Once Upon a Time escrita por Susan Salvatore


Capítulo 21
Quando cai um Original


Notas iniciais do capítulo

Ok, não me matem e eu prometo atualizar o mais rápido possível *-*



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Eu não perderia aquela chance. Nossa última chance. Em algum lugar na minha cabeça, o pensamento de que ela morreria de novo por nós veio e se foi; prioridades. Meus irmãos e eu tivemos o mesmo pensamento. Em menos de uma fração de segundo, Rebekah segurou Tatia, enquanto Klaus avançava para seu pescoço. Elijah e eu bloqueamos o caminho de Mikael, tornando impossível para ele ir até a maldita.

– Afaste-se, Elena! – gritei, enquanto fazia força para segurar meu pai. Ela obedeceu prontamente, momentaneamente perturbada com a própria audácia.

Klaus agora destruía o pescoço de Tatia a base de mordidas. Quando todo seu sangue se foi, ouvimos um rugido. Ele estava se transformando; ouvimos cada estalar de ossos, cada urro de delírio que ele deu. Mikael tentou se desvencilhar de nós, mas já era muito tarde. Quando o corpo sem vida de Tatia tombou no chão, Klaus livrou-se da maldição que o prendia.

Em algum lugar de mim, pensei se poderia sentir pena dela. Afastei esse pensamento. Qualquer amor que sentisse por aquela mulher morrera muito antes dela. Ao contrário, o único pensamento que passou por mim foi: menos um. Tatia era apenas uma inimiga, mais um dos que fizera da minha vida um inferno. Não me importando se isso era perverso ou não, sorri quando vi o brilho de seus olhos sumir. Minha única preocupação era Elena, perto de mais daquela nova criatura que surgia.

Não havia tempo para comemorar.

Agora um enorme, absolutamente enorme, lobo preto nos olhava com prazer assassino nos olhos. Mikael gritou e, pela primeira vez, foi de medo. Retirando força de sabe-se lá onde, ele nos empurrou e partiu para cima de Klaus. Mas já era tarde de mais para ele. Agora tinha um poderoso híbrido e três originais para enfrentá-lo. Não havia chance alguma.

Mesmo assim, ele ainda era forte. Custava muito sequer aproximar dele; tentava arrancar qualquer membro que estivesse ao seu alcance. Em uma dessas vezes, meu dedo indicador foi arrancado; porém, o recuperei rapidamente. Bênçãos de ser imortal.

– Seus demônios! – gritou Mikael, num rugido que me fez estremecer – Eu vou matar todos! Todos!

– Terá que esperar até chegarmos ao inferno, papai – disse Rebekah, e nosso pai se voltou para ela. Tinha sido a única de nós com quem ele tivera clemência, sua filha favorita. Percebi que ele esperava a mesma misericórdia da parte dela.

Por um momento, Mikael pareceu traído, e todos nós hesitamos. Ah, maldito erro. Antes que sequer pudéssemos raciocinar, ele atacou. Atacou Elena.

Era como se eu estivesse preso numa maldita câmera lenta. Vi-me caminhando lentamente até eles, vi quando Mikael deu um tapa no rosto dela, arrancando sangue de seus lábios perfeitos. Ouvi-a gemer de dor e de surpresa. Vi quando ele sorriu para mim, apertando o pescoço dela, levantando-a do chão.

E vi quando ela cravou seu punhal de carvalho branco no coração dele.

...

Silêncio.

Não sei por quanto tempo ficamos assim.

Fora tudo muito rápido para parecer certo.

Nada na sala sequer respirou. Até Elena vir ofegante para meus braços. Chorava profusamente.

– Eu não... Não... Desculpe... Não queria matá-lo - gaguejava, entre soluços. Ela estava mesmo se desculpando por matar o homem que me fizera sofrer durante séculos. Qual o problema dela?

A alma dela, seu estúpido! disse aquela voz na minha cabeça. Oh, não, a primeira morte. Aquilo mudava as pessoas, trazia escuridão. E minha Elena definitivamente não precisava disso.

– Está tudo bem - sussurrei, afagando seus cabelos.

Klaus agora voltara para sua forma humana. E estava nu. Argh, aquela era uma visão que eu não precisava ter.

– Como essa mísera humana conseguiu abatê-lo? - perguntou, indignado.

– Ela é minha humana - rosnei.

Minha pequena heroína; ela me livrara de uma verdadeira maldição. Sempre me salvou e agora podíamos partilhar uma vida de felicidade juntos, longe de todo aquele inferno. Eu a levaria para algum lugar seguro e protegido, onde nenhum tipo de sobrenatural pudesse encontrá-la. Além de mim, quero dizer.

– Hm, gente, o punhal não está no c... - ia dizendo Rebekah, antes do corpo no chão enfiar a mão em seu coração e o arrancar.

Uma risada macabra preencheu o ar; tornando-se cada vez mais histérica.

