- Volta comigo? Não to falando só do nosso namoro, to falando de você ir pra Califórnia comigo. – Derek disse.

- Eu tenho que pensar.

- Você me ama?

- Que pergunta é essa? É lógico que eu te amo.

- Eu te amo também. Não duvida de mim. – Não falei nada. – Volta comigo, Lily?

- Eu vou pensar, ok? Eu vou pra casa e... É, eu preciso pensar.

- Eu tenho que voltar hoje. – Olhei pra ele. – Eu trabalho, esqueceu? E já faltei hoje.

- Relaxa, Derek. Eu sei pegar avião sozinha. – Me levantei. – Se eu for, até daqui a alguns dias. – Me virei e fui embora.

(...)

- Eu quero ir. – Choraminguei pra Katy. Contei pra ela como foi no parque e a conversa que tive com o Andrew.

- Você nunca vai tá sozinha. Você sabe disso.

- Eu preciso dele, Katy. – Mordi a parte de dentro da bochecha enquanto ela me fitava.

- Certeza? – Fiz que sim com a cabeça.

- Só que meu pai vai surtar.

- Ele não vai poder te impedir de ir.

- Vou falar com ele agora. Fica aqui. – Ela assentiu e deitou na minha cama ligando a TV. Desci e ele estava vendo televisão com o Ryan. – Pai?

- Eu.

- Posso falar com o senhor? – Ele me olhou. Ryan levantou bufando e subiu. Me sentei. – O que o senhor acha melhor eu fazer?

- Criar essa criança sozinha. – Suspirei. – Mas eu sei que você quer ir pra lá.

- Então...?

- Quando você vai? – Ele perguntou e eu sorri de canto.

- Não sei.

- Eu tenho que ver escola pra você lá então.

- É...

- Eu realmente espero que você seja feliz lá, Lily. – Sorri.

- Eu vou ser. E vou vim te ver sempre que eu puder.

- Promete?

- Claro que prometo. – Meu pai sorriu.

(...)

- E ele te deixou ir? – Ryan perguntou revoltado pra mim.

- Deixou ué.

- Com tantas opções você escolheu a mais detestável.

- Ryan, a vida é minha, se você não se lembra. Eu vou saber me cuidar.

- Qualquer coisa me liga?

- Ligo.

- Eu não te quero chorando de novo.

- Eu não vou chorar.

- Acho bom. É horrível te ver chorando. – Sorri.

- Sem contar que eu chorando fico parecendo filhote de demo. – Rimos. – Vocês vão voltar a se falar?

- Não. Foi mal, Lily, mas não dá.

- Ok. Não vou me meter nisso, apesar de ser culpa minha.

- Não é sua culpa. Quando ele disse que o que vocês tinham tava ficando sério demais eu falei pra ele não fazer contigo o que fez com a Ellen.

- Perae, você socou o menino na primeira vez que a gente ficou.

- Vocês não só ficaram né, Lily. – Mordi a parte de dentro da bochecha.

- Katy disse que vocês discutiram ontem.

- Eu só perguntei por que ela não me contou.

- Eu já tinha te explicado. – Ele deu de ombros.

- O que você não pode comer?

- Que eu saiba, eu posso comer tudo.

- Mas e o neném?

- Eu não to doente, idiota. – Disse seguindo ele até a cozinha.

(...)

- Então você vai mesmo? – Andy me perguntou no telefone.

- Vou.

- Você vai por causa do neném ou...

- Mais por causa do neném do que por qualquer outra coisa. – Ele suspirou.

- Eu assumo.

- Que?

- Eu assumo seu filho.

- Andrew, eu...

- Eu amo você. E vamos falar a verdade, o Derek é um babaca por ter te traído. – Mordi a parte de dentro da bochecha.

- Eu realmente espero que você esteja fazendo uma brincadeira de mal gosto.

- Não tem brincadeira nenhuma, Lily.

- Eu não posso aceitar isso.

- E por que não?

- Cuidar de um neném não é uma coisa fácil, Andrew.

- Eu sei.

- Eu vou ter que virar adulta mais cedo.

- Eu sei.

- Mesmo você sabendo disso, eu não vou e não posso aceitar.

- Ok... – Ele murmurou.

- Eu vou desligar, ok? Qualquer coisa eu te ligo.

- Ok. – Ele falou de novo. – Até... – Desliguei o telefone e suspirei. Esse menino tem problema. Pensei.

(...)

- Ele enlouqueceu. Só pode! – Contei pra Charlie o que o Andrew me sugeriu pelo Skype. Apoiei os cotovelos na mesinha e coloquei as mãos na cabeça.

- Ele só quer seu bem, Lily.

- Eu sei. Mas... Eu achei isso meio... absurdo, entende? O Derek nem morreu!

- Deus que te livre disso. Mas não fica brava com o Andrew. Eu não queria te contar, mas quando ele descobriu que você tá grávida, ele veio chorando aqui pra casa.

- Eu não to brava com ele. É que meu filho tem um pai! E eu ouvi ele chorando no telefone.

- O problema é que você não ama o Andrew.

- Não do mesmo jeito que ele. – Murmurei.

- Então, vocês vão voltar? Digo, você e o Derek?

- É... Eu sinto falta dele.

- Bom, se ele te faz bem... – Ela disse sorrindo e sorri de volta.

- Apesar que eu vou estranhar no começo de ter que olhar pra cara dele todos os dias. – Disse rindo e ela riu fraco.

(...)

- Oi Lily. – Derek disse. Liguei pra ele.

- Tá em casa já né? – Perguntei andando de um lado pro outro da cozinha. Eu estava sozinha em casa. Meu pai estava trabalhando e o Ryan foi com a Katy pra capital pra arrumar o apartamento que ele alugou com a ajuda do meu pai.

- To sim. Por que?

- Que dia eu posso levar minhas coisas?

- Você vai vim mesmo? Sério?

- Lógico que é sério. – Ri fraco.

- Quer que eu vá te buscar? Eu dou um jeito. Ah! Eu já pensei em um monte de coisa. E eu tava passando na frente de uma loja ontem e vi uma mamadeira tão bonitinha. Ah, eu acho que é menina!

- Não dá nem pra ver ainda o que é. – Disse rindo.

- Espero que seja linda que nem você. – Sorri.

- E se for menino?

- Aí tem que ter a beleza do pai né.

- Coitado do neném.

- Hey! – Ri. – Eu te amo.

- Eu também te amo. Mas você ainda não respondeu minha pergunta.

- Qual?

- Quando eu posso levar minhas coisas?

- Quando você quiser. Só liga um dia antes porque eu tenho que avisar o porteiro, pra ele te deixar entrar.

- Ok.

- Te amo.

- De novo?

- Claro que é de novo.

- Te amo também.