Let Me Hold Your Hand... Just This Time? escrita por Mary Ann


Capítulo 6
Capítulo 6 - Just a normal day


Notas iniciais do capítulo

Como sempre, a traduçao das palavras em ingles estara no final do capitulo!

Boa leitura!!!!



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Canadá. Seus rios, seus museus, as noites iluminadas... Desde que assistirá 3h e meia de um documentário sobre o Canadá quando ainda era pequena, ansiava para ver todas aquelas vistas e paisagens com meus próprios olhos. Sim, claro, no começo do documentário eu ficava me perguntandopor que minha mãe não podia simplesmente comprar pilhas novas para o controle (uma coisa que só fui entender quando cortaram a TV a cabo), mas depois de meia hora... Fiquei deslumbrada com as belezas daquele lugar. Tudo parecia tão vivo! Visitar Ottawa, o Rio São Lourenço, a cidade de Quebec, o Parque Omega... As Cataratas de Montmorency! Poder patinar no Canal Rideau, tomar um chocolate quente com marshmallows no Monte Royal com... Um amigo. Visitar a Basílica de Notre-Dame a luz das estrelas, assistir a uma aurora boreal... Tudo isso estava tão perto! E tão... Distante. Logo depois que eu e Shane chegamos à sala de aula (atrasados), o professor passou entregando folhetos informando nossa excursão, que seria em mais ou menos em Abril, onde passaríamos 3 dias e 2 noites em Toronto. Iríamos visitar o ROM (Royal Ontario Museum), a Casa Loma, A Torre CN e depois, poderíamos passar mais de uma hora na Toronto Eaton Centre, que era simplesmente o centro de compras mais movimentado da cidade... E, levando em conta tudo o que faríamos lá, o preço não estava tão alto assim... Para os outros. Eu tinha finalmente pagado as contas de luz e água sábado, não poderia simplesmente pegar o resto do dinheiro e gastar egoistamente comigo. Não com minha mãe se exaurindo todo dia no trabalho. Mas ainda assim... Estava com a chance de realizar parte de meu sonho em minhas mãos, já podia sentir o cheiro do chocolate quente, a brisa gelada em minha pele e a neve grudando em meus cabelos. Porém tudo isso não passaria de um sonho, que cada vez mais ia se distanciando de mim.

Abri o portão, acostumada com o som enlouquecedor, o fechando logo em seguida. Quando fui abrir a porta de casa, fui pega de surpresa ao sentir um cheiro diferente e... Bom, vindo da janela entreaberta da cozinha.

Mas nada se comparou com minha reação ao ver minha mãe parada em frente ao fogão fritando dois bifes suculentos, e uma vasilha de salada e dois copos cheios com suco de laranja feito na hora.

– Ah, Alison! Já chegou querida? Achei que talvez fosse chegar um pouco mais tarde, por isso não comecei a preparar a comida antes. Vá lavar as mãos, enquanto eu acabo de fritar a carne. Logo, logo a comida estará na mesa – um sorriso iluminava cada parte de seu rosto, e trazia alegria para o resto do ambiente, e ela parecia não notar minha cara de espanto enquanto cantarolava alegremente.

– Mãe, er.... O que houve? – deixei minha bolsa escorregar entre meus dedos, enquanto colocava lentamente as chaves na bancada. Por acaso minha mãe havia se tornado uma criminosa? Assaltado um banco? Loteria? Muitos cupons? Alguma coisa...!?

– Ah, filha, não vai acreditar! – pisquei freneticamente.

– Acredite, já não estou acreditando.

– Mike me ligou hoje cedo! – “Mike”... Já não era mais Sr. Michael? – Ele disse que hoje eu poderia tirar um dia para mim. E! – ela se virou, abrindo um sorriso de orelha a orelha enquanto suprimia gritos de alegria – Me deu um aumento! – abri a boca, esperando que saísse algum som – E foi um aumento bem generoso até! Isso não é... Maravilhoso!?

– Ma-mãe... Isso é... Eu não tenho palavras! – dei a volta na bancada e a abracei forte. Ela acariciou meu cabelo e me apertou mais.

– Eu iria ter contado ontem, mas você estava tão cansada. Eu sei que não jantou, e que ficou até de madrugada estudando. Sei que você não quer perder a bolsa, mas você é inteligente o suficiente para não precisar se desgastar até de madrugada – ela se afastou um pouco, olhando nos meus olhos – Bem... De qualquer jeito, aproveitando a chance, passei no mercado e comprei várias coisas. Hoje comeremos algo diferente – eu sorri, sentindo meus olhos arderem e uma lagrima querer sair – Agora, vá lavar as mãos. Você vai fazer eu queimar o bife – lancei um meio sorriso e fui em direção ao banheiro.

