Once Upon a Time escrita por Susan Salvatore


Capítulo 13
A caçada está no sangue - parte dois




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/321546/chapter/13

Estávamos parados numa lanchonete de beira de estrada, esperando Elena terminar de comer suas porcarias.

– Então... – disse ela, enquanto engolia algumas gramas de gordura – Como vamos achar o Klaus? Ele não parece ser um desafio nada fácil.

– De fato, eu sei exatamente onde ele está – respondeu Elijah – Só que ele não vai acreditar se eu só aparecer lá, do nada. Primeiro, tenho que levar algo para oferecer a ele... Você.

– Epa – resmunguei.

– Ele precisa ver que ela é humana primeiro, Kol. Só depois, quando ele estará tão concentrado no plano pra não reparar na diferença básica, podemos substituí-la pela Katerina.

– E por que ela ia aceitar isso?

– Prometi a ela proteção... Katerina confia nisto.

– E como a achamos?

– Daqui uma hora, ela aparecerá.

Dito e feito.

Quando Katherine apareceu, um misto de fúria e nostalgia surgiu na minha cabeça. Ela sempre fora irritante e quase matara Elena! Como eu podia esperar que ajudasse a salvar a vida da minha garota? Era pedir pra dar errado.

E, no entanto, era nossa única chance. Está na hora de parar de agir por impulso e ser realista, pensei comigo. Se aquela vagabunda era a solução para acabar de vez com aquela maluquice do Klaus, que seja. Mas, Deus me ajude, se ela sequer tocar em Elena...

Elena essa que estava absolutamente em choque.

– Você está bem? – sussurrei em seu ouvido

– Como pode? Nem gêmeas seriam tão parecidas!

– Por dentro vocês são absolutamente opostas. Katherine é odiosa e adora envenenar as pessoas à sua volta. Não confie nela... Droga, sequer fale com ela, entendido?

– Sim, senhor – ela falou, revirando os olhos.

– Elena, é sério! Katherine também pode usar a compulsão, não se esqueça disso.

– Você parece uma velha fofocando – falou a bruxa.

E assim começamos a parte mais detestável de nosso plano. O convívio com duas doppelgangers, uma que eu amava e a outra eu odiava – pelo menos agora.

...

– Você entendeu bem, Kath? – perguntou meu irmão, após explicar o plano.

– Sim, sim. Coisinha arriscada, não?

– Garantir a sua liberdade também.

– Tá, está bem. Mas se alguma coisa começar a sair do combinado, um dedinho que seja...

– Você vai ficar bem quietinha – ameacei – A não ser que queria fazer isso com uma estaca no coração.

– Sério, essa Elena vale isso tudo?

– Vale mais do que você – falei, indo pro quarto em que Elena e eu estávamos hospedados.

Encontrei-a olhando-se no espelho, parecendo deprimida.

– O que há, anjo?

– Me pergunto se eu posso me tornar como aquela vaca estúpida um dia. Sabe... Quando for vampira.

Fiquei calado por uns dez minutos.

– Você quer isso?

– Eu quero você, para sempre. E, admito, não ser tão quebrável é uma vantagem – falou ela, sorrindo.

– Mas você teria que viver de sangue, querida, e eu sei o quanto isso te repugna.

– Você consegue. E eu não sou em nada melhor do que você. Eu consiguirei.

– Vamos pensar nisso depois, tudo bem? – falei, abraçando-a – E você não é em nada igual à aquela idiota, luz do sol.

– Luz do sol? – perguntou ela, segurando o riso.

– Que foi? Um homem não pode ser meloso às vezes?

– Não se ele for o Kol.

– Seu Kol – respondi, piscando o olho.

Aquele pequeno pedaço de paraíso era tudo o que eu tinha. Enquanto Elena risse e se aconchegasse em meu peito, tudo estaria bem. E daí que eu tivesse que lutar com o louco do meu irmão? Nada seria obstáculo para garantir a felicidade dela. E essa, bem, era comigo.

Uma garota tinha mesmo que amar um cara para enfrentar tudo isso.

