Romeo após voltar da escola ficou ansioso e um tanto afobado para voltar à praça e ver a adorável Cindy novamente.

Sua mãe preparou um almoço simples, porém para Romeo era a melhor comida do mundo, era um arroz branco que ao colocar no prato ainda subia o vapor com um odor muito agradável. Bem, a carne era assada, dourada e com um sabor fantástico, o famoso “segredo da mamãe”. Ele comeu rápido e logo subiu para seu quarto, em tons de azul e branco, moveis em madeira envernizada e uma pequena prateleira com uma caixa e alguns livros. Dentro da caixa havia cartas de seu pai, ele era militar e pouco voltava pra casa e, porém mantendo algum contado com seu filho. Romeo trocou de roupas colocando apenas um tênis velho, uma bermuda simples e uma camiseta cinza, afinal ele iria brincar e poderia se sujar. Ele pensava na Cindy, porém ele não sabia o nome dela e estava decidido a descobrir.

Ele desceu as escadas pulando degraus e sorrindo largamente, abraçou sua mãe e logo saiu porta a fora, correndo em direção a praça, procurando pela garota e logo a encontrou. Ele parou e tomou um tanto de coragem e seguiu o caminho até ela. Cindy estava encostada numa arvore antiga e grande, ela estava com os joelhos juntos ao corpo os abraçando e apoiando a cabeça neles, seus cabelos estavam soltos e caídos sobre o corpo, Romeo achou tão estranho o jeito dela e ao se aproximar da garota se ouvia um choro triste e doído que fez o coração de Romeo doer. Ele agachou ao lado de Cindy e timidamente perguntou:

- O que houve com você? – Romeo colocou a mão sobre seu ombro, Cindy a olhou simplória, com o rosto inchado e quase vermelho, ela tentava falar até que ele viu um corte em sua delicada bochecha ainda saindo um pouco de sangue. Cindy conseguiu falar apenas uma coisa:

- Me ajuda... – Cindy abraçou Romeo com força, como se precisasse daquilo naquele momento, ele por sua vez a segurou com força, fazendo um leve carinho em suas costas, se perguntando o que tinha acontecido.

Nesse momento Romeo estava confuso, até pensando no pior problema possível até que separou os corpos e a olhou pedindo alguma resposta, até que Cindy limpou o rosto avermelhado e tímido e finalmente pronunciou poucas e baixas palavras:

- Olá... Romeo né? – soltou um meio sorriso triste.

- Isso mesmo, mas como sabe meu nome? – Romeo olhou intrigado.

- Vem, sua pulseira, tem seu nome escrito! – Cindy disse sorrindo, tentando melhorar a expressão do rosto.

- Ah sim, meu pai que deu, eu tinha uns cinco anos. – Ele respondeu e Cindy percebeu que Romeo falou num tom mais abalado.

- Bem, me chamo Cindy antes que pergunte – disse rindo – E aconteceu algo com seu pai? – perguntou.

- Outro dia eu conto pode ser Cindy? – Romeo disse por fim e ela concordou balançando a cabeça positivamente.

Romeo a olhava curioso querendo saber mais dela e porque estava chorando naquele momento e resolveu tocar o rosto de Cindy, onde se encontrava aquele corte não muito profundo e já não sangrava mais e ela me olhou piedosa e logo abaixou a cabeça.

- O que aconteceu em seu rosto? – Romeo perguntou cuidadoso.

- Problemas em casa, vou contar quando quiser falar sobre seu pai, tudo bem? – Cindy sorria e Romeo concordou sorrindo.

Eles conversaram naquela tarde sobre todos os tipos de coisas e Romeo sempre notava como o sorriso de Cindy era encantador e ainda por cima sincero e ela por sua vez notava o olhar de Romeo, que era charmoso e doce de uma cor cintilante, um azul céu, fazendo Cindy fixar seu olhar no dele, ele percebeu e acabou desviando o olhar para uma direção qualquer e ela ficou envergonhada.

- Desculpa Romeo, eu estava tentando descobrir a cor de seus olhos, que são bonitos por falar nisso... – Cindy abaixou o rosto com um meio sorriso nos lábios rosados e bochechas coradas.

- Ah, tudo bem Cindy e bem, gostei de seus olhos também, nunca vi parecidos... – Romeo disse sorrindo fazendo Cinderella levantar o rosto sorrindo.

Ao longe Cindy viu seu pai e sua expressão não estava a das melhores.

- Romeo, meu pai esta vindo pra cá e não seria bom se você ficasse aqui, serio, ele não é muito legal...

- Bem, onde você mora? Vou te mandar uma coisa, uma carta... Gosta de escrever? – Romeo perguntou.

- Eu moro na ultima casa daquela rua! – disse ela apontando para a rua – E adoraria receber uma carta sua, mas cuidado com meu pai, por favor. – Cindy falou apreensiva e Romeo concordou com a cabeça. Ela levantou e apenas acenou despedindo-se dele e ele por sua vez pensava em como escreveria a carta dela e por fim levantou e seguiu o caminho de casa.

Romeo chegou em casa e cumprimentou sua mãe, que estava fazendo um pequeno jantar, mas que cheirava muito bem, ele subiu para seu quarto e logo foi tomar banho, tranquilo porem pouco demorado, quando terminou se trocou rapidamente e desceu para a sala de jantar, se sentando apenas para esperar sua mãe, que não demorou muito e apareceu logo com o jantar em mãos, os colocando na mesa. Eles fizeram as preces e quando começaram a jantar sua mãe perguntou:

- Como foi à tarde filho? Brincou muito? – ela perguntou sorrindo.

 - Ah mãe, brinquei pouco hoje, fiquei mais conversando com uma amiga nova! – Romeo disse colocando um pedaço de carne na boca.

- Fez amizade com uma garotinha filho? E como ela é? – perguntou curiosa.

- Fiz sim mãe, ela é legal, o nome dela é Cindy. Ela tem o cabelo azul bem clarinho e os olhos cor de mel, acho que dois anos mais nova que eu! – respondeu sorrindo.

- Bem, porque não a chama pra jantar amanha? Gostaria de conhecê-la... – perguntou olhando pra ele.

- Ah, acho que o pai dela não vai gostar, ele não parece tão legal como ela...

- Se ela quiser vir jantar em casa será bem vinda! – Ela disse sorrindo e por fim terminando o jantar.

Romeo saiu da mesa e subiu para o quarto, escovou os dentes e logo foi deitar, tentando imaginar como seria o dia de amanha e como escreveria a carta destinada a Cindy e porque havia gostado tanto dela, mesmo tendo conhecido num momento não muito oportuno. Ele caiu no sono e sonhou com Cindy. Ele sorria enquanto dormia, o que tornava aquilo tudo muito bom.