Tiérry´s POV

Eu socorri Sophie o mais rápido que eu pude, liguei para o hospital e eles mandaram uma ambulância. Eu acompanhei Sophie até a porta da sala de cirurgia. Eu estava muito assustado, muito preocupado. Eu realmente não tinha nem pensado como seria na hora do parto... mas no momento em que ela soltou o grito foi como se eu tivesse levado uma apunhalada no peito.

Fiquei andando de um lado para o outro na sala de espera, meus pais chegaram junto com Wanda e Rodrigo e logo depois Guilherme e Olívia que já tinham uma filha de um ano, a pequena Claire que devia estar com a mãe de Olívia. Todos correram para me abraçar, Guilherme meu melhor amigo foi o que me deu mais apoio, conversou comigo durante boa parte das horas que eu esperei do parto de Sophie.

-...Tiérry, eu fiquei do mesmo jeito, você sabe disso. –eu realmente sabia, a um ano atrás eu estava o apoiando e ele desesperado- Mas quando vi Claire e Olívia bem, eu me senti o homem mais feliz desse mundo e agora veja só, estamos todos aqui e muito bem.

-Mesmo assim Guilherme, pode ser que eu não tenha essa sorte.. eu queria estar perto dela a cada momento, eu prometi isso a ela. Você me entende?

-Você está perto dela Tiérry. –disse Guilherme com um sorriso maroto- Se esqueceu que a criança que esta pra nascer lá dentro também é sua filha?

Eu sorri e o abracei

-Obrigado Guih. –eu agradeci.

-Vocês estão bem? –perguntou um médico jovem, um rapaz alto de cabelos negros penteados para trás, tinha uma pele clara e olhos verdes muito bonitos.

-Indo. –dissemos eu e Guilherme ao mesmo tempo- Ele esta preocupado com a esposa que esta dando a luz a primeira filha.

-Eu imagino como você esteja... minha esposa teimou em viajar para a Nova Zelândia mês passado grávida, eu fui totalmente contra, mas ela teimou e foi e agora, nesse exato momento, também esta dando a luz a um garotão. –ele sorriu com os olhos marejados- Estou ... eu não sei como estou, sei lá sabe? Meio... hesitante... queria eles aqui perto de mim.

Eu o fitei abismado, ele devia estar muito mais aflito que eu e ainda ali trabalhando.  Eu e ele começamos a conversar então, descobri que o nome dele era Boris McLean, ele era médico cardiologista do hospital a uns três anos e já era o mais bem recomendado do hospital. Ele era um rapaz da mesma idade que eu e Guilherme, acabamos nos tornando ótimos amigos, nós três.

-Tiérry Dark? –disse uma voz feminina na sala- Parabéns, ocorreu tudo bem. Sua filha está no quarto junto com sua esposa.

Eu sorri, foi como se a luz e a vida tivesse voltado para a minha vida. Eu abracei Guih e meu novo amigo Boris. Eles sorriram e eu corri para a enfermaria onde vi Sophie sorrindo para um bebê embrulhado numa manta cor de rosa em seus braços. Eu me aproximei cauteloso e senti o sorriso de Sophie. Ela era tão linda.

-É uma menina, é Elise. –disse Sophie olhando pra mim enquanto eu me aproximava e a beijava de lento nos lábios- Ela tem seus olhos.

Sophie então me entregou a pequena bebê, minha Elise... minha filha, uma filha, que dali a uns anos me chamaria de papai, sorriria pra mim, conversaria comigo, me pediria para contar história para dormir e tirar os monstros de baixo da cama dela, dormiria na mesma cama que eu e Sophie e depois de uns anos cresceria, namoraria, me daria netos.

Olhei Elise sorridente, ela tinha os mesmos olhos azuis que eu, a mesma pele clara e nariz e lábios finos. Mas eu sentia um pouco de Sophie nela, a pequena recém-nascida sorriu para mim e estendeu a mãozinha e eu baixei o rosto, ela me tocou e sorriu.

-Você está parecendo um daqueles pais babões que ficam só em cima das crianças. –nós rimos- Ela gostou de vocês- acrescentou Sophie

Depois de algumas horas todos tinham visto minha filha, era tão bom poder dizer aquilo, minha filha. Guilherme, Boris e eu ainda ficamos boas horas conversando sobre filhos. Boris recebeu a notícia que seu filho também tinha nascido, Kelt McLean, depois disso, apenas trocamos telefones e ele pediu licença e foi para casa.

Agora tudo estava bem.