Fallen escrita por Sra Lerman Ackles


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpa ter ficado essa semana quase toda sem postar, foi agitado! E pra este capítulo tive muitos bloqueios. Mas espero que gostem mesmo assim!
Boa Leitura!



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Não dormi direito. Acordei várias vezes no meio da noite, tive pesadelos e era sempre o mesmo. Homens de asas negras caindo do céu para um abismo profundo e desconhecido. O sonho se repetia em todas as vezes em que eu fechava os olhos e não sabia porque eu estava sonhando aquilo, mas me incomodava.
 Quando acordei ainda deviam ser umas oito horas da manhã. Entrei no banho e fiquei lá até me esquecer do sonho e começar a lembrar de Gabriel e o nosso encontro a tarde.
 Coloquei um shorts velho e uma camiseta que havia ganhado em um natal a dois anos atrás. Desci para a sala e fui assistir televisão, ainda estava muito cedo para fazer qualquer ligação ou mandar mensagem, mas logo recebi a minha.
 “Bom dia meu amor, que tal sairmos mais cedo hoje? Que tal 13:00 hora?”.
 “Claro, por que não? Seria perfeito, mas a final, nós decidimos para onde vamos?” Respondi ansiosa.
 Logo após longos segundos de espera, Gabriel responde a mensagem.
 “Vamos ao cinema? Ou a uma sorveteria? Você escolhe”.
 “Ao cinema!”. Estava nervosa, meu primeiro encontro com Gabriel, em um cinema, no escuro. Acho que vocês entenderam onde quero chegar.
 “Tudo bem, então passarei ai para te buscar”.
 Deitei no sofá e fiquei pensando em como seria o nosso encontro até que adormeci.
 - Acorde Ali – mamãe estava me olhando confusa, ela estava com uma saia e um blazer vermelhos e por dentro uma blusa branca, seus sapatos de salto fino também eram vermelhos. Já estava pronta para o trabalho – o que está fazendo aqui?
 Sentei-me e vi onde estava. A televisão ainda estava ligada. Esfreguei os olhos para acordar. Mamãe estava preparando o café. Ovos mexidos com panquecas.
 - Gabriel foi embora muito tarde ontem? – ela perguntou desconfiada.
 - Não. Estávamos vendo um filme que nem terminamos de assistir – disse chateada.
 - Ah – mamãe disse simplesmente e ficou me analisando.
 - O que você pretende fazer hoje? – disse enquanto colocava as panquecas em nossos pratos e logo em seguida servia os ovos.
 - Eu e Gabriel vamos ao cinema.
 - E pelos seus olhos posso ver que você está super animada – ela riu enquanto eu ficava vermelha.
 - Não vou chegar muito tarde, fique tranquila.
 - E eu não posso sair de casa tão tarde. Tenho que falar com Sterris. Talvez hoje eu finalmente consiga a minha promoção! – disse ela animada. Mamãe trabalhava em um escritório de advocacia. E como havia ganhado mais casos consecutivos do que a maioria esperava ansiosamente por este dia.
 - Ficarei torcendo pelo melhor – sorri para ela.
 Terminamos de tomar o café, mamãe foi para o trabalho. Fiquei arrumando alguns detalhes da casa até que desse meio dia, o horário de eu me arrumar. Coloquei o meu jeans preferido, uma blusa branca escrito “Dreams” com o ombro caído, por baixo uma regata preta e meu All Star preto preferido. Coloquei o cartão de crédito da minha mãe e o celular dentro de minha bolsa preta. Os óculos escuros no topo da cabeça, com os cabelos soltos.
 Ouvi uma buzina na frente de casa e desci as escadas correndo. Escancarei a porta e Gabriel me esperava. Estava com uma camisa preta, jeans e tênis brancos. Simples e lindo. Seus olhos cinza me encaravam com desejo e eu fiquei perdida naquele olhar. Até que percebi que ele estava com a mão em minha cintura e se inclinava para me beijar. Desta vez, ele teve que se afastar e me levar até o carro puxada pelo braço. Ele abriu, gentilmente, a porta do carro para que eu entrasse.
 - Você está bem? – ele perguntou sorrindo.
 - Nervosa na verdade – mordi o lábio.
 - Não precisa ficar nervosa, você está comigo – disse ele rindo.
 Dei um tapinha em seu ombro.
 - Exibido.
 Chegando no shopping fomos direto para o cinema comprar os ingressos do filme, o primeiro de ação que vimos em cartaz, e fomos andar enquanto o filme não começava.
 Estávamos de mãos dadas, sentia as pessoas – principalmente as meninas – olhando para nós.
 - Nossa, eu me sinto tão estranha, vendo as pessoas me olharem como se eu fosse uma aberração. Não gosto de chamar atenção.
 - Não ligue para isso, você não é uma aberração. Eles só estão te olhando porque você é realmente linda. – Gabriel se inclinou para me dar um beijo na bochecha – Além do mais, é impossível você, linda desse jeito, não chamar a atenção – fiquei surpresa e depois corei enquanto ele ria da minha reação.
