No capítulo anterior:

Ignorei meus pensamentos sobre o motivo de Edward estar estranho, era o melhor a se fazer.

-x-

Edward POV.

Eu não tinha a necessidade de ficar estressado só porque meu amigo de faculdade simplesmente se encantou com a Bella. Mentira, eu tinha todo o motivo, só não podia reclamar, porque eu e Bella não temos nada, ainda. Mas eu conheço muito bem a fama de Miguel Álvarez. Eu e ele éramos a dupla perfeita em Oxford de acordo com a massa feminina da universidade, lembro-me dos vários encontros duplos e das bebedeiras nos pubs da cidade e das farras que costumávamos a fazer, e isso tudo foi antes de eu conhecer a Heidi. Tempo bom. Muitas recordações e às vezes eu sinto saudade.

Fiquei estressado pela maneira como Bella reagiu a ele, não foi somente ele que ficara encantado, ela também. Saímos da reunião e eu não tinha condição de falar nada, tinha medo de explodir com ela, mas eu não tinha razão para cobrar nada. Eu e ela não temos nenhum relacionamento. Assim que chegamos ao hotel, disse para ela que iria ao bar, só uma dose de uísque para eu me acalmar.

Fui para o bar que ficava no térreo e me sentei numa mesa, pedi ao garçom uma dose de uísque. Bebi num gole só, depois pedi mais um. Esfriei minha cabeça e depois de perder as contas de quantos copos de uísque tomei que eu fui para o meu quarto. Eu já estava completamente alegre e errei a porta, fui parar na frente do aposento da Bella, bati em sua porta e a mesma me atendera a porta de robe.

- O que foi Edward? – ela me indagou.

- Ah. – murmurei, incerto. – Queria saber se você está bem. – me apoiei à parede.

- Você bebeu, Edward? – arqueou suas belas sobrancelhas.

- Um pouquinho. – admiti.

Bella revirou os olhos.

- Vamos, eu te deixo no seu quarto. – ela disse, sorrindo e estendendo a mão para mim.

Mas eu não queria ir para o meu quarto, eu a queria. Coloquei minha mão sob a dela e a puxei para mim, o choque de nossos corpos a fez ofegar. Então eu fiz o que queria fazer há tempos, tomei seus lábios em um beijo intenso. Sei que Bella foi pega de surpresa, mas ela correspondeu o beijo com a mesma intensidade que eu.

Suas pequenas e delicadas mãos automaticamente foram parar em meus cabelos, e a minha foi parar em suas costas, apertando e sentido a maciez da seda do robe que ela usava. Com a outra mão eu fechei a porta, depois fui andando e conseqüentemente a empurrando. Não sei como, mas já estávamos perto da cama, então eu a empurrei de leve sob a mesma.

Estávamos tão absortos, eu já tinha encontrado sua coxa e a alisava, sentindo o quanto Bella estava quente. Nossas respirações já estavam ofegantes, eu já havia desamarrado o nó de seu robe e visto a camisola cor-de-rosa de um tecido semitransparente que ela usava. Eu a queria muito, muito mesmo... E nossos beijos eram tão desesperados, nossas línguas dançavam freneticamente.

E eu não havia encontrado nenhuma restrição, Bella não me parou em nenhum instante, ela estava tão entregue quanto eu. Mas minha consciência do nada me despertou. Eu não podia continuar assim, não dessa maneira. Então eu travei, Bella continuava a me beijar avidamente, mas percebeu que eu estava paralisado sob ela.

- O que foi Edward? – me indagou, sua voz completamente ofegante.

Encarei seus orbes castanhos, eles brilhavam de puro desejo, mas eu não ia me torturar ainda mais. Saí de cima dela e andei alguns passos para trás, apoiando-me a parede.

- Me desculpe, eu... – tentei falar, mas não consegui.

Bella não disse nada, apenas se levantou da cama e ajeitou sua roupa. Não ousei encará-la, pois se eu a olhasse com certeza eu desabaria e me renderia a ela. Bella é completamente linda e eu não resistiria. Sem dizer nada, eu saí de seu quarto e bati a porta. Peguei o cartão magnético do meu quarto dentro do bolso do paletó e abri a minha porta. Fechei-a com força, fazendo um barulho desnecessário. Tirei a roupa e fui direto para o chuveiro.