Quando ela adormeceu, saí para falar com a não tão agradável “Elena”.

– O que resolveram? – perguntei, entrando no quarto de repente.

Jesus, Elijah estava beijando a Katherine. Eca. Caralho, não é legal ver seu irmão pegando alguém.

– Argh, Deus, parem com isso.

– Veio atrás de um ménage, querido? – perguntou ela, saindo do abraço de Elijah.

– Incrível como só sai merda da sua boca – respondi, observando meu irmão ficar magoado com a frase dela. JESUS! Elijah gostava dela? Eca.

– Ah, não me diga que veio falar daquele plano chato de novo? – falou ela, se aproximando.

– Sai de perto.

– Tem certeza? Lembra daquela vez? Foi divertido.

Ah, não. Ela realmente me fez lembrar disso?

Há mais de 500 anos, certa vez, Niklaus estava recebendo alguns convidados em sua casa. Eu tinha bebido demais e saíra sugando mais pessoas do que devia. Uma delas, a Katherine. Sabia que ela e Elijah estavam em algum tipo de rolo e isso só me vez quere-la, esquecendo por um momento de sua personalidade. Quando me satisfiz, Katherine lambeu o sangue de meus lábios e foi bem nesse momento que Elijah entrou. Imediatamente, ela o fez acreditar que eu a havia compelido. Deus, demorou mais de dois séculos para fazê-lo confiar em mim de novo. E eu podia jurar que finalmente meu irmão tinha aprendido a lição.

Pelo visto, não.

– Por que os anos só te tornam mais vadia? – perguntei, suavemente.

– Você vai se arrepender pela ofensa – respondeu ela, ainda mais suave.

Antes que eu pudesse impedir, ela correu até o quarto de Elena. Uma fração de segundo se passou antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo. Maldita, pensei e fui atrás dela.

Quando entrei e torci seu braço nas suas costas, o estrago já estava feito.

– O que você disse a ela, sua imbecil? – vociferei.

– Pra odiar você... E foder seu irmão.

Não, não, não, não. Droga, como ia concertar isso? É complicado contradizer uma compulsão.

Elena deu alguns passos a frente. E esbofeteou a cara da Katherine.

– Desculpe querida. Não entendo a língua das piranhas – falou, dando outro tapa.

O que eu não daria pra que alguém tivesse gravado isso. Katherine bufou e saiu do quarto, e enquanto eu ria descontroladamente, Elijah – como sempre – foi mais esperto.

– Como você conseguiu ignorar a compulsão? – perguntou a Elena

– Não faço idéia.

– Hm, você andou tomando algum chá ultimamente? Alo bem diferente? Com um gosto doce e cítrico?

– Sim, mas como voc...

– Ah, querida, ele conhece bem essa erva – disse uma voz com sotaque.

Virei-me. Uma bela garota loira estava encostada no batente da porta, observando a cena toda com um tédio explícito na cara.

– Bekah! – gritou Elena, indo abraçá-la. A garota retribuiu o abraço com ternura.

– Mas... Mas... – gaguejei

– Sim, irmãozinho, eu protejo sua namorada melhor do que você.

...

Uma hora depois, fiquei sabendo dos mínimos detalhes da vida de minha irmã. Desde seu namorado humano, um jogador de futebol chamado Matt, até seu encontro com Elena. Ela imaginara que logo a menina estaria em perigo, e por isso começou a protegê-la.

– Qual seu interesse nisso? – perguntei, desconfiado.

– Nossa família já estragou muitas vidas de garotas inocentes. Resolvi que não ia deixar acontecer de novo. Eu sei, pode me chamar de fada madrinha.

Aham, tá. Rebekah, a heroína?

– Chega de explicações. Como vocês não são nada sutis, já sei de todo o plano pra pegar o Nik. Pois bem. Participarei. É óbvio que minha ajuda é bem vinda – falou, presunçosa.

E ela tinha razão. Para uma garota mimada, minha irmã era uma tremenda caçadora. Uma chata também, mas isso não vem ao caso.

– Seja bem vida ao time, maninha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Once Upon a Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.