O Complô escrita por Darinhaassis


Capítulo 10
Capitulo 7. O Complô em pratos limpos...




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Capitulo 7. O Complô em pratos limpos...

Isabella sempre o surpreendia. Isso era um fato. Ele não deveria ter achado que ela teria uma atitude tão previsível como desmaiar, ou gritar, ou dar-lhe uns tapas. Isso era o previsível, e para todas essas coisas ele estava preparado, mas não para o que aconteceu quando ela olhou em seus olhos.

Edward estava tão concentrado nas reações e emoções que atravessaram seu corpo quando ela se chocou contra ele, que quase a deixou cair no momento em que ela desmaiou. Bem ali nos seus braços e Edward não sabia se ria ou se desesperava.

Porém as palavras de Nessie ecoaram por sua mente, como um mantra, e ele decidiu seguir o que ela havia o mandado fazer e leva-la para casa. Embora as pessoas olhassem com espanto a cena de um homem carregando uma mulher desacordada por todo o shopping, ele não poderia se importar menos. Pois em seus braços não estava uma simples mulher, e sim aquele que ele amava.

E por mais bizarro que fosse ele sentia um sorriso escorregando por seus lábios, contudo, ele o segurou até estarem na segurança de seu carro. Afinal, não poderia se dar ao luxo de ser mal interpretado e ser forçado a esperar que Isabella acordasse. Aí sim tudo estaria perdido. E essa possibilidade o fez estremecer. Então colocou uma mascara de genuína preocupação no rosto, o que não estava longe da verdade e apressou o passo para o estacionamento.

Ao fim do corredor que o levaria ao estacionamento, Edward percebeu que iria necessitar de ajuda. E sua melhor opção era o guarda que se encontrava na porta.

- O Senhor poderia me ajudar? – questionou ao guarda que o olhava com suspeita – minha mulher desmaiou, por causa do calor – explicou. Aquela era uma explicação plausível, já que Dallas era uma cidade quente, e o shopping mesmo tendo sistema de ar-condicionado estava quente e abafado.

- Claro Senhor! – sorriu-lhe o guarda compreensivo, e Edward percebeu o quanto a segurança era frágil, pelo que ele sabia, ele poderia ser um sequestrador. É ele não se desligava totalmente de seu trabalho.

- Obrigada! – respondeu, e fazendo um malabarismo retirou a chave do bolso entregando ao guarda que abriu a porta traseira, e logo em seguida Edward colocou Isabella deitada.

- Por nada meu filho. Dá para perceber que você não é nenhum sequestrador. – disse ele, pegando Edward de surpresa.

- Como o Senhor pode saber? – ele perguntou.

- Seus olhos meu filho, eles dizem tudo. – o sorriso do Senhor era gigante – e eles gritam o seu amor por ela. – e com isso, Edward devolveu o sorriso ao homem, que dando-lhe as costas voltou para seu posto de trabalho.

            Aquilo não o assustou, ele sabia que amava Isabella desde sempre. E, também sabia que esse fato era evidente, aliás, ele nunca omitiu esse fato de ninguém.

            Estando na segurança de seu carro Edward se pôs a pensar. Ele precisava saber o que iria falar com ela. No entanto, ele sabia que não poderia acusa-la de nada, ela errou em esconder sua filha dele, isso é um fato, contudo, as últimas lembranças dele que ela deve guardar não são nada agradáveis. Ele no seu lugar também omitiria algo desse tipo. Ele sabia que tinha agido erroneamente com ela, para dizer o mínimo, pois ele foi cruel, baixo, mesquinho e inconsequente. Naquela época ele com certeza acusá-la-ia de ter engravidado intencionalmente, Edward era consciente do estado em que se encontrava quando ela partiu.

            Com a sua família era outra estória, a não ser Alice, eles não sabiam da metade das coisas que Isabella teve de vivenciar e suportar naquele último ano. Mas essa não era a prioridade. De fato, Edward era consciente de que deveria implorar o perdão dela de todas as formas possíveis, não apenas por aquele ano, mas também por todos os outros em que ela chorou, e teve pesadelos por causa dele.

            Esses pensamentos o estavam angustiando, e como se Isabella fosse seu calmante, Edward a observou pelo retrovisor do carro. Ela parecia tão calma e serena, tudo bem, ela estava desmaiada e não dava sinais de retornar, e isso sem dúvidas o deixou inquieto e preocupado. “Será que aconteceu algo serio?” perguntou-se angustiado. E como se para acalma-lo, as pálpebras dela começaram a trepidar. Ele sorriu, mas sabia que no momento em que ela acordasse, ele teria um tempo difícil, por isso acelerou um pouco mais o carro.

            Alguns minutos depois, ele sorri diante a casa amarela. A casa era exatamente como Isabella sempre disse que seria a deles. A mesma cor, o gramado, as flores coloridas e bem cuidadas, algumas árvores frondosas, e uma varanda que ele poderia apostar circundava toda a casa.