Deixei que a água quente batesse em meu corpo, relaxando-me. Agora eu podia pensar com mais clareza. Como assim eu entro no quarto da Bella e a agarro? Só podia estar ficando maluco, só pode. Saí do banho e vesti um pijama, joguei-me na cama e fiquei olhando para o teto. E agora? Como eu vou encará-la depois disso?

Você é patético, Cullen. É sim.

Bella POV.

ALGUÉM PODE ME EXPLICAR O QUE ACABOU DE ACONTECER NESTE QUARTO?

Eu estava na boa, deitada confortavelmente na cama, assistindo a um programa na TV e lendo os relatórios da Effect. Quando simplesmente batem a minha porta, era ninguém menos que Edward. Ele cheirava a álcool, com certeza bebeu. Então, a pessoa me agarra e começa a me beijar.

Lógico que eu me deixei levar por aqueles lábios perfeitos, quem em sã consciência não faria isso? Eu já estava inerte, queria mais e mais, sem que eu percebesse já estava em minha cama e Edward por cima de mim, suas mãos passeavam pelo meu corpo deixando rastros de fogo por onde passava.

Para a minha infelicidade, Edward simplesmente parou, travou, ficou completamente rígido. Perguntei o que tinha acontecido, mas me arrependi instantaneamente, Edward saiu de cima de mim e se afastou. Pediu desculpas, mas não conseguia dizer mais nada, então saiu de meu quarto batendo a porta com força e segundos depois o ouvi bater a porta de seu quarto com a mesma força.

E eu fiquei parada, com cara de bunda, perguntando-me o que merda tinha acontecido. Por que raios ele tinha parado? Estava tão bom... Ok Bella, você tem que parar de ser fácil. Acorda garota! É óbvio que ele se lembrou que eu sou apenas uma assistente e trabalho pra ele. Mas eu queria que ele não se lembrasse, queria que ele continuasse e...

OK, OK, PAROU ISABELLA SWAN!

Balancei a cabeça a fim de tirar aqueles pensamentos e me joguei na cama, fitando o teto em seguida. Agora como eu vou dormir? Estou com sono, mas sem um pingo de vontade de dormir, o idiota do meu chefe fez o favor de me acordar. Tentei relaxar, mas foi em vão. Então me levantei e rumei para o banheiro, talvez um banho de banheira me acalmasse. Abri a torneira, deixei que enchesse de água e depois coloquei alguns sais que tinha disponível. Despi-me e entrei na banheira, suspirei e encostei minha cabeça na borda da banheira fechando os olhos em seguida.

O banho serviu para o que eu queria, quase durmo dentro da banheira. Depois de completamente calma e relaxada, saí e me sequei. Vesti um pijama confortável e voltei para a cama. Desliguei a TV e guardei os relatórios que eu estava examinando. Já passava das nove da noite e o sono já estava me dominando, não estava com fome, então dormi.

(...)

Acordei na manhã seguinte com o telefone tocando insistentemente. Apenas estiquei o braço e o peguei.

- Alô? – atendi com a maior voz de sono.

- Señorita Swan? – uma voz masculina me indagava.

- Si. – respondi.

- Yo, Miguel Álvarez. – disse a voz máscula.

- Oi. – acordei agora. – Como vai?

- Estou ótimo – respondeu em inglês, mas o sotaque espanhol ainda imperava – Desculpe por acordá-la, mas nós combinamos de sair, não foi?

- Foi, foi sim. – sorri.

- A que horas posso buscá-la? – me indagou.

- Ah... – murmurei e olhei para o relógio que havia em cima do criado-mudo, já passava das nove da manhã. – Dentro de uma hora?

- Tudo bem, passarei aí. – disse e pude sentir o tom de contentamento em sua voz. – Encontramo-nos no saguão.

- Certo. – respondi.

- Ok, hasta que un rato. – despediu-se.

- Ok. – fiz o mesmo.

Coloquei o telefone de volta no suporte e suspirei, que nem uma idiota. Levantei-me da cama num átimo e fui correndo para o banheiro. Tomei um banho rápido e fui até o closet escolher uma roupa. Optei por algo simples e despojado: calça jeans, uma blusa de mangas compridas, calcei um par de botas sem salto de cor preta; peguei um sobretudo bege e minha bolsa. Coloquei um brinco e um cordão, peguei os óculos escuros e coloquei as coisas em cima da cadeira. Fiz uma maquiagem simples e deixei meus cabelos soltos, olhei-me no espelho e sorri.

