Destino. Muitas pessoas acham que ao longo da vida seguimos um destino, uma rotina, um caminho ja traçado que de maneira alguma podemos mudar, interferir. Eu pessoalmente acho que não, que nós é que criamos nosso próprio destino, nós que escolhemos os caminhos por onde queremos ir, nós que moldamos a nossa vida, nosso mundo.

Dias ja tinham se passado e nossa agente ja voltara a trabalhar, bem mais ou menos, voltado a trabalhar em campo ainda não, continuava sentada em sua mesa usando o computador ou conversando com a Abby de vez em quando. Por algum motivo Gibbs ainda não a tinha liberado, mesmo os médicos lhe dizendo que ela ja estava apta para voltar a trabalhar, isso não foi o suficiente para convencer Gibbs.

Ela nem tentou discutir, após tantos anos trabalhando com ele sabia que não conseguiria mudar sua decisão. Até porque sua cabeça ja estava cheia de problemas e a ultima coisa que queria era que esses problemas interferissem em seu trabalho. Ja bastava durante algumas noites ter recebido ligações de seu pai, o que não era muito comum, querendo saber como ela estava, isso a tinha deixado bastante nervosa e um pouco receosa.

A porta do elevador se abriu e o resto da equipe chegou, Gibbs como sempre com o seu café na mão e cara de rancoroso, McGee entrou carregando a sua mochila nas costas com um enorme sorriso no rosto, e Tony, que estava não só furioso como também molhado, com terra numa parte do rosto e obviamente com um macacão menor que o dele, vinha reclamando algo.

-Acho que isso é seu - Disse o Tony com um ar de sarcasmo entregando a bolça para sua parceira.

-Você esta...- Ela começou, no inicio tentou não rir mas era quase impossível. Vê-lo em um macacão feminino, bem menor que o seu numero, que deixava seus tornozelos e punhos a mostra, sem falar no modo hilariante que ele antava, como se estivesse tentando caminhar com pés de pato-...Você esta.. é meio -Ela apontava para a bochecha dele que estava preta de tanta terra.

-O que?- Ele perguntou -Parecendo um maluco andando assim ou um travesti com essa roupa colada em? -Seu semblante tinha um ar de maluco meio agonizado.

-Só ia dizer que você esta parecendo um lordo com terra na cara.

-Porco você quis dizer- Corrigiu McGee.

-Interessante- Disse Tony puxando o macacão para baixo e andando até sua mesa- Então quer dizer que esta regredindo novamente David.- Ele disse sentado em sua mesa brincando com uma caneta.

-Eu não... regredi. Só me emaracei.- Ela falou tirado a caneta de suas mãos.

-É embaralhei, e sim você regrediu.

-McGee o que você acha? - Ela perguntou.

Ele apenas pensou que de um lado tinha uma ex agente do Mossad altamente treinada que se quisesse poderia desacorda-lo ou até mata-lo com um só golpe e por outro lado o parceiro mais tagarela e vingativo que poderia existir e que de maneira alguma o deixaria em paz.

-Eu prefiro não me envolver nessa discussão- Ele disse saindo do local e indo claramente em direção ao laboratório forense.

Voltando a discussão, os dois se encaravam olho a olho sem nem ao menos piscarem apenas repetindo as mesmas palavras em suas defesas.

-Você regrediu.

-Não mesmo.

-Vamos admita, estar na sua terra te deixou... desatualizada e por tanto você regrediu.

Nesse mesmo instante Gibbs entrou sem que eles nem ao menos percebessem.

-Não amola Dinozzo.- Ele falou firme e forte dando um tapa na cabeça de nosso ilustre Tony.- Como você esta?.

-Eu diria um pouco tonto- Começou a se explicar- sabia que muitos tapas pode causar danos...- Mas ele nem continuou o resto da frase assim que percebeu que na verdade a pergunta não era para ele.

