Naruto : Next Generation escrita por MarieClaire


Capítulo 7
Cap.7 A graduação


Notas iniciais do capítulo

KKKKKKKK Ai,ai , amei ver o povo morrendo de curiosidade ! kkkkkkkk Brincadeirinha gente , vocês estão tão curiosos quanto eu ¬¬

Ok , lá vamos nós



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[M.U.]

"Por acaso enlouqueceu?!" Naruto gritou contra o rosto do Uchiha, livrando-se do agarro em suas roupas. "Seu traíra imbecil, ainda tem a audácia de aparecer aqui?!"

"Por que não me explica o que a minha filha está fazendo na sua maldita casa?!" Ele aponta para Mikoto, que se põe de pé imediatamente, tremendo de medo. Minato pensa em abraçá-la, mas sabe que não é o momento ideal. "É muita ousadia da sua parte vir até aqui." Ele diz, e essa parte é direcionada à própria filha. 

"Pai, eu..." ela até ia se explicar, mas Minato foi mais rápido. Se levantou e parou à frente dela. Nem mesmo Naruto foi capaz de impedir Sasuke de se aproximar. 

"Eu a convidei, ela não fez de propósito."

Sasuke o ignorou solenemente, como se não passasse de um rato diante de um leão. "Entre tantos amigos que poderia ter feito... ou não feito, eu não ligo, tinha que se relacionar justamente com esse?" 

Mikoto abaixou o rosto, envergonhada. 

"Sasuke-kun," Hinata o chamou num tom gentil, tentando acalmá-lo.

"O que é?! Vai me dizer que sabia de tudo e aprovava isso?! Ou vai mentir bem na minha cara, Hinata? Não lembro de ter sido uma hipócrita, aliás nem ao menos me lembro de ter sido qualquer coisa."

"Veja como fala com a minha esposa, Teme!" Naruto colocou Sasuke contra a parede, literalmente. "Não está na sua casa, e nem falando com a sua esposa escrava."

"Não vou perturbar a paz da família determinação, só vim buscar o que é meu." Ele garantiu, encarando Mikoto em fúria. A menina atravessou a sala na direção dele, ignorando os protestos de Minato. 

"Nunca mais deixe essa sua cria perto do meu filho." Naruto alertou entre dentes. "Eu não sou mais aquele garoto burro que te seguia, e meu filho também não vai ser."

Os dois, Sasuke e Naruto, trocam um olhar que denuncia que o ódio entre eles jamais vai se dissipar. O que começou com uma rivalidade está sólido agora. Não é apenas um jogo entre garotos, é uma condição perpétua. 

"Ainda vai se arrepender, Naruto. Não pense que vou esquecer o que fez aqui." Ele puxou Mikoto pelo braço, arrastando-a para fora do apartamento sem delicadeza alguma. 

Minato até tenta segui-los, mas Naruto fecha a porta com força, se impondo entre o filho e a saída. Seu olhar revela que está furioso e, acima disso, decepcionado. 

"Ia esconder isso até quando?"

"Por que fez isso? Por que agiu desse jeito com ela?"

"Por que você fez isso comigo, Minato?! Esqueceu-se de quem é?! De quem sou?!"

"Eu nunca me esqueço, pai. Ninguém nunca me deixa esquecer. E ninguém deixa ela se esquecer, também. Ela não é o pai dela."

Hinata sente que está na hora de intervir, e por isso diz. "As vezes as melhores pessoas carregam os piores fardos, Naruto. A raposa de nove caudas foi selada em você, e as pessoas sempre o rejeitaram por isso. Mas você sempre foi incrível. Agora está julgando a menina pelos erros do pai dela? Assim como você, selaram nela os fardos do clã Uchiha."

"Isso é ridículo. Ela é uma Uchiha, não importa se tem os olhos de Sakura, não importa se é ou não uma pessoa boa. Bondade é relativa, é um estado que pode mudar. Enquanto ela não experimenta do veneno que toda a família dela experimentou. O destino de todos os Uchihas estão fadados à crueldade."

"Você não é deus, pai." Minato cuspiu as palavras, dando às costas ao pai. "Você só é o maldito Hokage. Não cabe a você julgar quem é ou não digno."

[M.H.]

Mikoto fora violentamente levada para fora do prédio, sendo assistida por uma plateia de ninjas. A vergonha e o medo a consumiam, e ela se controlou ao máximo para não chorar na frente de todos. Na frente dele, principalmente. Sabia que tinha a sua parcela de erro, mas ser tratada assim era imperdoável. Estava sendo humilhada publicamente. 

