A Última Carta escrita por Camí Sander


Capítulo 6
Bônus: Sabe quem escreveu, não é?


Notas iniciais do capítulo

Esses fatos, a partir de agora relatados, não aconteceram, realmente. É só uma continuação da história sob a qual meu cérebro foi capaz de elaborar enquanto eu tentava dormir.Tia Steph tem razão, é impossível dormir quando se começa um diálogo na sua cabeça.



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Edward Pov.

Depois daquela mensagem no meu celular, eu corri da sala até o quarto. Encontrei o envelope e rasguei-o para libertar a tal carta. Três folhas. Uau. Essa pessoa gostou de escrever! Ou era algo tão importante que ela teve que contar detalhes.

Comecei a ler a primeira folha e a ficha caiu. Só havia uma pessoa na Terra que escreveria dessa maneira. Revirei os olhos. Isabella. Essa nunca aprenderia?

No entanto, a carta está interessante mesmo. Vamos ver até que ponto eu cheguei a ser “importante” na vida dela...

–Edward! A minha cunhada chegou! – gritou Alice do andar de baixo.

Droga, eu havia me esquecido que iria sair com a Juh, hoje! Rapidamente, larguei a carta em cima da cama, troquei os jeans e quando estava prestes a procurar uma blusa, a minha loirinha bate à porta aberta, dentro de um short branco e uma regata preta.

–Oi, amor! – ela sorri.

–Oi, meu amor – sorrio de volta e lhe dou um beijo rápido, voltando para frente do guarda-roupa. – Eu só preciso pegar uma camisa e poderemos ir. Você está linda, aliás.

–Muito obrigada, Edward! – ela se sentou na cama e viu os papéis. – O que é isso?

–Uma louca deixou no correio – dou de ombros, pegando a primeira camisa que me aparece. – Não importa, vamos?

Mas ela já estava lendo com uma expressão enciumada na face.

–O que significa tudo isso, Edward Anthony?

–Foi há muito tempo. Eu nem tinha mudado de escola ainda. Nem tinha conhecido você. Venha, vamos. Depois eu jogo fora. É só um monte de bobagens.

–Você sabe quem escreveu – não era uma pergunta.

–Não conheço nenhuma Sander, amor. Possivelmente é nome falso. E não sei quem escreveu, Juh. É sério.

–Quer dizer que você teve muitas mulheres antes de me conhecer?

–Mas agora só tenho você.

–E ela, ao que parece.

–Mas eu não a quero! Então só tenho você, porque o resto vai para a doação!

Consegui convencê-la a esquecer da carta. Mas senti-me mal por mentir. Eu sabia quem era, sabia e me lembrava de tudo. Era a Swan mais velha. A única que tinha uma mãe na escola e que tinha a minha idade. A única que era tímida demais para fazer amizades sozinha. E a única sob a qual Alice vivia querendo saber onde andava.

Quando voltei para casa, depois de ter deixado a minha namorada na dela, alguém baixinha e brava se encontrava sentada na minha cama com três folhas nas mãos.

–Desde quando tem essa revelação?

–Hoje pela tarde, por quê?

–Não me chamou quando recebeu. Por que, Edward? Você queria esconder isso de mim? Eu sou a maior interessada na sua vida amorosa, irmãozinho!

–Alice, menos – começo a tirar a camisa. – Dá licença? Preciso colocar algo confortável para dormir!

–Não. Licença é só na prefeitura! Vá se trocar, eu não olho – e virou a cara para a minha varanda. – Sabe quem escreveu isso, não sabe?

Suspirei alto e fui buscar alguma malha para trocar pelos jeans. Nãotinha sentido discutir com Alice. Nunca houvera. Ela faria um escândalo e nossos pais acordariam. Principalmente a minha Oma, Elizabeth. E eu não queria isso.

–Faço alguma ideia – falei indiferente.

–Bella Swan, seu burro! – ela praticamente rosnou. – Por que você não foi atrás dela?

