All I Want Is You - Segunda Temporada escrita por Carol Munaro


Capítulo 27
É estranho uma mulher de sessenta anos grávida


Notas iniciais do capítulo

ooi gente! Então... a fic tá acabando mesmo. Acho q termino essa semana .-. Enfim, boa leitura :3



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– Quem é? – Perguntei pra pessoa do outro lado da linha.

– Aqui é do consultório do doutor Wilden. Ele pediu pra senhorita voltar aqui com o exame.

– Ah tá... Que dia?

– Hoje ou amanhã.

– Hoje de tarde eu passo aí, ok?

– Ok. Tenha um bom dia. – Desliguei o telefone. Era dez horas da manhã. Bufei. Que ótimo.

Tentei dormir por mais tempo, mas não consegui. Levantei da cama, tomei banho e desci.

– Achei que ia dormir mais. – Meu pai disse quando entrei na cozinha.

– Pretendia. Mas me acordaram. Vou ter que voltar no consultório.

– Pra que?

– Sei lá. – Olhei pra mesa. – Cadê o bolo?

– Sem bolo.

– Pai, é só um bolo. – Ele me ignorou e botou uma maçã na minha frente. Bufei e comecei a comer a maçã.

– To indo trabalhar. – Ele me deu um beijo na testa.

– Achei que tava de folga hoje.

– Só vou entrar mais tarde. – Dei de ombros. – Ah, e vou sair depois do trabalho.

– Ok. – Ele saiu e eu fui pra sala.

(...)

– Pra que você tem que voltar lá?

– Eu não sei, Katy. – Decidimos ir até a clinica a pé. Já estávamos quase na metade do caminho.

– O exame tá contigo?

– Tá.

– Ai... Olha isso. – Ela disse apontando pra uma doceria. Da calçada dava pra ver alguns doces.

– A gente passa aí depois.

– Você não pode comer. – Revirei os olhos.

– Eu to com anemia, não com diabetes.

– E você comeu o que no café da manhã?

– Maçã. – Disse e bufei. – Meu pai tirou o bolo do café da manhã.

– Eu comi ovos com bacon. – Ela disse e sorriu.

– Nossa, obrigada. Sua linda. – Disse com ironia e ela riu.

– Ah, foi mal. Não lembrei.

(...)

– Então, doutor, qual o problema?

– Eu troquei o seu exame com o de uma senhora. Desculpa, senhorita Montes.

– Pelo menos vou poder voltar a comer bacon. – Disse e Katy riu fraco. – Eu tenho que desmarcar com a nutricionista né?

– Sim, já pedi pra desmarcarem e colocarem a senhora no seu lugar. – Assenti. Devolvi o exame pra ele. – Só uma pergunta, quantos anos você tem?

– Vou fazer dezessete no domingo. – Ele me olhou receoso. – É algo grave?

– Na verdade, isso depende do ponto de vista. – Eu e a Katy nos entreolhamos.

– Eu vou morrer? – Ele riu fraco.

– Não. Você tá perfeitamente saudável. – Arqueei uma sobrancelha. – Você tá gravida. Bem que eu estranhei quando peguei o exame da senhora Beckan. É estranho uma mulher de sessenta anos grávida. – Ri.

– Ótima piada, doutor. Mas sério, o que eu tenho?

– Nada. Não foi uma piada. Você tá gravida de quase três meses. – Senti uma tontura e uma dor muito forte na cabeça. Apoiei minhas mãos na mesa do médico e apertei conforme a dor ia aumentando. Senti uma mão no meu ombro que, obviamente, era da Katy. Depois disso, apaguei.

(...)

– Achei que você não ia acordar mais. – Katy disse depois de eu abrir os olhos. Senti eles arderem e pensei comigo mesma “não vou chorar”.

– Eu to fudida. – Murmurei. Olhei em volta e percebi que eu estava num quarto. – Onde eu to?

– A gente tá na clinica ainda. Você desmaiou e o médico preferiu colocar você num quarto. – Mordi a parte de dentro da bochecha.

– A quanto tempo a gente tá aqui?

– Umas duas horas.

– A gente pode ir embora já? – Katy fez sinal pra eu esperar e saiu do quarto. Tentei não pensar em nada, o que foi completamente impossível. Eu carrego alguém dentro de mim. Esse pensamento é completamente estranho pra mim e me fez estremecer.

Ouço a porta ser aberta novamente e vejo o médico entrando com a Katy no quarto.

– Você tá se sentindo bem? – Ele me perguntou.

– To.

– Sem tontura, sem nada? – Senti meu estomago embrulhar.

– To enjoada só.

– Bem, isso é normal. Você tá liberada já. – Levantei da cama, me despedi dele e saímos.

– Quer passar em algum lugar?

– Preferia ficar sem o bacon. – Disse e ela olhou pra mim. Bufei. – A gente pode passar na doceria. E eu não quero dormir em casa hoje. – Ela deu de ombros.

– Vai falar pro Derek ainda hoje?

– Hm... Não. Eu vou ver ele no sábado. Aí já conto.

– Ele sabe que você vai pra lá? – Fiz que não com a cabeça e ela não disse mais nada até chegarmos a doceria, assim como eu.

– Vai querer o que? – A garçonete perguntou pra nós duas. Katy pediu um bolo de chocolate com morango e eu pedi o mesmo.

– Isso parece praga da minha mãe. – Disse quando já estávamos sentadas e ela olhou confusa pra mim. – Ela disse que eu ia acabar ficando gravida também quando viu a Charlie. – Disse e revirei os olhos.

– Sua mãe, que não é sua mãe, é estranha. – Dei de ombros.

– Quase me esqueci disso. Já não sou mais problema dela.

(...)

– Ele sabe? – Charlie me perguntou. Estávamos conversando pelo Skype. Katy estava tomando banho. Estávamos na casa dela.

– Ainda não.

– Vai contar quando?

– Sábado.

– E como você tá?

– Não sei direito. To me sentindo estranha.

– Quem sabe já?

– Você e a Katy. Nem rola contar pro Ryan ainda. Acho que ele me mataria.

– E o seu pai? – Ela perguntou. Arqueei as sobrancelhas. Passei uma mão pelo cabelo nervosa.

– Ele vai me matar. – Afundei a cabeça no teclado.

– Péra. – Ouvi ela dizer e dei de ombros ainda com a cabeça no teclado. Senti meus olhos arderem de novo e quando dei por mim, meu rosto já estava encharcado, assim como o teclado.

– Lily? – Levantei a cabeça quase como se eu tivesse levado um susto.

– Ah, oi, Andy. Achei que você tava viajando. – Ele se sentou do lado da Charlie.

– Eu voltei mais cedo por uns problemas do meu pai. Enfim, nada de importante. Por que você tá chorando? – Mordi a parte de dentro da minha bochecha. Já perdi a conta de quantas vezes fiz isso hoje.

– Nada de mais.

– Brigou com o Derek?

– Não. – Ele arqueou uma sobrancelha, mas não falou mais nada. Charlie conduziu a conversa pra um assunto completamente diferente e não voltamos a falar do meu choro. E também não contei pra ele que estou grávida.


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Notas finais do capítulo

Xoxo :3



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