 - Posso perguntar uma coisa? – mordi o lábio.
 - Claro que pode – ele sorriu, me incentivando a continuar.
 - Você... O que aconteceu ano passado? Por que você disse a Beatrice que este ano seria diferente? E por que Miles fica tão apreensivo quando está perto de você? – perguntei tudo de uma vez e suspirei.
 - Bem, ano passado, houveram algumas brigas entre mim e um garoto, e ele acabou sendo expulso...
 - E você não me contou esse detalhe por...? – eu o encarei seriamente, porém sem sucesso porque ele riu.
 - Achei desnecessário. Além disso, eu me arrependo de ter feito isso.
 Levantei-me rapidamente e lhe dei um abraço que ele retribuiu me levantando do chão. Quando me soltou olhou para o relógio.
 - Vamos, se não vamos nos atrasar para o filme – ele me puxou pela mão e fomos para o cinema correndo enquanto todas as pessoas nos olhavam bravas.
 Bem, no começo estávamos como qualquer outro casal dentro do cinema, abraçados, de mãos dadas. Assistimos os trailers tranquilamente, porém alguns minutos após o início do filme, percebi que Gabriel havia ficado tenso. Passava a mão pelos cabelos freneticamente e balançava a perna direita sem parar.
 - Gabriel? Você está bem? – eu sussurrei e olhei-o preocupada.
 - Estou sim, por que? Só um pouco ansioso.
 Entendi o que ele quis dizer. Eu também estava um pouco nervosa. Era nosso primeiro encontro, no cinema.
 Dei um beijo em sua bochecha. Ele me olhou um pouco surpreso enquanto eu sorria, logo ele entendeu o recado e se inclinou para me beijar. Passei os braços pela sua nuca e fiquei mexendo em seu cabelo, enquanto ele passava o braço pela minha cintura e segurava minha nuca. Seu beijo tinha traços de desejo, ternura e paixão. Eu estava me sentindo confiante e radiante, tanto que sussurrei entre o beijo um “Eu te amo”.
 Gabriel se afastou.
 - O que você disse? – perguntou ele com os olhos arregalados.
 - Eu disse que te amo – mordi o lábio, envergonhada, eu não deveria ter dito aquilo.
 - Ah. – Gabriel suspirou e voltou a me beijar, e assim como eu, durante o beijo disse – Eu amo você – assim que ouvi o que ele havia dito, me certifiquei que ele ainda estava em meus braços e o puxei para mais perto de mim, com medo de que ele pudesse fugir.
 Nos afastamos um pouco para respirar, mas continuamos de mãos dadas.
 Todas as vezes que o filme ficava chato ou não queríamos assistir, nos virávamos um para o outro e Gabriel me beijava. Até que, em um certo momento, uma luz atingiu os nossos olhos, mas não poderia ser um refletor, nem mesmo uma luz do próprio filme, assim que meus olhos se acostumaram com a luz, vi que era um lanterninha, aqueles caras que ficam cuidando do cinema, para que ninguém faça algo errado.
 - Poderiam me acompanhar por favor? – o garoto devia ter em torno de dezesseis anos. Usava o uniforme habitual vermelho e seu rosto não tinha expressão.
 Olhei para Gabriel confusa que retornou o olhar, lentamente nos levantamos e o acompanhamos, até a porta.
 - O que aconteceu? – Gabriel perguntou – Houve algum problema?
 - Sim, houve um problema. Várias pessoas estavam reclamando de vocês dois. E creio que não poderão voltar para a sala.
 - Você está brincando certo? – Gabriel começou a rir.
 - Sinto muito senhor – o garoto se virou e entrou novamente na sala de cinema.
 Gabriel se arrastou até um dos bancos que haviam na frente do cinema, de olhos fechados e os dedos pressionando suas têmporas.
 Me sentei ao seu lado, sem fazer barulho e pus uma mão em suas costas.
 - Desculpa tá? Eu sei que era pra ser um encontro especial, mas... Desculpa – ele segurou minha mão.
 - Gabriel, nós nem estávamos vendo o filme! E que disse que não foi especial? Fomos expulsos do cinema no nosso primeiro encontro! Esse entrou pra história – comecei a rir. Primeiro ele ficou confuso, mas logo começou a rir também. Nos levantamos e ele pegou minha cintura e jogou minhas costas para trás e me deu um beijo, assim como fazem nos filmes e fomos para o estacionamento do shopping.
 - Pra minha casa ou pra sua? – ele perguntou sorrindo com malícia.
 - Acho que vou pra minha – eu ri.
 - Tudo bem, mas, não vou poder ficar, tenho que ajudar minha mãe a arrumar uma papelada.
 - Ah, falando na sua mãe, quando vou conhecer meus sogros em? – fiz cara de curiosa.
 - Em breve – ele riu – creio que bem em breve.
 Chegamos na frente de casa e eu abri a porta.
 - Me liga está bem? – sorri tristonha.
 - Pode deixar.
 Eu me inclinei e o beijei.
 - Te amo.
 - Eu te amo.
 Fiquei na calçada vendo o carro partir.


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