Quando eu estava saindo do quarto, Edward também saía do seu. Ele também estava vestido casualmente, jeans e camiseta, segurava um casaco nas mãos e digitava algo em seu celular.

- Bom dia. – saudei-o.

- Bom dia, Bella. – sorriu torto. – Vai sair?

- Sim, com o Miguel. – disse, meio constrangida, sem necessidade.

- É verdade, ele combinou isso ontem. – disse, como se fosse uma coisa qualquer.

- Você não vai conosco? – indaguei.

- Por quê? – indagou de volta.

- Bem, ele convidou você também e acho que você deveria ir. – respondi.

Edward esboçou um sorriso torto, mas com o significado diferente do normal.

- Então, eu vou. – me encarou, seus orbes verdes brilhavam de uma forma estranha. – Já tomou café?

- Não – respondi. –, mas podemos tomar no caminho, não sei.

Ele apenas assentiu com a cabeça e começamos a caminhar em silêncio até o elevador. Edward apertou o botão e ficamos esperando sem trocar nenhuma palavra. Sem demora, o elevador chegara e nós entramos. Eu apertei o botão dessa vez, já que estava mais próxima do painel de botões. O silêncio ainda imperava no recinto, eu não tinha coragem de abrir a boca, a memória do que aconteceu em meu quarto ontem a noite ainda era bem viva em minha mente e só agora a vergonha resolveu me atacar, com certeza eu estava corada, então não ousei levantar a cabeça e encarar Edward nos olhos.

O elevador finalmente parou e abriu suas portas, eu saí primeiro e Edward veio atrás. Estávamos andando lado a lado, coloquei meus óculos escuros e nós saímos para o tempo frio de Madri. Miguel já nos esperava e abriu um largo sorriso quando me viu, retribuí o mesmo, mas não da mesma forma. Ele e Edward se cumprimentaram e Miguel apenas me deu um beijo na bochecha.

Miguel simplesmente tinha um belo Porsche conversível preto, o carro é simplesmente lindo. Edward foi à frente com ele e eu fui atrás, Miguel falava sem parar e sempre me apontava às coisas por onde passávamos. Pedi a ele que parássemos em algum café porque eu e Edward ainda não tínhamos comido nada, Miguel atendeu ao meu pedido nos levando a uma cafeteria que ele gostava muito. Entramos e fizemos nossos pedidos, Miguel nos acompanhou tomando apenas uma xícara de café expresso. Depois de satisfeitos, foi uma briga para decidir quem pagaria a conta, eu dei de ombros e eu mesma paguei, só queria que eles calassem a boca.

Depois começamos o passeio turístico. Miguel estacionou próximo a Plaza Mayor, que é um dos locais mais emblemáticos de cidade de Madrid. Situada no centro comercial da cidade, é uma praça portificada de planta retangular completamente rodeada por edifícios. Existem ao todo nove entradas para a praça. Foi construída durante o período Austríaco. A Plaza Mayor foi cenário de vários eventos tais como: feiras, touradas e autos de fé. A estátua que se encontra no meio da praça é de Filipe III e data do ano de 1616. E eu nem fiquei encantada com o tamanho daquela praça, pedi para tirarem fotos e eles fizeram isso, nem fiquei envergonhada quando Edward pediu que Miguel tirasse uma foto nossa diante da estátua.

Continuamos o nosso passeio, fomos ao Museu do Prado um dos mais importantes museus do Mundo; a sua coleção, centrada na época anterior ao século XX, destaca à arte italiana, espanhola e flamenca. Algumas das obras mais representativas que aí se encontram são As Meninas, A forja de Vulcano, O triunfo de Baco, A maja despida, A vindima, 2 de Maio de 1808, As três Graças, O Jardim das Delícias Terrenas, Carlos V em Mühlberg, entre muitas outras. Existe também no museu um importante conjunto de esculturas clássicas greco-romanas, renascentistas e de outros períodos.

