Várias Fics escrita por likeadragomir


Capítulo 15
Fic A Magia Mora Aqui - Parte Cinco


Notas iniciais do capítulo

O último de hoje o/



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Estamos na estrada fazem dias, e nenhuma pista de Max ou de Raymond. Eu e meu pai discutimos muitas vezes na viajem. Mas a pior discussão estava para vir.

Estava chovendo, e havíamos acabado de sofrer um ataque de demônios. Eu havia usado minha adaga de ouro para matar muitos deles, e outros foram mortos pela magia de meu pai.

–Eu deveria ter arranjado outro guardião para você -resmungou ele.

–Eu já disse: Max não é guardião de ninguém! -gritei.

–Você sabe como ele entrou na sua vida, Lily?

–Nos conhecemos na escola, na frente do meu armário -resmunguei.

–Por que será que de tantas escolas boas ele foi justamente para a sua, já que o tio dele era rico? -provocou meu pai.

Eu estava partindo para cima dele, mas um ser parou na nossa frente.

–O que está fazendo, Claude? -perguntou. Era uma mulher.

–Isso não lhe importa -rosnou meu pai.

Eu percebi que a mulher estava flutuando. Ela tinha enormes asas, brancas e cintilantes. Era uma mulher loira, cabelos muito ondulados, rosto delicado, quase tão branca quanto eu. Seus olhos eram azuis elétricos, o tom de azul mais lindo do mundo. Eles agora lembravam tempestade. Estava vestindo um vestido branco que ia até os joelhos esandálias da mesma cor.

–Lily vem comigo -disse ela.

–Ela não vai sair com uma estranha -falou Claude, me puxando para perto. Eu me desvenchilei do aperto dele e fiquei observando a mulher.

–Max me enviou. Ele disse que eu podia cuidar dela enquanto ele estivesse longe.

–Mais uma razão para eu não deixar Lily ir! -gritou meu pai.

–Lily, seja rápida -disse ela -Com quem você quer ir?

–Com você, é claro! -respondi rapidamente.

–Você não vai -rosnou meu pai.

–Max não era meu 'guardião'? Se ele disse que é para eu ficar com um amigo dele eu fico, não importa quem seja! -gritei.

–Você sabe mesmo se ela é conhecida dele? -perguntou Claude.

Eu franzi a testa e olhei para a garota.

–Tem algo? -indaguei.

Ela parou de bater as asas, e desceu no chão, depois andou até mim. Ela puxou um colar, e o pingente era um coração com uma espada e flecha cruzadas por cima dele.

–Acredito em você -eu disse.

–Como assim? -falou Claude.

–Esse símbolo -apontei para o colar da moça. -É o símbolo de proteção. Max me deu um. É o simbolo dos guardiões, não? -perguntei.

–Isso mesmo. -disse ela. -Claude, deixe ela vir comigo. Não farei mal nenhum a ela. Eu a cuidarei. Só por uns dias.

–Certo -resmungou Claude -Mas se ela sofrer algum arranhãozinho sequer, você vai estar na minha lista negra.

Eu olhei feio para ele. Ele me deu um último olhar e aparatou, saindo do meu campo de vista.

–Pode me contar os detalhes? -perguntei para ela.

–Claro. Mas antes vamos para um lugar seco.

Ela me estendeu a mão, e eu a fiquei olhando. Depois, hesitante, a segurei. Tomei um gole de ar e aparatamos dali.

Fomos parar dentro de uma casa ampla, com vários móveis na cozinha e na sala. Tinha apenas um quarto, que era enorme. Ela e eu sentamos em poltronas perto de uma lareira, na sala mesmo.

–Para começar, qual é o seu nome? Max te enviou mesmo? Vai me explicar e me ensinar alguma coisa? O que está havend...?

–Se acalme, Lily. Eu sou Alison, sou amiga distante de Max. Ele me enviou sim, não para mandar em você, mas para apenas ficar de olho. Se quiser fazer algo, não vou impedir. Apenas avisar das consequências. Vou lhe explicar tudo o que eu souber e que você pedir, até que Max volte. Preciso lhe ensinar a aparatação. Isso é muito fácil. Mas você tem que estar atenta. Os demônios e muitos dos anjos, e pessoas do nosso lado estão atrás de você.

–Como Raymond... -falei.

–Isso mesmo. Ele fez um pacto com um dos seguidores de Euríades para capturá-la. Mas acho que parte disso ele fez só para 'livrar' Max de uma responsabilidade.

–Alison, por que se referem a ele como meu guardião? -perguntei.

–Como deve saber, seu pai é de grande influência entre nós, anjos. Sua mãe era uma mortal, e era muito admirada também. Depois da morte dela, infelizmente causada por você, os anjos começaram a te odiar e querer a sua morte. Muitas pessoas queriam te proteger, entre eles alguns demônios. Max também ficou sabendo da sua história e se voluntariou. Depois de muitas conversas, com seu pai e até com Many, ficou decidido que ele iria 'ficar de olho' em você. Mas vejo que isso causou uma aproximação... Muito rápida.

