(Bruno) – Está melhor, Fatinha? Bebe um pouco de água...

(Ele entrega um copo com água para ela)

(Fatinha) – Estou, mas Bruno eu preciso ir!

(Bruno) – Não vai nem responder a minha pergunta?

(Fatinha) – Que pergunta?

(Bruno) – Ah, Fatinha!

(Fatinha) – Tchau, Bruno!

(Na serra...)

(Lia estava em seu quarto tentando dormir para esquecer seus problemas, mas a voz de Valentina dizendo todas aquelas besteiras ecoava em sua mente. De repente seu celular toca)

(Lia) – Dinho? Era só o que me faltava o Dinho me ligando agora!

(Dinho percebendo que ela não ia atender desiste da ligação )

(Lia) – Parou! Melhor assim!

(Fatinha sai correndo da frente de Bruno, abre a porta, sai e a fecha depois. Olha em seu relógio e marca 2 minutos. Para ela aquele tempo não passava nunca... então quando o relógio marcou um minuto e meio, ela abriu a porta novamente e encontrou Bruno resmungando no sofá de olhos fechados. Ela se aproximou e se jogou em cima dele, surpreendendo-o)

(Bruno) – Fatinha?!

(Ele pergunta confuso)

(Fatinha) – Não, é a Cinderela e você está sonhando!

(Ela diz em tom de brincadeira)

(Bruno) – Você não tinha ido embora?

(Fatinha) – Mais ou menos!

(Bruno) – E o que você veio fazer aqui?

(Fatinha) – Eu vim responder a sua pergunta, ou você não quer saber mais a minha resposta?

(Bruno) – É claro que eu quero!

(Ele ajuda Fatinha a se sentar no sofá e em seguida faz o mesmo)

(Fatinha) – Sim!

(Bruno) – Você aceita mesmo?

(Fatinha) – Eu disse sim, o que você acha que isso significa?

(Bruno não diz mais nada e a beija. E pela primeira vez, Fatinha sentiu que o beijo foi diferente. Não sentiu só desejo da parte dele)

(Após o beijo Fatinha olhou profundamente para os olhos de Bruno e ficou pensativa)

(Fatinha) – O beijo foi calmo, diferente e parecia que tinha amor, amor? por parte dele... será? Acho que não... ele só disse que queria namorar, não disse que me amava.... calma aí Maria de Fátima! Como assim só namorar? O cara que você ama, que por sinal é um gato, te pediu em namoro e você acaba de dizer “só isso?”

(Mais perdida do que o normal, em seus pensamentos, Fatinha “desperta” ao ouvir Bruno chamá-la)

(Bruno) – Fatinha?

(Fatinha) – Oi?

(Bruno) – O que foi?

(Fatinha) – Nada, porque?

(Bruno) – Você estava com o olhar longe...

(Fatinha) – Eu estava pensando né, Bruno?

(Bruno) – Sei...

(Fatinha) – Você me pegou de surpresa!

(Bruno) – E o que você estava pensando?

(Fatinha) – Proibido para menores de dezoito anos meu bem!

(Bruno) – Você não muda, né?

(Fatinha) – Claro que não!

(Eles se beijam no sofá. O clima ia esquentando e Fatinha o corta)

(Fatinha) – Desculpa atrapalhar esse momento, mas agora eu preciso ir! Ainda quero ver o Dinho antes de ir trabalhar! Por sorte não tenho plantão hoje!

(Bruno) – Se você não está de plantão hoje à noite, você aceita jantar comigo?

(Fatinha) – Claro que aceito!

(Eles se beijam mais uma vez e Fatinha vai para o hospital)

(Na serra...)

(Lia) – Acho que está na hora de voltar para casa. Sempre soube que fugir dos problemas não resolveria nada, mas eu tinha pelo menos que tentar colocar tudo em ordem. Vou ligar para o meu pai vir me buscar, porque do jeito que a Valentina é louca, ela pode vir aqui tentar fazer alguma coisa contra mim. Parece mentira! Ela veio aqui tentar me impor medo, me ameaçar, tentou me matar mais uma vez... eu nem sei de onde tirei forças e coragem para enfrentá-la. Mas se ela veio aqui, como ela mesma disse – que me seguiu, é porque não tem boas intenções. E como o seu José não chegou ainda, ficar aqui sozinha não é mais seguro...

(Lia pega o celular para ligar para Lorenzo)

(Lia) – Oi, pai! Já te liguei algumas vezes, quando o senhor desocupar me liga. Beijos.

