Várias Fics escrita por likeadragomir


Capítulo 12
Fic A Magia Mora Aqui - Parte Dois


Notas iniciais do capítulo

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-Lily?

Eu estava quase abrindo os olhos.

-Lily? Você está bem?

Eu resmunguei algo em resposta.

-Lily?

Era...a voz de Max? Eu me forçei a abrir os olhos e lá estava ele, inclinado sobre mim. Nossos narizes quase se tocavam.

-Onde estamos? -perguntei devagar.

-Na casa do meu tio -respondeu ele, lentamente.

Ele se endireitou (para meu pesar) e me permitiu olhar ao redor. Estávamos em um quarto branco. Quase tudo nele era branco, exceto a mobília. Eu estava deitada em uma cama  confortável, mas não estava vestindo as minhas roupas. Era uma camisola branca e longa.

-Onde estão as minhas roupas? -perguntei, fuzilando-o com os olhos.

-Tivemos que trocá-la. Quando aquele espírito de demônio atravessou você, você ficou terrivelmente doente. Meu tio conseguiu curá-la, mas suas roupas eram pesadas demais.

Eu engoli em seco.

-D...demônio? -indaguei.

-Sim, Lily. Vivemos em um mundo de demônios sedentos que...

Max não terminou a frase, pois no mesmo momento um homem alto, de cabelos escuros entrou na sala.

-É um prazer conhecê-la, Lily -disse ele.

-O prazer é meu, sr...?

-Oh, sim, esse é o meu tio Raymond -disse Max.

-Prazer, sr Raymond -disse eu, corando.

-Por favor, me chame apenas de Raymond.

-Certo -falei. -E então, podem me explicar o que houve na minha casa?

Raymond e Max se entreolharam.

-Acho que não está na hora... -começou Max.

-Por favor, não me venha com essa história! Já estou cansada dessa história de eu não poder saber das coisas. Eu já tenho 14 anos!

-Devemos contar a ela -insistiu Raymond -Mas não aqui. Ajude-a a ir até a nossa sala.

Ele disse isso e saiu do quarto. Eu me levantei sozinha da cama, me apoiando nos móveis, e comecei a andar até a porta, mas minhas pernas travaram e eu quase desabei, mas Max me segurou. Eu o agradeci silenciosamente. Com ele me ajudando, saímos do quarto e percorremos um grande corredor. Conforme andávamos, a cor das paredes ia ficando mais forte, mais  viva. Quando chegamos na sala, eu fiquei de queixo caído. Era enorme.

Vários retratos cobriam as paredes. Eram pessoas (possivelmente da familia de Max) com sorrisos desbotados, mas com rostos saudáveis e joviais. Havia uma estante cheia de livros grossos, e possivelmente pesados em uma parede, e na outra, haviam vários objetos estranhos pendurados.

Duas poltronas e um sofá de dois lugares estavam no meio da sala.Todos eram estilosos e de ótima aparência. Eram de um profundo cinza. Um ótimo tom, para combinar com o chão. Entre eles, havia uma mesinha de vidro, que estava ocupada com alguns jornais velhos.

O tio de Max já estava sentado em uma das poltronas, pensativo. Max me ajudou a sentar no sofá de dois lugares, e me entregou uma coberta. Pensei que ele ia sentar em uma das poltronas, a desocupada, mas sentou do meu lado.

-Enfim, por onde começamos? -perguntei.

-Lily. Você deve ter se perguntado, durante toda a sua vida, por que seu pai esteve tão ausente.

-Claro.

-Ele faz parte de um.. Como posso lhe explicar? De um time de caçadores -falou Raymond.

-Caçadores? -perguntei, caçoando dele.

-Não é bem isso. "Caçadores" não é bem o termo oficial, mas é usado. São pessoas que nascem com magia, magia correndo nas veias, treinadas para lutar e, se tiverem sorte, matar demônios - disse Max, sério.

Eu o encarei, incrédula.

-Como isso pode ser possível?

-Lily, se acalme -Raymond falou, rapidamente. - Pelo que Max nos contou, a sua casa havia sido invadida por espíritos de demônios.

-Então quer dizer que aquelas coisas que estavam lá eram espíritos? -perguntei

-Sim. Provavelmente entraram pelo quarto da sua irmã, pois era o ponto mais frágil da casa.