Eu sempre gostei de museus, então depois do Museu do Prado, fomos ao Museu Rainha Sofia que é o museu nacional espanhol de arte do século XX. Conta com coleções de Pablo Picasso e Salvador Dalí. A obra mais conhecida do museu é Guernica de Picasso. Também estão expostas aí obras de Juan Gris, Joan Miró, Julio González, Eduardo Chillida, Pablo Palazuelo, Antoni Tàpies, Pablo Gargallo, Lucio Muñoz, Luis Gordillo, Jorge Oteiza, Ouka Lele e José Luis Gutiérrez Solana, entre outros. Tem também uma biblioteca de acesso livre especializada em arte (têm mais de 100.000 livros, 3.500 gravações áudio e 1.000 vídeos).

E por fim fomos a Gran Vía que é uma das principais ruas da cidade. Começa na calle de Alcalá e termina na Plaza de España. É uma importante área comercial, turística e de lazer, com os seus muitos cinemas, apesar de alguns terem fechado para dar lugar a teatros para musicais, pelo que o troço da Gran Vía, compreendido entre a Plaza del Callao e a Plaza de España, seja conhecido como a “Broadway madrilena”.

(...)

Estávamos em um restaurante da apinhada Gran Via, eu terminava de almoçar e os dois também. Já tínhamos ido a vários pontos turísticos e a minha câmera digital já estava cheia de fotos, eu estava me divertindo muito, meus acompanhantes eram bastante agradáveis. Percebia os estranhos olhares de Edward sobre mim, mas não me preocupava.

- Então, vocês vão ao jantar? – Miguel indagou, tirando-me dos meus devaneios.

- Que jantar? – rebati.

- Um jantar que os pais do Miguel para comemorar o aniversário de casamento. – Edward respondeu. – Vinte e cinco anos de casados.

- Nossa! – exclamei, sorrindo. – Parabéns a eles, Miguel. – ele apenas assentiu com um sorriso. – Mas não é muito íntimo para nós irmos? – indaguei a Edward, que riu.

- Os pais dele são muito amigos dos meus pais. – explicou. – E como Carlisle e Esme não poderão estar aqui, eu os representarei. – piscou.

- Ah! – murmurei, apenas. – Então tudo bem. – dei de ombros.

Edward pagou a conta dessa vez, depois Miguel nos deixou de volta no hotel. Subimos para nossos quartos, mas não em silêncio desta vez, Edward me perguntou se eu gostei de conhecer Madri, então eu me empolguei e comecei a tagarelar. Chegamos ao nosso andar e eu me despedi de Edward, ele disse que quando estivesse pronto bateria a minha porta, já que o jantar era hoje.

Assim que entrei em meu quarto já fui ligando pra Alice, só ela para me ajudar com a roupa que usaria para o jantar. Depois de algumas horas gastando horrores com a ligação internacional, decidimos que roupa usar. Por fim, fui tomar banho com calma, assim que terminei, coloquei uma lingerie de renda preta e cor bege, vesti o vestido escolhido para a ocasião, calcei um par de sapatos de salto alto, fiz uma maquiagem básica – nada de muito extravagante – e pus um par de brincos, prendi meus cabelos num rabo de cavalo alto e só.

Olhei-me no espelho e sorri com o resultado da minha produção. Peguei uma bolsa pequena e pus alguns documentos e o celular, escolhi um sobretudo preto para vestir, já que a noite era muito fria em Madri. Passei um perfume que gosto muito e quando o estava guardando ouvi baterem na porta. Fui até a mesma e abri, era Edward e o mesmo estava incrivelmente lindo num terno cinza. 

- Você está muito linda. – ele disse sorrindo e me avaliando da cabeça aos pés.

- Obrigada, digo o mesmo. – sorri também.

- Vamos? – indagou.

- Claro, só vou pegar o meu casaco. – disse e me virei para pegar o meu sobretudo.

Peguei-o e o vesti, saí de meu quarto e fechei a porta. Eu e Edward começamos a andar até o elevador lado a lado, e toda a fragrância masculina que ele estava usando invadiu minhas narinas, Edward era incrivelmente gostoso. Edward apertou o botão do elevador e o mesmo chegou sem demora, entramos e eu apertei o botão dessa vez. Assim que chegamos ao saguão, fomos andando para fora do hotel, pois já havia um carro a nossa espera.

Era um motorista que Miguel havia mandado nos apanhar. Fiquei a observar a noite fria de Madri pela janela, e o caminho até a festa dos Álvarez foi feito em completo silêncio.

