Instintos Primitivos escrita por samy_15


Capítulo 2
Capítulo 2 - Prólogo Parte I


Notas iniciais do capítulo

Nova Fic!! Espero que gostem!
Pessoal, notem que eu mudei a data inicial...
Em vez de 1981, agora é 1987 ;D... Vlw



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1987

 

  – Vai levar algum tempo para a droga fazer efeito. Mais ou menos umas duas horas. – Um homem aplicava uma injeção, diretamente nas veias da jovem.

 

  – Tudo isso? – Ela perguntou.

 

  – Sim... mas quando ela fizer efeito, você estará mais inteligente do que qualquer outro ser vivo neste planeta! Pode sair, daqui a duas horas volte, depois faremos experiências com todos vocês.

 

  A mulher saiu, chamando um nome quando atravessou à porta, Andrew entrou nervoso com a expectativa do que encontraria na sala. Ela estava vazia com uma única cadeira no meio dela e a mesinha no seu lado. Era fria, mórbida e toda branca, apesar de estar manchada um pouco nas paredes. Nada do que uma limpeza profunda resolveria. Ele sentou na cadeira, esperando pelo médico e cientista aplicar a nova droga em suas veias. Adicionou na ampola um líquido transparente de aparência nojenta.

 

  Nada que Andrew dissesse para si mesmo o convencia de que realmente queria estar lá. Tinha apenas 17 anos, e queria aprender estudando. Não com esse revolucionário remédio que prometia transformar a vida deles, para que não fosse mais preciso estudar tantas horas ao dia. A amiga o arrastou até aquele centro médico, velho e sujo.

 

  O total era de 500 pessoas. Escolhidas aleatoriamente com um único requisito: Serem muito saudáveis. Haveria 10 dias de testes, 50 pessoas a cada dia. E Andrew foi selecionado, junto com sua amiga Carolina para o primeiro dia. Era separado por ordem alfabética.

 

  Viu em sua mente as últimas cenas da noite passada, Carolina convencendo-o a fazer esse teste, dizendo que ficariam extremamente inteligentes e ainda ganhariam um bom dinheiro para fazê-lo. Se lembrou também dessa manhã, quando o médico explicava a todos sobre o que faria no dia. E foi Carolina, a garota quem saiu da sala por último que o chamara.

 

  – Primeiro começaremos com as mulheres, depois, passaremos o teste para os homens, os últimos que saírem, chame o próximo nome, que estará na lista na porta. Abigail, por favor, me acompanhe. – O homem com jaleco branco chamou, olhando o nome que estava na prancheta.

 

  A partir daquele momento, era a única coisa que ele se lembrava.

 

  E a única que iria definitivamente mudar sua vida.

 

  Retornou seus pensamentos para a sala. Lá estava ele sentado naquela cadeira imunda. O médico já havia aplicado a injeção. Seu braço ficou dolorido e amortecido. A sensação se espalhava para cima, indo para o peito e depois para sua cabeça. Sentiu-se um pouco tonto, mas foi só. Despediu-se do médico sem nem mesmo agradecer.

 

  Atravessou a porta, desconsolado. Carolina foi até ele. Sem uma palavra, eles saíram do consultório. Andrew colocou as mãos no bolso da jaqueta. A manhã estava fria como previsto, e ele estava preparado. Mas sua amiga, Carolina, estava tremendo de frio. Ele retirou a jaqueta e pôs sobre os ombros da garota. Ela agradeceu.

 

   – Então... – Ela sorriu com aquele sorriso que só ela tinha. – Como você ta? Se sente mais inteligente?

 

  – Um pouco. – Mentiu. Ele faria qualquer coisa por ela. “Garota idiota”, ele a xingou nos pensamentos. “Por que tem que ser tão bonita?” Pensou derretendo-se todo ao lembrar-se de seu sorriso.

 

  Com seus cabelos cor de cobre, macios e sedosos e os olhos azuis celeste, Carolina havia conquistado Andrew desde a primeira vez que se viram. Foi na primeira semana de aulas, quando estavam na quarta série. Carolina era aluna nova e se isolara no fundo da sala. Andrew querendo ser simpático foi até ela para conversar. Mas ela foi muito grossa com o garoto, apesar de depois de um tempo ele conseguir se chegar à garota e tornaram-se grandes amigos. Nos dois anos seguintes foi que Andrew descobrira que realmente amava aquela garota “boba”, como ele dizia. Porém ele nunca teve coragem de se aproximar mais e contar seus verdadeiros sentimentos. Tudo o que conseguia era dar indiretas, mas ela nunca percebera.

