As Crônicas de Nárnia e a Rainha Do Futuro escrita por Rocker


Capítulo 13
Espiões


Notas iniciais do capítulo

Oiiee minhas lindaaas!!
Parece que deu tempo pra postar mais cedo que o previsto, mas no fim de semana eu posto também!!
Espero que gostem lindas, e deem uma passada na minha outra fic também, ok?!
http://fanfiction.com.br/historia/332188/Secret/



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Espiões


Lena já não sabia mais o que fazer. Ficou apenas andando de um lado para o outro, pensando em qual seria o próximo passo. Tanto do exército narniano quanto da Feiticeira.

Mas já não tinha a menor ideia. E não podia simplesmente invadir o Castelo de Gelo, como uma espiã para descobrir. Ou talvez até possa...

Estava totalmente armada e com a capa, podia simplesmente ir e pronto. Mas por algum motivo, não conseguiu de imediato.

Virou-se em direção à floresta, pensando no que faria. Tinha que pensar em Edmundo. Como ele ficaria? E se Lena não voltasse? E se ele fosse atrás dela? E se descobrirem achando que é traição? E se, e se, e se.

Lena já estava cansada de tantos “e se” na sua vida. Queria ser segura de tudo como Susana. Mas Lúcia tinha razão. Tinha que trilhar o próprio caminho. Virou para dar uma última olhadinha no refúgio que deixaria para trás.

Precisava de comida e água, mas isso conseguiria pelo caminho. Então se virou novamente em direção à floresta e andou alguns passos antes de sentir uma mão envolvendo seu braço.

Olhou para trás e encontrou lindos olhos castanhos a encarando.

– O que você tem na cabeça, Lena? – perguntou Edmundo, abaixando sua mão e entrelaçando os dedos de ambos.

Lena respirou fundo, tentando canalizar a raiva.

– Preciso saber dos próximos passos deles.

– Ótimo. – disse Edmundo, passando por ela e a puxando junto floresta adentro.

– Anh? O que você está fazendo?

– Indo com você. – respondeu calmamente, sem olhá-la nos olhos.

– Mas não pode! – falou, parando bruscamente e consequentemente fazendo-o parar também.

– Claro que posso. – disse Edmundo.

Ele se virou de frente para Lena, segurando seu rosto delicadamente com as mãos. Lena prendeu a respiração, rezando para que seu rosto não ficasse rosado.

– Não vou te deixar ir sozinha! Além disso, eles disseram que iam mandar alguém como espião. Iam Ripchip.

– Então por que não deixou que ele viesse? – perguntou Lena, com certa dificuldade de respirar pela aproximação dele.

Edmundo então soltou seu rosto e pareceu sereno, como se o assunto lhe trouxesse más lembranças.

– Eu queria fazer isso sozinho. Ainda me sinto mal pelo que fiz na primeira vez que vim aqui.

Foi a vez de Lena segurar seu rosto entre as mãos, mantendo num nível em que Edmundo não desviasse os olhos dos seus.

– Não fique. Pelo menos se redimiu antes que não houvesse mais volta. – disse Lena. – Você é humano. E humanos erram. Mas você foi meu herói por aprender com os erros. Poucos conseguiriam.

Edmundo sorriu, sem ideia do que falar. Seu coração estava batendo a mil quando a segurou pela cintura e pressionou os lábios sobre o dela, fechando os olhos para aproveitar mais a sensação.

Ele arqueou um pouco a coluna, inclinando-a levemente para trás enquanto pedia passagem para sua língua na boca dela. Ela cedeu, entreabrindo os lábios e o puxando com mais força para perto dela, enquanto sentia o coração dele ritmado ao seu batendo rapidamente pelos tecidos.

Lena entrelaçou os dedos da mão esquerda nos fios sedosos de Edmundo, enquanto repousava a outra em seu ombro. Edmundo envolvia sua cintura com o braço esquerdo acariciava suas costas, fazendo-a se sentir calma e segura.

Lena estava se afogando naquilo: na sensação do beijo dele; no toque que tinha sobre sua cintura e suas costas; do vento ao redor deles não fazerem-na tremer tanto quanto a aproximação deles.