Isabella ainda não havia acordado, e ainda contemplando a casa, ele saiu do carro para abrir a porta e assim poder carrega-la para dentro. Tê-la em seus braços depois de tanto tempo despertava diversas emoções nele, emoções em sua maioria conflitante. Amor, dor, carinho, saudade e completude, mas acima de tudo o que se destacava era o calor que percorria seu corpo e se instalava em seu membro, o que era de certa forma boa, pois em todos esses anos nenhuma mulher foi capaz de fazê-lo sentir desejo.

Após entrar na casa, desfrutando de todas as sensações que Isabella o despertava, ele seguiu para as escadas e em seguida para a última porta do corredor. A porta estava aberta, o que facilitava pra ele, não seria um trabalho fácil carregar Isabella e abrir a porta do quarto. Ele a depositou na cama, e ficou contemplando-a, tão serena e linda como sempre. Suspirando Edward se deu conta de que não poderia observa-la para sempre, e que precisaria acorda-la.

- Isabella! – ele chamou suavemente – Isabella – ele aumentou o volume da voz e a sacudiu um pouco. Nada, nenhuma reação – Bella... acorda. – ele falou ao pé do ouvido dela.

- O... o que? – ele se afastou um pouco para fita-la. E não pode deixar de notar mais uma vez sua beleza. Ele a amava, aquilo era sem duvidas um fato incontestável. Em meio a sua apreciação, ele notou o momento em que Isabella voltou a realidade, seus olhos arregalaram e ela arfou – Edward?

- Sim – respondeu tremulo.

- Uau! – ela exclamou, levantando a mão a fim de toca-lo, como se acreditasse estar em um sonho, ele sorriu. Porém, Isabella não o acariciou como imaginou, ela o bateu. – O. que. você. está. fazendo. Aqui? – questionou entredentes, mal contendo a raiva evidente, o que surpreendeu ainda mais Edward. Por outro lado, aquela mulher sempre o surpreendia.

- Renesmee.

- Claro. – a voz dela perdeu um pouco do tom raivoso, para logo em seguida brilhar com uma emoção que até então Edward desconhecia. – Não acredito que ela fez isso! – exclamou Isabella, voltando a deitar totalmente na cama e cobrindo os olhos com o braço. Edward apenas a observava estupefato. – Para aí! – ele congelou – Ela não pode ter feito isso sozinha... – Edward percebeu que ela devaneava – alguém deve tê-la ajudado... – então ela gemeu – oh! Papai e Alice sem dúvidas... – ele achou a situação tão engraçada que quase gargalhou... Porém, temeu pela reação que ela poderia ter. – Mamãe não faria isso, nem os outros... todos sempre aceitaram minha decisão – e com isso toda diversão de Edward se foi, sendo substituída pela dor de saber que sua família omitiu algo tão grandioso e importante. A seriedade da situação o atingiu.

- Isabella!

- Sim!

- Precisamos conversar!

- Sim! – respondeu firme, finalmente olhando para ele. Inesperadamente, ela bateu no espaço vago a seu lado, como se o convidando a ocupar o espaço. Ele prontamente fez o que ela queria, e como nos velhos tempos ficou de lado, e assim ela o fez. Agora ambos se fitavam...

- Oi! – ele disse tímido.

- Oi... – a resposta dela saiu entrecortada. Nada mais foi dito por um longo tempo, eles apenas ficaram olhando nos olhos um do outro.

- Como foi sua vida?

- Corrida! - ambos sorriram cúmplices. - sozinha! - a voz dela saiu um pouco arrastada e Edward compreendia muito bem o que ela quis dizer com aquilo - e a sua?

- Solitária, triste, amarga! - ele tentou passar uma imagem de indiferença, mas Bella o conhecia bem de mais pra isso... - e ultimamente feliz! - e eles continuaram se fitando em silencio, em uma verdadeira conversa entre olhares. A sensação que tinham era que seus olhos transmitiam uma infinidade de sentimentos, e esses sentimentos reproduziam com precisão tudo o que eles tinham passado em todos os anos separados. - Medicina, eim?

- Pois é... e você... investigador?

- Charlie - ambos sorriram, pois sabiam o que ele queria dizer. - ele estava lá. - aquilo também era algo que ambos sabiam o significado. - graças a ele eu consegui me livrar de tudo. - sua voz saia carregada de emoção indecifrável.

- Eu fico feliz! - suspirou ela - Você já a conheceu, não é? - era para ser uma afirmativa, mas saiu como uma pergunta, Edward apenas assentiu sorrindo bobo. - Você deve me odiar? - aquilo o pegou de surpresa, pois desde que descobriu da existência de Renesmee, em momento algum Edward sentiu raiva ou ódio de Isabella.

- Não - disse suavemente - na verdade... - ele hesitou - tenho raiva de mim! - Bella o olhou com expressão assustada, e ele tratou de se explicar - você partiu por minha culpa... eu fiz tudo aquilo Bella, não foi ninguém, embora... - ele deixou a frase no ar.

- Embora? - ela questionou.

- Nada.

- Nada, como nada Edward! Se houve algo mais por trás daquilo tudo, eu quero saber. É minha vida também! - a veemência nas suas palavras o pegou de surpresa.

- Foi tudo armação... e eu cai como um pato. - a voz dele era melancólica e sofrida.

