Fomos até uma gruta na entrada da floresta. Lá dentro, havia uma menina ruiva, devia ter uns dezessete anos, escovando seus cabelos ruivos com uma escova azul. Queria que o meu cabelo fosse daquele jeito, porque mesmo bagunçado era bonito. Não me atrevi a me olhar no espelho, pois sabia que ele iria quebrar com minha feiura. Quando a menina nos viu, ela olhou para nós pelo espelho.
- Oi, sentem-se ou, sei lá. Sintam se à vontade.
Ela se virou para trás
- Não se assustem, ok?
- Claro - Vanessa e eu respondemos em uníssono
A garota ficou parada, respirou fundo, e uma fumaça verde entrou dentro dela. Seus olhos ficaram da cor da fumaça.
" Para o sul devem ir
O lugar da traição destruir
Recrutar novos membros
Para um exército construir" 
A garota caiu dura no chão; pensei que ela estava morta, mas Vanessa disse que estava tudo bem. Ficamos na gruta até a garota voltar ao normal.
- Vocês devem ir até Quíron. Ele vai tentar ajudar vocês com a missão. Boa sorte!
Obedecemos a garota e corremos em direção à Casa. Na entrada, um homem com olhos em cada canto do rosto sentava na varanda, bebendo Coca-Cola. 
- Temos que falar com Quíron - Vanessa falou
O homem pediu para nós o acompanharmos, e ele nos levou até uma sala de jogos; lá havia uma mesa de pingue-pongue e outra mesa com cartas em cima. Quíron estava em uma cadeira de rodas, lendo o jornal do dia anterior. Ele se assustou a nos ver, pois ainda estava vestido com pijamas. 
- Missão - o homem com vários olhos falou. Quíron assentiu. 
- Sentem-se - ele falou. O homem de vários olhos se retirou. - O que o Oráculo disse?
- Bem... - comecei - Alguma coisa sobre ir para o sul, destruir algum lugar que serviu de traição...
- E recrutar novos membros para formar um exército - Vanessa completou 
Quíron coçou a barba, pensativo.
- Seria melhor se vocês tivessem decorado exatamente o que ela disse. Mas, pelo que pude ver, vocês já sabem o que saber.
- Mas... - eu queria saber exatamente para onde ir 
- Sinto muito - ele respondeu - não tenho nada em que ajudar. 
- Então, isso quer dizer que podemos partir quando quisermos? - Vanessa perguntou, empolgada
- Sim. Vocês tem o direito de levar mais um meio-sangue com vocês. Como esta é a primeira missão de vocês, vou dar duzentos dólares para se virarem no primeiro dia, ou dois, se tiverem sorte. 
- Obrigada - eu disse, educadamente 
- Bom, agora, se quiserem, podem descansar um pouco, ainda é cedo.
- Pode deixar, disse Vanessa, bocejando
Quando saímos da Casa, pensei que iríamos voltar aos nossos chalés para dormir ou descansar, mas Vanessa foi até o chalé sete, de Apolo.

- Espera – eu disse – você não está pensando no que eu estou pensando, certo?

- Que vamos chamar o Samuel? Sim. Geralmente, os meninos são mais fortes. E ele é o único que você conhece.

Na verdade, não; mas por mim estava tudo bem se ele fosse conosco. Entramos no chalé, que era muito simples do lado de dentro, praticamente todo trabalhado em madeira (com alguns detalhes de ouro). Achar Samuel foi um pouco difícil, pois ele dormia em um beliche, na parte de cima; mas quando conseguimos acordá-lo, ele quase caiu da cama.