A Última Carta escrita por Camí Sander


Capítulo 17
Discussão


Notas iniciais do capítulo

Demorei, né?
Desculpem-me! mas eu não estava conseguindo fazer o capítulo, pois aqui em casa está um verdadeiro caos.
Espero que gostem do que eu escrevi.
Ok, na verdade, vocês não vão gostar, mas leiam, ok?



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A festa estava uma maravilha, como qualquer outra ocasião que Alice planeja. Porém, houve um momento em que ela mandou que os pares dançassem. Traduzindo: ela e Jasper rodopiaram pelo salão e ordenaram que Edward e eu fizéssemos o mesmo. Foi um momento tenso. Nenhum de nós dois falou nada enquanto a música não acabasse e logo, como ela havia alugado o hotel para todo mundo pelo final de semana inteiro, despedi-me e fui para o meu quarto.

Era difícil dormir, desde que eu me formara na oitava série, há exatos seis anos, eu não tinha muita vontade de dormir, mesmo tendo uma cama de casal inteira para mim, eu simplesmente não conseguia. Peguei meu celular e coloquei Moments bem baixinho. Era assim que eu pegava no sono desde que a música fora lançada.

O quarto estava escuro e as vozes em harmonia me embalavam. Embora a música fosse triste, eu me sentia em paz com ela. Porém, poucos minutos depois, ouvi risinhos e parei a música para ouvir melhor.

–Hmm, esse vai ser o seu quarto? – ouvi a voz de uma modelo e reconheci Irina.

–Vai sim. E talvez o nosso quarto – Edward respondeu parecendo meio arrastado.

Ela riu e gemeu. Meu sangue ferveu e eu me senti sufocada. De repente, aquele quarto parecia quente e apertado demais para mim. Mas eu não poderia sair. Se saísse, daria de cara com o que eu não queria ver nem morta. A porta foi fechada do outro lado e eu chorei, rezando para que aquilo não viesse me ocupar a cabeça e eu pudesse dormir em paz. Aumentei um pouco o volume do celular e deixei tocando a mesma música repetidas vezes. Até que eu caí no sono.

Acordei com dor de cabeça, mas não era de ressaca, nem nada, era de muito forçar o cérebro a esquecer do que eu ouvira. Meu celular estava ao meu lado, mas descarregado. Suspirei e me levantei. Deveria ser tarde demais para voltar a dormir.

Quando desci, minutos depois, encontrei quase todos no restaurante, tomando seus cafés. Bem, não era tão tarde quanto eu desejava que fosse. Varri os olhos pelo lugar e não encontrei nenhum vestígio do casalzinho. Alice me convidou a sentar-me em uma mesa com ela, Jasper e seus pais. E negar Alice é algo impossível.

Pouco tempo depois, Edward aparece de bom-humor, sorrindo. Respiro fundo e me seguro para não quebrar aquela carinha linda dele enquanto ele vai dando um beijo no rosto de cada um de seus familiares, exceto em Jasper, e se senta ao meu lado.

–A noite foi boa, querida? – pergunta-me Esme.

–Nossa, só não dormi igual a um anjo porque pareciam que iriam acabar arrombando a minha porta com tantas investidas – sorri irônica.

–Investidas? – Alice me olhou como se estivesse vendo um alien ali.

–Acho que Irina errou o andar dela – dei de ombros e voltei a comer.

–Ela estava bêbada – comentou Edward e eu tive vontade de bater nele. – Depois que mostrei que não era o quarto dela, a levei para o seu andar.

–Foi por isso então que eu consegui dormir depois das duas da manhã – fingi pensar.

–Bella, podemos conversar, por favor? – ele me chamou, tocando em meu braço.

–Não, eu vou tomar o meu café em paz e depois vou voltar para a minha casa – dei de ombros. – Preciso do meu carregador, meu celular ficou sem bateria.

–Sonha que você vai para casa agora, Isabella, só sonha! – retrucou Alice, matreira.

Respirei fundo e acabei o meu café, voltando para o quarto. Acabei por optar em ler um dos meus livros. Eu tinha trazido O Morro Dos Ventos Uivantes e estava lendo aleatoriamente quando ouvi um assovio se aproximar. Eu teria ignorado, se aquela música não fosse tão familiar. Três batidas na porta me fizeram estremecer. Os assovios não cessaram até que a pessoa parou para me chamar.

–Senhorita Swan, precisamos conversar – falou Edward.

–Converse com Irina, talvez ela esteja no seu quarto. Oh, desculpa, no quarto de vocês dois – falei ainda tentando ler.

–Essa música não saiu da minha cabeça. Até que horas ficou ouvido isso, Bella?

–Que música? – fiz-me de desentendida.

–A porcaria que você estava escutando ontem à noite! – reclamou e voltou a assoviar.

–Moments é o nome da porcaria que você ouviu, Cullen. Moments! – e abri a porta para encará-lo.

