- É lindo aqui. – Disse sorrindo e vendo a vista do aeroporto. Pois é, nem tínhamos saído do aeroporto da Califórnia e eu já estou amando aqui.

- A gente ainda nem chegou direito. – Derek disse rindo do meu lado.

- Mesmo assim. – Ele sorriu pra mim.

(...)

- Vai ser estranho você morando sozinho. – Disse depois de um tempo que já estávamos no apartamento.

- Também acho.

- Vai viver num chiqueiro. – A senhora Peterson disse e eu ri.

- Quanto exagero. – Derek disse. O tiozinho que ele ia assinar o contrato pegou os papeis. A senhora Peterson assinou. Quase nem passeamos por lá, e logo voltamos.

(...)

- Quando você vai? – Perguntei pro Derek. Já estávamos em casa. Na verdade, na casa dele.

- No meio das férias. – Olhei pra ele.

- Não dá pra ir só no final?

- Eu tenho que arrumar o apartamento.

- Vai demorar quantos anos pra você colocar as coisas no lugar? – Ele não respondeu e eu também não falei mais nada.

- Eu não vou pra lá pra sempre. Em menos de um mês eu venho aqui pra te ver. – Ele disse depois de um tempo.

- Ok. - Espero que não esqueça do meu aniversário. É em menos de um mês! Berrei por dentro.

- Não vai ficar brava com isso né?

- Lógico que não.

- Lily...

- Eu não to brava. Juro pra você.

- Então me dá um beijo. – Ele disse fazendo biquinho pra mim. Ri fraco e dei um selinho nele. – É um beijo!

- Eu te dei um beijo.

- Isso foi um selinho. – Derek me puxou pra ele e eu quase dei um grito achando que ia cair do sofá.

- Eu amo você.

- Eu também amo você. – Ele respondeu sorrindo.

(...)

- Você tá insegura demais. Tá uma chata! – Katy disse deitada esparramada na minha cama.

- Eu não to insegura. Eu só to falando a verdade. O Derek foi ou não pra lá varias vezes?

- Foi, mas...

- Então. Pra que ele quer ir mais de duas semanas antes? – Ela pareceu pensar.

- Tá, é estranho. Mas nem rola nada. Vai ver ele só quer conhecer.

- Acho que ele já conhece o suficiente. Ah, foda-se. – Disse me deitando e empurrando a Katy pro lado pra ter espaço pra mim.

- Oi gente. – Megan disse invadindo meu quarto e se jogando em nós duas.

- Sai daqui, sua gorda!

- Me ame menos, Katy. Tão falando de que?

- Da chatice da Lily. – Fiz bico.

- Não é chatice. Eu só...

- É chata. – Mostrei a língua pra Katy.

- Derek te contou quando vai?

- Contou. – Ela revirou os olhos.

- Relaxa.

- Relaxa nada. – Suspirei. – Meu namoro tá esfriando.

- Não é a mesma coisa?

- Lógico que não. Eu sabia que com a distancia ia ficar estranho, mas não sabia que era tanto. Ele tá... Sei lá... Distante. Eu to distante.

- Isso é “normal” num namoro, não é? – Katy perguntou.

- Quando duram, sim. Daqui a pouco tudo volta ao normal. – Megan disse.

- Não vai voltar ao normal. Daqui a pouco ele que tá indo embora.

- Vocês vão se ver com mais frequência. Deixa de paranoia.

- Ele tá todo animado pra ir pra lá.

- Eu também estaria. – Katy murmurou e olhamos pra ela.

- Katy, o problema é que parece que eu não passei nem seis meses em outro continente. Só espero que no meu aniversário ele não prefira arrumar as coisas no apartamento.

- Lógico que não. – Megan disse atacando uma almofada em mim.

- Ai meu Deus. Que fossa. Você precisa de chocolate. - Katy disse e eu fiz uma careta.

- É, vamos no mercado já que aqui não deve ter. – Ri fraco.

(...)

- Derek? – Chamei por ele. Ele estava concentrado no computador e ria as vezes. Parecia que eu nem estava ali.

- Hm?

- Quer que eu vá embora?

- Que? – Pela cara que ele fez, ele realmente não ouviu o que eu falei.

- Eu perguntei se você quer que eu vá embora.

- Pra que? Vai fazer o que lá?

- Nada. Pelo menos não sou ignorada. – Ele olhou pra mim. Mordi a parte de dentro da bochecha.

- Eu não to ignorando você. – Ri irônica.

- Tá bom, Derek. Tá falando com quem?

- Ninguém de importante. – Isso já tá me dando nos nervos. Me inclinei pro lado dele. Com tanta gente pra esse puto falar, tem que ser uma menina que nunca vi na vida?

- Quem é ela?

- É da Califórnia.

- Não sabia que tinha amigos lá. – Ou só amigas.

- Fui algumas vezes pra lá pra procurar apartamento. – Não existe internet?

- Ah... Por isso você sumia algumas vezes. – Ele sorriu amarelo. – Qual o nome dela?

- Amanda. – Murmurei um “hm”. Continuei lendo a conversa abraçando ele por trás. Ele estava meio seco falando com ela, que estava completamente diferente.

- Vocês parecem ser bem íntimos.

- Deixa de graça, Lily.

- Ué, to falando o que eu to vendo. – Ele não disse mais nada. Revirei os olhos e fui pra cozinha. Já que não tinha nada pra fazer, pelo menos eu como alguma coisa.

(...)

Estava sozinha em casa agora. Resolvi vim embora da casa do Derek. Estava mó tédio lá e ele estava me irritando. Quando cheguei, já era de noite. Só jantei e fui dormir.

Ouvi a campainha tocar e fui até a porta.

- Que é?

- Isso é jeito de tratar seu namorado? – Revirei os olhos.

- Oi Derek.

- Pra você. – Ele disse me entregando um buque.

- Ah... Obrigada. – Sorri amarelo. – Entra. – Disse abrindo passagem pra ele. – Algum motivo especial?

- Tem que ter algum motivo? – Fiz que não com a cabeça sorrindo sem mostrar os dentes.

- Vou colocar num vaso. – Ele assentiu. Peguei o vaso e coloquei o buque dentro. Ele tá estranho. Lógico que tá. Pra começar, ele sabe muito bem que eu não gosto de ganhar buque.

Coloquei o vaso em cima da mesinha do hall e voltei pra sala.

- Você saiu lá de casa sem dar tchau pra mim ontem. – Ele disse e me deu um selinho.

- Eu tive que vim pra casa. Desculpa.

- Tá tudo bem?

- Tá sim.

- A gente nem...

- Eu sei. – Disse o interrompendo. – Só não to no clima pra isso.

- Aconteceu alguma coisa entre você e o Andrew?

- Como? Acho que não entendi. – Disse rindo.

- Eu sei que você entendeu, Lily.

- Vai começar com isso de novo? - Perguntei séria.

- To só perguntando.

- Por que acha isso?

- Você tá estranha.

- Já pensou que pode ser por outra coisa? Tudo você pensa que eu traí você.

- Ele é persistente.

- Não, ele não é. – Vi o rosto dele ficando vermelho. – Eu sei dizer não, Derek. E o Andrew nunca tentou ficar comigo. Só antes da gente se conhecer. Vai continuar de doce? – Falei calma e contando mentalmente até 10 pra não explodir.

- Acho que eu sou inseguro demais.

- Também acho. – Rimos.

- Quero você. – Ele sussurrou e eu sorri.

- Eu também. – Sussurrei de volta.