- Vem. Vou levar você no médico. – Ryan disse depois de eu ter passado mal de novo.

- Não, péra. Dá licença, Ry. – Katy disse expulsando ele do meu quarto. Ele saiu e ela ficou parada com as mãos na cintura olhando pra mim. – Quando foi a ultima vez que você e o Derek dormiram juntos?

- Ahn... Não sei direito. Acho que faz umas três semanas. – Ela começou a andar de um lado pro outro. – Mas por que?

- E se você tiver gravida?

- Credo, Katy. Vira essa boca pra lá, garota.

- Não é impossível.

- Eu e o Derek nos cuidamos, ok!

- Aham. Que nem da primeira vez que isso aconteceu.

- Aquele foi um fato isolado. Eu tava um pouco bêbada e ele também.

- Sua menstruação tá atrasada?

- Que? Não. – Ela parou de andar. – Para com isso. Sério. Eu to com mal estar só.

- Isso é estranho, Lily.

- Para com isso! – A porta abriu.

- Vão enrolar muito? – Ryan perguntou e eu me levantei, saindo pela porta sendo seguida pela Katy.

(...)

- Eu entro com ela. – Katy disse me guiando até a sala do consultório quando o doutor me chamou.

- Hey! O irmão da doente aqui sou eu!

- “Hey!” digo eu, colega! Eu não to doente. – Disse pra ele indo até a sala. – Até, Ryan. – Ele revirou os olhos e entramos. O doutor pediu pra que eu sentasse na maca, enquanto a Katy ficou sentada num banquinho que tinha lá.

- Doutor, é possível uma gravida menstruar? – Ela perguntou e eu botei a mão na testa.

- Eu não to gravida. – Ela deu de ombros.

- É possível sim. – Ele disse e olhamos pra ele.

- Só me examina e vê o que eu tenho, doutor. Por favor. – Disse irritada e ele deu de ombros.

Ele ficou uns cinco minutos só me examinando. Depois disso, ele pediu pra eu descer da maca e me sentei do lado da Katy.

- Sabe o que eu tenho, doutor? – Ele fez que não com a cabeça. – Não tem nem ideia?

- Ainda não. Aqui na clinica tem um laboratório. To preenchendo a ficha pra você fazer exame. Depois de pronto, me traga. Peça pra minha secretária te colocar na hora. Tudo bem? – Assenti. Ele me deu o papel e saímos da sala. Ryan estava batendo o pé no chão freneticamente, como ele sempre faz toda fez que fica impaciente.

- Pronto. To aqui já.

- O que ele disse?

- Eu tenho que fazer uns exames. Tem um laboratório aqui na clinica. – Então, fomos até a salinha do tal laboratório. Fiz um exame de sangue e amanhã de manhã tenho que voltar pra pegar.

(...)

- Mas ele não falou nada?

- Não, Derek. Eu já disse pra você. – Estava falando pra ele que fui ao medico hoje.

- Você tá bem agora?

- To ótima.

- Isso pareceu uma ironia. – Ele disse e riu fraco. Acabei rindo também.

- Juro que não foi.

- Imagino que não.

- E como foi o trabalho hoje?

- Cansativo. – Ele disse bocejando. – Você acredita que já separaram um monte de papel pra eu arrumar as bagunças que deixaram?

- Que dó. – Disse e ri fraco.

- Você deveria ter dó mesmo!

- Pelo menos você não tem que aguentar a Katy falando o tempo inteiro no teu ouvido. – Senti algo contra a minha cabeça. Bitch.

- Não fala mal de mim! – Ela berrou com a cara emburrada e eu revirei os olhos.

- Lily, eu vou ter que desligar. Tenho que terminar algumas coisas lá do escritório.

- Tudo bem. Me liga quando der?

- Ligo. Te amo.

- Também te amo.

*Ligação off*

- Que horas você vai pegar o exame amanhã?

- Quando a gente acordar. O Ryan vai junto?

- Ele vai jogar com não sei quem que era da sala dele.

- Mó estranho né. Da nossa turma só vai sobrar a gente.

- Pelo menos ele vai tá por perto. – Fiz uma careta. – Tem medo do que possa ser?

- O que pode ser da onde? – Ela me olhou confusa e depois de uns segundos pareceu compreender.

- Do exame. Acha que dá o que?

- Que eu passei mal. Obviamente. Para de paranoia, Katy. Não quero falar disso. Tá me ouvindo?

- Claro. Não sou surda. – Ela sorriu amarelo e eu fiz o mesmo.

(...)

Saímos do meu carro, que já tinha chego, e entramos pra pegar o exame. Falei com a mulher da recepção e pouco tempo depois ela voltou trazendo. Voltamos pra frente da clinica e falei com a secretária e fiz o que o medico me pediu.

- Ele tá atendendo um paciente e depois eu peço pra ele te chamar, tudo bem? – Assenti e eu e a Katy nos sentamos no sofá que tinha ali.

- Pode abrir? – Perguntei.

- Sei lá. Você vai entender alguma coisa?

- Provável que não. – O papel estava dobrado e grampeado. Tentei ver alguma coisa sem abrir. – Lily, você vai rasgar.

- Vou nada. – Virei o papel nas minhas mãos. – Ah, quer saber, dane-se. – Tirei o grampeado e desdobrei o papel. – Katy ficou olhando pra mim. – Que foi?

- Nada ué. – Ela virou pra frente de novo. Pouco tempo depois o médico me chamou e entramos. Entreguei o exame pra ele.

- Foram vocês que abriram? – Fiz que sim com a cabeça. – Sentem-se. – Ele leu o exame inteiro e fez algumas anotações. Depois leu de novo. – Você tem se alimentado bem, Lilian?

- Acho que sim.

- Come verduras e legumes?

- Ahn... Não muito.

- Quase todo dia ela come sanduíche. – Katy disse e eu a olhei com um sorriso irônico.

- Bom, isso vai ter que mudar. Você tá com anemia. – Torci o nariz. – Eu vou pedir pra você passar pela nutricionista da clinica. – Assenti. – Mas tenta cortar o sanduíche.

- Tá. – Voltei até a secretária e marquei um dia com a nutricionista. – Tá vendo como não é nada de mais. - Disse pra Katy.

- É estranho.

- Estranho é o teu nariz.

- Pra quando tu marcou?

- Segunda.

(...)

- Vou ter que parar de comprar bacon então. – Meu pai disse e eu o olhei.

- Não. Bacon não. – Disse fazendo ele me olhar.

- Se eu não parar de comprar, você vai comer quase todo dia que eu sei.

- E eu vou comer o que de gostoso?

- Para de drama. E eu te proíbo de comer bacon. Me ouviu?

- Ouvi. – Disse revirando os olhos. Porra, logo o bacon?