Uruguai estava calmamente tomando seu mate com Paraguai na casa deste, quando seu celular começou a tocar. Paraguai ergueu uma sobrancelha quando seu irmão não fez nenhum movimento para atender, supostamente ocupado em saborear a bebida quente.

- Uruguai?

O país loiro de óculos olhou curioso para ele.

- Você não vai atender?

- Se for importante.

- Você só vai saber isso se atender.

- Esse toque significa que é da casa do Brasil. Quantas vezes já tocou?

- Três. - Respondeu Paraguai franzindo a testa. Brasil normalmente não ligava de sua casa, mas sim de seu celular.

Após o quinto toque, a musiquinha parou. “Curioso” pensou o país moreno, ajeitando a faixa que tinha na testa, “Brasil geralmente fica na linha até que alguém atenda”. Esse costume de seu vizinho sempre o irritava.

Interessantemente, Uruguai pegou o celular assim que ele parou de tocar. Quase imediatamente após essa ação, o celular voltou a chamar. Exatamente no primeiro toque, Uruguai atendeu.

- Hola, mi hermosa.

Paraguai olhou-o confuso. Hermosa? Que ele soubesse Brasil não era uma mulher, apesar de que, com o traje de carnaval que ele tinha mostrado uma vez ao paraguaio, este não se surpreenderia se ele fosse um travesti. Porém a frase que o uruguaio proferiu em seguida destruiu sua teoria.

- O quê? Argentina? Si. No. Si, si; Ana se acalme, por favor. Gracias.

Hã? Ana? Esse não era um nome totalmente desconhecido. Um dia ele acabara vendo a agenda telefônica de Uruguai, e tinha uma Ana lá. Quando questionara o loiro, esse dissera que era alguém que ele conhecia, e arrancara a lista da mão paraguaia. Por essa ação, e pelo vermelho que ele ficara, Paraguai não duvidava que ela fosse a namorada de seu irmão. Por consideração, o moreno nunca havia comentado sobre este caso, mesmo quando Argentina entrava no papel de “Hermano mayor” e insistia que eles arrumassem uma novia. Patético.

- Si. Estou indo aí então. Besos.

- Então?- perguntou o paraguaio depois de uma curta pausa.

Uruguai mirou-o curioso, tentando ver o que seu irmão queria deixar implícito naquela simples pergunta. Ele suspirou. “Bueno”, ele pensou, “eu falei à Ana que iria, então...”. Ele se levantou, logo sendo imitado por Paraguai.

- Venha comigo, si Hermano? Nós vamos visitar minha namorada. Ela está com problemas.