Fallen escrita por Sra Lerman Ackles


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! desculpem novamente... início de ano não é fácil, logo na primeira semana ja mandaram lição de casa... aff!
Mas enfim, espero que gostem, desculpe novamente =)
Boa leitura!



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- E ai? Está preparada para amanhã? Primeiro dia de aula viu? – disse Gabriel para mim no telefone.
 - Um pouco nervosa, mas ansiosa. O bom é que sei que você vai passar o dia todo comigo – sorri para mim mesma enquanto escolhia o que ia vestir no dia de amanhã.
 - Não precisa fica, assim como você disse, eu ficarei o dia todo com você – ele começou a rir.
 - Para de ser bobo Gabriel! – acompanhei sua risada – Mas então, você vem mesmo me buscar não vem? Não quero chegar sozinha na escola.
 - Claro que vou meu amor, passo ai na sua casa cedinho para toarmos café juntos antes de irmos.
 - Então está bem, – suspirei - acho que vou dormir, está ficando tarde.
 - É, acho que também vou.
 - Boa noite amor, durma bem – sorri mais uma vez para mim mesma. – Eu te amo - era tão bom poder dizer aquilo a Gabriel.
 - Boa noite amor, durma com os anjos – ele pigarreou – Eu também te amo, muito.
 Desliguei o telefone e suspirei mais uma vez. Eu estava ansiosa para aparecer na escola com Gabriel, mas nervosa por Victor nos ver juntos. Bem, ele já havia nos visto juntos, mas não oficialmente como namorados. Ainda tinha a sensação de que o estava traindo, que eu lhe devia algo, mas estava feliz com Gabriel.
 - Já vai dormir filha? – mamãe apareceu na porta, estava com um roupão preto.
 - Vou sim mamãe, dia cheio amanhã – sorri.
 - Posso fechar a porta? – assenti e deitei-me na cama, mamãe apagou a luz e antes de fechar totalmente sussurrou um “boa noite”.
 Fiquei pensando em Gabriel e no nosso primeiro encontro até pegar no sono.
 

