Elise´s POV

Desci as escadas da mansão sorridente, era um dia tão bonito aquele dia que me contagiou. Vi papai parado na porta que dava para a varanda admirando mamãe e Dom. Papai era um homem lindo, todas as minhas amigas da escola o achavam lindo e eu apenas confirmava.

-Bom dia ! –eu disse animada e papai se virou sorridente, me deu um beijo na testa e seguimos para tomar café

Enquanto eu me servia senti os olhos azuis dele em mim, não era a primeira vez que isso acontecia. Papai desde os meus 15 anos dera para ficar me encarando de vez em quando. Acho que ele estava admirado como sua filhinha tinha crescido tão rápido. Eu não o culpava, papai sempre fora dedicado e muito atencioso.

-Hoje é o Baile de Outono não é mesmo? –perguntei para papai e ele assentiu sorrindo.

-É sim. –mamãe disse- A propósito querido, mamãe e Rodrigo vão chegar para o almoço.

-Tudo bem. –ele disse sorrindo para mamãe

A História dos dois era tão linda, eu achava uma das melhores histórias de amor que já existiram. Se conheceram numa festa, papai sumiu e depois se reencontram no Colégio e enfrentam as maiores barras juntos... papai levara até um tiro e mamãe quase fora abusada por um ex colega de classe e agora os dois continuavam lindos e com o mesmo amor de quando jovens e com dois filhos.

Mas eu não tinha tanta certeza se isso podia acontecer comigo, eu já havia tido várias ilusões com vários garoto que me prometeram tudo, mas no final, não conseguiram nada, só me magoar e me deixar chateada e inocente o suficiente para depois outro garoto se aproveitar e fazer a mesma coisa.

Isso era coisa de alguns anos atrás é claro, depois que eu completei 15 anos, eu mudei definitivamente. Nenhum garoto tinha tanta brecha comigo, só os meus amigos homens. Namoro? Não estava pensando nisso no momento, já estava cansada, era hora do coração apenas fazer sua função principal, bombear meu sangue, pelo menos... por enquanto.

Não demorou muito e a tarde chegou, vovó e meu avô, padrasto da minha mãe na verdade chegaram. Vovó era doce e delicada como uma flor e Rodrigo era bem divertido e animado, mas um homem determinado. Eles eram pais de Guilherme, o meio irmão da minha mãe.

-Como você está grande Elise querida. –disse vovó entrando em casa- Me lembro como se fosse ontem o seu pai te babando na enfermaria do hospital depois de horas de preocupação com sua mãe.

-Fiquei horas acalmando ele. –disse Tio Guilherme surgindo então- Desculpe não ter avisado, Olívia vem já com Claire. –eu amava minha prima Claire, era um ano mais velha, mas um amor de garota.

-Oi Tio ! –eu disse sorrindo

-O Boris vem esse ano não é Tiérry? –perguntou tio Guilherme a meu pai que estava totalmente sem graça perto de mamãe

Boris McLean, era um dos melhores amigos do meu pai. Era um homem de cabelos pretos penteados para trás e olhos verdes lindos. Era bem animado e um ótimo amigo, eu notava isso quando ele estava com papai e tio Guilherme. Pescavam todo final de semana. Boris era o pai da minha melhor amiga, Sarah e de Kelt, que eu não me lembrava muito bem, ele morava na Nova Zelândia com a mãe.

-Com certeza, agora que a rede de clínicas dele se expandiu para mais cidades Brasil a fora, ele está dentro da Elite. O  Filho dele também vem eu acho.

-Ah, ele vem? –perguntou meu tio animado

-Vem morar com ele agora, a mãe dele faleceu... –disse papai meio chateado- Ele teve que vir, o padrasto o abandonou.

Silencio na sala.

-Quem é o filho dele? –perguntei fingindo inocência

-Kelt McLean, não se lembra dele? Vocês se viram quando eram bem pequenos...

-Eu, não me lembro. –eu disse forçando a memória

-Quando vê-lo vai lembrar. –papai sorriu- Vamos almoçar?

Todos nos dirigimos para a sala de jantar onde almoçamos e conversamos animados enquanto os funcionários que papai contratou arrumavam a casa para o Baile de Outono que começaria as seis da tarde. Essa festa tinha muita coisa para rolar, eram sempre muito boas.

Será que seria esse ano?