ser em Nárnia. Um dos poucos lugares que não visitara. Olhou para baixo para a água caindo livremente em uma lagoa, cercada por árvores e mais árvores. Parecia tudo tão real.

Sentiu um movimento ao seu lado e pela visão periférica, pode ver um brilho majestoso e dourado. Pelo. Mas não qualquer pelo. Mesmo olhar para o lado, Lena sabia a quem pertencia àquela glória toda.

Ousou virar a cabeça, atraída por toda aquela magnitude e viu dois grandes olhos negros a encarando. A grande juba dourada brilhava tanto pelos raios de sol que tornava difícil para a visão de Lena.

Ela viu o grande leão sorrindo e sorriu também, correndo para o lado dele e o abraçando, enfiando o rosto em sua juba.

- Aslam... – ela sussurrou, emocionada.

- Olá, querida. Há muito que não a vejo.

- Lena?! Aslam?! – Lena ouviu uma voz muito familiar chamar atrás de si.

Virou-se e viu Lúcia pasma, surpresa e alegre. Correu e os abraçou. Quando os soltou voltou-se para Aslam, sorrindo de orelha a orelha.

- Aslam... Não sabia que podia aparecer nos sonhos de duas pessoas ao mesmo tempo! – disse.

- Quer dizer que isso é um sonho?! – perguntou Lena, pasma.

- Sim, minha querida. – respondeu o leão.

- Irá nos ajudar novamente? – perguntou Lúcia.

- Não, Lúcia. – disse. – Já lhe disse uma vez e digo novamente: nada acontece duas vezes da mesma maneira.

Lúcia pareceu triste e decepcionada, mas sabia que Aslam não podia simplesmente aparecer e salvar a todos.

- Mas então... Como venceremos? – perguntou Lúcia.

Lena estava apenas uns passos afastada, ouvindo e tentando se lembrar sobre a Magia Profunda, mas não estava tendo muito sucesso.

- Sinto muito. Mas isso está nas mãos de vocês. – respondeu Aslam, olhando diretamente para Lena. Ela continuava sem entender.

- Então por que estou aqui? – perguntou Lúcia.

- Precisava que você avisasse seus irmãos para se prepararem. Quando Lena e Edmundo fugirem do Castelo de Gelo, a Feiticeira irá atacar imediatamente.

- E quando isso irá acontecer? – perguntou Lúcia a Lena.

- Bem... – Lena abaixou o olhar, se concentrando em tentar lembrar o que acontecera nas masmorras. – Acho que assim que eu estiver descansada.

- No cair da noite. – completou Aslam. – Mas a Feiticeira atacará na manhã, quando finalmente tiver chegado com o exército.

- Então tenho que acordar... – disse Lúcia. – Para avisá-los.

Aslam rugiu e, aos poucos a imagem de Lúcia foi sumindo, ficando apenas Lena e o leão à sua frente. Ele olhou bem para os olhos dele.

- Está em suas mãos e de Edmundo. – disse, enquanto Lena percebia que sua visão ficava turva. – Sabe o que fazer...

- Lena... – chamou Edmundo, preocupado. – Lena, acorde!

Ele estivera as últimas horas vigiando-a. Estava deitado no chão duro e frio das masmorras, com o corpo de Lena grudado ao seu para aquecê-la e com a cabeça dela deitada sobre seu braço.

Nos últimos trinta segundos, ele entrara em desespero quando viu seu corpo tremer violenta e convulsivamente. Acordou-a e quando a viu abrir os olhos, parecia que nada acontecera.

Lena levantou-se assustada, lembrando-se de cada detalhe do estranho sonho que tivera. Percebeu que estivera dormindo muito próxima de Edmundo, e tentou não se sentir envergonhada com isso.

- O que foi aquilo? – perguntou ele, levantando-se também. – Parecia que estava tendo convulsões. Fiquei preocupado.

Lena olhou para os lados, sem responder. Seu olhar finalmente parou na alta e única janela que havia ali. O sol estava se pondo. Pensou que seria o momento perfeito para tentar fugir.

