- Susan. Você acordou. Fico feliz em saber que a poção de Lucy ainda dá certo.

- Do que...?

- Senhor Weasley, me desculpe, Senhor Simons– interrompeu Samuel, de trás de mim - não tem nada aqui. Podemos ir embora. A garota está bem, mas não temos um lugar para qual levá-la.

- Ora, ela pode ficar conosco. Foi corajosa o suficiente para resgatar o gato do abismo. – Vanessa sugeriu – O problema é essa aqui – e apontou para Isabella.

  Olhei para trás. Samuel estava com hematomas em todas as partes visíveis do corpo. O olho dele estava inchado; os cabelos pareciam ter sido cortados por um bebê; seus lábios estavam sangrando e estava muito sujo e arranhado. Se eu tivesse coragem de falar algum palavrão perto de meu pai, já teria falado todos os possíveis.

- Ah, sim – ele disse, tentando sentar ao meu lado – depois que você apagou, eu acertei Isabella com um soco nas costas. Ficamos realmente preocupados com você. – ele sorria, apesar de estar muito debilitado para isso – claro, ela não desistiu de querer te matar, então Vanessa me ajudou um pouquinho e arrastamos a grosseira para a calçada. Monroe partiu para cima de nós. Foi uma confusão grande. Você estava parada no meio do asfalto.

“Pensamos que você tinha morrido, mas iríamos matar Isabella antes. Foi aí que seu pai apareceu e...”

Fomos interrompidos por um grito alto e agudo. Vi uma figura correndo em nossa direção. Chegando mais perto, pude ver que era uma menininha, por volta de dez ou onze anos. 

- SOCORRO – ela gritava – TEM UM FANTASMA ATRÁS DE MIM!

Vanessa olhou para a garota, como se fosse dizer que fantasmas não existiam, mas resolveu deixar quieto. Foi a vez de meu pai falar.

- Não há nenhum fantasma aqui. Fantasmas não podem sair-

- Fantasmas não existem – concluiu Samuel.

Era claro que a menina não podia ver através da névoa. Podia ser qualquer coisa fruto da imaginação dela.

- Existem sim – ela gritava – Quando eu entrei para pegar minhas coisas em casa, havia uma fantasma lá dentro. Ela dizia: “procuro o Nico”! Meu irmãozinho se chamava Nico!

- Calma – Vanessa voltou a falar, mas parecia assustada. – Não era um-

Mas na mesma hora uma coisa transparente pairou em cima da cabeça da menina.

“Nico” a coisa pronunciou. Me deu um frio na espinha; aquela era a garota do meu pesadelo. Mas ela era um fantasma? No sonho parecera tão real!

- Olha aqui – retrucou Isabella – meu namorado acabou de se jogar do precipício. E daqui a pouco eu também vou parar lá. Esse seu Nico aí deve ter morrido, também.

Mas a fantasma não ligava. Eu, por mais que estava tremendo de medo com a sinistra aparição, queria contrariar Isabella.

- Quem é Nico? – perguntei – se você nos contar, poderemos ver se a ajudamos.

A fantasma ficou algum tempo sem falar, como se estivesse pensando. Mas era meio estranho; fantasmas eram “almas penadas”, não tinham consciência.

“Meu irmão. Nico.” A fantasma falou

- E... – pensei em algo que pudesse ajudar-nos a distrair a coisa – quantos anos ele tem?

“Da última vez que o vi, dez.”

- Como assim, da última vez que o vi? – Berrou Isabella

Novamente, a fantasma não lhe deu ouvidos. Estava feliz em responder minhas perguntas.

“ Vocês são meio-sangues, assim como ele. Por favor, encontre-o.”

Queria poder ter conseguido mais informações, mas a fantasma desapareceu assim que terminou a frase.