Edmundo levantou centímetros do espartilho que ela estava usando, como se não pudesse mais se controlar. Lena arfou, surpresa com o toque macio sobre sua pele nua do quadril, mas relaxou quando ele apenas parou por ali. Para não ficar pra trás, ela passou a mão por baixo dos botões da camisa de Edmundo, na parte de cima, e permitiu que os dedos explorassem aquilo ali: a pele firme, a clavícula sobressalente, os músculos definidos.

Era um território inexplorado para ela – jamais tivera tanto desejo em beijar um menino –, mas isso parecia enlouquecê-lo: Edmundo estava gemendo suavemente sobre a boca de Lena, beijando-a cada vez mais forte, como se jamais fosse suficiente, nunca o suficiente...

Então um horrível ruído de galhos cortando os ventos explodiu nos ouvidos de Lena arrancando-a do sonho de beijos e Edmundo. Com um arquejo, afastou Edmundo, com força o bastante para que ele a soltasse e ela cambaleasse sobre os próprios pés, ajeitando a capa um pouco deslocada, apressadamente. Abaixou a cabeça, envergonhada, mas sem ousar tapar o rosto com o capuz.

O coração batia aceleradamente nas costelas, como um aríete, e ela se sentiu tonta.

Para sua surpresa, Edmundo sorriu, e segurou sua mão delicadamente. Edmundo sentia como se seu maior sonho tivesse se realizado; ele pensou que seu estômago tinha saído pra passear e ainda não voltou; fogos de artifício explodiam dentro de si.

Sentia que seu sorriso quando a viu abaixar a cabeça com as bochechas vermelhas e os lábios inchados, poderia rasgar seu rosto, de tão grande que estava.

Lena olhou para seus dedos entrelaçados, surpresa, e levantou o olhar, prendendo-se naquela vastidão castanha. Sorriu e, impulsivamente, deu um selinho em Edmundo. Como se fosse possível, o sorriso de Edmundo aumentou ainda mais.

– Melhor irmos...? – Lena disse, mas estava tão nervosa com o que acontecera que suas palavras saíram como uma pergunta.

Edmundo riu do nervosismo dela, apesar de ele mesmo não sentir as próprias pernas.

– Vamos. – disse, puxando-a pelas mãos entrelaçadas.

Eles voltaram a andar, indo mais e mais fundo na floresta que a cada segundo escurecia mais. Lena estava perdida em pensamentos enquanto andava lado a lado com Edmundo. Não sabia o que pensar depois daquele momento mágico – pelo menos para ela – que tivera há; quanto tempo mesmo foi isso? Três ou quatro horas?

Ela não sabe ao exato. Sabe apenas que não queria que acabasse nunca, que pudesse ter outra oportunidade dessas. Mas sabia que seria difícil. Algo bem difícil, pois estavam prestes a travar uma guerra.

Uma das mais importantes travadas em Nárnia – se tinha a presença dos reis antigos, depois que souberam que não poderiam mais voltar, com certeza era algo de extrema importância.

Não devia estar prestando atenção no menino que segurava sua mão por horas – devia prestar atenção no rio que cortava o caminho a frente.

Edmundo a parou em um solavanco antes que ela passasse da margem. Ela se virou pra ele, confusa.

– Não viu o rio não? – perguntou Edmundo, segurando a risada.

Lena olhou para o rio e a compreensão atravessou sua expressão e a fez corar, envergonhada.

– Desculpe... – disse. – Estava meio alienada.

– É, eu percebi. – ele disse, com o tom de brincadeira claro em sua voz. – Como passaremos? Não temos barcos.

Lena aparou um segundo para pensar, olhando para a superfície da água. Virou-se para Edmundo novamente, sorrindo.

– Vamos nadando. – disse calmamente.

Edmundo arregalou os olhos.

– Está doida? Não seria mais fácil pelo ar?

– Dois motivos. Pelo ar, chama-se mais atenção. E não gostaríamos de entrar numa batalha com a Feiticeira sabendo da arma secreta...

– Você não vai entrar como arma secreta! – Edmundo interrompeu, nervoso, mas Lena ignorou e continuou como se nada tivesse acontecido, mesmo estando feliz por ele se preocupar com sua segurança.

– Além disso, pela água seria mais divertido!

