Padrinhos escrita por Nana Roal


Capítulo 4
Instinto de competição!


Notas iniciais do capítulo

Olá! :)

Primeiramente quero agradecer a galera que está acompanhando a FIC!

Obrigada mesmo! o/

Esse capítulo demorou um pouco mais, mil perdões! hehehe

Espero que gostem!

Ps: Não betado, qualquer erro, por favor me avisem! :)

Vamos ao capítulos!



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Eu acho que me esqueci de dizer que não tenho a mínima ideia do que fazer em relação a despedida de solteiro de Sasuke e tenho certeza que Itachi também não sabe, pois estamos tentando ter um ideia a mais ou menos uma hora e nada. Fizemos planos em guardanapos, pedimos a opinião do garçom, da adolescente bem humorada que trabalhava no caixa e de uma senhora que se ofereceu para ajudar ao ver nosso desespero.

Realmente formamos uma estranha dupla que atrai situações estranhas...

– Você sabe qual foi a despedida de solteiro do Naruto? - O moreno estava com uma expressão entediada e mastigava sem vontade uma batata frita.

Tenho que admitir que sua presença é marcante quando ele esta em sua postura séria e elegante, mas ele fica um charme quando faz essa expressão de tédio total, parecendo que tudo ao redor é insuficiente para atrair sua atenção.

– Sakura? Você ouviu minha pergunta? - Ele passou a mão em frente ao meu rosto.

Já perdi as contas de quantas vezes fiquei distraída enquanto reparava em cada gesto e traço dele. Eu estou ferrada, muito ferrada. Obrigada por perguntar.

– Kurama organizou uma viagem com os amigos mais próximos do casal, fomos viajar quinze dias antes da cerimonia e passamos um final de semana em um cruzeiro. - Sorri como se não estivesse até pouco, tempo com cara de boba.

– Eu só cheguei na véspera do casamento do Naruto, por isso nem fiquei sabendo. - Ele levantou o canto dos lábios, acho que foi uma quase careta. - Deve ter sido divertido.

– E foi, todos aproveitaram bastante! - Não consegui evitar o tom empolgado, Kurama realmente tinha caprichado na despedida de solteiro do irmão mais novo.

Itachi soltou um resmungo e se empertigou.

– E como vou superar um cruzeiro? Não podemos fazer o básico: colocar todo macho que o Sasuke conhece dentro de um bar e fazê-los beberem, enquanto assistem ao show de uma stripper?

– Você acha que Sasuke vai realmente gostar disso? O rabugento do Sasuke? - Soltei uma risada sarcástica. - Ele odeia tudo que os outros consideram normal.

– Porque comigo? - Massageando as têmporas. Ele realmente parecia ter esgotado as próprias ideias.

Ficamos algum tempo nos encarando em silêncio, até que vejo Itachi arregalar os olhos e dar um sorriso, encarando um ponto fixo a minhas costas. Sem entender olho para trás me deparando com um grupo de jovens, eles têm partes dos cabelos sujos de tinta, mas gargalham alto comentando sobre paintball.

– O que você acha? Não será algo tipicamente normal, depois poderíamos nos reunir e fazer uma pequena comemoração no apartamento do Sasuke! - Ele se inclina em minha direção, como se estivesse preparado para argumentar contra minha possível objeção.

– Quantos anos você tem? - Arqueio uma sobrancelha e dou um sorrisinho de deboche. A convivência com Sasuke pode causar isso nas pessoas.

– Eu tenho trinta e três, mas o que minha idade tem a ver com isso? - O sorriso zombeteiro dele superou e muito o meu. - Se sente velha para esse tipo de coisa?

– É claro que não! - A minha voz soou mais irritada do que eu gostaria. - Mas não acha um tanto ridículo um bando de adultos brincando de atirar tinta uns nos outros?

– Você convive com meu irmão há bastante tempo, certo? - Assenti. - Se fosse para citar algo que marcou muito a vida de solteiro dele, o que você usaria com referência?

Fico em silêncio, buscando na memória a informação que Itachi quer: Sasuke sempre foi fechado, muito apegado a família e aos amigos, não gosta de lugares cheios, é muito determinado em seus objetivos e dificilmente age por impulso. A não ser que fosse desafiado por Naruto, os dois viviam competindo entre si, eram rivais declarados e tudo era motivo para ver qual dos dois era melhor.

Isso aconteceu de forma recorrente durante muito tempo, com certeza essa rivalidade é o que melhor representa a vida de solteiro de Sasuke. A maioria das histórias que ele tem para contar envolvem Naruto o desafiando ou sendo desafiado por ele, muitas vezes eles se metiam em grandes problemas e acabavam me arrastando junto.

– A rivalidade entre Sasuke e Naruto é a referencia que eu usaria. - Começo a me empolgar, acho que a sugestão de Itachi não seria tão ruim assim.

– Aquele dois são assim desde que me lembro, pelo que sei isso diminuiu bastante depois que Naruto se casou e tenho certeza que vai diminuir mais ainda. Eles não terão mais tempo para competições bobas. - Ele abriu um sorriso, que deixou seu rosto ainda mais bonito. - Vamos marcar o fim dessa fase em grande estilo! Eles vão se divertir fazendo o que sabem fazer melhor: competir entre si.

– Agora eu estou começando a entender porque o chamam de gênio. - Sorri.

Ainda ficamos um tempo conversando na lanchonete, mas depois vamos para meu apartamento, onde passamos grande parte do dia pesquisando sobre o esporte, lemos as regras de segurança, comparamos preços e entramos em contado com algumas empresas para saber como poderíamos realizar nosso evento.