Quando me sentei à mesa, o cheiro da carne invadiu minhas narinas. Deus, que cheiro maravilhoso. Não importava se tinha morrido, se estava dentro da Matrix, se era tudo um sonho... Havia muito tempo (mesmo) que eu não comia nada que não estivesse congelado ou plastificado (isso sem contar o almoço com Nathaniel). Cortei o primeiro pedaço de carne e coloquei na boca. Não, não era um sonho.

– Mas então Alison, me diga - minha mãe tomou mais um gole do suco e se virou para mim, os olhos faiscando com a curiosidade de uma criança - Como foi a escola? - a série de acontecimentos com Shane me fez corar. Olhei timidamente para o chão.

– No-normal. Não aconteceu nada realmente importante nem nada... - um estalo me veio a mente, e rapidamente ergui os olhos para encará-la - Ah, mãe! O que me lembra, vai haver um- parei na metade da frase. O que diabos estava fazendo... Minha mãe havia finalmente conseguido um aumento, e nossa situação estava melhorando aos poucos. Finalmente podíamos comer uma comida melhor, eu talvez pudesse comprar algum presente para minha mãe e não seria tão apertado para pagar as contas... Mesmo se sobrasse algum dinheiro para o passeio.... Eu jamais poderia pensar em gastar nossas economias de forma tão egoísta.

– Sim, o que foi? - ela sorriu para mim, e apenas desejei que aquele sorriso jamais voltasse a se apagar de novo.

– Não era nada importante. Não se incomode com isso.... Essa carne está simplesmente fantástica! Você usou algum tempero?

Estava terminando de secar o ultimo copo quando ouvi as rodas de um carro se aproximando pela rua. O som seguiu até parar na frente de casa, e em questão de segundos ouvi a porta bater e o som da campainha. Ainda segurando o copo e o guardanapo, sai para atender a porta.

Eu não sabia se morria por ter tropeçado e quase ter ido te encontro ao chão, ou o fato de Nathaniel estar na frente do meu portão (sendo a causa de eu ter tropeçado). Senti minhas bochechas arderem. Por quê? Por que ele estaria aqui? Por vontade própria? Ele se aproximou um pouco mais do portão, com um olhar preocupado.

– Alison, você está-

– Si-sim, estou ótima. Mais importante, er..... - engoli em seco - Na-nathaniel, o que você está fazendo aqui? - o tom surpreso em minha voz, por algum motivo, o fez abrir um sorriso radiante. Ele acenou para o carro. O carro de minha mãe.

– Eu disse que traria o carro de volta. Mas tenho que me desculpar, eu teria entregado antes, mas estive meio ocupado - como, em sã consciência, eu havia me esquecido do carro?! Estava tão cansada por ter ficado estudando o final de semana, que tinha completamente esquecido de que o carro estava na casa de Nathaniel.

You are a scattebraine....

Shut up...........

– Ah, sim… O carro, claro, eu havia me esquecido. Obrigada por tudo – ele me estendeu a chave do carro e eu me aproximei dele. Peguei a chave com a mesma mão que segurava o copo, e antes que eu pudesse percebeu meu erro, o copo deslizou de meus dedos. Antes de eu me dar conta do que estava acontecendo, Nathaniel foi mais rápido e passou o braço pelas barras do portão. Ele suspirou de alívio me mostrando vitorioso o copo em sua mão. Sussurrei um obrigado e segurei o copo firme, passando as chaves para a mão com o guardanapo. Nathaniel olhou para mim meio sem graça e então se virou para ir embora. Meu coração se apertou.

– E- espere! – ele se virou na mesma hora, com um olhar esperançoso.

– Sim?

– Er... – havia o chamado por impulso, mas não sabia o que dizer. O fato de ter o visto indo embora a pé, depois de ter me ajudado e ter sido tão gentil comigo e minha mãe... Eu precisava fazer alguma coisa – Antes de ir, Nathaniel-

– Por favor, me chame de Nate – ele disse com um sorriso doce.

– Cl-claro. Ham... Antes de ir, Na-nate, gostaria de entrar e tomar uma xícara de café? – vou morrer vou morrer vou morrer vou morrer vou morrer vou morrer.

Isso, o convide para tomar uma xícara de café. Aproveite, o ensine a tricotar enquanto vocês comem mingau de aveia.

