Diário Dos Sonhos escrita por vickiemd


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar hahaha



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O resto do dia passou voando, e não acho que mereça destaque nessa leitura. Pontos importantes: A Sienna é bem legal. De verdade. É aquele tipo de pessoa que você quer guardar em um envelope e mandar para si mesmo no Natal. Segundo ponto: Acho que estou apaixonada.

Ok, vamos ser realistas. Não apaixonada como nos livros do Nicholas Sparks. Simplesmente acho que estou gostando bastante do Nate. Ele é bem amável, engraçado e divertido. E realmente acho que ele ficou impressionado com minhas habilidades históricas.

            Eu sou uma pessoa bem sonhadora, então passei a aula de Matemática toda pensando que talvez ele tivesse algum interesse em mim. E se ele que pediu para o Matthew me chamar na hora do lanche? E se ele gostou de ficar no meu grupo de Estudos Sociais? Fiquei mastigando a ponta da caneta enquanto viajava nos meus pensamentos, e quando a Ms. France me perguntou qual era a fórmula para descobrir o volume de um cilindro/trapézio/alguma forma idiota eu falei que não sabia. E todos olharam pra mim.

            Gente, a Sarah está me irritando. Toda hora ela olha pra mim, então mexe no iPhone. Provavelmente criou um grupo no WhatsApp falando "nossa, como aquela menina é burra!" Tá, não quero me gabar nem nada, mas apostei que era bilhões de vezes mais inteligente que ela.

            E eu estava errada.

            Sarah Satterson é tipo, a pessoa mais inteligente e esperta desse PLANETA. A menina ficou falando para a professora como passou as férias inteiras decorando fórmulas de física e fazendo redações de inglês. E se ofereceu para ensinar uma coisa lá (não estava nem aí) no QUADRO para a turma INTEIRA. Que tipo de pessoa faz isso???

Acho isso irônico. Eu NÃO estou com inveja, antes que alguém me julgue e tal. Só acho que se a pessoa é bonita, popular, E BRITÂNICA é justo que ela seja burra, porque ninguém é perfeito. E nós, garotas não-tão-lindas esperamos que os meninos desistam das bonitas simplesmente porque elas são burras.

O fato dela ter um QI quase 30 pontos acima do meu me irritou. Muito. Tá, sei que isso é completo e totalmente infatil, mas estou falando sério. Sou bem competitiva e desde que nasci sou a primeira da sala. Estou com muita raiva agora, de verdade.

Quando o sinal tocou, eu saí correndo gritando um 'tchau' para a Sienna (ela ficou um pouco desapontada) e fui encontrar a Sally no estacionamento. Ela tinha me mandado uma mensagem no Kik dizendo que a mãe iria chegar mais cedo. A mãe dela era bem impaciente, então achei melhor me apressar.

Sally estava do lado de uma Ferrari vermelha, mexendo no iPhone e rindo. Sua mãe estava fazendo a mesma coisa, porém dentro do carro. Nenhuma das duas me viu.

-Oi Ally! Oi Sra. Johnson. -As duas pararam de mexer no telefone e se viraram para mim. Corei imediatamente. Argh. Odeio esses sentimentos aleatórios.

O percurso foi rápido. A casa de Sally era perto do St. Edwiges, então chegamos em cinco minutos. Ela ficou o tempo todo conversando por SMS com uma amiga de Boston, Sam. Sempre tive um pouco de ciúmes dessa garota, mas já me acostumei, pois elas também são amigas de infância. Só achei meio chata essa exclusão toda, de verdade. A mãe dela ficava falando no telefone. Soltou alguns palavrões de vez em quando. Os mesmos que Matthew murmurava na aula.