-Então, como assim eles puderam...puderam matá-la? -indaguei

-Aquele... Espírito que a atravessou... Aquele mais negro, se lembra? Ele era o mais forte da casa. Ele foi quem liderou o exército. Inicialmente, ele estava na sua forma de demônio, por isso pode matar sua irmã. Por algum tempo, ele se manteve apenas espiritualmente, mas quando aparecemos na sala, ele conseguiu se moldar em uma forma meio demônio meio espírito. -explicou Max.

Ele havia falado mais do que devia. Eu senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas as mandei para longe. Não ia chorar agora.

-Pensei que espíritos se tratavam de coisas boas -falei.

-Não -contradisse Raymond - eesses espíritos de que falamos agora são seres maus, que se contentam em maltratar e as vezes, matar pessoas.

-Certo, mas por que eles não me atacaram quando eu estava com Max?

Max e Raymond trocaram olhares, decidindo se deveriam me dizer, ou não.

-Eu...vou preparar umas canecas de chocolate quente -disse Max, saindo rapidamente da sala.

-Max... Ele é um desses 'caçadores', Lily. -disse Raymond.

Eu fiquei séria.

-E os pais dele?

-Eles também eram, mas em um momento de desespero, quando Max era pequeno, eles morreram. Tragicamente.

Quase abri a boca para falar algo, mas a fechei. Repeti o processo inúmeras vezes, mas palavra nenhuma saia da minha boca. Max sempre foi quieto, nunca falava da família, algo havia acontecido, mas eles terem morrido de um jeito trágico? Isso era demais pra mim digerir.

-Max me disse que um homem havia aparecido na sua casa antes dele chegar lá. É verdade? -perguntou Raymond.

-Sim -eu assenti.

-Como ele era?

-Alto, meio pálido. O cabelo dele era muito parecido como o meu. Mas os olhos dele... Eram negros demais.

Agora eu estava começando a raciocinar...

Não era possível...

-Nós mal nos falamos... -eu comecei, mas me interrompi.

-Como assim? -perguntou Raymond, interrompendo meu pensamento.

-Antes que ele pudesse fazer algo, Many o expulsou da casa. Ele estava tentando nos avisar de algo...

-Foi uma pena -falou Raymond -Você mal falar com seu pai.

       *******************************

-Por que nunca me disse nada? -perguntei.

Eu estava com Max na varanda dos fundos, no segundo andar da casa. Eu estava segurando as barras de proteção, e olhando para fora, vendo o nevoeiro que se formava. Max estava do meu lado. Eu sabia, sem olhar, que ele estava analisando minha expressão. Isso me deixava irritada. Ele sempre gostava de fazer isso.

-Nunca lhe disse o que?

-Não se faça de estúpido -falei, olhando para ele. -Sobre esse mundo que nos circula. Sobre tudo o que eu deveria saber. Sobre mim. Sobre você.

-Você ficaria assustada com isso. Você ainda não consegue administrar seus dons. Não ia querer deixar sua irmã. Não ia conseguir ficar com todas essas informações na sua cabeça.

-Está me dizendo que sou fraca? É isso que quer dizer? -perguntei, agarrando mais ainda a barra. O vento começou a soprar mais depressa agora.

-Está vendo? Olhe o que está fazendo! Está fora do próprio controle! -disse Max.

Eu larguei a minha mão da barra, e me virei para ele, furiosa. Esse não era Max. Eu não acreditava. O vento estava empurrando meus cabelos contra meu rosto, e conforme minha raiva ia aumentando, o vento aumentava a sua velocidade, até que uma rajada atingiu Max e o empurrou para longe.

Eu saí do transe. Gritei alto e fui correndo até ele.

-Oh meu Deus! Max! Você está bem? Se machucou? Ai, o que eu fui fazer! Desculpa e...

-Se acalme -Falou Max sorrindo, abrindo os olhos. -Eu estou ótimo.

-O que foi que eu fiz? -perguntei.

-O que fez foi extraordinário -disse ele.

E após uma pausa terrível, acrescentou, sorrindo feito um idiota:

-Você controla o clima, Lily.


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Notas finais do capítulo

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