“Querida Cindy, hoje te escrevo porque prometi isso a você e bem, também para perguntar algumas coisas que não tive oportunidade naquele dia:

Primeiro: Cindy é seu nome mesmo ou é algum apelido?

Segundo: O que gosta de fazer à tarde? Poderíamos combinar algo para fazer.

Terceiro: Onde estuda? Nunca te vi na escola e não sei se existe outra escola por aqui.

Bem, se você tiver ido à praça e não me viu por lá é porque tive alguns problemas em casa, mas só vou lhe contar pessoalmente.

Minha mãe quer te conhecer, não sei por que, mas acho que vai ser legal isso, juro que ela não é chata. Ela te chamou para jantar qualquer dia em casa.

P.S: Espero que aceite o convite, ela cozinha bem.

Com carinho, do seu amigo, Romeo.”

Romeo ao terminar a carta ficou orgulhoso do resultado, sua caligrafia era boa, muito elogiada na escola pelas professoras e diretora. Ele dobrou o papel cuidadosamente e o colocou dentro do envelope e o fechou, colocou dentro de uma das gavetas de seu criado mudo envernizado e esperou entardecer para levar ao pequeno e humilde correio que era a poucas casas de Romeo.

[...]

Ele seguiu seu caminho chegando rapidamente no local encontrando em amigo, Matt. Eles estudavam na mesma escola e ele trabalhava junto de seu pai no correio e Romeo disse por fim:

– Olá Matt, como vai você? – Romeo perguntou sorrindo.

– Olá Romeo, eu estou ótimo e você? – Matt respondeu sorrindo mostrando uma covinha discreta em sua bochecha levemente corada.

– Estou muito bem também! – respondeu Romeo – Bem, você conhece uma garota chamada Cindy? – perguntou Romeo apreensivo.

– Ah, a garotinha de cabelos azuis claros? Se for ela conheço sim, por quê? – perguntou Matt curioso.

– Bem se você a conhece deve saber onde mora, certo? – perguntou esperançoso.

– Ora Romeo, ela que recebe as cartas em sua casa, mas porque todas essas perguntas? Estou curioso agora... – Matt disse.

– Mantenha em segredo ok? Quero enviar uma carta para ela. – Romeo disse um pouco envergonhado, mesmo não entendendo muito o por que.

– Ah, tudo bem, porque não disse logo? – Matt soltou um leve riso. – Precisa que leve quando?

– Se puder hoje seria ótimo! – Romeo exclamou contente.

– Tudo bem, levo hoje mesmo, afinal, é tão perto... Porém onde está a tal carta? – Matt perguntou.

– Está aqui! – Romeo estregou o envelope a Matt e o mesmo sorrindo colocou em sua pequena bolsa. Romeo se despediu de seu amigo e seguiu de volta pra casa.

Assim que o Romeo saiu do correio, Matt tratou de ir logo à casa de Cindy, a casa tinha um pequeno canteiro com algumas flores, bonito e simples, as paredes eram de um branco impecavelmente limpo e bem cuidado e o portão era baixo e preto, era tudo muito simples. Matt chegou rapidamente e gritou:

– Correio!!!

Cindy se assustou mais logo foi até o portão, com os cabelos soltos e um vestido branco e Matt se admirou um pouco com isso, mas logo se concentrou e disse:

– Olá Cindy! Trouxe-lhe uma correspondência especial!

Cindy olhou o envelope pressentindo que era de seu Romeo e sim, ela já o chamava assim, pelo menos em seus pensamentos. Pegou a carta e agradeceu à Matt que sorriu ao ver o belo sorriso de Cindy e se despediu, Cindy falou apenas um “obrigado” e logo entrou, passando rapidamente pela sala de estar, correndo pelas escadas e se trancando em seu quarto. Ele era um tom de lilás com alguns adesivos de parede, havia uma escrivaninha de madeira branca com alguns recortes sobre ele e um pequeno abajur lilás e branco, com detalhes em renda. Sua cama no mesmo tom de sua escrivaninha com alguns travesseiros e pelúcias. Ela sentou sobre a cama e logo abriu a carta, Cindy sorria e as vezes até ria com coisas que Romeo escreveu e pensou em como responderia e claro a altura de letra e postura com as palavras e a mesma doçura e delicadeza dele. Ela sorriu com isso e pensou em mandar um trecho de uma historia que gostava muito, “Cinderela” era o nome e sim, tinha o mesmo nome que ela e bem, Cindy deixava bem claro a diferença de “L”, afinal o de Cindy eram dois e o da historia é com um só e sempre ria com isso.

Cindy no dia seguinte se levou até a escrivaninha e lá ficou o resto da tarde e acabava rindo com as próprias palavras e ao ver o por do sol pela janeira pouco empoeirada, Cindy colocou a carta num envelope qualquer e correu escada a baixo e sem alguma satisfação ao seu pai que estava aos berros saiu porta a fora correndo em direção ao correio, esperando que Matt estivesse lá para levar a carta ao Romeo.