Fallen escrita por Sra Lerman Ackles


Capítulo 7
Capítulo 7




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 A chuva foi parando até se tornar uma garoa fina e com pingos espaçados.
 - Preciso ir – disse a Gabriel.
 - Está tarde, posso te acompanhar até em casa? – disse ele com cara de pidão.
 - Está bem – sorri, e seus olhos se iluminaram.
 Gabriel pegou minha mão e fomos caminhando em direção a minha casa.
 - Não tem problema você chegar tarde em casa? – perguntei, não queria que ele fosse embora, mas também fiquei preocupada com sua segurança.
 - Não, - ele sorriu – já cheguei em casa muito mais tarde do que isso. Ainda são oito horas da noite.
 - Já, são oito horas da noite. – corrigi – Então você gosta muito de ir a festas? – ergui as sobrancelhas. E acho que ele sentiu o toque de ciúmes em minha voz.
 - Não, - disse ele dando uma risadinha – eu só gosto de ficar muito na praia.
 - Mas não é perigoso nadar de noite? – perguntei confusa.
 - Eu não nado de noite. Gosto de ficar sentado na areia vendo as estrelas – disse ele olhando para mim e sorrindo ao olhar para o céu. – É lindo não é?
 - Sim, é maravilhoso.
 Ficamos alguns minutos em silêncio. As ruas estavam movimentadas, mas ao mesmo tempo tudo estava tranquilo e sereno.
 - Posso te dizer uma coisa? – disse Gabriel com vergonha. Assenti.
 - Eu... – ele suspirou – esquece.
 - O que Gabriel? Pode me dizer – disse a ele, encorajando-o com um sorriso.
 - Não é nada, eu estou me precipitando.
 Virei seu corpo em direção a mim, fazendo-nos parar. Pousei minhas mãos sobre seus ombros.
 - Se você não disser, como vou poder ajudá-lo assim como você me ajudou?
 Ele sorriu.
 - Não é nada, eu prometo. Quem sabe outro dia? – Ele pegou novamente minha mão e voltamos a andar.
 - Tudo bem, você é quem sabe – dei de ombros meio preocupada.
 Chegamos na frente de casa, e nos viramos para ficar um de frente para o outro, Gabriel ainda segurava minha mão, e com a outra tirou uma mecha do meu rosto.
 - Você fica linda assim sabia?
 Sorri, envergonhada com o elogio.
 - Assim como? Sorrindo? – disse, lembrando-me da segunda vez em que nos encontramos.
 Ele sorriu. Abaixei a cabeça, ainda sorrindo envergonhada. Ele se inclinou para mim e sussurrou no meu ouvido:
 - Não. Assim, à luz da lua, sobre as estrelas. Na verdade, acho que você fica linda de qualquer jeito.
 Senti minhas bochechas queimarem. Sentir seu doce perfume assim tão perto me alucinava.
 Gabriel se inclinou novamente, desta vez para me beijar. Nossos lábios eram leves ao toque um do outro e sempre estavam em sincronia. Senti seus lábios ficarem mais fervorosos, como se não quisessem se separar de mim. Senti a mesma necessidade, de tê-lo por perto, ao seu lado, me sentia protegida.
 Quando nos afastamos, vi Victor pelo canto do olho. Eu o vi me olhando assustado, com os olhos arregalados, eu o vi correr, se afastar de mim. Virei-me para vê-lo e gritar seu nome, mas Gabriel me puxou pela mão e rapidamente chamou minha atenção.
 - Você pode me passar seu telefone? – disse ele sorrindo. Gabriel parecia tão feliz.
 - Ah, claro – disse rapidamente com lágrimas nos olhos. Passei meu número rapidamente para ele.
 - Obrigada por me trazer em casa.
 - Não precisa agradecer – disse ele sorrindo e logo franzindo a testa quando viu as lágrimas começarem a escorrer pelo canto dos meus olhos.
 - Tenho que ir – disse novamente e entrei correndo em casa.
 Subi correndo para meu quarto e tranquei a porta logo atrás de mim. Logo ouvi alguém batendo na porta. Minha mãe.
 - Filha? Alice? Precisamos conversar.
 - Eu não quero! – Gritei. O tom de choro em minha voz – Vai embora!
 - Filha, por favor, abra a porta.
 - Vai. Embora!
 Deitei-me na cama e coloquei o travesseiro na cabeça para abafar o som. Não queria falar com ninguém. Eu havia traído Victor. Eu estava iludindo Gabriel. Eu estava enganando a mim mesma. Por que eu estava fazendo isso? Magoei minha mãe, magoei Victor e talvez fosse magoar Gabriel também. Não. Por Gabriel eu sentia algo, algo que ainda não sabia dizer o que seria. Mas eu devia algo a Victor. Nós só havíamos dado um tempo e eu o traíra. Precisava conversar com ele.
 Entrei no banho e deixei que meus pensamentos fluíssem, deixei que meu coração se limpasse.
 Coloquei uma calça de moletom, uma camiseta velha e fui me deitar. Sinto meu celular vibrando de baixo do travesseiro. Gabriel havia me mandado uma mensagem.
 “Durma bem e bons sonhos.”
 Fiquei olhando a mensagem por um bom tempo.
 Pensei em responder e imediatamente comecei a digitar.
 “Precisamos conversar.”
 Na tela apareceu “Enviar mensagem para Vic?”, e eu sem hesitar apertei “Sim”.


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