Meu Anjo escrita por BG


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Personagens fictícios, qualquer semelhança - o que eu duvido que haja - com a realidade é mera coincidência.



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Bianca saiu do hospital exatamente uma semana seguinte a visita de Luke. Ela se sentia acabada, mesmo que tivesse passado vários dias somente descansando.

Caroline não havia sido presa, afinal Bianca não dera queixa ao saber que quem tinha pago suas despesas no hospital era o senhor Westerfield. Ele havia sido muito gentil e ela devia retribuir o favor. E não denunciar a sua futura nora era um bom modo.

– Como está se sentindo filha? – Perguntou Teresa, afofando mais uma vez o travesseiro.

– Obrigada mãe. Qualquer coisa eu peço, pode deixar. – Disse Bianca, sorrindo de canto para ela. Teresa era uma pessoa incrível, ainda mais que nunca teve nenhum marido por perto. O pai de Bianca morreu antes mesmo de ela nascer.

– Promete que pede mesmo?

– Claro mamãe.

– Assim fico um pouco mais aliviada.

– Eu estou muito feia mãe? – Perguntou a garota quando a mãe já estava fechando a porta do quarto para deixá-la descansar.

– O quê? Meu amor, você é linda. – Disse Teresa, sentando-se na cama branca com almofadas de diversos personagens animados, Bianca adorava aquela decoração.

– Mas com todo esses cortes e remendos no rosto mãe, eu estou feia demais?

– Claro que não meu amor. Claro que não.

– Mesmo?

– Sim. – Teresa beijou o topo da cabeça da filha e sorriu. Sorriu de verdade, ela estava feliz demais por não ter perdido a única razão de viver por um descuido de uma patricinha mal amada e loira oxigenada.

– Obrigada mãe.

– Não ouse agradecer Jensen. – Ela sorriu e viu a mãe deixar o quarto definitivamente.

– Sabe Peter, eu sei que você está aqui. – Disse a jovem, se ajeitando mais na cama. Ela colocou a almofada dos Beatles pro lado e trouxe uma ovelhinha branquinha com um laço marrom mais perto de si para sentir o perfume. Luke.

– Sabe Bianca, você não devia saber. – Disse o anjo aparecendo do nada, perto da janela. Ele sorria como se soubesse que teria de parar o tempo novamente e dar as opções dela.

– Por que está sorrindo como um bobo? – Perguntou ela, um tanto nervosa pela resposta.

– Sabe que ele realmente te ama, não é?!

– Ele quem?

– Westerfield. Seu “amigo”. – Peter fez as aspas e riu ironicamente. – Na minha época amizade era outra coisa.

– Como assim? Nós nunca fizemos nada de mais. – Disse ela sentando vagarosamente na cama. As costelas ainda doíam devido a batida, e o braço quebrado só era incomodo mesmo. Aquele gesso coçava muito.

– Não é nesse sentido. O amor de vocês não é e nunca foi de amigo. E nunca será também. Como pode vocês não terem notado isso? – O anjo estava lembrando dos tempos que passou com sua noiva. Ela era tão bonita, jovem, tinha um sorriso lindo e olhos que lembravam muito os de Bianca, sua protegida, pelo menos era isso que ele se lembrava de sentir quando estava vivo. Com tudo, ele não conseguia se lembrar totalmente dela, era como se o rosto dela tivesse sido apagado de todas memorias. Peter tentava se convencer de que fora melhor partir e deixar o sofrimento da futura esposa diminuir com o tempo.

– Acho que nós notamos sim, mas não é simples. Ele vai se casar em breve. Não temos tempo para sermos felizes. Nem todo mundo vai ser feliz nessa vida, certo?!

