Várias Fics escrita por likeadragomir


Capítulo 13
Fic A Magia Mora Aqui - Parte Três


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas hj tem trs captulos! o/

Bem, desculpe a demora, estava sem net em ksa...



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–Pronta? -perguntou Max.

Ele havia devolvido minhas roupas, e eu tinha vestido no quarto. Quando desci para a sala, Max estava lá me e sperando, assim como seu tio, Raymond.

–Sim -respondi.

Havíamos conversado, nós três e decidimos que eu poderia voltar para ver como estava a minha (ex) casa. Mas só se fosse com Max, e tomando muito cuidado. Era a minha única escolha, então aceitei.

–Vamos andando até lá? -perguntei.

–Claro que não -caçoou Max. -Vamos aparatar.

–Como assim?

–Desapareceu de um lugar e aparecer em outro em questão de segundos -explicou Raymond, olhando feio para Max. -Não preciso dizer que vocês devem tomar cuidado, e a qualquer sinal de perigo devem voltar para casa.

–Não -eu disse, engolindo em seco.

–Não mostrem seus poderes aos humanos - falou Raymond, sorrindo, e saindo da sala.

–Como se não soubéssemos disso -resmungou Max, estendo a mão pra mim.

Eu a segurei.

–Isso pode ser desconfortável. Pronta? -perguntou.

–Pronta -respondi, tomando um pouco de ar nos meus pulmões.

Com uma piscadela, ele fechou os olhos, e desaparecemos da casa de Raymond, aparecendo na frente das ruínas da minha.

Eu larguei da mão de Max e fui entrando devagar, embaixo de alguns escombros. Minha entrada foi dificultada por causa da neve, mas com um pouco de esforço mental, movi a maioria neve da entrada.

–Sabe, esse seu dom é maravilhoso -falou Max.

–Sério? -perguntei, de sombrancelhas erguidas -E quais são os seus?

–Nem queira saber -disse ele, passando por mim.

Andamos pela casa, com muita dificuldade, mas enfim chegamos no quarto de Many. O corpo dela ainda estava lá. Do mesmo jeito...

–Eu fiquei desacordada por quanto tempo? -perguntei.

–Quase cinco dias.

Eu arregalei os olhos, mas movi rapidamente meu olhar para Many.

–Ela está se mexendo! -gritei para Max, que veio correndo até mim.

–Não pode ser possível!

–Mas é! -gritei mais alto ainda. -E...

–Lily -disse Many com a voz rouca.

–Sim? -perguntei, com lágrimas nos olhos.

–Me... Desculpe por tudo. Eu... Deveria ter escutado Max, e seu pai também....

–Agora não importa -falei, chorando mais.

–Como... Você ainda está...? -perguntou Max.

–Eu apenas canalizei um pouco do poder de Lily, por uns dias, para no caso de algo acontecer, e aconteceu -respondeu Many.

Eu soluçava demais.

–Não...chore -disse Many para mim. - Você está em boas mãos agora.

E olhou para Max.

–Promete que cuidará dela?

Max assentiu com a cabeça.

–Eu... Te amo, Lily. Eu sempre te amei -disse ela, e lentamente, fechou os olhos.

Eu deveria estar bravíssima com ela por ter canalizado meu poder por tanto tempo, mas não conseguia fazer nada, só chorar. Max me ajudou a ficar de pé, por que com certeza, sozinha eu não iria ficar. A primeira coisa que eu fiz quando fiquei de pé foi me jogar nos seus braços, que pareciam frágeis se vistos de longe, mas eram fortes e quentes. Ele não tentou falar nada para me apoiar, apenas me abraçou forte. Esse era o melhor e o pior dia da minha vida.


********************************************************


–O que devemos fazer agora? -perguntou Max para Raymond, quando voltamos para casa.

Raymond estava pensativo desde que Max contou o que houve com Many. Estaria pensando no que fazer, ou não queria dar uma resposta?

–Deveríamos ir atrás de Euríades? -perguntou Max novamente.

–Atrás de quem? -indaguei.

–Euríades, Lily. Aquele demônio que te atravessou no dia do seu aniversário -explicou Max. -Ele é o mais velho dos demônios, seu chefe e senhor. O Senhor do Caos, como é conhecido.

–Não acho que isso seja a coisa certa, Max -falou Raymond -Devemos esperar que Gerald volte, quem sabe ele trará companhia, e assim poderemos ir.

–Mas...