(Gil e Juliana terminaram de almoçar e depois ficam deitados e agarradinhos no sofá assistindo um filme)

(Jú) – Será que eu já posso voltar para casa?

(Gil) – Porque? Você já quer ir embora?

(Jú) – Não é questão de querer, amor, é que eu tenho um post do blog para fazer ainda hoje!

(Gil) – Eu sei! Se quiser a minha ajuda, estou aqui!

(Jú) – Obrigada, meu lindo! Eu vou ficar só mais um tempinho aqui, não quero chegar em casa agora e estragar um possível clima entre a Fatinha e o meu irmão!

(Gil) – Estranho aqueles dois juntos, né?

(Jú) – Muito! Até de mais! Mas eu acho que os dois se gostam de verdade!

(Gil) – Então vamos fazer assim, você fica aqui mais um pouquinho, a gente assiste esse filme e depois vamos para sua casa! Combinado?

(Jú) – Combinado!

(E entre beijos, abraços e pequenos amassos eles assistem ao filme)

(Fatinha chega eufórica no hospital)

(Fatinha) – DINHOOOOOOOOOO!!!!

(Dinho) – Calma aí, sua louca! Não esquece que estamos em um hospital!

(Fatinha) – Estou tão feliz meu amigo!

(Dinho) – Isso é perceptível! O que foi que aconteceu?

(Fatinha) – Você não tem ideia!

(Dinho) – Se você não falar, vai ser difícil eu saber!

(Fatinha) – Foi o Bruno! O Bruno pediu para namorar comigo!

(Dinho) – E você, aceitou?

(Fatinha) – A minha cara não responde essa sua pergunta?

(Dinho) – Vai com calma! Eu não quero te ver sofrendo de novo por causa dele.

(Fatinha) – Dessa vez vai ser diferente! Eu sei que vai!

(Dinho) – Olha, eu ainda estou nesse hospital, mas se ele te machucar de novo eu fujo daqui só para acertar minhas contas com ele.

(Fatinha) – Calma aí valentão! Eu não quero ver vocês dois brigando mais, viu?

(Dinho) – Difícil! Ele não vai com a minha cara e nem eu com a dele!

(Fatinha) – Por mim?!

(Dinho) – Eu vou tentar!

(Fatinha) – Oba!

(Dinho) – Fatinha, eu disse que vou tentar! Vou tentar, entendeu?

(Fatinha) – Eu entendi, mas eu sei que você vai consegui!

(Dinho) – Eh!

(Fatinha) – Dinho, eu passei aqui rapidinho só para saber como você estava e te contar a novidade. Tenho que trabalhar!

(Dinho) – Estou bem, bem desanimado... não posso sair desse hospital, fico o dia inteiro pensando na Lia, durmo a maior parte do tempo e sonho com ela e quando estou acordado só faço e falo besteira. Tá bom ou quer mais?

(Fatinha) – Como assim?

(Dinho) – Eu e a Lia discutimos!

(Fatinha) – Não acredito! Por quê?

(Dinho) – É que a gente se estranhou mais cedo, uns assuntos nada a ver aí!

(Fatinha) – Ah, Dinho! Para, né? Eu fico fritando os meus lindos miolos para pensar em um hiper plano para juntar vocês e você vai e briga com a garota por telefone? Assim não dá!

(Dinho) – É complicado! Acredita que eu descobri que a Lia encontrou um amigo nesse passeio?

(Fatinha) – Nada mais natural, né? Ou você queria que ela ficasse lá sozinha conversando com as paredes e sendo consolada pelos tijolos?

(Dinho) – Ai, Fatinha! Só você mesmo para me fazer rir dessa situação!

(Fatinha) – Se eu bem te conheço você acusou a Lia de ter ido viajar para se encontrar com esse amigo, acertei?

(Dinho) – Aham! Mais ou menos isso!

(Fatinha) – E ela ficou furiosa, certo?

(Dinho) – Aham! E a Vidente Fatinha acerta mais uma!

(Fatinha) – Que vidente, que nada! É que vocês dois são tão previsíveis... tudo bem, a Lia é menos, mas você...... meu amigo eu te conheço como a palma da minha mão. Depois do que você me disse, tive a certeza que você armou a maior ceninha de ciúmes!

(Dinho) – É, eu agi sem pensar!