- O que você quer dizer com isso?

- Bella... - a voz dele era um lamento - foi a muito tempo... esqueça - seus olhos eram tristes.

- Não Edward... eu preciso saber! - afirmou suplicante.

- Ok... - suspirou - tudo não passou de um plano... - ele não ousava olhar para ela - do Peter... - o choque de Isabella foi audível - ele queria brincar com a gente... destruir as nossas vidas... e... tenho de confessar... - ele pausou, como se para respirar ou tomar coragem - ele foi inteligente... ele tinha inveja da gente, ou sei lá o que... - e de repente as comportas estavam abertas e ele simplesmente falou sobre tudo aquilo, como nunca havia feito antes - ele usou minhas fraquezas contra mim, ele queria mostrar a todos que nós não éramos tão “santos” como todos imaginavam... começaria por mim... e depois... - ele deixou no ar - se não fosse você ter ido embora e o seu pai ele teria conseguido... - finalmente ele virou para fita-la - tenho que confessar Bella, eu estava bem perto de cair... eu estava totalmente fora de controle... - sua voz era levemente tremida - eu teria feito muita coisa ruim para você e a Renesmee, e sinceramente eu agradeço por você ter partido, do contrario... - um calafrio subiu pela espinha dela - as coisas não teriam sido boas... - apos um tempo, em que Bella considerou que ele não voltaria a falar - eu poderia ter feito com você o que fiz com Alice... e eu jamais me perdoaria por isso, como ainda não me perdoei por ter feito o que fiz com ela... mas por outro lado, eu sou grato por ter feito, pois foi alí que eu vi o quanto precisava de ajuda... e então o Charlie veio... e o resto você pode imaginar - ele concluiu tudo com um suspiro e Bella percebeu que ele não diria mais nada, com o tempo quem sabe...

- Como você descobriu tudo isso?

- Alguns anos depois de entrar para a policia eu ajudei a prender uma quadrilha de trafico de drogas, e entre as pessoas presas estavam o Peter... e – Bella percebeu o quanto aquilo era dolorido – ele confessou tudo. – nos olhos dele passaram varias emoções dor, tristeza e algo que ela não conseguiu decifrar. - e você?

- Eu o que? – a mudança rápida de assunto a pegou desprevenida.

- Como foi sua vida, aqui? Com Renesmee? Medicina? - suas perguntas a surpreenderam, tanto pelo questionamento em si, como pela forma como ele as falou.

- Minha vida foi... - ela virou fitando o teto - é corrida... eu tinha que conciliar a gravidez com a faculdade, e depois uma filha com a faculdade, e agora bem... estou sempre correndo entre as aulas da residência e a minha filha travessa de 8 anos - ela sorriu e ele também - mas eu tenho sorte... eu... - ela pausou e o fitou - eu tenho o Jake, a Alice passou uns tempos comigo no inicio, acho que foi depois que vocês... bem... você sabe - ela mordeu o lábio inferior atraindo a atenção de Edward para aquela parte, e acendendo uma minúscula centelha dentro dele e dela, que ao notar seu olhar soltou rapidamente o lábio, os deixando entreabertos e respirando pesadamente. Edward sorriu ao notar que ele era capaz de mexer com ela. Contudo, antes que pudesse tomar qualquer atitude, o pensamento de que a ultima coisa que ela poderia querer fosse ter algo novamente com ele o atingiu dolorosamente.

- Desculpa por isso! Desculpa por tudo, mas a Alice e Nessie juntas, são... – Bella assentiu, pois sabia do que ele estava falando. Sem que ela esperasse ele sentou-se na cama – é melhor eu ir...

- Porque? – a pergunta escapou antes que ele concluísse a frase.

- Você num deve querer a minha companhia! – aquilo a chocou, pois no fundo a ultima coisa que ela queria era estar longe dele. Mas percebeu um quê de desespero no olhar de Edward e soube exatamente o que se passava na mente dele.

- Edward – o chamou colocando a mão em seu braço, enquanto sentava ao seu lado. – eu não te odeio... – ele a olhou, seu olhar era um misto de alivio e incredulidade, mas ela não o deixou falar – você me deu a melhor coisa da minha vida, e, além disso, eu nunca deixei de te amar... – com isso ela viu a pergunta silenciosa – eu nunca tive ninguém em todos esses anos – ela desviou o olhar do dele, incapaz de lutar contra o constrangimento de dizer a ele que nunca havia havido ninguém além dele.

- Eu também não... – ela o olhou, como se buscasse a confirmação de suas palavras.

- Eu... eu... – e ela estava incapaz de proferir qualquer palavra, porque Edward colou seus lábios ao dela, em um beijo repleto de saudades.


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Notas finais do capítulo

Oi!
Tem alguém ai?
Espero que sim!
Perdoem-me a demora do capitulo, mas as vezes a vida literalmente chupa.... E eu estava sem condições de escrever... meu tempo curtinho e extremamente cansada... O que importa é que estamos aqui!
Obrigada pelos comentários do capitulo anterior, e não deixem de comentar nesse, ok?
Bjus, e até o próximo
Ps.: o capitulo não foi betado... então relevem os erros.
=D