Eu corei um pouco quando ela disse isso.

–Somos apenas amigos -falei.

–Pelo que ele fala... -disse ela.

Eu senti uma pontada de esperança ao ouvir essas palavras. Mas foi apenas repentina.

–Posso dormir um pouco? -perguntei.

–Claro -respondeu Alison, sorrindo.


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Não é preciso dizer que sonhei com Max. Eram sonhos horríveis. Euríades capturando Max, Euríades torturando Max, tentando pegar informações sobre mim, várias coisas. Max nunca respondia, e ou era espaqueado ou queimado. Vê-lo assim, sendo torturado era uma agonia para mim. Creio que eu morreria se ele morresse, como (eu acho) que ele morreria por mim.


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–O que está falando, Gerald? -disse Alison.

Era de manhã e eu e ela havíamos saído da casa misteriosa. Havíamos nos encontrado com Gerald, um garoto mais ou menos da idade de Alison. Tinha a pele morena, cabelos e olhos castanho escuros e uma voz tão doce que se ele me pedisse para pular de um penhasco eu o faria. Ele era simplesmente lindo. E ficou admirado em me conhecer.

–Isso aí que você ouviu -retrucou ele.

–Ainda não entendi -disse Alison.

–Euríades agora sabe a localização de Lily, e está vindo atrás dela -falou Gerald, rapidamente -Temos que levá-la o mais longe possível daqui.

Enquanto Alison ia ligando para várias pessoas, eu olhei acusadoramente para Gerald e perguntei:

–Como sabe de tudo isso?

–Oras, sou um demônio -disse ele, sorrindo.

*Um belo demônio* pensei.

Mesmo assim eu estava de boca aberta.

–Como...?

–Sou um dos demônios que está do lado dos anjos. Há alguns de nós, simplesmente patéticos, que transmitem informações para qualquer um. Isso facilita.

–Mas perguntei... -começei.

–Você quer saber o que um demônio está fazendo do lado dos anjos. Sinto que fazer o mal para as pessoas é a pior coisa do mundo. Não quis seguir os caminhos da minha família. Vim para cá. Acho que nos conheceríamos antes, se eu tivesse...

–Se tivesse o que? -perguntei.

–Se eu tivesse sido o seu 'guardião' ao invés de Max.


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Horas depois, Gerald, Alison e eu estávamos indo para o Sul. Não por aparatação, pois sugava muita energia. Gerald 'tomou emprestada'uma caminhoneta. Alison não gostou nada disso, mas foi mesmo assim. No volante estava Gerald, no meio eu, e do meu outro lado, Alison.

Para me distrair durante a viajem, puxei a carta de Max do bolso da jaqueta e a li novamente, e novamente, e novamente. Depois, com a mão trêmula, puxei a foto rasgada do bolso, e a fiquei encarando por muito tempo.

Mas não por muito tempo. Do nada, Gerald parou a caminhoneta.

–O que houve? -perguntei, assustada.

–Ah não -Alison gemeu.

Os dois desceram do veículo, dizendo para eu ficar do lado de dentro. Eu obedeci.

Logo depois, Gerald voltou para dentro.

–O que está acontecendo? -perguntei.

–Apenas observe -disse ele.

Eu olhei pelo vidro dianteiro. Alison estendia as asas para fora do corpo. Era uma visão magnífica. E havia uma sombra também.

–Ela não pode lutar com um deles! Vá e a ajude! -falei em voz alta.

Alison, como tivesse ouvido tudo, virou e falou:

–Eu sou imortal, Lily! Vou sobreviver! Vá com Gerald, ele a cuidará!

Em um segundo, Gerald e eu descemos do carro para observar melhor. Ele me estendeu a mão e eu a agarrei, sem hesitar. Era quente e musculosa. Desaparecemos dali em segundos.


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Aparecemos em um beco escuro e mal cheiroso. Logo torci o nariz. Gerald ia andando na frente e eu o seguia, logo atrás.

–Onde vamos? -perguntei.

–Não podemos falar nada aqui -advertiu ele - Vamos rapidamente.

Eu assenti e corremos silenciosamente. Fomos até um homem alto, de casaco e chapéu. Antes de chegarmos perto dele, Gerald amarrou minhas mãos juntas e me disse para ficar quieta.

–Vejo que tem mercadoria nas suas mãos, Gerald -disse o homem.

–Sim -respondeu ele -Capturei essa moçinha perto de San Bernardo.

–Alison deve estar por lá?

–Não. Ela fugiu para Marisilan.

Eu estava chocada com as palavras duras e frias de Gerald, mas continuei quieta, por medo. A mão esquerda dele agarrou mais a minha mão quando fez a pergunta que era mais importante, no momento.