(Fatinha) – Depois quero saber dessa história direitinho! Agora preciso ir trabalhar mesmo, se eu me atrasar o Michel vai pegar no meu pé!

(Dinho) – Mas e você, ainda vai vir aqui hoje?

(Fatinha) – Não sei... Combinei de jantar hoje com o Bruno! Se eu chegar ainda em tempo do horário de visitas eu venho!

(Dinho) – Então esquece! Os seus encontros com o Bruno só terminam no dia seguinte!

(Fatinha) – Bobo!

(Dinho) – Parabéns! Mal começou a namorar e já está trocando o melhor amigo e pelo namorado!

(diz em tom de brincadeira)

(Fatinha) – Você está com ciúmes do Bruno?

(Dinho) – Não, claro que não! Ei, você não tem que ir trabalhar, não?

(Fatinha) – Sim, sim! Tenho que correr para não me atrasar! Beijo amigo! Melhoras! Ah, e vê se consegue evitar mais brigas com a marrentinha!

(Dinho) – Eu tentei ligar, mas ela não me atendeu! Deve está lá se divertindo com o tal amiguinho de infância!

(Fatinha) – Controla esses ciúmes aí, porque a gente sabe que a marrentinha te ama! Lembra da gravação? Vê, se não vai estragar tudo! Quer dizer, estragar mais ainda!

(Dinho) – Lembro! Pode ir tranquila vou ficar aqui quietinho sem fazer nenhuma besteira!

(Fatinha) – Tá! Se comporte! Beijo.

(Dinho) – Ei,

(Fatinha já estava quase na porta e Dinho a chama, ela olha para trás)

(Fatinha) – Hum...

(Dinho) – Avisa o Bruno que quando eu sair daqui eu quero falar com ele. Ou então pede para ele vir aqui...

(Fatinha) – Para que?

(Dinho) – Para eu perguntar para ele quais são as intenções que ele tem com a minha melhor amiga!

(Os dois sorriem)

(Fatinha) – Tchau, idiota!

(Dinho) – Tchau, senhorita comprometida!

(Fatinha) – Qualquer coisa me liga! Se cuida! Beijo.

(Dinho) – Pode deixar! Beijo.

(Fatinha sai para ir trabalhar e Dinho relembra da viagem que ele fez alguns dias antes do término de seu namoro. Foram quatro dias incríveis acampando)

Flashback – Dinho – Acampamento – On

(Lia) – Que lugar mais lindo, Dinho!

(Dinho) – Sabia que você ia gostar!

(Lia) – Com você do meu lado, eu com certeza gostaria de qualquer lugar!

(Jú) – Aqui é bonito mesmo, mas eu espero que pelo menos não tenha muitos mosquitos.

(Lia) – Juliana nós estamos no meio da mata! É claro que vai ter mosquitos!

(Jú) – Ai amor, demorou!

(Gil) – É que eu estava trazendo a sua mala também e ela está muito pesada!

(Todos riem)

(Jú) – Nem venham reclamar, naquele acampamento do colégio foram as minhas roupas que salvaram a “pele” de todo mundo depois daquela chuva!

(Gil) – Tudo bem!

(Eles se beijam)

(Dinho) – Então, vamos montar as barracas? Podemos colocar elas aqui, uma perto da outra.

(mostrando o lugar onde eles estão)

(Lia) – Não, é melhor ali...

(Diz Lia mostrando a direção contrária)

(Dinho se aproxima de Lia e pega levemente em seu rosto)

(Dinho) – Marrentinha, aqui é melhor! Vamos ficar aqui, tá?

(Lia) – Não! Quer saber, se você quer ficar aqui, FICA! Eu vou para lá!

(Jú) – Parou os dois! Vocês não vão começar a brigar agora, né? Acabamos de chegar!

(Dinho e Lia se olham e depois sorriem)

(Gil) – Eu não entendo muito de acampamento, mas acho que a gente podia ficar por ali (ele indica uma direção contrária indicada pelos dois anteriormente) porque o terreno parece ser mais plano e sem muitas árvores!

(Lia) – Ótimo! Problema resolvido! Vamos para lá, então! Jú, vem comigo me ajudar a montar a nossa!

(Jú) – Tá, mas antes me responde uma coisa, gente...

(Gil) – o que?

(Jú) – Onde a gente vai tomar banho?

(Dinho) – Relaxa Jú! Depois que a gente montar todas as barracas, eu vou levar vocês para conhecer a cachoeira!