Edward POV.

Assim que acordei na manhã seguinte, lembrei-me que o meu amigo Miguel obviamente estaria de prontidão aqui, já que ele marcou de sair para mostrar a cidade a Bella. E é lógico que eu não a deixarei sozinha com ele, não sou idiota. Tomei um banho rápido e me vesti casualmente, quando já estava arrumado saí de meu quarto e me deparei com Bella saindo do seu também, vestida da mesma maneira que eu. Sorri internamente, se nós dois combinássemos não sairíamos ao mesmo tempo.

Eu estava na intenção de tomar café e depois me informaria se Bella já havia saído ou algo assim, eu ainda não estava preparado para encará-la depois da minha palhaçada de ontem. Sei que normalmente eu não sou assim, se fosse à outra época eu não estaria nem aí, e provavelmente provocaria Bella sobre o que aconteceu, mas as coisas mudam, na verdade mudaram quando eu descobri o que sinto por ela. 

Para o meu alívio, Bella não tocou no assunto, acho que ela deve estar pensando que eu estava bêbado demais para me lembrar de alguma coisa, mas eu não estava tão inconsciente para não me lembrar. Era melhor deixar assim, por hora. Mas percebi que ela devia se lembrar do meu ataque a ela de ontem, pois ela não me encarou como sempre fazia, estava silenciosa e por várias vezes a vi corar.

Diverti-me quando ela fez questão de eu ir com ela passear pela cidade, não pensei que ela queria estar em minha presença depois de ontem. Enfim, Miguel já nos esperava quando descemos. Bella pediu a ele que parássemos em algum lugar para tomar café, já que ainda não tínhamos feito isso. Ele prontamente atendeu ao pedido dela, ocorreu-me pensar que não existiam muitas coisas que Miguel não negaria a ela, tentei dispersar esses pensamentos idiotas.

Depois de comermos o tour por Madri começara, fomos a diversos lugares como a Plaza Mayor, Museu do Prado, Museu Rainha Sofia...

(...)

Andamos muito e paramos para almoçar num restaurante da Gran Vía. Eu estava farto dos olhares lascivos de Miguel para Bella, ainda não sabia o que pensar sobre isso. Sério que Bella tem que encantar não só a mim como a todos? Aquilo estava me irritando muito, mas não deixei transparecer. Eu pensei que nessa viagem daria para me declarar a Bella, já que estávamos longe de tudo e de todos, mas nada está perdido, ainda.

Acabei por me esquecer do jantar de aniversário de casamento dos pais do Miguel, os pais dele são muito amigos dos meus, já que a mãe de Miguel – Katherine − é prima da minha mãe, e meu pai e o pai de Miguel – Alfonso – estudaram juntos na Universidade de Columbia. Se o Miguel não tivesse falado, eu nem iria me lembrar, e isso também me recorda que eu reverei a Victoria, não posso negar que eu peguei a irmã dele no primeiro ano da faculdade.

Depois de almoçarmos, Miguel nos levou de volta para o hotel e disse a mim que mandaria um carro para nos buscar, eu assenti e subi com a Bella. Fomos conversando animadamente até o nosso andar, ela estava maravilhada com a cidade e eu sorri com a felicidade dela. Assim que chegamos, cada um foi para o seu quarto descansar.

Fiquei jogado em minha cama e assistindo a um filme besta na TV, ao mesmo tempo em que lia os relatórios da Effect. A tarde se passou num átimo e quando vi já estava anoitecendo. Larguei os relatórios e as anotações que estava fazendo, depois conversaria com a Bella sobre o que descobri e sobre o que penso fazer. Fui tomar banho e demorei bastante debaixo do chuveiro.

Fui até o closet e vesti uma cueca boxer preta, escolhi um terno cinza e comecei a me vestir. Já estava completamente pronto e passei um perfume, saí de meu quarto colocando o celular, a carteira e o cartão magnético do quarto nos bolsos. Bati a porta do quarto de Bella e a mesma abrira. Acho que eu nunca deixaria de ficar surpreso com a beleza dela, ela estava linda e o vestido que Bella estava usando era tentador demais para seu bem. Era cinza e extremamente colado em seu corpo, acentuando suas maravilhosas curvas, sem contar que ele era de manga comprida e mostrava seus belos ombros, além de ser curto e deixando suas pernas bem feitas a mostra com um belo sapato de salto alto para realçar.

