- Tá animada hoje hein. – Margo disse quando eu entrei na cozinha.

- Derek vai vim pra cá semana que vem junto com o meu irmão e meu pai. – Disse sorrindo e me sentei. – Tem doce, Margo? – Ela abriu a geladeira e tirou uma tigela de lá.

- Fiz pra você. – Sorri.

- Obrigada. É o que?

- Mousse de chocolate com morango dentro e raspas de chocolate em cima. – SOCORRO! Gordice atacando! Ela colocou na mesa e eu peguei dois pratos e colheres pra nós duas.

- Pra que dois pratos, Lily?

- Ué, não vou dividir meu prato contigo, Margo. – Disse rindo.

- Dona Barbara não me permite que eu coma aqui. Só em casa. – Tinha uma casa para empregados atrás do jardim, onde ela morava.

- Dane-se ela. Senta aqui. Qualquer coisa eu me resolvo com ela. – Ela sentou e comemos o doce. Isso é dos deuses.

(...)

06h00 da manhã. Tenho que levantar pra ir pra escolar. Não to com a mínima vontade de ir. Novidade. Levantei já era 06h30. Tomei banho e vesti uma roupa qualquer. Arrumei minha bolsa e desci indo pra cozinha. Eu tava atrasada.

- Margo, onde tem maçã?

- Dentro da geladeira. – Peguei uma e dei um beijo na bochecha dela. – Boa aula, querida.

- Obrigada. – Peguei meu carro e fui pra escola. Sim, agora eu tenho um carro. Acho que foi a única coisa boa desde quando vim pra cá. Cheguei na escola e fui direto pegar minhas coisas no armário. Depois fui pra sala. Fiquei lá mofando ouvindo musica e de cabeça baixa, esperando o sinal tocar.

- Já tá aqui? – Alguém falou e eu levantei a cabeça.

- É né. Não tenho um clone ainda. – Disse e o Andrew riu.

- Desculpa. – Ele falou depois de um tempo. – Não achei que meu depoimento seria tão importante.

- O que você falou nele? – Ele ficou parado me fitando. – Hein? Tu falou o que lá? – Perguntei mais uma vez depois de um tempo.

- Eu disse que você era mais feliz aqui. Eu não falei nada de mais, Lily. Juro. E, sinceramente, eu só fiz isso porque sua mãe pediu. Por mais que eu prefira que você fique aqui, é você quem tem que decidir isso, não eu.

- Não foi isso que você me falou ontem.

- Sua mãe tava no andar de baixo. – Revirei os olhos. – Sério, desculpa mesmo.

- Se você fizer algo parecido de novo...

- Não precisa falar. Não vou fazer. – Ele disse me interrompendo. Sorri de canto e ele fez o mesmo.

- Ok, Andrew. Eu desculpo você. – Ele sorriu e me deu um beijo na bochecha.

- Vai fazer o que hoje?

- Nada. To de castigo.

- O que você fez?

- Fui andar de noite e cheguei tarde em casa. – Ele arqueou uma sobrancelha.

- Você mudou tanto. – Sorri de canto de novo.

- É... Parece que eu me tornei outra pessoa.

- Você tá mais apaixonante que o normal. – Oi? Tá bem, amigo? Arqueei uma sobrancelha olhando pra ele.

- Ah... Obrigada (?). – Pensei que ele ia falar mais alguma coisa, mas o sinal tocou e o povo foi entrando na sala. Ele colocou a cadeira dele de volta no lugar e ficou por lá.

(...)

- Quer carona? – Andrew apareceu no final da aula.

- Ah, não precisa. Eu to de carro agora. – Ele sorriu.

- A gente podia tomar um lanche. Ou almoçar.

- Eu namoro, Andrew.

- Como amigos. Voltamos a nos falar hoje. Qual é, senti sua falta sabia. – Ri fraco.

- Ok vamos. Pra onde?

- Você que decide. Eu vou te seguindo. – Assenti.

(...)

- Você tava morrendo de fome pelo visto. – Andrew disse eu olhei pra ele.

- Eu to parecendo uma ogra?

- Um pouquinho só. – Peguei uma batata frita e joguei nele, que riu. – Olha a violência, garota. – Ri fraco. Lembrei que eu fazia isso direto em Lastdille com o Drew. Lembro quando a gente quase provocou uma guerra de comida no refeitório. – Você sente muita falta de lá né? – Suspirei.

- Sinto. Mas eu vou voltar pra lá.

- Sério?

- Bom, se meu pai ganhar a guarda definitiva. A da minha mãe agora é provisória.

- Não vou mais me meter. – Sorri sem mostrar os dentes. – Quer ir agora?

- É... melhor eu ir já.

- Até amanhã, Lily.

- Até amanhã, Andrew. – Dei um beijo na bochecha dele e voltei pra casa.

(...)

- Perae, você fez o que?! – Tava no telefone com a Katy. Tinha acabado de contar pra ela que me resolvi com o Andrew e fui almoçar com ele hoje.

- Eu desculpei o Andrew.

- Você tem problema mental, não é possível!

- E por que não? Ele não sabia o que tava acontecendo. Minha mãe pode muito bem ter inventado muita coisa pra ele.

- Você sabe o que o Derek vai pensar disso?

- Ele não tem que pensar nada. O Andrew é meu amigo apes... Enfim, ele é meu amigo.

- Apesar de que? – Ela perguntou o que eu interrompi.

- Apesar de ele gostar de mim. – Falei um pouco baixo.

- Ele te disse isso?

- Não, mas é visível.

- Quero só ver semana que vem.

- Não vai acontecer nada de mais.

- E se ele te beijar?

- Fumou? Ele não vai me beijar.

- Isso é uma suposição.

- Suposição ridícula. – Pude até imaginar ela revirando os olhos.

- Eu vou ter que sair. Mas se ele tentar alguma coisa com você, eu vou até aí e arrebento ele. – Ri.

- Ele não vai tentar nada.

- Espero. Beijos.

- Beijo.

*Ligação off*

- Lily? – Alguém me chamou na porta. Pedi pra entrar. Era a Margo. – Vai querer jantar agora?

- Eu já to descendo, Margo. – Ela assentiu e saiu. Um tempo depois, eu desci. Me sentei a mesa. A Hanna chegou um pouco depois.

- Tá traindo teu namorado? – Ela perguntou pra mim se sentando na mesa.

- Como é?

- Te vi almoçando com o Andrew hoje. – Ela disse olhando pra mim com uma sobrancelha arqueada.

- O Andrew é um bom garoto. – Minha mãe disse e eu revirei os olhos.

- Somos só amigos. E eu não nunca trairia o Derek. É ridículo pensar isso.

- Já que você tá dizendo... – Olhei pra ela com os olhos semicerrados e ela não falou mais nada. Essa menina ainda vai me dar mais problemas... Muitos problemas.