–Chega de mas, Max. Você mesmo sabe que isso é perigoso, e que ir atrás de Euríades sozinho seria um suicídio. Por que, para passar o tempo, você não treina Lily?

–Boa idéia -disse Max, mal humorado -Vamos aproveitar o resto do dia, Lily.

Fomos até a mesma varanda de antes, quando o vento atacou Max. Ele, com sua incrível habilidade, consertou o vidro da porta de correr, as cadeiras e as barras de apoio. Eu chamei um pouco de vento, que levou o que havia da neve para fora. Sobraram apenas umas poças de água no chão, que Max conseguiu transformar em vapor.

–Fique aqui -disse ele - Vou pegar um livro para ler para você.

–Sobre...?

–Sobre o nosso mundo, claro -falou Max, com um sorriso maroto no rosto.

Eu sentei em uma cadeira e comecei a respirar devagar. Eu havia processado muita informação hoje, e estava fraca demais, apenas com o uso daquelas pequenas magias.

Max voltou com um pesado livro de capa vermelha de couro, sentou em uma cadeira do lado da minha, o abriu, e começou a ler.

A história começava com Calisto, o rei dos anjos, e Euríades, o rei dos demônios duelando, para tomar o trono supremo, e assim, governar o mundo. Eles batalharam durante séculos seguidos, mas nenhum morria, apenas se machucavam. Chegou um dia em que Calisto se machucou demais, muito mesmo, e Euríades cortou uma das suas asas fora. Calisto conseguiu escapar, mas por pouco. Desde então, Euríades tenta recrutar mais pessoas do lado de Calisto, as que acreditam que ele está morto, para o lado negro. Depois, Max me falou sobre os símbolos de proteção.

–Assustador -disse eu.

–Você ainda não viu nada -assobiou Max.

–Está frio -falei, batendo os dentes - Podemos entrar?

–Claro.

Entramos então, e sentamos na frente da lareira, em outra sala, sem falar nada. Raymond também entrou na sala, quieto. Não tínhamos assunto.

–O jantar está pronto, senhores -disse a voz de uma mulher,na porta, me sobressaltando.

Raymond e Max seguiram para fora da sala, mas eu fiquei lá. Max voltou e abriu a boca para falar alguma coisa, Mas a fechou, e saiu da sala.

Eu não estava com fome. Ainda estava triste por Many, furiosa com meu pai por aparecer apenas naquele dia, sem nem falar comigo direito. E não sei por que, estava chateada com Max, de alguma maneira.

Era muita informação para apenas um dia. Eu fiquei vários minutos, encarando o fogo, mas sem mesmo o enxergar. As chamas dançavam para um lado e para o outro, iam para frente e para trás, pra cima e pra baixo, de acordo com a minha força de vontade. Ordenei que um pouco das chamas viessem para a minha mão. Eu as toquei, mas não senti elas na minha pele, apenas um leve formigamento.

Eu modelava a chama na minha mão, girava ela por cima e por baixo do braço, experimentei passar até pelas minhas roupas, que não queimaram. Eu caminhei até a varanda e ordenei que as chamas se expandissem pelo resto do meu corpo, lentamente. Quatro minutos depois, eu já havia dominado as chamas. Meu corpo todo queimava, minhas roupas e meus cabelos. E o estranho era que eu não sentia nada.

–O que pensa que está fazendo? -gritou Max, me sobressaltando.

Eu me virei de frente para ele. O susto que ele me deu fez engasgar Com o fogo e começar a inalar fumaça. Começei a me engasgar e a tossir, e o fogo começou realmente a queimar minha pele. Max me agarrou e se jogou comigo na neve, para me 'apagar' . Depois, segurou meus dois ombros, como se eu ainda estivesse queimando.

–Me solta! O que Você estava pensando quando me assustou?- perguntei, bravíssima.

–O que estava pensando digo EU! Quem em seu perfeito estado se incendiaria na varanda da casa?

–Eu estava perfeitamente bem até você aparecer! -gritei.

–Pare de gritar e venha para dentro -resmungou Max -Vamos te limpar.

Resmungando também, entrei atrás dele na casa, onde segui até o banheiro. Limpei minha pele, que estava ardendo, e coloquei uma muda leve de pijama curto. Depois, deitei emburrada na minha cama nova.

Max entrou calado no quarto, puxou uma cadeira, e sentou do lado da minha cama. Ele estendeu as mãos para tocar meu braço, mas eu o puxei para longe.