 

  – Você não parece muito animado... – Ela falou chateada.

 

  – Eu não... eu não sei, apenas acho que isso não vai funcionar. – E realmente era o que pensava, sentindo-se aliviado por contar a verdade.

 

  – Não confia em mim, Drew? – Agora ela parecia chateada.

 

  – Não é isso... é que e-eu não confio muito nesse cara. Duvido que coisas como essas possam acontecer. – Começou a gaguejar, mas conseguiu manter sua voz forte e limpa. Passou a mão por seus cabelos louros, já se tornara mania dele fazer tal coisa quando ficava nervoso.

 

  – Eu não posso acreditar você realmente não confia em mim... Depois de todos esses anos. – Ela chutou uma pedra que estava em eu caminho e segundos depois parou de caminhar. – Vamos voltar, já deve estar na hora!

 

  O passo deles era lento, Andrew mirava o chão com seus olhos verdes, pensativo. Ela estava certa. Ele não confiava nela, pelo menos não nesse tipo de coisa. Normalmente, nas maluquices que ela cometia o garoto sempre tinha razão.

 

  Meio minuto se passou apenas, quando Carolina repentinamente se abaixou. Em meio à dor ela esfregava as têmporas veemente. Andrew abaixou-se com ela. Ele lhe perguntou se estava tudo bem. Mas ela apenas sorriu, dizendo que a dor já havia passado e continuou seu caminho deixando Andrew um pouco para trás até que ele voltou ao seu lado.

 

  – Tem certeza de que está tudo bem Carol?

 

  – Tenho sim... acho que a droga tá fazendo efeito! – Não, ele sabia que não era isso, mas quis acreditar na garota.

 

   Eles chegaram ao consultório alguns minutos atrasados, mas o teste ainda estava sendo aplicado a uma garota antes de Carol. Eles sentaram-se juntos. A sala era mais fria do que estava a temperatura fora do prédio comercial. Isso dava ao garoto arrepios constantes.

 

  Carolina foi chamada, ela devolveu o casaco à Andrew e entrou na sala. Permaneceu nela uns dez minutos e saiu. Era a vez de Andrew.

 

  – Pode entrar. – Ela falou, mas parecia um pouco chateada.

 

  O que encontrou foi diferente do que da última vez. A cadeira que havia se sentado estava encostada na parede. Na frente dela estavam dispostas duas cadeiras velhas. Parecia uma entrevista. O médico e uma mulher estavam sentados nas cadeiras.  Andrew estava ficando cada vez mais com medo.

 

  – Sente-se. E obrigada por voltar. – A mulher falou. Andrew deu um sorriso educado, mas por dentro ele entrava num conflito, imaginando como seria bom discutir com esses “caras”.

 

  – Vamos aplicar um teste oral para você. São poucas perguntas, mas nos dirá se realmente o XKL Mental fez efeito. – Apenas depois que o médico falou, ele descobriu nome da droga, XKL Mental. Um nome intimidador.

 

   Uma série de perguntas aleatórias foi ditada para ele. Cinco de matemática, cinco de química e seis de física. As fórmulas ele já sabia, afinal o remédio desenvolvia o raciocínio mental com a ajuda de alguns hormônios misturados na vacina.

 

  Enquanto o doutor aplicava o teste, a mulher anotava as respostas para no final, compará-la com o gabarito. O começo foi difícil e conflitante. O rapaz teria que responder o teste fazendo a conta mentalmente. Ele nunca fora bom nisso.

 

  – Começamos com matemática. Qual é a solução para x² -5x -6, que é igualada a zero. – O garoto pensou um momento, essa era uma questão muito simples, até demais. Mas era preciso lembrar-se dos valores e fazer as contas sem um lápis e uma folha, além de ter um tempo máximo para efetuar a operação.

 

  Na verdade, aquela fora a conta mais fácil que Andrew já efetuara. E em menos de um minuto ele respondera, confiante de que o resultado estivesse certo.

 

 

  – A solução é menos um e mais seis. – Ele sorriu, realmente parecia se sentir mais inteligente que antes.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews por favor ç.ç... Vlw por ler bjuus o/
Ps.: A próxima parte vai ser postada em um dia n.n.



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