(Cada um monta a sua barraca. Dinho se surpreende ao ver somente três barracas montadas, mas não comenta nada)

.....//.....

(Na cachoeira)

(Dinho) – Lia, vem aqui um minuto!

(Jú e Gil estão distraídos brincando e namorando na água que nem percebem que eles se afastaram por alguns minutos)

(Dinho) – Lia, como assim? Você vai dormir na barraca com a Jú?

(Ele pergunta surpreso)

(Lia) – Vou, Dinho! A Jú me pediu antes da gente vir. Eu não pude negar! Ela não tem coragem de dormir com o Gil ainda, e nem sozinha no meio da mata. Eu não podia deixar minha amiga na mão!

(Dinho) – Não podia deixar a amiga na mão, mas pode deixar o namorado?

(Ele diz sorrindo)

(Lia) – DINHO!

(Dinho) – Brincadeira marrentinha!

(Lia) – Se você se comportar direitinho, eu dou um jeito...

(Dinho) – Que jeito?

(Lia) – Depois que a Jú dormir eu dou uma fugidinha...

(Eles se olham cúmplices e depois se beijam... logo após alguns beijos os dois voltam para perto dos amigos)

.....//.....

(Gil e Dinho acendem a fogueira enquanto Lia e Jú tentam desastrosamente fazer o jantar)

(Jú) – Ah, nem ficou tão ruim assim, né?

(Gil) – Claro que não amor! Está até “comível”!

(Jú) – Que lindo! Você sempre tão fofo!

(Dinho) – Que fofo, que nada! Você está sendo muito bonzinho e mentiroso Gil, isso aqui está horrível, isso sim!

(Lia) – Aê? Então amanhã o jantar é por sua conta!

(Dinho) – Mas Lia, você queria que eu mentisse igual ao Gil?

(Lia) – Não! Mas também não precisava falar assim da nossa comida! Amanhã o almoço e o jantar serão por sua conta.

(Jú) – Chega de briguinhas! Eu não entendo como vocês não se mataram ainda! Brigam toda hora!

(Lia) – Ah, Jú! O melhor de brigar... é fazer as pazes depois não é, meu amor?

(Dinho) – Com certeza, marrentinha!

(Eles trocam um selinho)

(Dinho) – E vocês estão curtindo nosso acampamento?

(Lia) – Com certeza! A Jú sempre me disse que queria fazer um programinha de casal. E aqui estamos nós quatro!

(Gil) – Lia, só que eu acho que a Jú queria um programinha mais civilizado, né amor? Tipo um cinema, teatro, sorveteria...

(Jú) – Sabe o que eu acho? Que a convivência com a Lia e o Dinho está te afetando... você já começou a implicar comigo!

(Juliana finge está chateada e ganha um beijo de Gil)

(Depois de comerem, conversarem, namorarem, se implicarem os quatro se despedem para irem dormir. Lia e Jú se despedem de seus namorados e seguem para a barraca delas. Gil também segue para a sua e Dinho entra em sua barraca, mas impaciente resolve esperar por Lia do lado de fora)

.....//.....

00h40min

(Dinho) – Amor! Pensei que não vinha mais!

(Lia) – Shiiu! Vamos sair daqui antes de acordá-los!

.....//.....

04h22min

(Lia) – Vamos voltar? Se a Jú acordar e não me ver ao lado dela, ela vai fazer um escândalo!

(Dinho) – Já?

(Lia) – Agora! Anda, levanta!

(Dinho) – Tá, calma aí! Deixa eu pelo menos dobrar essa coberta!

(Eles voltam para o local do acampamento. Se despedem e Lia entra silenciosamente na sua barraca para não acordar a Juliana, mas não consegue. Dinho percebe que Lia acordou a amiga e depois de escutar as “explicações” da namorada ele sorri e depois também entra na sua barraca)

(Jú) – Lia? (ela chama com uma voz sonolenta)

(Lia) – Oi, Jú! Desculpa não queria te acordar!

(Jú) – O que você estava fazendo lá fora uma hora dessas?

(Lia) – O que você acha que eu estava fazendo no meio do mato e de madrugada?

(Jú) – xixi? Como você tem coragem de ir sozinha à essa hora lá fora?

(Lia) – Ah, Jú...não tem nada lá na não...mas se tivesse eu ia gritar e vocês iam me socorrer, né? Então tá tudo certo!