–Se quiser ficar bem, é melhor me deixar te curar -falou ele.

Dessa vez, ele tocou meu joelho direito. Eu senti um momentâneo calor pela minha pele onde ele ia passando a mão. Primeiro foram as pernas, depois o tórax, após isso, os braços e por fim o meu rosto. ( digo que ele demorou um tempo a mais no meu rosto) . Sua mão tremeu um pouco, e ele a afastou do meu rosto. Saiu do quarto sem falar nada.

Eu puxei as cobertas para cima de mim e dormi.

Infelizmente, sonhei.

O ar estava cheio com neblina escura. Uma forma estava vagando as escuras, perto de mim. Chifres grandes, grossos e curvados na cabeça, rosto demoníaco, sangue em seu rosto e corpo. Eu tentei me afastar, mas não conseguia mover minhas pernas. Sabia que aquele ser queria causar o mal a mim, mas não me movia. Ele também não conseguia me alcançar. Mas ele abriu a boca, e da boca saiu um som alto e agudo.

* Lily, você sabe que o final está próximo. Por que não se entregar?*

*Eu nunca vou me entregar, e muito menos para você!* eu gritava de volta.

*Bem,* disse Euríades *Então terá de aprender da maneira mais difícil*

*O que quer dizer? rosnei.

*Seu amigo Max, aquele metidinho, há de pagar pelos seus erros*

*Não!* eu gritava. *Não!*

–NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!

Eu me assustei com meu próprio grito. Dei um pulo na cama e acordei, suando loucamente. Mas isso não foi o suficiente. Um Max superpreocupado vestindo apenas um short preto abriu a porta com um estrondo, me fazendo dar um pulo tão alto que eu caí no chão.

–Já não acha que já sofreu acidentes demais hoje? -disse ele, correndo para me socorrer.

–O...obrigada -falei, tremendo demais.

Ele me ajudou a sentar na minha cama e sentou do meu lado, me abraçando.

–O que houve? -ele perguntou.

–E...el...ele es-s-s-tá at-t-t-trás d-d-d-de mim e d-d-de v-v-você... E depois, ele d-disse q-q-que ele v-v-vai s-s-sair, e...

–Calma, se acalma, respira, isso, vai passar, foi só um pesadelo... -ele repetia rapidamente, tentando me acalmar.

Ele deitou na cama e me deitou nos braços dele, conversando devagar para me acalmar, e conseguiu fazer isso. Após alguns minutos, eu adormeci, e creio que ele dormiu logo depois.

De manhã, sorrindo, eu me espreguiçei. Mas senti o outro lado da cama frio, e olhei para ele. Max não estava lá. Mas em cima da cadeira, havia uma carta escrita a mão e uma adaga de ouro.

Eu levantei da cama e peguei a carta, cuidadosamente dobrada. Nela estava escrito:

Lily,

Eu sei que você vai me odiar por isso, mas eu estou indo atrás de Euríades. Isso pode soar estúpido, mas estou disposto a lhe proteger, sempre, do mesmo jeito que a protegi, desde aquele dia, na praça, se lembra?

Por favor, não me julgue, ele matou meus pais, ele odeia tudo e todos aqui, como você disse ontem, ele está vindo atrás de você, e desejo que antes que isso aconteça, eu o encontre.

Seu pai estará indo até ali na casa, converse com ele e tente pegar algumas coisas que não consegui lhe ensinar e/ou contar. Me perdoe por isso também. Você não sabe o quanto eu me culpo por não ter lhe contado toda essa história maluca antes. Se eu tivesse deixado meu orgulho de lado e lhe ensinado algo, quem sabe sua irmã não estivesse morta.

Peço, que pelo amor dos anjos, não tente fazer nada em relação ao mundo dos mortos. Essa magia é muito poderosa e você pode se machucar.

Estou deixando aqui em cima da carta uma adaga de ouro. A minha adaga. É a minha arma preferida. Mantenha-a sempre perto de você para casos extremos. E use sempre o colar que lhe entreguei. Ele é realmente um símbolo de proteção, mas muito mais complicado. Lhe explico depois, assim como as outras coisas.

Por favor, se cuide. Vou voltar logo.

Com amor,

Max


PS: Tente não fazer besteiras. Alguns amigos meus estarão de olho em você. *

Então era isso. Eu peguei a adaga de ouro e olhei para ela. Não podia ter acreditado.

Max havia partido.


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