Quando abri a porta, ele sorriu, mas eu tinha vontade de dar um tapa naquela carinha linda dele de arrancar metade da pele junto. Ninguém poderia falar mal daquelas músicas. De qualquer música que eu escutasse. Sendo de One Direction, The Pretty Reckless ou Cameron Mitchell, ou a porcaria que fosse. Eu era !

–Posso ouvir? – ele anda tinha aquele sorriso torto nos lábios.

–Você não ouviu que meu celular está sem bateria? – rosnei. – Por acaso está me vendo com algum outro aparelho? Você tem problemas, Edward?

–Pensei que você tivesse algum outro jeito de me deixar escutar – ele deu de ombros.

–E para que? Para você ficar chamando de porcaria? Não! Nem pensar!

–Você ainda quer ser cantora? – ele ergueu uma sobrancelha.

–Se eu quiser ou não é problema meu, não acha, Cullen? Além do mais, não sou eu que fico cantando músicas que tratam as mulheres como algo desprezível igual à certa pessoa que se encontra na minha frente!

Ele suspirou, e tentou entrar, mas não deixei, portanto ele estava muito mais próximo e eu podia sentir o gosto de menta silvestre da sua boca.

–Você ainda me culpa por aquelas mentiras, não é?

–Não são mentiras.

–Mas você é querida e carinhosa. Lá eu falei o contrário, não tinha o direito de te julgar.

–Por que o fez?

–Sabe como é ficar oito anos com vontade de beijar uma pessoa? – ele me olhou nos olhos e parecia estar dolorido. Eu assenti. – Sabe como é esperar que a pessoa venha até você para esclarecer o que você está sentido? Por acaso você sabe o que é ficar cada dia mais apaixonado por alguém que não vê há muito tempo? Qual foi a minha vontade naquele curso? Eu queria te agarrar lá. Mas eu conhecia as regras e não poderia burlá-las por dois motivos. Primeiro, você nunca estava sozinha e eu não conseguia chegar perto. Segundo, quando você estava sozinha, eu não estava e não sabia onde te encontrar quando me livrasse deles.

Suspirei e entrei, ele seguiu-me.

–Moments, One Direction. O nome da música e da banda, agora pega o seu celular e procura – falei sem olhar para ele, me sentando na cama.

–Como vou saber se é a música certa?

–Você não disse que ficou com ela na sua cabeça? –irritei-me. – Não estava assoviando a música agorinha pouco?

–Desculpe-me, Isabella – ele parecia arrependido. – Pela carta, pela minha falta de coragem, por tudo. Só, por favor, me desculpe.

– Close the door, Throw the key, Don't wanna be reminded, Don't wanna be seen, Don't wanna be without you, My judgement is clouded, Like tonight's Sky. – cantei.

Ele sorriu para mim.

–Mas isso não quer dizer nada, entendeu? – olhei-o. – Eu ainda estou por deveras confusa. Principalmente por causa do Jake.

–Aquele... – ele rosnou baixo, desviando o olhar.

–Você vem me dizer "me desculpe", sendo que Jacob me diz: "me dê uma chance de te fazer feliz". Mesmo com a Bianca, ele fala que eu não mereço sofrer e que largaria dela para ficar comigo. Você entende? Vê a diferença? Você me deixa triste, ele me faz sorrir.

–E você escolheu dar a chance a ele? Você mesma não disse que ele queria as duas?

–Achei que sim, mas ontem mesmo ele me falou que não aguenta mais. Que prefere ficar sem as duas a passar o resto da vida com ela.

–Que fique sem as duas, então – ele sorriu perversamente.

–Se ele deixar da Bianca, ele vem morar por aqui. Provavelmente, na minha casa, no meu quarto, comigo.

–E por que?

–Já disse que estou prestes a dar uma chance a ele – dei de ombros. – Isso tudo depende de duas pessoas. Ele e...

–O ruim e...? – ele me incitou a continuar.

–Você. As únicas pessoas que podem me influenciar desde sempre – baixei os olhos para a colcha clara.

Edward afagou meu rosto antes de me dar um abraço forte.

–Fica comigo, então – ele pediu no meu ouvido.

Afastei-o e olhei bem em seus olhos.

–Para que? Para você me dizer que não sou querida? Para dizer que não valho nada? Ou será que é para mostrar que me odeia? Vamos, Edward, para que eu deveria ficar com você? Eu não presto, não lembra-se? Só atrapalho sua vida. Não quero mais atrapalhar, então, vá procurar Irina e seja feliz!

Ele levantou-se, triste e raivoso ao mesmo tempo, e caminhou até a porta.

–Só para constatar, você não deixou de ser infantil. Ben realmente não existe – ele grunhiu. – Ah, e Irina não ficou um minuto dentro do meu quarto. Eu estava bêbado, logo a despachei – e saiu batendo a porta.

–Quebra tudo, também, imbecil – murmurei, já começando a chorar.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!
Beeijos, minhas flores!



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