(Jú) – Entendo, mas como não sou tão corajosa como você, se eu acordar apertada, posso te chamar?

(Lia) – Claro, Jú!

(Jú) – Obrigada amiga! Boa noite! Até amanhã!

(Lia) – Boa noite amiga! Até amanhã!

.....//.....

(No dia seguinte...)

(Jú) – Nossa! Mas vocês dois estão com uma cara péssima! Parecem que nem dormiram bem à noite!

(Lia e Dinho se olham constrangidos, mas nem Gil e nem Juliana percebem)

(Lia) – Eu dormi muito bem! O problema é que eu odeio acordar cedo!

(Dinho) – Eu também dormi bem! Deve ser cansaço da viagem, mas eu estou muito feliz!

(Lia) – Eu também estou muito feliz!

(Gil) – Eu também!

(Todos olham para Juliana esperando que ela fale alguma coisa)

(Jú) – Não precisa me olhar assim, gente! Eu também estou muito feliz de está aqui com vocês!

(Dinho) – E o que vamos fazer hoje?

(Lia) – Agora eu não sei! Mas você e o Gil vão cuidar de toda a comida de hoje! E eu e a Jú vamos buscar lenha para a fogueira mais tarde.

(Jú) – Ah, não Lia! Não quero quebrar minhas unhas pegando lenha!

(Lia) – Tá Jú! Você fica aqui com o Dinho organizando tudo para cozinhar e eu o Gil vamos procurar a lenha!

(Jú) – Ok!

(Dinho) – Bom, ninguém pediu a minha opinião, mas está tudo bem sim!

(Lia) – Hoje, você não tem direito de dar a sua opinião. Está de castigo, meu amor! Lembra que falou mal da minha comida ontem? Vamos ver se você faz melhor do que eu!

(Dinho) – Ah, Lia! Então tá! Eu vou provar que cozinho melhor que você! Mas agora o que acham de fazermos uma trilha?

(Lia) – Vamos deixar a trilha para mais tarde e dormir agora?

(Dinho) – Dormir? Com toda essa maravilha a nossa espera?

(E entre discussões e namoricos o dia passa-se “normalmente”)

.....//.....

Noite.... Lia e Gil voltam com a lenha e Juliana e Dinho preparam-se para começar o jantar.

(Algum tempo depois)

(Dinho) – E aí?

(Lia) – É, Dinho! Não está tão ruim, mas o meu arroz ficou melhor ontem!

(Dinho) – Mas é marrenta, né?

(Jú) – E eu já perdi as contas de quantas brigas vocês tiveram só de ontem para hoje!

(Dinho) – Normal Jú! A Lia implica de mais comigo!

(Lia) – Eu, né?

(Gil) – Vamos cantar, Lia? Já que não temos nossas guitarras aqui? Vamos soltar a voz!

(Lia) – Pode ser!

(Os quatro ficam um ao lado do outro fazendo um semicírculo em volta da fogueira. Dinho abraça Lia e Gil abraça Jú. Eles cantam diversos tipos de músicas e uma vez ou outra Juliana e Dinho os acompanham em alguns trechos. Depois de algum tempo eles se despedem para irem dormir)

(Dinho) – Mesmo esquema de ontem à noite?

(Pergunta baixinho enquanto abraça Lia)

(Lia) – Você acha que está merecendo?

(Dinho) – Eu não sei se eu mereço ou não, mas estou com saudades de você!

(Lia) – Exagerado! Passamos o dia de ontem e hoje praticamente agarrados...

(Dinho) – Aí, está o problema... “praticamente agarrados” não quer dizer “agarrados”.

(Lia) – Fica tranquilo! Eu venho sim!

(E Lia faz igual à noite anterior! Entra na barraca, espera Jú dormir e sai. Em seguida, ela e Dinho saem para um lugar mais afastado para terem um pouco mais de “sossego”)

(No dia seguinte ocorreu tudo “normalmente” como nos dias anteriores... incluindo as “briguinhas” diárias e as fugidinhas noturnas de Lia e Dinho, mas desta vez, na volta, Lia não acordou Juliana)

(Último dia de acampamento...)

(Jú) – Que pena que temos que voltar hoje, sabe... eu até que estava gostando...

(Lia) – Eu também adorei esse acampamento! Podemos repetir isso mais vezes!

(Gil) – Quem sabe no próximo feriado?

(Dinho) – Nós podemos voltar aqui nas férias! Passar quinze dias desta vez!