- Você está muito linda. – eu disse sorrindo a ela, meus olhos não conseguiam desgrudar de suas curvas.

- Obrigada, digo o mesmo. – ela agradeceu, sorrindo também.

- Vamos? – indaguei, suspirando em seguida.

- Claro, só vou pegar o meu casaco. – respondeu e se virou para pegar o que disse, dando a maravilhosa visão de suas costas e sua bunda bem marcada pelo vestido.

Puta que pariu!

Eu tenho que parar de pensar nisso! Isso é falta de mulher, acalme-se Edward.

Para o meu alívio, quando Bella voltou ela já estava vestida com o sobretudo preto e comprido, ia até os seus joelhos, segurando uma bolsa pequena nas mãos. Isso era bom, pois não ficaria tentado a agarrá-la até chegarmos à mansão dos Álvarez.  Bella fechou a porta de seu quarto e então saímos. Fomos em silêncio até chegarmos ao saguão, e quando entramos no carro o silêncio continuou e durou até chegarmos à festa.

O carro parou e eu saí, para abrir a porta para ela. Bella agradeceu com um sorriso e eu dei meu braço a ela, e a mesma aceitou para a minha alegria. Entramos a mansão e fomos recebidos pela governanta que pegou o sobretudo de Bella e sua bolsa para guardar.

- Nossa, é linda a mansão. – Bella murmurou.

- É mesmo. – concordei com um sorriso.

A casa já estava cheia de amigos e parentes e o jantar seria servido nos jardins, onde já havia tendas com várias mesas a espera. Cumprimentamos Katherine e Alfonso, eles estavam muito felizes e me abraçaram como se eu fosse um filho. Apresentei Bella e eles pensaram que ela fosse minha namorada, Bella corou, e eu disse que não, disse que ela era minha assistente e estava me ajudando em Madri. Eles riram e assentiram, Miguel veio até nós depois e ao seu lado estava Victoria, ela é linda é claro, ruiva e de belos olhos azuis como da mãe, já que Katherine também era ruiva e de olhos azuis.

- Bella! Edward! – Miguel exclamou, sorridente. – Que bom que vieram, você está linda Bella. – disse, e ele fez o que eu fiz outrora.

- Obrigada. – Bella respondeu, corando novamente.

- Bella, está é minha irmã mais velha, Victoria. – ele disse, apresentando a irmã.

- Olá Bella. – Victoria disse, sorrindo maliciosamente – É um prazer conhecer você.

- O prazer é meu. – Bella disse.

Ambas deram dois beijinhos costumes de apresentação e nada disseram.

- Olá Victoria. – falei com a ruiva.

- Oi Edward. – ela me encarou maliciosa como sempre, deu-me um abraço apertado e só.

Miguel tratou de tirar Bella das minhas vistas, saiu puxando-a e apresentando ela a várias pessoas. Parecia até que ela era namorada dele, bufei.

- Ciúmes, Cullen? – nem tinha me tocado que Victoria ainda estava ali.

- Quê? – a olhei, aturdido.

- O jeito como você olha para a tal Bella com o meu irmão, isso é ciúmes? – indagou novamente.

- Não. – respondi de imediato.

- Aham, sei. – revirou os olhos e sorriu. – Se eu não te conhecesse diria que está apaixonado.

Limitei-me apenas a encarar a ruiva a minha frente.

- Ela é sua assistente? – Victoria perguntou.

- Sim, por quê? – rebati.

- Nada. – deu de ombros. – Mas acho que sei por que você a contratou. – disse, pensativa e bebendo um gole de sua taça de champanhe.

- Por que pensa assim?

- Porque é óbvio! – me encarou seriamente. – Bella encanta a qualquer um com seu jeito inocente e tal, além de ser muito bonita. Isto não posso negar. – suspirou. – Então você a contratou porque se encantou logo de cara. – terminou, sorrindo largamente.

- Não foi só por isso. – eu disse. – Ela tem um currículo bom. – menti.

O currículo de Bella não tinha nada, nenhuma experiência, ela apenas tinha acabado de se formar.

- Sério? – ela riu. – Ela é formada em que?

