Moulin Rouge - Faberry Em Vermelho escrita por ohmyhulk


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

eu ia deixar para postar esse amanhã, mas enfim, como eu sou ansiosa, resolvi postar logo esse capitulo, porque já tá pronto, enfim, falo mais lá embaixo.
PS.: Negrito é o que a Quinn escreve. Itálico são pensamentos ou músicas :D



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O Moulin Rouge: o centro da perdição do século XIX. A maior danceteria da França, um bordel fervoroso, o ponto de diversão na vida de mediocres senhores do mais alto escalão da sociedade, comandado por Santana Lopez, repleto de criaturas da noite, dispostas a tudo.

A mais bela de todas, era o seu desejo, a sua amada: Rachel. Uma prostituta (Sim, falando da forma mais rude, uma prostituta) que vendia seu amor aos homens. Todos a chamavam de Diamante Cintilante. E ela era a estrela do Moulin Rouge.

Quinn sentia sua garganta se fechar e uma lágrima se desprender de seus cílios, correndo sua bochecha, pescoço, morrendo por entre seus seios. A mulher que ela amava estava... morta.

"Eu vim a Paris pela primeira vez há um ano. Era 1899, o "Verão do Amor". Eu nada sabia sobre o Moulin Rouge, Santana Lopez ou Rachel. O mundo havia entrado numa revolução boêmia e eu viera fazer parte dela.

Perto de Paris ficava a vila de Montmartre. Não era, como meu pai dizia: uma aldeia de pecado, mas o centro do mundo boêmio.

Músicos, pintores, escritores. Eram conhecidos como os Filhos da Revolução"

Quinn se lembrou por qual razão havia se decidido de ir a Montmartre: para escrever. Mesmo que aquilo significasse sobreviver na miséria, mas escreveria sobre seus princípios: verdade, beleza, liberdade e amor, acima de tudo, amor.

Sempre essa ridícula obsessão com o amor!, a voz de seu pai continuava a lhe soprar no pensamento.

"Havia um problema. Eu nunca tinha me apaixonado.

Então, um asiático inconsiente atravessou meu teto."

Ele não estava sozinho. Um anão loiro e bocudo vestido de freira atravessou a porta do seu quarto.

– Como vai? - ele parecia drogado, pensou ela - Meu nome é Sam Marie Raymond Toulouse-Evans. Eu sinto muito. Estavamos lá em cima ensaiando uma peça.

– O que? - Quinn perguntou. O pequeno homem lhe respondeu "Uma peça. Algo moderno chamado Espetacular Espetacular."

– Se passa na Suiça. - o menor falou antes de explicar que o asiático sofria de narcolepsia - Bem em um momento, inconsiente logo em seguida.

– Como ele está? - vozes se fizeram escutar, chamando a atenção de Quinn para o buraco acima de si: três pessoas observavam ansiosamente - Maravilha. Ele está inconsiente. Agora a peça não será mostrada ao patrocinador amanhã.

– Ainda preciso terminar a música. - outro falou.

– Outra pessoa pode representar. - o anão respondeu.

- Onde acharíamos alguem para representar um jovem e sensível poeta suiço? - o primeiro falou, se alterando com o menor.

Quinn não sabia explicar. Em um momento, ela estava em seu quarto sem saber como escrever sobre o amor. Em outro, estava no andar de cima, vestida que nem um homem holândes, representando um jovem poeta suiço, papel de um asiático narcoléptico.

O anão cantava algo nada agradável, sem melodia alguma, o que fez o homem, que Quinn descobriu ser o autor da peça, surtar.

– Oh, pare com esse barulho insuportável! Está abafando minhas palavras! - o homem falou, pulando em seus pés até o outro, que estava nos instrumentos - O piano deve ser decorativo.

Os dois se deram em guerra por diferenças entre suas respectivas funções: letra e melodia.

– Eu não acho uma freira diria isso. - o homem, que Quinn descobriu se chamar Satie, um senhor mais velho, casando seus 50 anos, falou.

– Que tal: "As colinas são as entoações vitais da melodia"? - o único careca questionou.

– As colinas... - Quinn tentou falar, mas foi surpreendida pela voz de todos expressando seus versos. Muitas colinas, ela pensou ao ver o narcoléptico se levantar, falando algo antes de apagar por uma segunda vez - As colinas... - novamente ninguém se focou a ela.

A gritaria ao seu redor por colinas era forte e extremamente irritante, mas ela não perdeu sua paciência.