Edmundo olhou para os lados, à procura de uma desculpa para não entrar na água gelada e escura pela noite. Por fim, vendo que não havia outra saída, virou-se novamente para Lena, que esperava a resposta ansiosamente, suspirou e assentou.

– Já que é minha única opção...

Lena foi andando até a margem, puxando Edmundo junto. Lena, antes mesmo de mergulhar, já controlou a água de um modo que não se molhassem, apenas o envolvessem sem tocar.

Edmundo viu seus olhos ficarem da cor da água, caso estivesse dia e, por incrível que pareça, não se assustou. Sorriu e mergulhou junto com Lena.

Assustou-se quando percebeu que havia uma grande bolha de ar envolta deles, permitindo-lhes respirar. Sorriu mais uma vez ao ver que a água estava clara, límpida e visível enquanto eram içados para o outro lado.

– Uau! – disse ele, vendo Lena se virar para ele e sorrir com os olhos ainda em um azul marinho.

– Vá na frente. – disse Lena.

Edmundo subiu até a margem e se virou para puxá-la. Porém a puxou com muita força, fazendo-a trombar sobre ele. Lena ficou olhando para suas pupilas dilatadas, que encaravam sua boca fixamente.

Sem nem ao menos dar-lhe a chance de perguntar o que ele estava pensando, Edmundo colou os lábios nos seus e a beijou de uma maneira que ainda tinham se beijado. Sua mão esquerda subiu pela lateral do seu corpo chegando a até mesmo levantar o espartilho que ela usava por debaixo da capa.

Edmundo deixou a mão em suas costas e afundou a ponta dos dedos em na pele fazendo com que ela, sem querer, se erguesse e empinasse o corpo em sua direção. Sua outra mão estava ocupada demais a segurando pelos quadris e quase perto da sua bunda, sendo que ela sentia de vez em quando seus dedos brincarem um pouco com a cordinha que prendia o cantil a seu cinto.

Lena estava quase que completamente na ponta dos pés com as duas mãos presas a seu pescoço e ocasionalmente nos seus cabelos; não fazia o mínimo de questão de segurar a vontade que tinha de bagunçar aqueles fios tão perfeitos.

Abriram os lábios juntos apenas para dar tempo de um absorver a respiração do outro, ele sensualmente mordeu seu lábio inferior e o puxou tão sutilmente que só fez o corpo de Lena arder mais ainda.

Abriram os olhos ao mesmo tempo e sorriram cúmplices de saber que aquele era um momento deles, e um momento que os dois aguardavam ansiosamente. Lena encostou de novo minha boca na dele já com os lábios entreabertos e um beijo mais intenso acabou acontecendo.

Ela soltou um gemido baixo quando suas línguas se encontraram no meio do caminho e aquele beijo ficou mais molhado e mais prazeroso do que ela podia imaginar.

Foram parando o beijo aos poucos e ficaram ali se encarando, abraçados. O coração de Lena batia tão forte e ela mal podia sentir as próprias pernas. Sentiu-se grata por Edmundo a estar segurando, porque sentia que podia cair sobre seus joelhos a qualquer momento.

Lena deixou a cabeça cair sobre o braço direito, que ainda estava em volta do pescoço dele, completamente envergonhada. Se pudesse, já teria saído correndo e enfiado a cabeça em um buraco.

Edmundo apoiou a própria cabeça sobre o ombro dela, enterrando o rosto sobre seus cabelos. Quando beijou delicadamente a pele branca da curvatura de seu pescoço, sentiu que ela arrepiou sobre seu toque e sorriu sobre sua pele.

Lena foi se afastando aos poucos, ainda abraçada a ele e de olhos fechados – não queria ter de olhar nos olhos dele. Pigarreou antes de falar, para não se atrapalhar como da última vez.

– Vamos. – disse, a voz saindo bem convincente.

Desta vez, Edmundo não disse nada e nem olhou para ela – não queria correr o risco de ficar tentado novamente e beijá-la. Apenas tirou os braços dela de seu pescoço, com o coração disparado, e entrelaçou seus dedos com os dela, puxando-a pela mão esquerda para continuar seu caminho até o Castelo de Gelo.


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Notas finais do capítulo

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