- Relações Públicas. – disse.

- Como você e o meu irmão. – assenti com a cabeça. – Hm, e quanto tempo ela tem de formada.

- Er... – hesitei. – Muito pouco.

- E o currículo dela é bom? – Victoria gargalhou. – Acredito que a Cullen’s Publicity seja o primeiro emprego dela, certo?

- Sim. – respondi, com desânimo, pois já sabia o que Victoria diria a seguir.

- Então ela estudou em alguma universidade da Ivy League?

- Não Victoria. – respondi entre dentes.

- E você quer que eu acredite que você a contratou por causa do seu currículo Edward? – riu, debochada. – Seja homem e admita que você a contratou por ela ser bonita e por você ter gostado dela logo de cara.

- Ok, ok, ok! – exclamei, irritado. – Sim, foi por isso... Mas Bella me surpreendeu. – suspirei. – Ela dá conta do trabalho até melhor do que eu, ela pode não ter estudado numa universidade interiorana, mas Bella sabe o que faz, lida melhor com certas situações do que eu, tenho que admitir.

- Então ela só precisava de uma oportunidade, e você deu a ela. – Victoria disse, ainda debochada. – Que meigo, Cullen.

- Sim, pode-se dizer que foi por isso. – assenti.

- E vocês já dormiram juntos quantas vezes?

- Ela não é o que você pensa, Victoria, ela não é como você! – disse, ríspido. – Bella é linda tanto por dentro quanto por fora, é uma ótima assistente e você não a conhece. Então não fale algo que você não sabe, nunca dormi com a Bella.

- Mas quer. – Victoria rebateu. – Vejo pelos seus olhos Edward, você a quer, mais do que quis qualquer mulher, posso ver... Mas quando você falar isso a ela, conte a verdade.

- Que verdade? – indaguei, sem entender.

- Que você a contratou por causa de seu corpo, não por ela precisar de uma oportunidade, somente porque você a achou bonita. – disse ríspida e saiu de perto de mim.

Bufei irritado e peguei um copo de uísque com o garçom que acabara de passar. Isso pode até ser meio verdade, eu contratei Bella por causa de sua beleza e não por causa de seu currículo, ela precisava de uma oportunidade, então eu dei, mas não foi só por isso que ela ganhou o emprego, de um cargo que não existe dentro da CP. Resolveria isso depois.

Bella tem um potencial enorme, ela é inteligente, sabe lidar sob diversas situações, é talentosa, e se um dia sair da CP, qualquer empresa que a contratar irá se sair bem. O problema é que Bella na verdade é uma RP, como eu, mas dentro da empresa só existe um RP que sou eu.

Fiquei tão irritado comigo mesmo que acabei não percebendo que estava bebendo um copo de uísque atrás do outro. Até que Bella, finalmente, largara a companhia de Miguel e veio até mim.

- Você está bem? – ela me indagou, preocupada.

- Estou ótimo. – respondi de primeira. – Por quê?

- Nada. – murmurou. – Sua expressão não diz que você está bem. – me encarou, séria.

- Impressão sua. – respondi, normalmente.

Bella deu de ombros e continuou ao meu lado, mas sem me olhar. Ela bebia uma taça de champanhe e seus olhos castanhos vagavam pelo lugar. Suspirei baixinho, como ela podia me afetar assim tão facilmente. Mordi os lábios e passei a mão no cabelo, nervoso, tomei o restante do uísque em um gole só e pus o copo numa mesinha.

- Vem. – peguei a mão de Bella e ela me olhou, sobressaltada. – Vamos dançar. – sorri e ela retribuiu, então a puxei para a pista de dança próxima dali.

Ficamos dançando por um bom tempo, a maioria das músicas pediam que nós dançássemos bem perto, de mãos dadas e de frente para o outro. Era bom tê-la em meus braços, nem que fosse para uma simples dança. Mas a minha felicidade durou pouco, pois Miguel veio me atrapalhar, tirando Bella para dançar com ele. Eu queria dizer: “não, não deixo você levá-la, pois ela está comigo”, mas não podia dizer, limitei-me apenas a assentir quando ele perguntou se podia dançar com ela, então Bella se soltara de mim e foi para os braços de outro.