–Eu não vi ela me trazer isso.

–Não estava no correio!

–Estava na sacada. Ela deu um jeito de passar por Pandhora.

–Mas, Edward, ninguém passa pela Pandhora... claro! Hoje, quando a cachorra latiu uma vez só! Edward, a cachorra reconheceu ela!

–Nunca a viu na vida!

–Mas já ouviu-me falar dela. Edward, algo tem nisso. Amanhã vamos falar com ela.

–Vá você, não quero nada com essa louca da Swan.

–Para quem estava gamado nela há pouco tempo, você mudou muito.

–Apaixonei-me por outra. Sua verdadeira cunhada, irmãzinha. Se quiser, amanhã vá até a casa da Swan, você sabe o caminho, já foi mais do que eu! E se não lembra, é a casa com uma grande goiabeira na frente.

Ela riu.

–Já sabe o que é uma goiabeira, Edward?

Eu não acreditava que ela ainda se lembrava disso! Depois que as Swan se mudaram, eu tive que ir levar umas roupas para a caridade, que elas enviavam à outra cidade, a explicação era bem simples: segundo morro, bem em cima, lado esquerdo, a casa que tem uma goiabeira bem grande na frente. Foi o que Isabella falara. E eu lhe perguntei: o que é uma goiabeira?

Revirei os olhos para Alice e me deitei na cama, puxando-lhe os papéis.

–Deixe-me ler o resto. Juh chegou antes que eu pudesse fazê-lo.

–Amanhã, vamos os dois na casa dela, certo?

–Vou para a casa da minha amada bem cedo, amanhã. Alice, quer ver sua amiga, vá! Eu não tenho nada com a Bella, nunca tive, nunca terei. Agora menos ainda. Quero casar-me com a Juh, irmãzinha. Então, se me dá licença, feche a porta antes de sair, obrigado.

Bufando, ela me deu um soco no ombro e saiu para o seu quarto, fechando a porta como eu pedira. Assim que ela o fez, um monte de ideias me ocorreu.

Pensei em ligar para a Swan, mas, olhando o relógio, faltava pouco para a meia-noite. Ela estaria dormindo, certamente. Talvez eu pudesse falar com Juh e adiar nosso encontro para o dia seguinte, para que eu acompanhasse minha irmã até a casa de Isabella. Mas, o que eu faria lá? Diria como me senti lendo a carta? Não, pois eu não sabia o que sentia ao ler aquele tanto de infantilidade. Parecia que eu tinha voltado à quinta série! Mas eu poderia lhe mandar uma mensagem dizendo que recebi a carta...

Ao pegar meu celular e ver o remetente da mensagem de hoje cedo, praguejei baixo. Que garota estúpida! Custava ter deixado o número? Bem, talvez eu fale com ela no facebook. Ou não. Pois eu geralmente esqueço aberto e quem fecha é Alice ou Juh e se uma delas virem, estarei acabado.

Uma última alternativa me ocorreu. A mais idiota e infantil. Eu faria uma carta de resposta. Mas não hoje. Talvez amanhã. É, amanhã cedo eu faço isso.

Soltei um bocejo involuntário, coloquei as folhas no criado mudo, virei para o lado e deixei que o sono me levasse. Mas não por muito tempo. Acordei quando não havia nem meia hora que estava “dormindo”. Acordei cansado e com a cabeça latejando, mas tive certeza de que não conseguiria dormir antes de fazer a bendita carta à princesa Isabella Dramática.

Peguei uma folha e um livro qualquer do ano passado e comecei a escrever.

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14/01/2013 01:03

Querida Isabella

Me sinto com onze anos de idade lhe escrevendo isso e nem sei direito o que escrever...


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Notas finais do capítulo

Não sei se gostaram, por favor, digam se querem que eu continue. Eu, realmente, não vejo através da mente DESTE Edward. Ficou bom? Não ficou? Digam-me, por favor!



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