Sophie´s POV

Abri os olhos subitamente, olhei o relógio, 3h da manhã em ponto, me levantei enjoada, já estava no meu ultimo mês de gravidez, os últimos dias na verdade. Corri até o banheiro e acendi a luz, abri a tampa do vaso e botei tudo pra fora, aquelas ultimas semanas estavam me matando, mas no final, valeria a pena. Ainda mais, quando era uma filha que eu esperava, uma filha minha e de Tiérry. Fruto do nosso amor.

Depois que eu escovei os dentes senti dois braços fortes envolvendo minha barriga enorme e lábios macios beijando meu pescoço. Olhei no espelho Tiérry sorrindo pra mim com aqueles olhos azuis magníficos, continuavam tão vivos quanto nunca.

Ele continuava o mesmo desde a época do colégio, nós continuávamos os mesmos, ainda nos amando incondicionalmente como dois adolescentes apaixonados, só que dessa vez com vinte e seis anos nós dois. Nos casamos no inicio do ultimo ano da faculdade e depois da formatura fomos para nossa lua de mel e a seis meses atrás descobri que estava grávida, uma menina que daríamos o nome da avó de Tiérry que coincidentemente era o mesmo nome da minha, Elise.

Tiérry havia se tornado o principal criador de joias da DG, empresa do seu pai de artigos de luxo. Ele havia desenhado a coleção Sophie´s, a coleção de joias mais vendidas do ano, ele também havia desenhado outras joias que haviam feito muito sucesso.

Eu tinha me formado em Arquitetura e já havia desenhado belíssimas casas e trabalhava num escritório que eu e D. Pietra, a mãe de Tiérry havíamos montado juntas. Ficava num andar de um dos prédios mais bem localizados em Copacabana.

Eu e Tiérry morávamos numa casa em Santa Tereza também, mas não a do meu pai, uma outra de três andares toda bem trabalhada em pedra e bem discreta, mas bem ampla. A Casa dos meus pais eu queria criar um orfanato para crianças que perderam os pais ainda criança como eu, ou recém nascidas como muitas outras.

-Está tudo bem meu amor? –perguntou Tiérry ainda me abraçando, eu odiava que ele me visse daquele jeito. Ele riu, alguma piadinha particular dele provavelmente.

-Melhor. –eu disse baixo, os vômitos estavam acabando com minha garganta- Mas vai passar. –eu sorri e ele me beijou levemente nos lábios e eu me afastei- Eu acabei de vomitar e você me beija Tiérry? –perguntei abismada

Ele deu de ombros como quem dizia: “O que é que tem?”

Eu apenas ri e segui para a cama, me sentei, mas antes de eu deitar, um grito irradiou o quarto. Eu olhei, quem tinha gritado tão alto de tal maneira como aquela? Foi então que eu vi Tiérry me fitando abismado e descobri quem tinha gritado.

Eu.