Suspirei e saí da pista de dança, pegando um copo de uísque do garçom que passava por mim. Tomei-o num gole só e larguei o copo em qualquer lugar. O jantar fora servido, eu e Bella estávamos sentados numa mesa próxima da família Álvarez. E depois da comida, vieram algumas declarações de amor entre os pais do Miguel, beijos, abraços, flashes e um pequeno vídeo. Depois a música voltou a imperar e vários casais dançavam, Bella dançou novamente com Miguel e a Victoria resolveu me tirar para dançar.

- Você fica uma graça com ciúmes, Edward. – ela disse, sorrindo debochada e olhando para o irmão e a Bella.

Resolvi ficar calado, ela estava certa mesmo. Victoria percebeu que eu não iria falar nada, então deixou quieto. Acabou a música e eu me soltei, deixando a Victoria sozinha na pista. Eu queria ir embora, não agüentava mais um minuto ali. Não entendo, eu não quero ficar mais assim... Louco de ciúmes, Bella não é nada minha... Eu a quero só pra mim, mas parece que existem tantas complicações.

- Edward! – conhecia muito bem aquela voz.

- Oi Bella. – me virei para ela.

- Estou querendo ir, você já quer ir também? – me indagou, receosa que eu não quisesse o mesmo.

- Sem problemas. – respondi, ela sorriu. – Vamos nos despedir do pessoal.

Bella assentiu e fomos nos despedir dos donos da festa. Fizemos isso rapidamente, Miguel fez uma cara de cachorro sem dono e eu tive uma vontade imensa de enchê-lo de porrada, mas me segurei. O motorista que nos trouxe, levou-nos de volta. Chegamos ao hotel e subimos para os nossos quartos, demos boa noite e eu vi Bella entrar em seu quarto e fechar a porta.

Bufei e entrei no meu, eu tinha que tomar uma atitude.

-x-

n/a: OOOOOOI PESSOAS LINDAS! *0* Enfim, demorei semanas, mas a culpa é toda minha, sério. Fiquei sem internet, a inspiração resolveu passear, a faculdade me estressou, o ENEM chegando e eu surtando... Acho que vocês entendem como está a minha cabeça. E podem me matar pelo modo que eu finalizei o capítulo. *risos* Alguém tem uma idéia do que vai acontecer? *assoviando*

As melhores respostam ganham um spoiler! o/ *risos* Obrigada pelas reviews e vamos aumentá-las, né? Mais de 60 pessoas adicionaram a fic e nem metade comenta, assim fica difícil. :/ E vamos recomendar people, vamos lá, estiquem seus dedinhos!

Beijinhos e até o próximo,

Tamy Black.

n/b: Olá amores!! Como vocês estão?! Acredito que bem... Olha eu estava sem esperança com o final do capítulo, mas depois do comentário da Tamy... Comecei a ter esperanças! IHAIUSHIUAHSIUAHSIUHAIS

Bem... Provavelmente a Tamy irá me matar por fazer propaganda, mas bem... Não é só aqui com GNY que todo mundo adiciona e não comenta, sério gente eu também sou autora e tirando uns problemas que tive nos últimos meses, devido a estudo, tento postar regularmente – pelo menos uma vez por semana -, e é triste saber que apesar de ter gente que lê ninguém comenta, nem um oi sequer, acredite dizer se gostou, ou se está ansiosa para o próximo faz toda a diferença. Imagine quem não pode postar com freqüência por causa de sua vida, não receber nenhuma review?! Por isso que desistem das fics.

Então comentem muito! Quem não lê Love Game, que eu e a Tamy escrevemos em parceria, leiam, modéstia a parte eu me divirto muito escrevendo os POV’s do Edward, e quem gosta de romance policia, ter que ficar quebrando a cuca com respostas inexistentes, leiam uma fic minha que estou escrevendo e adorando escrevê-la: Just Justice, e não é papo de autora convencida não, mas acredito que ela é uma das minhas melhores histórias. Quem quer leituras rápidas e dinâmicas e sem nenhuma responsabilidade (a não ser deixar reviews) recomendo uma série de contos/one-shots que escrevo chamada PDA, tem bastante coisa legal!

Já falei demais, até coisa que não deveria (a Tamy vai comer meu rim), mas enfim, comentem e descubram muitas outras coisas que tem no nosso fandom! ;D

Beijos,

Carol Venancio.

P.S.: capítulo betado.