Ao chegar no correio Matt a recebeu com um sorriso estampado em seu rosto e logo perguntou:

- Respondeu a carta né Cindy?

- Sim Matt, e você pode entregar quando? – Cindy perguntou eufórica.

- Vou entregar agora mesmo minha cara Cindy! – Matt afirmou e Cindy lhe entregou a carta e agradeceu lhe dando um beijo na bochecha fazendo Matt corar. Cindy voltou para casa esperando pelo pior, afinal seu pai estava a ponto de ficar louco e sua mãe tinha muito medo dele. Ela foi andando até chegar próximo ao portão de casa e já escutava coisas quebrando e gritos altos de seus pais, algumas pessoas passavam por perto e olhavam curiosos e a única coisa que Cindy fazia era chorar, pois não aguentava mais isso em casa. Ela resolveu com muito custo entrar e passou pelos portões dos fundos, fazendo o mínimo de barulho possível, evitando que seu pai lhe visse e por sorte conseguiu passar pelos cômodos sem ser notada até chegar ao seu quarto, onde se trancou e se jogou sobre a cama desarrumada abraçando sua panda de pelúcia e caindo aos prantos, desejando que essas brigas acabassem um dia, e nesse desejo caiu no sono, mas sem ter sonho algum, apenas dormindo, o que era bem melhor para ela.

[...]

Depois que Cindy foi embora, Matt se aprontou logo e foi para a casa de Romeo apressando o passo, pois estava escurecendo e chegando lá bateu algumas palmas e Romeo saiu porta a fora já sorrindo, pensando na carta de Cindy.

Sem delongas, Matt entregou a carta e Romeo agradeceu, despedindo-se um do outro. Romeo entrou, subindo rapidamente a escada e no fundo escutou algo como “tome cuidado filho” e sorriu com isso. Trancou-se no quarto e tratou de abrir a carta:

“Olá Caro Romeo, lhe escrevo em resposta a sua carta e digo que a achei diferente e bem, é a primeira carta que recebo.

Resolvi responder as perguntas que tanto fez.

Não me chamo Cindy, é só um apelido que minhas tias me colocaram, me chamo Cinderella.

Gosto de fazer de tudo um pouco, mas principalmente piquenique, acho romântico.

Estudo em casa infelizmente, gostaria muito de ir pra mesma escola que você.

Bem, se algum dia meus pais deixarem adoraria jantar em sua casa e diga a sua mãe que fiquei lisonjeada com o convite e espero que possa ir logo.

Agora é a minha vez de perguntar, mas no caso será uma pergunta só: Gostaria de ser meu melhor amigo? Sinto-me muito bem ao seu lado e não queria que você se afastasse de mim, eu sei que é egoísmo de minha parte, mais se você aceitar eu seria a garotinha mais feliz desse lugar!

Agora, não sei se você gostará, mais escrevi logo a baixo uma das partes que mais gosto da minha historia favorita, que é Cinderella a final de contas.

‘Quando o relógio badalou as doze batidas e um minuto, Cinderela teve de sair correndo. Foi quando deixou um dos seus sapatinhos de cristal na escadaria. O príncipe, muito preocupado por não saber o nome da moça ou como reencontrá-la, pegou o pequeno sapatinho e saiu em sua busca no reino e em outras cidades. Muitas moças disseram ser a dona do sapatinho, mas o pé de nenhuma delas se encaixava no objeto.

Quando o príncipe bateu à porta da casa de Cinderela, a madrasta trancou a moça no sótão e deixou apenas que suas duas filhas experimentassem o sapatinho. Apesar das feiosas se esforçarem, nada do sapatinho de cristal servir. Foi quando um ajudante do príncipe viu que havia uma moça na janela do sótão da casa.

Sob as ordens do príncipe, a madrasta teve de deixar Cinderela descer. A moça então experimentou o sapatinho, mas antes mesmo que ele servisse em seus pés, o príncipe já tinha dentro do seu coração a certeza de que havia reencontrado o amor de sua vida. Cinderela e o príncipe se casaram em uma linda cerimônia, e anos depois se tornariam Rei e Rainha, famosos pelo bom coração e pelo enorme senso de justiça. Cinderela e o príncipe foram felizes para todo o sempre. ’

Gosto dessa parte mais pelo final acho lindo esse gesto do príncipe. Bem, agora termino essa carte lhe desejando um ótimo dia e que não ria tanto de mim.

Com amor, Cinderella”

E assim Romeo ao terminar de ler a carta da sua mais nova melhor amiga Cinderella sorri com a ideia de ter uma melhor amiga. Ele resolve ir até o quarto de sua mãe e mostra a carta a ela:

- Gostei da sua amiguinha Romeo! – disse sua mãe sorrindo para ele.

- Minha melhor amiga mamãe! – exclamou Romeo fazendo sua mãe soltar um leve riso e concordando com a cabeça esse fato.

- Certo, sua melhor amiga... Bem, se você quiser Romeo, eu posso ir até a casa dela e a convidar pessoalmente, o que acha? – perguntou sua mãe.

- Seria muito bom mamãe, eu realmente adoraria! – falou Romeo, abraçando sua mãe com um sorriso no rosto.

- Certo filho, agora vamos dormir que amanha você tem aula logo cedo está bem. – disse sua mãe lhe dando um beijo em sua testa e Romeo concordou, indo logo para o quarto e deitando em sua confortável cama, logo caindo no sono, sonhando com o sorriso encantador de Cinderella e como responderia a sua pergunta.

[...]

Cinderella ainda dormindo acabou acordando com os gritos de seu pai que logo seguiu para o quarto dela, tentando abrir a porta sem sucesso. Seu pai começou a bater na porta e gritando para que Cindy a abrisse, porém, ela estava com medo de seu pai fazer algo e não se levantou, apenas pegou seu cobertor e seu ursinho, tentando não pensar naquela situação deplorável e querendo que aquele barulho todo parasse. Sua mãe começou a gritar também, tentando apenas faze-lo para com aquilo, pois ela queria proteger sua filha dele, demorando muito para que ele parasse tranquilizando um pouco Cinderella, que agora chorava muito querendo que Romeo estivesse ao seu lado naquele momento, lhe protegendo de todos os pensamentos e a abraçando forte. Com muito custo ela conseguiu dormir novamente, mas agora sonhando com o dia que visse Romeo novamente, sem saber o que o futuro lhe guardava.