 "Faz ideia do que fez?" Sasuke trincou os dentes, finalmente soltando-a. "Fez tudo isso só para se vingar de mim? Para me atingir?"

"Não, eu" Ele não a deixou se explicar.  

 "Não fale mais comigo, Mikoto." Declarou. "Não precisa mais me chamar de pai. Quando decidiu mentir para mim, deixou de ser minha filha. Tudo o que eu quero agora é que Sakura te leve embora, mas ao que parece nem mesmo ela quer te carregar nas costas como eu carrego."

Sasuke não gritou com ela em momento algum. Seu tom era baixo e comedido, embora frio e cruel. Ele não costumava dizer coisas só da boca para fora, o que queria dizer que o que havia acabado de dizer... era como se sentia de verdade. 

 "Eu voltei porque soube do retorno de Sakura. Ela voltou e ainda não veio te ver, não foi? Não consegue imaginar o motivo?"

E então ela se calou, verdadeiramente. Essa havia sido a gota d'água. Acusada de ser um fardo para o seu próprio pai, completamente humilhada pelo Hokage, proibida de ver o seu amigo. Agora todos a odiariam para sempre, quando descobrissem sobre esta noite. E essa nem mesmo era a pior parte. Se seus pais a odiavam, não havia mais sentido algum em tentar ser amada por alguém. Talvez, ela pensou, não fosse digna de amor. Esse era o fardo de um Uchiha.

Quando chegaram em casa, depois de um longo e silencioso caminho, Sasuke trancou-se no quarto. Ela estava com medo do pai, medo de jamais voltar a ver a mãe, e não tinha ninguém para dividir seus temores. Por um momento, desejou nunca mais temer nada outra vez. Ser imune ao medo e ao desamor. 

Quando se deitou em sua cama, o homem do manto preto apareceu em seus pensamentos. Ele parecia o único interessado nela no momento. E ele viria buscá-la, e ela teria de decidir se iria com ele ou não. Pela primeira vez, considerou ir com ele. Já não havia mais nada para ela aqui. 

No dia seguinte, quando chegou à Academia, os boatos já haviam se espalhado. Os alunos agora a olhavam com desprezo, e ela podia ouvir as conversas pelos corredores. "Todo mundo sabia que isso acabaria desse jeito" Ela ouviu Maiko dizer para Asami. "Ela é uma Uchiha, afinal."

Minato nem ao menos a procurou. Tampouco se juntou aos outros para detoná-la, o que já era melhor do que nada. Akira foi o único que fingiu que tudo estava normal, mas não estava. Naquele dia, os dois não riram, e também não conversaram abertamente. 

"Amanhã vamos pegar as bandanas." Ele tentou uma última vez, enquanto andavam para casa. "Espero que nos coloquem no mesmo time."

Mas ela não o respondeu. 

 O grande dia chegou na manhã seguinte. Parecia um dia como qualquer outro, nublado e sem graça, e a casa estava vazia quando ela acordou. Sasuke havia sumido desde ontem, sem avisá-la, mesmo sabendo que a graduação dela seria no dia de hoje. 

Mikoto até considerou faltar, mas essa poderia ser a última oportunidade de ver a sua mãe. Ela daria uma última chance à Sakura, e, se fosse sincera consigo mesma, admitira que estava rezando para que a mulher fosse vê-la. Ela só precisava se sentir acolhida uma única vez, e então tudo ficaria bem. 

Vestiu as suas roupas, pensando em toda a humilhação que passaria diante dos outros ninjas, e saiu de casa de cabeça erguida. O orgulho seria maior do que qualquer outra coisa. Ela havia se esforçado para aquele momento, afinal. 

Quando chegou à Academia conteve um sorriso ao ver o quão bela ela estava para receber os alunos. Havia faixas decorando a entrada, e os pais e alunos se espalhavam por toda a parte, conversando uns com os outros. 

Ela não queria enfrentar a multidão sozinha, mas o fez mesmo assim, indo até a mesa dos professores para receber a sua bandana. Parou à frente de Iruka-sensei, e o professor sorriu ao vê-la. 

"Achei que não viesse." Ele sorriu com sinceridade. "Onde está Sakura?"

"Eu também gostaria de saber." Mikoto respondeu, estendendo a mão para receber a sua bandana. Iruka a entregou o pedaço de pano, e de repente aquilo não parecia mais tão importante. Era leve, frágil, e não queria dizer nada para Mikoto. Não passava de um emblema estúpido. 