Edmundo ainda estava parado à sua frente, esperando uma explicação enquanto olhava para aquele lindo rosto refletido pelos últimos raios solares.

- Só me segura, ok?!

Quando Edmundo estava prestes a perguntar por que, Lena correu para frente, empurrando-o de costas para a parede, ficando ambos abaixo da janela.

Colocou o capuz da capa sobre a cabeça e repousou as mãos sobre o peito dele, enquanto ele a segurava pela cintura, sem entender o que ela pretendia. Ela tentou olhar diretamente para frente, para a blusa azul marinha que Edmundo usava.

- Cinco... – Lena começou a contar. – Quatro... Três...

- O que...? – Edmundo tentou perguntar, mas Lena continuou como se ele não tivesse dito nada.

- Dois... Um!

No fim da contagem, ela sentiu as sombras invadirem ao redor deles e finalmente fechou os olhos bem apertados, concentrando-se ao máximo na longa viagem que fariam.

Jamais tentara uma longa viajem nas sombras; seria a primeira vez.

Edmundo de repente se viu cercado por sombras e mais sombras. Uma sensação horrível de queda livre que nunca, jamais acabava. Foram os piores minutos que Edmundo já passou e desejava que jamais precisasse passar por isso.

Era como se fosse entrasse em um túnel que você tinha certeza que jamais acabaria, descreveu a seu primo Eustáquio, dias depois de voltar à Inglaterra.  A única coisa que me vez sentir bem novamente foi saber que meus braços estavam envolta de Lena.

Quando Edmundo pode respirar novamente, como se tivessem passado horas, percebeu que estava novamente ao refúgio, de frente a Mesa de Pedra quebrada. Lena ficou flácida em seus braços, praticamente caída ali.

Segurou-a com um pouco de dificuldade pela surpresa e desespero e quando a viu de olhos abertos, não sabia se ficava aliviado ou aterrorizado.

Ela respirava com dificuldade, sentindo-se fraca e cansada, mas com certeza menos do que se sentiria caso tentasse cansada como estava antes. Teria desmaiado, ou até mesmo corrido o risco de ter morrido.

Enquanto Edmundo a colocava sentada delicadamente no chão pedregoso, Lena sentiu sua cabeça girar e fechou os olhos bem apertados, colocando a mão na cabeça.

- Aqui, Lena. Tome. – ela ouviu a voz de Edmundo bem perto de seu ouvido.

Abriu os olhos devagar e viu que Edmundo pegara seu próprio cantil de água e lhe oferecia. Ela abriu um sorriso forçado, pegando o cantil e bebericando. Sentiu a água atravessar sua garganta, purificando tudo ali e sentiu-se um pouco melhor.

Edmundo sentiu-se ao seu lado, com a perna direita estendida e o joelho esquerdo sobrado, com o cotovelo sobre ele. Olhava fixamente para a abertura onde em seu sonho quase libertara a Feiticeira.

- Você sempre tem que passar por isso quando viaja nas sombras.

Lena assentiu, ainda sem conseguir encontrar a própria voz. Edmundo soltou uma risadinha nasalada e sorriu melancólica e sarcasticamente.

- Agora entendi por que não costuma viajar muito pelas sombras.

Lena deitou sobre os ombros dele e fechou os olhos, com sono e cansada. Não pensou que essa viagem a deixaria totalmente esgotada. Mas sentiu Edmundo se remexer sobra sua cabeça e quando abriu os olhos e se afastou um pouco para olhá-lo, Edmundo se afastou.

Deitou no chão, puxando-a junto, e colocou seus cabelos curtos e sedosos sobre seu braço, para que ela se sentisse o mais confortável possível. Puxou-a para mais perto e a aconchegou sobre seu peito.

Ela fechou os olhos novamente, aproveitando a ótima sensação que aquilo tudo lhe trazia, mesmo sabendo que não ia durar.