– As colinas... - ela tentou uma última vez, sendo silênciada mais cruelmente do que das vezes anteriores.

The hills are alive with the sound of music, bradou ela em alta voz, chamando a atenção de todos. O asiático narcoléptico se levantou em um pulo, assustando-os.

– "The hills are alive with the sound of music". Adorei! - ele bradou com sua voz grossa.

– Encaixa perfeitamente! - o careca disse, se virando na direção dela com uma expressão surpresa.

With songs they have sung for a thousand year, ela terminou de cantar, olhando ansiosa para os homens a sua frente.

– Esplêndido! - disse o anão bocudo - Audrey (o nome escritor da peça), vocês deviam escrever o show juntos.

– Perdão? - ele falou.

Aquele perdão deixou extremamente claro o que aconteceria a seguir para todos os presentes. Audrey se foi, levando consigo a peça, ainda gritando um adeus revoltadamente irônico ao passar pela porta.

– Ao seu primeiro trabalho em Paris. - Evans brindou ao fim do grande eco deixado pela batida da porta.

– Lopez nunca vai concordar. - o careca falou para o anão - Me desculpe perguntar, mas você já escreveu uma peça antes? - Quinn percebeu que agora o homem estava se direcionando a ela.

– Não. - respondeu de imediato.

– Ah, a garota tem talento. - o asiático narcoléptico disse, se aproximando da então jovem Quinn, e passando o braço pelo seus ombros e a puxando para si - Gosto dela! - então a soltou sem graça, olhando ao redor e completando - Não tem graça. Aprecio o talento.

O anão tomou uma taça de um liquído verde que deixou Quinn curiosa: o que era aquilo? Os quatro homens se afastaram levemente, a deixando seriamente curiosa ao pé do cenário.

– Com Quinn, nós podemos escrever o show da revolução boêmia que sempre sonhamos. - a voz de Evans se fez mais alto.

– Como convenceremos Lopez? - o careca perguntou.

"Evans tinha um plano."

– Rachel. - disse ele.

"Vestiria o melhor terno deles, e fingiria ser um homem, um famoso escritor inglês. Quando Rachel escutasse minha poesia, iria insistir para Lopez que eu escrevesse Espetacular Espetacular, e eu poderia sair da farsa. Mas eu ainda escutava a voz do meu pai: Vai arruinar sua vida no Moulin Rouge."

– Não posso escrever o show! - Quinn disse apavorada, passando entre os rapazes e se direcionando ao buraco.

– Porque não? - perguntaram os quatro.

– Não sei nem mesmo se sou uma verdadeira revolucionária boêmia. - ela falou, olhando para Evans, que lhe observava esperançoso. Todos se encararam surpresos ao fim da fala da garota.

– Você acredita em beleza? - Sam perguntou.

– Sim. - ela respondeu.

– Liberdade? - o asiático questionou.

– Sim, é claro.

– Verdade? - foi a vez do careca.

– Sim.

– Amor? - Satie perguntou com certo receio.

– Amor? Amor? - Quinn repetiu - Sobretudo, acredito no amor. Amor é como oxigênio. Amor é algo maravilhoso, o amor nos eleva, tudo o que nós precisamos é amor!

– Você não pode nos enganar! Você é a voz dos Filhos da Revolução! - Evans falou, com animação até exacerbada. Os outros gritaram um singelo "Não pode nos enganar" em uníssono, a puxando do buraco para o apartamento do andar superior por uma segunda vez - A escritora do show revolucionário boêmio!

"O plano era perfeito. Eu iria virar homem, ia fazer uma audição para Rachel e provei meu primeiro copo de absinto."

Quinn não sabia mais o que era, onde estava, ou se aquela fada verde que via ali era verdade ou não, mas sabia que o líquido verde era responsável por aquilo. Mas ela desejou mais daquilo. Seja qual fosse a condição, o momento precisava.

Eles iriam para o Moulin Rouge, ela iria recitar para Rachel. Num piscar de olhos, ela se viu passar pelas portas, ajeitando sua cartola para esconder o cabelo, atravessar as cortinas e o ar diferente do Moulin Rouge lhe invadir os pulmões.


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Notas finais do capítulo

bem, esse foi o capítulo... espero que agrade... comentários são sempre bem vindos... nos vemos no próximo cap... juro que tento fazer bem melhor no próximo... bjs e até o próximo...