Hello. E não, não to bem. Na verdade eu to péssima. Não pelo motivo de eu estar a quatro meses sem ver meu namorado. Nem que engordei 2 quilos só na semana passada! Eu to uma baleia!

Mas voltando o assunto pelo o qual eu to péssima... Andrew tá praticamente forçando minha amizade e isso não é nada legal. E eu to de castigo sem saber o motivo. Quer dizer, mais ou menos. Minha mãe resolveu impor uma regra de eu chegar em casa sempre antes das onzes da noite. Tudo bem que eu não vou mais a festas, não só por respeito ao Derek, mas também porque não me dá mais vontade. Mas eu gosto de andar pela cidade. E o bairro aqui é seguro. Então eu fico numa pracinha lendo ou escrevendo sentada num banco do lado de um poste de luz. Me traz paz e eu amo aquele lugar.

Ontem saí de casa e fui até lá. Tinha até policia na pracinha e vários casais lá, o que me deprimiu, mas fingi que nem liguei que eles tem alguém e que eu esteja aqui completamente alone. Fiquei lá na pracinha lendo e nem vi a hora passar. Meu celular vibrou e era uma mensagem do Derek de boa noite. Olhei a hora e quase dei um pulo. Já era quase uma hora da manhã. Imagina a minha situação quando cheguei em casa? E minha mãe ainda disse que estranhou eu não tá cheirando a bebida, ainda mais por ser uma sexta. Ignorei completamente esse comentário. E agora não posso mais sair. Até a semana que vem, to sem pracinha. Hm.

Falando em Derek vindo me visitar... Ou melhor, não vindo. Lembram que ele disse que viria me ver uma vez por mês? Esqueçam. Ele nunca apareceu aqui. Mas não culpo o menino. Ele conseguiu um emprego. Tá trabalhando numa contabilidade na cidade vizinha. Que fofo! Ok, não.

Eu ainda falo com todo mundo de lá. Meu pai vem me visitar frequentemente e o Ryan apareceu uma vez aqui. Drew também, mas foi pra assinar o contrato de aluguel de um apartamento pra ele e pra Megan. E também pra entregar curriculum. Eu to ajudando os dois a procurar emprego aqui. Vejo pra eles onde tem vaga e entrego o papel.

Katy é uma vadia. Sim, falo com ela. Todos os dias. Quase toda hora. Eu sei que sou linda, bela e que ela não vive sem mim, mas ontem quase pegaram meu celular na escola por culpa dela que não parava de me mandar mensagem. Hm.

Agora um dos problemas: Hanna. Essa menina me inferniza! E olha que legal. Não estudo mais no colégio de antes. É no dela. E o Andrew também tá lá. Bacana. E como se não bastassem eles dois ainda tem uma vadia que faz anos que eu e ela não nos damos bem. Mas enfim, ela não faz nada de mais. Só fica me encarando (considere nessa hora que eu esteja revirando os olhos de tédio).

Agora eu to no tédio no meu quarto. Mas pelo menos to em paz. Hanna saiu com umas vadias, ops, amigas dela. E Marcus e minha mãe tão discutindo lá em baixo. De novo. E eu to no quarto. Quando to em casa só fico aqui. Consigo menos contato com a minha mãe com isso. Tava esperando a Katy entrar no Skype ou o Derek. Tava lá ouvindo musica e lendo quando batem na porta.

- Quem é? – Perguntei. A porta abriu um pouco. Tirei os fones.

- Oi. – Era o Andrew. Revirei os olhos.

- O que você quer? – Perguntei seca. Ele respirou fundo e entrou fechando a porta.

- Poxa, a gente nem conversa mais. – Revirei os olhos de novo, colocando os fones. – E, sinceramente, eu ainda nem sei por que. – Ri irônica.

- Você acha que eu tenho cara de otária? Eu não queria voltar pra cá e você sabia disso. Mas não, tem que ajudar minha mãe. Obrigada, viu. – Disse irônica e ele arqueou uma sobrancelha.

- Eu fiz o que eu achei melhor pra você.

- O irônico disso tudo é que ninguém pergunta o que eu acho melhor pra mim. Eu tenho 5 anos por acaso?

- Desculpa, Lily.

- Só... sai daqui, vai Andrew. – Ele revirou os olhos e saiu.

- Amor? – Olhei pro notebook.

- Oi!

- Oi. Quem tava aí?

- Gente querendo me encher o saco. Mas como você tá?

- Bem. E cansado.

- Muito trabalho hoje?

- Aham. No feriado eu não vou trabalhar. – Ele disse e sorriu. Sorri junto.

- Então, você bem pra cá?

- Claro. Eu, seu pai e o Ryan. A Katy ia também, mas a mãe dela implicou. – Fiz uma careta.

- E o troço da faculdade?

- Só tenho que ver onde eu vou morar.

- MASOQ. Passou em qual? - Perguntei sorrindo.

- Stanford.

- Parabéns, amor! – Ele sorri. Sabia que ele queria entrar lá. Abriram a porta do meu quarto com tudo e eu pulei de susto.

- Tá louca, garota?

- Tá na hora do jantar. – Hanna disse como se o que eu fizesse fosse um insulto.

- To sem fome. Obrigada por avisar.

- Sua mãe tá mandando você descer.

- Foda-se. Depois eu peço pra Margo fazer algo pra mim.

- É sério, você tem que descer.

- Para de me infernizar. Depois eu vou. – Ela revirou os olhos e saiu.

- Não acha melhor ir lá? - Derek me perguntou.

- Não, relaxa. Depois eu faço algo pra mim na cozinha. To sem fome. Como andam as coisas por aí?

- Eu de tocha olímpica como sempre... ah, tá tudo a mesma coisa.

- E ow, fala pra Katy parar de me ligar quando eu to na aula. Ontem quase que o professor pega o celular de mim. E minha mãe nem ferrando que ia lá buscar. – Ele riu fraco.

- Falo sim.

- Ah, quando é o feriado mesmo?

- Quinta. E aqui tudo sempre emenda mesmo.

- Vai ficar até domingo então? – Ele sorriu e eu sorri junto. – Sabe quando a Megan e o Drew vão vim?

- Não sei... Acho que no começo das férias.

- Falta um mês ainda.

- É...

- Hoje apareceu um homem aqui em casa.

- Que homem?

- Sei que ele tem alguma coisa a ver com o processo da minha guarda lá. Parece que ele veio ver como eu tava me dando aqui.

- Eu diria que... péssimo.

- Lógico. – Disse e ri fraco. – Mas daqui a dois meses eu to voltando. – Disse sorrindo e ele sorriu de volta.

- Vou jantar. Depois a gente se fala, ok?

- Ok. Te amo.

- Também te amo. – Ele disse e desligou. Sorri. Em menos de uma semana eu vou ver ele! To morrendo de saudade do Derek.

Tava lá sorrindo até que minha barriga roncou. Revirei os olhos. Desci e eles tinham começado a comer. Dei de ombros e me sentei, comendo em silencio. Depois fui pra cozinha fazer companhia pra Margo. É... to animada. Até demais.