-Bem- Ela respondeu finalmente- Gibbs eu... eu queria saber se ja posso voltar a trabalhar.

-Mas você ja voltou- Ele disse tomando um gole de seu amargo e  intragável café.

-Você me entendeu.

-Esta bem... amanhã eu resolvo isso certo.

A noite ja quando todos estavam de saída voltando para suas casa, nossa agente caminhava pelo estacionamento do NCIS. Perto de seu carro pode ouvir um barulho, um pequeno ruido como uma pedra caindo no chão, se ela se assustou? não claro que não, mas ja com a mão na cintura preste a apontar a arma para quem fosse, mais um ruido é emitido, desta vez ela ja com a arma nas mãos fala o mais alto que pode:

Quem esta ai?

E é nesse momento que uma figura masculina de cabelos castanho, com os braços para o alto e um rosto muito familiar aparece. Nossa querida agente ainda aponta a arma para o homem agora ja não mais desconhecido, seu ex-parceiro do Mossad Malachi.

-Shalom Ziva- Ele se aproxima devagar ainda com seus braços levantados.- Acho que não precisa disso, não é mesmo?

-O que esta fazendo aqui?.

-Vim... conversar.- Ele disse em um tom de sarcasmo.

-Não tenho nada a ouvir.

-Ora vamos não precisa dessa formalidade toda, abaixe a arma, preciso mesmo falar com você.

Ela abaixou a arma ele chegou mais perto dela.- O que quer?.

-Te avisar. Seu pai...

-Claro, vai me dizer que quer que eu volte ou que mandou você aqui para me buscar.

-Pelo contrario. Ele não sabe que estou aqui, ninguem, sabe que estou aqui. Só vim para preveni-la, para alerta-la. Seu pai andou mexendo com gente perigosa Ziva, mesmo ele estava sob vigilância, bem pelo menos até agora.

-Ele esta bem?- Ela perguntou sem querer demonstrar muito interesse.

-Sim, sim esta. Mas você é o que nos preocupa. Essa gente esta com raiva e quer de qualquer maneira vingança.

-Ainda assim, o que eu tenho a ver com isso?.

-Ora vamos, admita, você é a unica parente do Eli, ainda mais você é a unica filha dele, sangue do seu sangue...

-E foi esse mesmo sangue que me deixou naquele deserto para morrer.

-Não diga isso. Eu só quero que tome cuidado certo, essa gente é perigosa e pode apostar, eles virão atras de você.

-Eu sei me defender.- Nesse momento sua cabeça dava voltas e voltas, não figurativamente, ela estava tonta e sua visão ja não estava nítida. Com as pernas bambas se apoiou em seu ex-parceiro que de leve a colocou no chão sentada, tentando mante-la acordada sem saber o que fazer, apenas olhou para uma de suas mão que estava manchada com sangue...

ALGUNS MINUTOS ANTES:

Tony havia se despedido da Abby e McGee e claro dado um jeito de fazer uma ''piadinha'' para alegrar seu espirito. Ele e Gibbs pegavam o elevador para o subsolo.

-Então, nossa pequena David vai voltar?- Perguntou Tony com uma alegria de criança de 5 anos.

-Na hora certa Dinozzo, na hora certa.

Foi nesse exato momento em que o elevador se abriu, eles caminharam até uma parte do estacionamento quando começaram a ouvir vozes. Seguindo o barulho viram a uma pequena distancia um homem, assustado, olhando para o pneu de um carro. 

Foi nesse instante que ele virou a mão de leve e que Gibbs percebeu o liquido vermelho que pingava de seus dedos, os dois correram na direção do homem, Tony continuou a segui-lo até ouvir um chamado de seu chefe. Indo em direção a ele viu no chão sua parceira, quase desacordada.

-Alguma coisa aconteceu com ela mas...

-O ombro- Tony se lembrou.

Abriu a camisa preta que ela vestia e nesse instante apenas viu seu ombro, braço e até a ponta dos dedos com sangue.