– Mais breve do que você imagina... – Peter se virou para encarar a casa do outro lado da rua. Luke estava no telhado da casa, com seu violão. Às vezes ele fitava a janela na esperança que Bianca fizesse como nos filmes e escrevesse em um papel “foge comigo?” e eles pudessem, então, ser felizes para sempre juntos. Pobre Westerfield. Bianca ouviu o comentário do confidente e quis poder se levantar da cama, mas se deu por vencida e logo desistiu.

– Co-co-mo assim mais breve do que eu imagino? – Perguntou ela, gaguejando, com muito receio das palavras que encheriam seus ouvidos nos próximos segundos e que talvez esvairiam com a suas esperanças no amor.

– Melhor você descobrir por ele. Tome o telefone. – Peter foi até a mesinha provençal onde estava o aparelho e entregou nas mãos, ainda esfoladas, de Bianca.

– Peter... – Bianca balbuciou, enquanto uma onde de nervosismo tomava seu corpo conforme o celular vibrava e o nome Luke piscava em azul com um foto do amigo de fundo. Que sorriso lindo ele estava no dia em que a foto havia sido tirada. Assim como em todos os outros dias, os dois riam sem nenhum motivo aparente enquanto voltavam pra casa a pé. Era outono, e havia folhas voando atrás do garoto. Bianca sorriu lembrando do momento, quando foi acordada pelas palavras de seu protetor mandando-a atender a ligação.

– Oi... – Disse a garota.

– Preciso te ver.

– Obrigada por perguntar, eu estou sim melhor.

– E-e-u preciso te ver.

– Ok, não vai perguntar como eu estou...

– Bianca. Por favor. Me escuta. Abre a janela.

– Luke eu não...o quê? Abrir a janela? – Bianca se virou e viu a silhueta do amigo parado sobre a sacada, dedilhando sobre a vidraça como se estivesse tocando um piano imaginário. Ela amava aquela mania dele. Bianca olhou assustada para o lado com medo que Westerfield visse seu anjo, mas ele já havia desaparecido. Depois de se acalmar, ela tirou a coberta de bichinhos de cima de si e cuidadosamente levantou. Doía demais, mas Luke estava ali, por ela. Ela poderia reclamar da dor mais tarde.

– Luke... – Ela exclamou com um sorriso no rosto enquanto via o garoto adentrar o quarto e pedir que ela voltasse pra cama.

– Eu só quero que você me escute, meu amor.

– Meu amor? – Perguntou ela com um sorriso bobo no rosto depois de fazer uma careta de dor quando teve que levantar um pouco das costas para que pudesse passar pelas cobertas.

– Eu vou me casar.

– Eu sei.

– O que você não sabe é que vai ser hoje à noite o noivado. – Disse ele, com um olhar triste que implorava por perdão.

– E você está me dizendo isso por? – Bianca tirou o sorriso do rosto e se fechou. Como ele podia estar ali, dizendo aquilo como se fosse normal. Ela o amava e aquilo sim era tortura.

– Porque eu te amo. Porque não gostaria que você ouvisse por outras pessoas. Porque...

– Você fala como se isso fosse amenizar alguma coisa. Não faz a menor diferença ouvir de você ou daquela va...daquela pessoa que vai ser sua esposa algum dia.

– Você fala como se achasse que eu quero isso.

– E não quer? Por favor Luke, ela é linda, rica, popular, o que mais você poderia querer? Não seja cínico Westerfield, pelo menos não comigo.

– Sabe o que mais eu poderia querer?

– Não, o que? Que ela fosse inteligente também? Porque daí era querer demais.

– Eu queria que ela fosse você. Queria que ela tivesse seu sorriso, queria que ela me fizesse sorrir como você faz, queria que ela me desse socos e tapas de vez em quando, mas tudo isso era só pra não ter que dizer o quanto me ama, eu queria que hoje à noite fosse seu nome que eu estivesse pronunciando naquele jantar. Queria ver o seus olhos brilharem quando eu dissesse “case-se comigo?” de joelhos. Eu queria tudo isso Bianca.

– Que pena que você queria. Passado.


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