–E onde está Max?

–O garoto foi capturado por Euríades. Estava lutando com uns amigos dele contra os servos de Euríades, e foi pego pelo mesmo. Atualmente deve estar no Mundo De Baixo.

Então os meus sonhos eram...realidade. Gerald perfurava meus pulsos com a unha. -Vou levar Lily aaté ele, então -falou. -Até mais.

–Até, Gerald.

Mal andamos e mais sombras apareceram acima de nós. Gerald me empurrou contra o chão e ficou praticamente em cima de mim.

–O que está havendo? -perguntei.

–Euríades está por aqui... -falou ele, contra o meu rosto.

–Por que falou aquilo? Quem é aquele homem? O que você vai fazer comigo?

–Era apenas para pegarmos informações. Eu nunca faria mal algum a uma princesa. Ele é um do lado escuro. E quanto a você, vamos tentar sair dessa. Creio que morrer não seja atraente.

–Espera... Princesa? -perguntei, levantando a cabeça. Nossos narizes quase se tocavam.

–Te explico depois -disse ele, no mesmo momento em que um raio descia no chão ao nosso lado.

Ele foi jogado para longe de mim, e eu gritei alto. Uma sombra estava vindo na nossa direção. Me arrastei lentamente pelo chão, na sua direção, e encostei minha mão na sua.

No mesmo momento em que a sombra chegava sobre nós. Minha visão ficou escura.


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Eu abri os olhos. Tudo estava escuro. Levei alguns minutos para me adaptar. Minhas mãos estavam acorrentadas em uma parede. Eu conseguia ouvir gritos de um menino se aproximando. Fechei os olhos rapidamente, com medo de algo. Até que uma porta se abriu e a pessoa que estava gritando entrou. Deveria estar amparada por duas pessoas, ou melhor, seres. A voz era intensamente conhecida. Mais passos ecoaram pela sala escura. O som de algemas estalou. Haviam prendido o dono da voz na parede de frente a minha.

–NÃO VOU DIZER NADA A VOCÊ! -gritou a voz.

Eu abri os olhos exatamente no momento em que desferiam um soco na cara do menino.

Tinha a minha altura, cabelos e olhos negros (olhos que agora estavam arregalados), roupas rasgadas... Eu estava de frente a um Max semimorto.

Dei o mais alto grito do mundo quando vi ele assim. Os olhos que encaravam o céu olharam para mim com um pedido: fique quieta . Eu esperneava e tentava me soltar, mas não conseguia sair do lugar. O esforço que Max fez foi muito inferior ao meu, mas valeu alguma coisa.

–Vejamos quem acordou -disse uma voz demoníaca.

–Euríades, seu... -eu disse todos os nomes ofensivos possíveis.

–Bem vinda ao Mundo de Baixo -disse Euríades. -Vejo que conseguimos trazer os dois pombinhos at´e aqui, como uma isca. E olhe em volta! Veja quem mais conseguimos trazer.

Eu olhei para a esquerda. Gerald estava pendurado do mesmo jeito que eu. Sua cabeça estava baixa, mas ele estava acordado. Olhei para a direita e vi um Raymond Choroso, se sacudindo também. Estava tentando ir em direção a Max.

–Estávamos tentando puxar alguma informação sobre você, garotinha insignificante, mas essa barata -Euríades disse, chutando Max na canela - não quis colaborar. Aprecie o resultado. Agora, que você está aqui -falou, puxando uma adaga prateada do bolso -não precisamos mais dele -completou, enfiando a adaga no centro do coração de Max.

–NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!!!!! -eu e Raymond gritamos juntos.

Os dois demônios e Euríades saíram da sala, mas o Senhor deles, antes, bateu as palmas, e eu, Raymond, Gerald e o corpo inerte de Max caímos no chão. Eu corri até ele e o virei do modo que seu rosto estivesse perto do meu. Fiz tudo o que foi possível, mas Gerald disse:

–Não podemos fazer nada.

Eu me sentei do lado de Max e segurei uma de suas mãos com a minha, e com a minha outra, acariciei seu rosto. Seus olhos estavam fechados, e o que eu sabia fazer era só chorar, chorar e chorar. Raymond estava encolhido em um canto, chorando também, e Gerald estava pensativo.

Foi aí que eu tive uma idéia.

"Não mexa com a magia dos mortos. Ela é muito poderosa, e você pode se machucar" dizia a carta de Max.

Eu olhei para a frente, sorrindo como uma maníaca, e disse:

–Gerald, podemos sair desse mundo por aparatação?

–Claro que podemos, se tivermos poderes suficientes -respondeu ele.

–Isso vai nos esgotar -falou Raymond.

–Não importa -disse eu. E acrescentei para Raymond:

–Eu vou trazer Max de volta. Custe o que custar, Ray.


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Notas finais do capítulo

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