(Jú) – NÃO! Eu disse que gostei e tal, mas passar quinze dias já é de mais!

(Gil) – Calma, amor, o Dinho está só brincando!

(Jú) – Gente, o que aconteceu com a Lia? Está dormindo encostada no Dinho!

(Lia) – Eu não estou dormindo, (diz ela bocejando), mas estou morrendo de sono!

(Jú) – Amiga você dormiu primeiro que eu todas as noites e pela sua cara parece que não dorme direito há dias...

(Lia) – Eu odeio acordar cedo, Juliana!

(Ela diz ainda de olhos fechados e encostada no namorado)

(Jú) – Vocês tem certeza que gostam de acampar? Um está com a cara pior que o outro!

(Dinho) – Que isso Jú! Você está exagerando. Eu adoro acampar, e esse acampamento foi maravilhoso! Pena que está acabando!

(Gil) – E para piorar, amanhã tem aula!

(Jú) – Ai, nem me lembra! Quando chegar em casa ainda vou ter que fazer as minhas unhas para ir ao colégio amanhã!

(Dinho) – Nós adoramos o acampamento não foi marrentinha? E vocês?

(Lia) – Uhumm...

(Gil e Jú) – Também!

(Jú) – Também adorei e estou bem menos cansada do que vocês dois...

(Dinho) – Eu estou um pouco cansado porque demorei dormir... acho que entrou um mosquito na minha barraca e ficou zoando no ouvido a noite quase toda.

(Gil) – Eu sei!

(Jú) – Sabe?

(Gil) – Aham, inclusive tem a marca da picada deste mosquito bem aí no seu pescoço, Dinho!

(Dinho) – Lia!

(Ela abre os olhos rapidamente e o encara)

(Lia) – EI, eu não fiz nada! Deixa eu ver, isso aí!

(Ela olha o pescoço dele, segura em seu cabelo “carinhosamente” revirando a cabeça do garoto para todos os lados)

(Dinho) – Ai, ai, marrentinha!

(Lia) – Quieto!

(Ela continua olhando e não encontra nada!)

(Lia) – Aqui não tem nada!

(Gil) – Eu sei! Estava só brincando com vocês!

(Lia) – Por quê?

(Gil) – Ah, sei lá... brincadeira mesmo... eu e a Jú sabemos que vocês não fizeram nada demais...

(Jú) – É verdade, a gente queria até aproveitar esse momento aqui de despedidas para nos desculpar com vocês!

(Dinho) – Como assim?

(Gil) – É que eu e a Jú estávamos conversando mais cedo e chegamos à conclusão que, mesmo sem querer, atrapalhamos a viagem de vocês...

(Lia) – Ei, claro que não! Esse foi um dos melhores acampamentos que a gente teve, né Dinho? Foi super especial... e com vocês aqui, melhor ainda...

(Dinho) – Com certeza! E desta vez não terminamos o nosso acampamento nem em um hospital, e nem em uma delegacia! Quer melhor isso?

(Lia) – É verdade... nos outros acampamentos, apesar de terem sido maravilhosos, os finais foram bem tensos!

(Eles riem...)

(Jú) – Então se vocês dizem que a gente não atrapalhou a gente acredita, né Gil?

(Gil) – Aham! E ficamos bem mais aliviados também!

(Lia abraça Jú e Gil e Dinho trocam um aperto de mãos)

(Depois de um café da manhã animado, eles desmontam o acampamento, e resolvem tomar um último banho de cachoeira antes de irem embora)

Flashback – Dinho – Acampamento – Off

(E depois de relembrar de todos esses momentos, ele se arrepende mais uma vez da besteira que fez em trair a Lia)

(Dinho) – Eu nunca vou entender... como eu pude jogar tudo isso fora? Eu fui um idiota mesmo!

(Na serra...)

(A campainha toca e Lia vai atender achando que é Emiliano)

(Lia) – Você de novo...

(Ela não tem tempo nem de completar a frase, pois Valentina, traiçoeiramente bate em sua cabeça com um pedaço de pau e Lia cai inconsciente no chão. Valentina rapidamente, a puxa para dentro e tranca a porta. Quando Lia acorda ela está com suas mãos e seus pés amarrados)

(Lia) – Você está louca, precisa de tratamento! Me deixa sair daqui!

(Valentina) – Yo no soy loca/Eu não sou louca!

(Lia) – Me solta!

(Valentina) – Você acha mesmo que eu irei te soltar?