Xícara de café! Eu não podia bolar algo melhor?! Ainda mais que ele... É rico! Ele deve tomar café com os grãos moídos na hora e açúcar refinado vindo das Índias, ou sei lá! Droga, droga, droga... Raios!

– Claro, será um enorme prazer! – ele respondeu enquanto empurrava o portão enferrujado e pegava o copo e o guardanapo de minhas mãos. Eu ainda estava com a boca meio aberta, não acreditando que ele tinha aceitado entrar em minha casa por vontade própria... De novo! Da primeira vez, tudo bem, foi um ato de cortesia... E agora?!

– Ah, se você não se incomodar, poderia guardar isso para você? – eu acenei, indicando onde ficava o armário. Ele sorriu, e um pouco sem jeito, subiu o degrau que separava a garagem e minha sala de estar/cozinha, e entrou na casa. Depois de alguns segundos parada, balancei a cabeça e dei um passo para frente (quase tropeçando de novo). Percorri o olhar pela sala, prestes a chamar minha mãe, quando lembrei de que ela estava tomando banho. Havia finalmente pagado as contas, e estava feliz em tomar um banho morno.

– Bem, minha mãe está tomando banho agora, então... Pode se sentar enquanto eu faço o café – ele deu um passo para frente.

– Não quer que eu ajude?

– Não! Não há necessidade. Acho que consigo fazer isso sem queimar a casa – disse enquanto ria. Nathaniel permaneceu em silencio, apenas me olhando, o que me deixou extremamente sem graça. Olhei timidamente para o chão, murmurando qualquer coisa, tentando esconder meu rosto vermelho enquanto me apressava para ferver a água. Depois de ligar o fogo, comecei desesperadamente a procurar por algumas bolachas. Qualquer bolacha. Qualquer uma... AH! Agarrei um pacote quase vazio, e triunfante, separei as bolachas entre nós. Duas para cada. Perfeito! Quando me lembrei da água, corri para desligar o fogo, e no momento em que peguei o cabo de metal, uma dor lancinante percorreu minha mão, queimando minha pele. As lágrimas encheram meus olhos, e antes que eu pudesse soltar, Nathaniel segurou meu braço, e com o guardanapo, tirou a água do fogo.

– Droga, eu ia ter te avisado, mas antes que eu pudesse falar você já estava com a mão... Droga, me desculpe! – sua voz estava carregada de culpa e preocupação. Ele segurou minha mão, a examinando. Meu coração se apertou.

– Não, não precisa se desculpar! – me afastei um pouco, me libertando de seu aperto forte – Foi completamente minha culpa! Eu estava distraída e me esqueci de pegar um guardanapo. Eu peço desculpas por ter te atormentado e te preocupado a toa! – ele me olhou espantado por um momento. Então sua expressão se suavizou e ele andou calmamente até mim, segurando minha outra mão e olhando diretamente em meus olhos.

– Nunca mais se desculpe por eu me preocupar com você. Isso não é um tormento – ele levou minha mão até os seus lábios. Meu coração deve ter virado um tambor, e saído pulando de meu corpo, enquanto meu rosto ficava mais vermelho que minha mão queimada. Seus olhos não se desviaram dos meus, penetrando minha mente e senti um calafrio passar por mim ao ouvi-lo dizer meu nome.

– Ok... – acenei timidamente, ainda fixada pelo seu olhar. Mesmo com ele dizendo isso, não conseguia tirar de minha cabeça meu status social. Era como se Nathaniel fosse o monarca, o senhor feudal, o rei, o imperador! E eu a limpadora do estábulo. E o fato dele estar na minha..... Casa miseravelmente pobre em comparação a sua. E de ele estar se preocupando com uma ninguém como eu... Me deixava louca!

– Você tem gelo? – pisquei algumas vezes, esperando meu oxigênio voltar a circular no cérebro.

– Er... Oi? – ele segurou a risada e apertou minha mão um pouco mais forte.

– Perguntei se você tem gelo.

– Ah, sim! Claro, é, está no freezer. Eu já vou pegar– eu me virei para a geladeira, mas Nathaniel colocou as mãos em meu ombro, e sussurrou a centímetros de meu ouvido.

– Já disse... É um enorme prazer cuidar de você. Agora deite-se, enquanto eu pego o gelo e termino o café. Ok? – eu acenei e fui cambaleando até o sofá, me perguntando como minhas pernas não cessaram depois do ocorrido.

Gosh.... What the hell is happening here?

Tradução:

You are a scattebraine.... (Você é uma cabeça de vento...)

Shut up........... (Cale a boca.........)

Gosh.... What the hell is happening here?(Deus... O que diabos está acontecendo aqui?)


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