 "Você mereceu," Iruka comentou, chamando a sua atenção "foi a primeira colocada da turma, e sei bem que ajudou os outros. Me lembrou bastante sua mãe. Herdou a inteligência de ambos os seus pais, pelo visto."

Ela quis se controlar, mas sua língua foi mais rápida. "Essa inteligência... ela é minha. Não ganhei de ninguém." 

Iruka engoliu em seco, sorrindo sem graça. "Imagino que seja esse o caso. Me desculpe."

Foi naquele momento que Mikoto Haruno entendeu que, enquanto continuasse em Konoha, não seria mais do que o que seus pais foram. Sempre viveria sob a sombra dos dois. Se fosse forte, então seria como sua mãe. Se fosse ambiciosa, então acabaria como seu pai. Suas habilidades nunca seriam suas apenas. 

Procurou por sua mãe, se recusando a perder o que lhe restava de esperança. Pelo visto, Sakura não queria vê-la outra vez. Se quisesse já o teria feito. Ela sabia muito bem onde encontrar Mikoto. 

A expressão de Mikoto só se suavizou quando viu Akira vindo na direção dela. Ele correu até ela, abraçando-a com força, como se já soubesse da ausência de Sakura. Ela retribuiu o abraço dele, o apertando com força, deixando que as lágrimas caíssem no casaco dele. 

 "Eu sinto muito, Mikoto. Podemos ir até a casa de Asuma vê-la, que tal? Ai você pode exigir respostas."

"Essa foi a resposta que eu precisava, Akira." Mikoto garantiu, soluçando no ombro dele. "Nenhum dos dois me quer aqui, ficou claro."

"Do que está falando? Eles te amam, Mikoto."

 Mas ele estava falando aquilo só por falar, e os dois sabiam disso. Essa informação já não era mais uma certeza naquela família. Mikoto se esforçou para manter a compostura, e, quando soltou-se de Akira, já estava melhor. 

"Eu acho que vou embora." O avisou. "Não posso mais ficar aqui."

"Não pode ou não quer?" Akira perguntou, ela soube que ele achou que "aqui" fosse o evento de graduação, e não Konoha como um todo. Melhor assim. Tornaria a despedida menos dramática.

"Os dois."

 A mãe de Akira chamou por ele ao longe, e Mikoto deu um último abraço no amigo. "Vai ficar tudo bem, Mikoto. Amanhã pode vir lá em casa, que tal? Podemos conversar direito, e tentar pensar em outro plano."

"Perfeito." Ela sorriu sem emoção. Assistiu Akira se reuniu com a família, e uma parte dela sentiu inveja da cena. Era pedir demais querer uma família que se importasse com ela? 

Sua tristeza agora era apenas raiva. Ela tinha raiva, muita dela, e quase toda direcionada aos pais. Principalmente à Sasuke. 

Voltou para casa com a bandana amarrada na cabeça, tentando pensar no que diria se seu pai estivesse em casa. Os outros casarões do clã Uchiha pareciam mais sinistros agora, conforme o sol ia embora, mas ela já estava acostumada com a aparência assombrava deles. Sabia que alguém havia dizimado o clã anos atrás, mas seu pai nunca contou quem. Seu pai nunca contou nada. 

Teria continuado normalmente se não fosse pela movimentação estranha que sentiu. Não havia vento, e ainda assim podia jurar que havia visto as árvores balançando. 

"Sasuke?"

Talvez ele estivesse de volta. 

Engoliu em seco com a ausência de resposta. Talvez fosse apenas a sua imaginação indo longe demais. Ela andava muito estressada, de qualquer modo. 

O barulho retornou agora, e ele não vinha apenas da sua cabeça. Pensando melhor, ela sabia bem quem estava ali. O único que prometera vê-la. 

"É você, não é? Veio me buscar?"

Sua própria voz ecoou pelo vazio do clã. Porém, diferente da última tentativa, nessa ela obteve resposta. 

"Só se você quiser vir comigo." A voz anunciou. Vinha de uma das casas mais próximas. Ela seguiu naquela direção, subindo o primeiro degrau da varanda de madeira, e parando ao notar a figura encapuzada oculta pelas sombras, na lateral da casa. 

"É você mesmo?" Mikoto estreitou os olhos, tentando vê-lo melhor. 

O homem abandonou as sombras, e também o capuz. Exibiu o rosto a ela pela primeira vez desde o inicio dos sonhos, e foi a semelhança entre eles que a assustou. 

"Meu nome é Itachi Uchiha, e eu sei tudo sobre você, Mikoto. Só falta saber se virá comigo ou não está noite."


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