- Não quero dormir. – reclamou Lena, franzindo o cenho sem nem mesmo abrir os olhos. Estava sonolenta demais para abri-los.

Edmundo viu que ela ficava bem fofa quando fazia aquilo; deu uma risadinha leve. Colocou a mão sobre seus cabelos e os acariciou. Sorriu ao ver que a expressão de Lena se suavizava à medida que ele lhe acariciava os negros cabelos.

- A batalha é amanhã. – anunciou ela.

- Amanhã?

- Sim. Tive... – ela se concentrou em cada palavra, pois o toque leve dele a fazia perder a concentração e quase entrar na inconsciência. – Um sonho com Aslan.

- Com Aslan?!

- Isso... – Lena suspirou, preparando-se para ficar inconsciente, mas antes precisava terminar de lhe dizer o que pretendia. – E não peço que acredite... Mas pergunte a Lúcia, ela estava também... Pelo que sei, ela jamais mentiu.

- Durma, Lena. – Lena ouviu essas últimas palavras como sua deixa para despencar no abismo da inconsciência.

Edmundo passou algum tempo pensando e resolveu acreditar, afinal, quando não acreditara em Lúcia, fizera a maior burrada de sua vida. Mas não era exatamente por isso que resolvera acreditar – apenas sabia que podia confiar em Lena. Para qualquer coisa.

Acordou poucos momentos antes de Lena abrir os olhos por completo.

- Bom dia. – disse, assim que percebeu que ela estava completamente acordada.

- Bom dia, Eddie. – disse, sorrindo.

- Vamos, você precisa comer alguma coisa.

- Não, aqui está confortável.

Ele riu quando viu que ela voltou a fechar os olhos e se aconchegou mais perto dele. Ela abriu os olhos rapidamente ao perceber o que fizera e arregalou-os. Levantou-se num pulo enquanto Edmundo ainda ria de seu rosto extremamente corado.

- Comida... Certo. Melhor irmos! – ela disse rapidamente, ajudando-o a levantar.

Eles caminharam lado a lado e sem se tocar, algo que deixou Edmundo extremamente decepcionado, mas Lena não queria que ele sofresse por terem de se separar em breve.

Chegaram à parte principal e viu todos já levantados e se alimentando. Lena foi até uma cesta de maças, com Edmundo em seu encalce. Pegou uma e a jogou para cima. Quando ela voltou para sua mão, deu uma suculenta mordida, sentindo o caldo dela penetrar sua boca com um gosto doce. Mas nada comparado ao gosto de Edmundo, que a olhava atentamente.

Chega!, pensou.  Lena, você precisa se concentrar na luta que vem aí.

Pedro se aproximou e os olhou de cima abaixo, mas não parecia desconfiado de nada. Pegou uma maça e a mordeu também. Quando engoliu o pedaço, disse.

- Preparem-se. A Feiticeira atacará a qualquer momento.

- Como sabe? – perguntou Edmundo. Lena não poderia ter saído enquanto ele dormia para avisá-lo.

- Lúcia disse que sonhara com Aslan. Mandamos Ripchip e ele nos voltou com a confirmação. – respondeu Pedro calmamente.

Os olhares de Lena e Edmundo se cruzaram, mas não disseram nada, cada um emerso nos próprios pensamentos e opiniões.

- Estamos apenas esperando o... – disse Pedro, mas antes que terminasse, foi interrompido por um barulho agudo de trombeta. – sinal. – terminou, arregalando os olhos.

- Eles chegaram! – arfou Lena, enquanto observava todos os guerreiros correrem para o lado de fora, tanto os combatentes para o gramado quanto os arqueiros que iam para a muralha.

Susana, Lúcia e Caspian se aproximaram de Pedro, esperando suas ordens.


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Notas finais do capítulo

E aê o que acharam?!
Se eu tiver pelo menos seis comentários nesse cap [no último eu tive cinco], quem sabe não posto o cap 16 amanhã?!
Vai depender apenas de vocês!!