Fallen escrita por Sra Lerman Ackles


Capítulo 8
Capítulo 8




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Acordei cedo no outro dia. Estava ensolarado, me espreguicei sorrindo e fui até o banheiro. Olhei-me no espelho. Estava com o cabelo desgrenhado, o rosto grudento e meus olhos estavam vermelhos e inchados, então me lembrei da noite anterior. Eu não podia chorar, não queria chorar. Isso não iria resolver meus problemas.
 Levei o rádio para o meu banheiro e o coloquei no volume alto. Não me importava se os vizinhos ou minha mãe acordassem.
 Tomei meu banho, perdida na letra da música, não queria relembrar do dia anterior.
 Quando terminei, desci para tomar meu café. Mamãe não havia acordado ainda, então não ligaria se eu saísse de casa também. Além disso, eu não queria conversar com ela, sobre o que quer que fosse.
 Peguei uma maçã na fruteira, meus óculos de sol, para esconder meus olhos, e sai de casa. Fui andando pela praia sem destino. Até que o vi sentado na areia, com uma camiseta branca e uma bermuda preta. O que ele estaria fazendo aqui tão cedo? Ainda eram oito horas. As ruas ainda estavam pouco movimentadas. Fui até ele e me sentei ao seu lado.
 - Oi. Você... Recebeu minha mensagem? – respondi engolindo em seco.
 - Sim, - disse Victor assentindo – e também não dormi nada.
 - Imagino, - suspirei enquanto retirava meus óculos e olhava para ele – eu também não estou muito bem.
 Victor me olhou surpreso, mas logo disfarçou e virou o olhar. Coloquei os óculos de volta. Eu estava me sentindo horrível.
 Ficamos um tempo em silêncio. Como eu iria dizer a ele? De qualquer forma eu tinha que dizer.
 - Victor eu... E-eu... – comecei a soluçar e a chorar descontroladamente – Me des-desculpe.
 Ele ficou me olhando, me vendo chorar.
 - Não. – Disse ele, como assim? Ele não iria aceitar minhas desculpas? Aquilo foi como um tapa na cara, quase que instantaneamente meus soluços ficaram mais altos – Você... Você não tem que se desculpar. A culpa foi minha, desde o começo. Nunca te dei atenção, nunca fiz nada pra te merecer. Você falou comigo, tentou me avisar, mas, eu não me importei. Achei que estava tudo certo, achei que tudo sempre ia ficar certo. Desculpe-me Ali, por não ser o namorado perfeito, por não ser como você queria que eu fosse.
 - Não, Victor eu...
 - Por favor Alice, por favor, aceite minhas desculpas. Me perdoe.
 - Victor, você pode ter errado, mas eu também errei, eu não devia ter... Eu não devia ter feito aquilo – minha voz falhou.
 - Podemos recomeçar Ali? Por favor? Pode ser até... – ele suspirou – Até como amigos. Eu sinto sua falta.
 Aquilo me cortou o coração. Eu o havia magoado, e mesmo assim ele assumira a culpa e me perdoara, ele ainda gostava de mim.
 Meus olhos que já estavam cheios de lágrimas, se encheram mais ainda, comecei a chorar compulsivamente. Não consegui me conter e o abracei enquanto chorava ainda mais, Victor retribuiu com um grande abraço, me ninando para que eu me acalmasse e funcionou, meu choro foi cessando até que se transformassem em apenas soluços.
 Me levantei, para que finalmente pudesse deixar Victor livre, mas ele continuou me segundando. Ele foi se aproximando lentamente de mim, como se para não me assustar, quando ele estava quase encostando seus lábios nos meus, virei a cabeça e sequei meu rosto ainda molhado pelas lágrimas.
 - Eu não posso, - funguei – desculpe-me Vic. Mas ainda não posso.
 Ele se afastou de mim.
 - Não se preocupe, eu entendo – disse ele com um sorriso forçado. – É ele não é? O Gab... Hãm... Aquele garoto.
 - O que? Vocês se conhecem? – franzi a testa. Gabriel já havia murmurado o nome do Victor, e ele quase fizera o mesmo.
 - O que?! Não! É isso que eu quero saber de você. Quem é ele? Vocês estão... Estão... Juntos?
 Suspirei. Ele tinha o direito de saber.
 - Na verdade, eu não sei. A gente só... Você sabe.
 - Hum... Mas, você gosta dele?
 - Eu não sei.
 Ficamos um tempo em silêncio. O mar estava revolto e o vento forte, como se sentissem o que estávamos sentindo.
 - Eu preciso ir, - me levantei rapidamente – depois a gente se vê está bem?
 - Tudo bem – disse suspirando.
 - E hãm... Obrigada – disse suspirando. Voltei e lhe dei um beijo na testa.
 Victor poderia não ser o namorado perfeito, mas eu gostava dele, não como antes, mas ainda sim gostava.
 Fui para casa na esperança de que minha mãe já houvesse saído para o trabalho. As esperanças foram em vão. Mamãe estava em casa, deitada no sofá, ainda de pijama, trocando de canal sem parar. Ela me viu entrar em casa e logo desviou a cabeça novamente para a televisão. Revirei os olhos e fui para meu quarto.
 Guardei meus óculos de sol na escrivaninha e me joguei de barriga para baixo na cama, logo em seguida senti a parte do colchão aos meus pés afundar.
 - Podemos conversar filha?
 Levantei a cabeça e olhei na direção dela.
 - Olha mamãe, estou cansada, eu não quero conversar, e não quero que você me responda as perguntas que fiz ontem. Pelo menos não agora.
 - Mas filha, é importante – ela implorou.
 - Por favor mamãe, agora não – disse com firmeza.
 Ela saiu do meu quarto de cabeça baixa e eu me pus a chorar novamente.


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