A cada nova informação eu ficava mais empolgada com a ideia de Itachi, ainda não sabíamos se os outros iriam aceitar, afinal estávamos planejando um evento que envolvesse ambos os noivos, o que tiraria de cena os tradicionais “chás”.

Depois de um tempo preparei um lanche, sentamos no tapete da sala, diante do meu notebook e ficamos assistindo a alguns vídeos de batalhas, riamos com os micos dos competidores e vale dizer que até me assustei algumas vezes diante do instinto de competição de algumas pessoas. Com certeza todos iriam se divertir muito...

– Nossa já são três da manhã! – Ao escutar a voz de Itachi, olho para o relógio que fica na parede da minha sala e me espanto.

– Nem vi o tempo passar.

Eu me viro para o visitante sorrindo, mas meu sorriso congela quando percebo o quão próximo ele esta de mim. Nossos narizes quase se encostam, posso sentir a respiração cadenciada tocar suavemente em meu rosto, não consigo me afastar. Algo no olhar de Itachi não permite, pelo contrário, parece atrair-me. Ele se inclina para mais perto e passa suavemente os dedos em meu rosto.

– Sakura... - O sussurro me traz de volta a realidade e eu rapidamente me afasto, sem conseguir encará-lo.

– Você pode dormir aqui, já que está tarde. - Me levanto recolhendo o que havia sobrado do lanche e os utensílios que havíamos utilizado. - Já trago os lençóis e um travesseiro para você.

Ele permanece em silêncio, mesmo sem olhá-lo, tenho certeza que ele me encara fixamente. Vou em direção a cozinha deixo o que havia recolhido sobre a pia, depois sigo para o quarto pego tudo que ele iria precisar para se acomodar e volto para sala. Itachi ainda estava sentado sobre o tapete e encarava indiferentemente a televisão desligada.

– Aqui está. - Coloco os objetos sobre o sofá. - Boa noite.

– Sakura! - Ele me puxa, me fazendo encará-lo. - Desculpe se eu a ofendi.

– Não ofendeu. - Forcei um sorriso, ainda sem conseguir fitar seus olhos, na verdade mantinha-me olhando um ponto fixo sobre seu ombro. - Estou muito cansada, Itachi. É melhor conversarmos amanhã.

– Eu não quero que você tenha uma ideia errada sobre mim e que fique esse clima desconfortável entre nós. - Tocou meu queixo e finalmente voltei a fitar seus olhos negros. - Sei que estamos convivendo há pouquíssimo tempo, mas eu gosto de sua companhia.

Solto um suspiro, liberando toda a tensão que estava prestes a me sufocar, posso escutar meu coração batendo acelerado e sentir o suor nas palmas das mãos. No entanto eu pareço ser a única inquieta, pois os olhos de Itachi só transmitem calma e sinceridade. Essa calma inabalável dele é admirável, nada parece conseguir surpreendê-lo ou irritá-lo e talvez seja isso que o torna especial, essa segurança que ele passa. A serenidade de Itachi permaneceu intacta até nessa situação, que eu considero muito constrangedora.

– Tudo bem, tudo bem. Eu acho que exagerei um pouco também, não somos mais crianças, não é? Coisas assim podem acontecer. - Não, não podem! Quase beijar o irmão do homem por quem você tem um “carinho extra” desde sempre, não pode acontecer!

– Eu não deveria ter me deixado levar, você não está no seu melhor momento e eu quase me aproveitei disso. – Se aproveitar? O que ele pensa que eu sou? Uma virgem inocente e indefesa?

Ele tinha o estranho poder de me fazer mudar de humor em poucos minutos! Deveria ser premiado por isso!

Irritada, não penso duas vezes, o seguro pelo colarinho e puxo em minha direção, tomo seus lábios nos meus e inicio um beijo. Itachi solta meu punho e me segura pela cintura, enquanto eu passo meus braços por seu pescoço e acaricio seus cabelos e nuca. O beijo torna-se cada vez mais intenso, não consigo raciocinar direito, os meus sentidos estão voltados para ele: seu gosto, seu cheiro, o som de sua respiração descompassada e seus toques. O ar falta e lentamente nós nos separamos.

Itachi me encara surpreso, eu dou um sorriso de lado, finalmente aquela irritante serenidade foi abalada. Espera! Eu... Eu... O beijei! Por tudo que é mais sagrado, como eu pude fazer uma coisa dessas? O que eu tenho na cabeça? Eu o beijei!

Transtornada, eu o empurro. Tenho certeza que estou vermelha, não sei se de vergonha ou raiva por ter feito algo tão estúpido. A expressão calma de Itachi volta, já o meu rosto, provavelmente, está mostrando claramente meu nervosismo. Sempre fui uma pessoa muito expressiva.

– Sakura...

– Estou cansada, até amanhã Itachi.

Saio da sala rapidamente, o Uchiha ainda me chama algumas vezes, mas não dou atenção, me tranco no quarto e me jogo sobre a cama.

Não quero mais ficar perto dele, não por hoje. Não quero mais sentir e fazer essas coisas estranhas, não quero ficar esquecendo de que, na realidade, estou fazendo os preparativos do casamento do homem por quem sou apaixonada! Itachi irá partir depois do casamento, então toda a realidade cairá sobre mim de uma só vez e eu não terei mais a segurança que ele passa para voltar a me sentir bem.

O mês dos preparativos é a única forma que terei para me reerguer sozinha, me chocando com essa realidade e vivenciando-a desse jeito, eu irei conseguir aprender a aceitar o fim daquilo que só existiu na minha imaginação. Mas para isso, não posso mais permitir essa aproximação de Itachi.


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Notas finais do capítulo

Eaí? O que acharam?

Bom? Ruim?

A Sakura é meio louca?

Review?

Até mais! o/