– Ela errou! - ria Mikael - A humana burra mal sabe onde fica um coração!

Passando Elena para trás de mim, rosnei novamente, enquanto Mikael atacava, parecendo ter forças renovadas. Klaus tentava se transformar, mas os socos que recebia tornavam tudo mais difícil.

Elijah se colocou na minha frente.

– Fuja! Leve-a para longe. Vou distraí-lo - disse, soando desesperado.

– Não - respondi - Não vou abandonar você.

– Não seja imbecil, Kol!

– É exatamente o que eu estou tentando fazer.

– E a menina? - gritou ele, tentando me convencer. Inutilmente. Elijah se provara ser um irmão de verdade, alguém nobre. Não iria abandoná-lo. Mesmo se eu caísse por isso. Se, no pior dos casos, eu tivesse que me sacrificar para dar uma chance a Elena, ótimo, eu faria. Eu, não Elijah.

– Ela sobreviverá - disse, por fim.

Mikael veio. Nós lutamos contra ele com toda a nossa força. Até consegui dar um soco na sua cara, tendo o prazer de ver um dente voar para longe. Velho desdentado, pensei, rindo internamente.

– Diga-me, Elijah - disse ele - Você que se acha tão digno. Se tivesse que escolher entre Klaus e Kol, quem salvaria?

Assim que disse isso, cravou seus dedos em meu coração. Elena soltou um arquejo atrás de mim. Ah, ele me torturava. Rodopiava seus dedos lentamente, arrancando pedaços aleatórios de tecido enquanto fazia isso. A dor, latente, fez minhas pernas fraquejarem.

Na outra mão, Mikael fazia o mesmo com o coração de Klaus. Esse, bruto e estúpido como era, contorcia-se freneticamente, fazendo com que o processo fosse ainda mais doloroso. Elijah nos olhou com sofrimento. Dúvidas e medos passaram-se nos seus olhos. Olhando para mim, tentando dizer alguma coisa que eu não pude entender devido à dor, ele deu um passo mais perto de Klaus.

– Que pena - disse nosso pai, largando-me e pegando do bolso uma longa estaca de carvalho branco.

Então o que Elijah tentava dizer acendeu em minha mente. Klaus era um híbrido agora. Sua parte lobisomem só seria morta se arrancassem seu coração, não o perfurando. Mesmo que doesse como o inferno, aquilo não o mataria. Por isso ele o escolhera, fazendo com que Mikael quisesse mais ainda tentar matá-lo. Deixando-me livre para agir.

Então eu agi.

Quebrando o braço de Mikael, arranquei a estaca e a enfiei toda em seu coração.

– Descanse em paz - disse, verdadeiramente, antes de dar mais um golpe. Só para confirmar.

Afastando Klaus rapidamente do cadáver, Elijah gritou para que eu fizesse o mesmo. Como um último golpe, Mikael pegou fogo, sem um único grito, fazendo com que cinzas de carvalho branco se espalhassem por todo o lugar.

...

Enquanto o corpo de Mikael se consumia, abracei Elena, desviando seu olhar das chamas. Perguntei-me o que ela estava pensando de mim. Tirar uma vida sempre fora o pior dos pecados para ela; principalmente quando pensa que isso aconteceu por sua culpa.

– Estou feliz que esteja bem - disse, afagando minhas costas.

Surpreendi-me mais uma vez com esta simples humana. Não, não havia nada de simples em Elena. Ela era... Magnífica. Pensei se seria muito clichê passar a acreditar em almas gêmeas.

Quando Elijah colocou o coração de Rebekah no lugar e, com lágrimas nos olhos, abraçou a irmã, entendi que finalmente nossa luta acabara. Finalmente, poderíamos ser felizes. Quer dizer, assim que Klaus colocasse uma roupa.

– Vem - falei - Vamos embora de uma vez.

Ela sorriu, pegando minha mão, e meu coração se aqueceu com o amor que sentia por mim. Finalmente felicidade.

Talvez por culpa da crescente alegria que se instalava ali - arrancando até uma risada de Klaus - não tínhamos ouvido o abafado barulho que se fazia cada vez mais alto. Não, só percebemos quando um barulho ensurdecedor atingiu o local.

Esse local era o coração de Elena.

– Isso é por ter matado meu pai - disse Finn, com uma arma na mão. Antes que eu pudesse sequer ofegar, ele deu mais cinco tiros... O último atravessando a testa de Elena.

Não pensei em ir atrás dele, não pensei em gritar, não pensei sequer na dor que tentava me derrubar. Não pensei no barulho da transformação de Klaus e nem nos últimos gracejos de Finn antes de alguém ali matá-lo, muito menos pensei nos passos hesitantes que vinham me consolar.

Não.

Tudo que eu pude fazer foi amparar Elena que já caíra sem vida no meu colo. Um último sorriso, como um consolo para mim, ainda permanecia em seu rosto.


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