Chegamos na mansão Jonhson. Eu não sei como descrever ela, mas vou tentar. É uma casa enorme. Fica do lado de um lago, e eles fizeram uma mini-cachoeira, acho que é só para tirar onda do tipo "isso não serve para nada, mas temos dinheiro, então que seja". A casa parece um hotel de longe. É branca e toda reta, com umas colunas. A entrada é circular, e tem uma fonte no meio, com tulipas e coisa e tal em volta. O carro passa pela entrada e chegamos. Lá dentro é bem maior, com um teto enorme e uma escadaria central. O piso é de mármore, frio pra burro. Acho que você pode imaginar aquele Castelo, chatêau, ou qualquer coisa assim do Diário de uma Princesa, com a Anne nome-difícil. Só que com um gato ranzinza, gordo e peludo. Ele é persa e o nome dele é "Gato", mas não vou colocar entre parêntesis toda hora. O Gato meio que me odeia. Ele é super mimado, mais ainda que Sally, e eu tenho um pouco de medo de animais no geral, então evito tocá-lo. Ele e fica bravo e começa a arquear as costas, mostrar os dentes e soltar as garras, o que me arrepia um pouco. Aquela coisa deve ter uns 80 quilos, se não mais. Ele é uma versão rica do Garfield.

Enfim. A Governanta, srta.Happlyefield pegou a minha mochila e levou para o quarto de Sally. De verdade, aquele celular estava começando a me irritar.

-Entããão. -Começei- Vamos para seu quarto?

Ela assentiu, então começei a subir as escadas. Sally me seguiu, e a mãe dela foi para a cozinha (enorme, de mármore preto) xingando um cara da Companhia Telefônica.

Não que a Sra. Johnson era mau-educada. Ela só estava em um dia ruim. Eu gostava dela. Era tipo uma versão mais elegante e mais alta de Sally. Ela era um pouquinho misteriosa. Não sei se já mencionei isso, mas as vezes ela se trancava no sótão, e ficava lendo por horas, com o Gato no colo. Ninguém jamais entrou lá. Exceto por ela própria e o gordo mimado. Eu não ligava muito pra isso, mas sempre tive a vontade de perguntar se podia entrar e dar uma olhada.

O corredor tinha várias portas, sendo a última, trancada para o sótão, e a primeira, o quarto de Sally. Era enorme, branco, frio. Vou tentar descrever ele aqui, mas não sei se vai dar porque é o típico quarto do WE HEART IT. Mas enfim. Era quadrado, a cama rosa gigante, com um tapete felpudo. Tinha um lustre de cristais, e uma televisão maior que meu armário. No canto, estava toda amarrotada uma das milhões de camas do Gato, e vários porta-retratos. A escrivaninha era o melhor lugar, pelo menos para mim. Era grande, dando a volta na parede, com milhares (sem exagero) de artigos de papelaria divididos em caixas. Uma com tesouras, outra com papel crepom, outra de canetinhas... eu tipo piraria se tivesse tudo aquilo. Em cima, várias estantes flutuantes, com os melhores títulos- desde Meg Cabot até Stephen King. Por incrível que pareça, Sally nunca leu nenhum. A mãe dela dá caixas e caixas de livros mas os que não são "visualmente bonitos" para a garota vão para o sótão. Ela nunca nem tocou nos livros, e JURO que não sabe quem é J.K Rowling, o que é um absurdo. Ela prefere muito mais ler as Elles e Vogues. Total desperdício.

Não posso nem contar quantas vezes briguei com ela, gritei e pedi os livros para mim, mas ela diz que "apesar de inúteis, são bons objetos de decoração". Meu coração implora que ela tire um zero na prova de literatura. O que é bem possível.

Então, do lado da TV, tem duas portas: uma para o banheiro (que tem banheira, chuveiro, duas pias, milhares de cremes, esmaltes e maquiagens) e a outra, para o closet majestoso.

Pense em um closet bom. Te garanto, ele não chega nem aos pés do de Sally. É circular, e quando você aperta o botão em baixo do interruptor, ele gira, bem devagar, mostrando as peças. As roupas são separadas por cor. É um circulo branco no meio, com um pufe super macio e bem rosa. São araras e mais araras de peças da Topshop, Zara e Forever 21. Sem mencionar Prada, Gucci e companhia. Aí tem uns 2 provadores no canto, e no outro um mural eletrônico com looks de celebridades, e tumblrsstreetstyle. Para melhorar a situação, um sistema de som completo com Avicii, David Guetta, Rihanna e companhia.

Impossível não invejar.

Mas a única coisa que Sally diz é "Nossa, eu não tenho roupa!" e fica cortando com uma tesoura as milhares de pontas duplas do seu cabelo, com os olhos cheios d'água.

Isso me irritava profudamente, e você não imagina o quanto.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Quero reviews, hein?? :)



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