 - Filha você vai se atrasar! Gabriel já chegou! – mamãe batia na porta freneticamente, ela sabia que não gostava que entrassem no meu quarto logo de manhã, então assim que ela falou o nome de Gabriel, dei um pulo da cama, olhei o relógio, eram sete horas, eu deveria ter acordado as seis e meia para me arrumar, e depois tomar café com Gabriel para chegarmos a escola as oito, fui correndo me arrumar.
 - Só um instantinho! – gritei enquanto abria a porta. Coloquei minha calça jeans as pressas e corri para o banheiro.
 Assim que me olhei no espelho gritei e fiquei paralisada de gente para o espelho, mamãe e Gabriel irromperam pela porta do banheiro para ver se eu estava bem. Assim como eu, estavam paralisados.
 Asas. Eu tinha asas. Brancas como a neve, plumas macias cobriam sua superfície.
 - Droga – ouvi alguém dizer. Estava tão chocada e paralisada que não prestei atenção de quem era a voz. De repente ouvi um baque no meu quarto, como se alguém tivesse pulado e caído no chão com força. Corri para ver o que estava acontecendo, as asas bateram nas laterais da porta quando eu passei.
 Parado perto da janela havia um homem jovem, em seus vinte anos, vestindo somente uma calça branca, deixando seu peitoral definido aparecendo. Ele também tinha asas, assim como as minhas, eram brancas como a neve, mas com um leve toque de dourado nas bordas. Seu cabelos negros e lisos estavam bagunçados e seus olhos me fitavam com admiração.
 - Alice! – ele disse parecendo espantado.
 - Quem é você?! O que está fazendo no meu quarto?! O que você quer?! – eu estava assustada, e tinha a leve impressão de saber a resposta para a primeira pergunta.
 - Não contou a ela Claire? – ele olhou mamãe com uma mistura de raiva e descrença.
 - Não tive coragem o suficiente. Além do mais, não acreditei que você seria capaz de fazer isso com sua própria filha – os olhos de mamãe estavam cheios de lágrimas.
 - Meu pai?! – gritei. Aquele homem, jovem e bonito era o meu pai?
 - Parabéns filha, dezessete anos não é? Gostou do seu presente? – disse ele sorrindo, como se nada estivesse acontecendo.
 - Meu presente? – apontei para as asas – Isso é o meu presente? Como vou sair na rua com isso? Como vou para a escola?! O que você fez?! – corri até ele e lhe dei um soco no estômago, para a minha sorte sua pele era macia, para meu azar ele nem avia se mexido. Me afastei rapidamente e me enfiei entre mamãe e Gabriel.
 Gabriel suspirou.
 - Acho que já podemos conversar sobre isso não é mesmo Claire? – ele olhou para mamãe, seu olhar era de cansaço.
 - Sim, vamos descer – mamãe me puxou pela mão e me ajudou a sair da porta e descer as escadas de forma que não machucasse as asas.
 Só quando chegamos a cozinha e mamãe me estendeu um lenço foi que percebi que estava aos prantos, chorando e soluçando sem parar.
 - Olha só o que você fez com a sua filha Jason!
 - Vamos conversar sobre isso – ele disse calmamente.
 - Não. – disse com firmeza – Primeiro você vai me dizer como tirar essa coisa e depois eu vou para a aula. Quando eu chegar em casa conversaremos.
 - Mas filha, isso é importante – ele disse implorando.
 - Tire isso de mim! – eu estava chorando, estava com raiva. Eu sempre havia imaginado um encontro com meu pai, mas nunca desta forma, os dois com asas coladas no corpo, eu chorando desesperadamente e ele tentando me explicar o que ele fez.
 Mamãe sussurrou algo no ouvido de Jason, eu estava abraçada com Gabriel que parecia bem calmo com a situação, por fim, Jason suspirou derrotado.
 - Tudo bem fique calma Alice. Sinta as asas em você. Tente mexe-las.
 Consegui move-las para frente, porém o movimento fora tão rápido e forte que lançou uma rajada de vento sobre a mesa do café, fazendo com que metade das coisas voassem para o chão. Eu estava atordoada.
 - Fique calma, sinta-as e lentamente enrole-as em seu corpo.
 Fiz o que Jason pediu. Enquanto segurava a mão de Gabriel, enrolei as azas lentamente, e elas se encolheram junto a meu corpo.
 Me sentei e respirei fundo para me acalmar, senti todos olhando para mim.
 - Podemos lhe explicar agora? – mamãe perguntou mas eu não respondi, ainda estava paralisada.
 - Bem vou considerar isso um sim – disse Jason – Sua mãe é uma Nefilim, significa que ela é filha de um anjo com um humano, ela é metade imortal, você era filha de uma Nefilim com um anjo, mas agora você é um anjo completo.
 - Eu sou o que? Um a-an... – engoli em seco para falar – Eu sou um anjo?!
 - Sim, e você vai aprender tudo sobre isso na Primer querida – mamãe acariciava os meus cabelos enquanto falava.
 Gabriel se ajoelhou ao meu lado.
 - Todos os que estão no programa de honra da Primer ou são imortais ou Nefilins, ou pelo menos tem alguma parte Nefilim no sangue.
 - Até você? – eu o olhei preocupada, mas não era bem isso, eu estava chateada por ninguém nunca ter me dito antes.
 Gabriel lentamente fechou os olhos e assentiu. Quando os abriu, seu olhar era de culpa.
 - E você sabia que ele era um anjo? – perguntei firmemente para mamãe, que também assentiu.
 - Eu senti a sua aura, percebi que tinha um toque angelical e logo vi o que ele era. Eu sinto muito minha filha, eu nunca quis que sua vida fosse assim, queria que você tivesse uma vida normal como a minha.
 - Mas o que você fez? – virei-me para meu pai – Por que virei um anjo?
 - Havia uma profecia de que um novo anjo iria surgir para salvar todos aqueles que fossem dignos da salvação. Disseram que a hora estava chegando, e recebi uma mensagem de que eu teria de fazer um pacto. Um pacto que salvaria sua vida. Você estava destinada a ser caçada até a morte por demônios e párias, sem você eles seriam invencíveis, mas agora que você virou um anjo. Tem toda a alta-proteção de que precisa.
 Suspirei. Levantei-me lentamente e subi as escadas. Ainda faltavam meia hora para o horário da escola. Eu tinha que me distrair, mas não na praia. Me distrair de verdade. Ainda estava com a blusa do pijama, coloquei uma camiseta branca e calcei meus All Star. Deixei meus cabelos soltos, lavei o rosto, coloquei os meus óculos de sol e voltei para a cozinha.
 Jason e mamãe estavam sentados a mesa, Gabriel encostado na parede, os braços cruzados, eles me olharam com preocupação, como se eu tivesse acabado de receber a notícia da morte de alguém, o que era mais ou menos isso o que eu realmente pensava. A morte de uma vida normal para uma completamente angelical, porque afinal, meu pai era um anjo, minha mãe filha de um e meu namorado outro anjo. E eu havia acabado de me transformar em um.


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