Capitulo 7


Pov’s Hermione

Olhe dentro dos meus olhos
Diga o que ver neles
Não sinto os meus pés
Veja a minha alma
Traga-me a luz
Me liberte de mim mesma

Andava sem direção, somente andava esperando encontrar algo que ainda não sabia o que era. Medo, adrenalina e determinação. Isso definia exatamente o que eu sentia neste momento, sentia que estava sendo perseguida por alguém mas ao mesmo tempo sentia que meu dever era estar aqui, que alguma pessoa muito importante pra mim estava em perigo e era o meu dever salvá-lo. Olhei o local em que estava, confusa.
‘‘ Onde eu estou? O que eu estou fazendo aqui? Como eu vim parar aqui?” Pensei extremamente confusa, cheia de perguntas que eu sabia que ainda não iriam ser respondidas, não agora. Suspirei ainda mais confusa, agora comigo mesma... Porque sinto que tem alguma coisa errada comigo e com esse lugar, principalmente com esse lugar? O que está havendo aqui?
Comecei a analisar o local aonde eu estava, era um lugar muito fechado e com o ar um pouco rarefeito, feito de rochas de formato arredondado, muito úmido, parecia mas uma caverna abandonada já que estava com uma aparência muito precária, sem cuidados.

Andei mais alguns minutos, seguindo o meu instinto já que não sabia aonde estava, me sentia perdida sem saber aonde ir. Suspirei então o vi, era lindo, a visão mais perfeita que já vi...
O ar de repente fugiu dos meus pumões, perdi a fala. Olhei-o maravilhado. A minha frente estava um lindo rio com água cristalina em tom esverdeado em volta de vários cristais, a luz vinda de fora pela fissura enorme que estava no teto refletida nos cristais e o rio o deixavam apenas mais encantador. Sim eu estava em uma caverna com um rio subterrâneo magnifico, sorri.

Sempre na escuridão
Assustada
Perdida
Me perdi de mim mesma
Traga de volta o meu coração

Sentei-me e olhei para o céu através da fissura que ali existia, tão lindo e límpido, sem nenhuma imperfeição apenas a mistura perfeita de azul e branco. Comecei a olhar as figuras que as nuvens formavam, tentando adivinha-las. Sorri, essa sim é a tarde perfeita.
Não sei se passaram horas, dias ou até meses naquele lugar, apenas fiquei lá curtindo o tempo que ainda tinha, eu simplesmente não conseguia me separar daquela vista magnifica.

" Eu não tinha alguma coisa para fazer de muita urgência? ah que se dane, Não irei sair daqui!" Pensei extremamente confusa mas convencida de que minha decisão era a certa, afinal o que um lugar tão lindo como esse poderia fazer de mal a mim. Lerdo engano

Aproximei-me mais do lago e olhei meu rosto refletido em suas águas então de repente tudo se tornou escuro, assombroso. Senti um calafrio tomar conta de meu corpo e olhei para o teto da onde antes vinha a luz e vi o céu, ele estava escuro e denso como a nevoa, sem nenhuma estrela para me guiar.
“Acho melhor voltar, alguém deve estar me procurando” Pensei assustada com toda essa mudança de ultima hora. Um calafrio tenebroso percorreu da minha nuca até meus pés.
“ Alguma coisa está muito errada nessa história e eu não tenho certeza que quero descobri-la” pensei totalmente assustada a essa hora, então aquela sensação de que tenho um dever aqui, uma missão muito mais importante do que tudo que já fiz para cumprir neste lugar, voltou. Nem me lembrava mais desta sensação até agora. Senti-la mais uma vez, agora mil vezes pior.Olhei para meus pés, tentando descobrir que maldita sensação é essa.
Suspirei contrariada, não tinha achado nada apenas mais sensações e pressentimentos nada bons. Tudo aqui me transmitia antes puro contentamento e paz, agora somente terror e medo, como se alguma coisa errada ou melhor, ruim estivesse para acontecer. Sinto que uma pessoa muito querida por mim está correndo perigo de vida e que é meu dever salvá-la, pois ela é o meu porto seguro, minha vida inteira está nas mãos dela ou dele ou melhor, que minha vida é ele. Eu sei, parece muito clichê... mas eu sinto aqui, no fundo do meu coração, que sem ela ou ele eu não vivo, que meu mundo desmorona e vira sem cor e forma, que faria tudo e um pouco mais por ele, apenas por ele. Grunhi de raiva e ao mesmo tempo de confusão. Odiava não saber das coisas.
“Quem é essa pessoa tão importante assim para mim? Capaz de sumir com meu chão e meu céu só com o único pensamento de eu perdê-lo para sempre?” Perguntei a mim mesma sentindo um aperto no coração só com a força do pensamento de perder ele, uma pessoa que nem conheço. Suspirei.
Sentia-me perdida e confusa ao mesmo tempo. Não me lembrava de nada, era como se tivesse levado um Obliviate. Suspirei mais uma vez e olhei para o céu tentando encontrar as minhas respostas, o que esta acontecendo aqui afinal?

Me perdi no meio de tantas frustrações
Me tire desse labirinto sem fim
Me salve deste lugar que apenas me engana
Me salva
Me liberta
E serei eternamente grata
Ouça minhas canções
Me salva
Me liberta
Me ajuda
E eternamente grata
Eternamente grata

Então me veio como o vento, rápido e silenciosamente, apenas uma única lembrança com apenas um único rosto a minha memoria." Um garotinho com as feições gentis e um par de olhos castanhos parecidos com os meus que transpiravam inocência e amor, segurando um narciso branco vinha até mim com o sorriso mais lindo que já vi."
Em uma escuridão embutida
Sorrindo falso a todos dizendo que estou bem
Tudo mentira
Você é o único que pode me trazer um sorriso verdadeiro
Trazer-me a felicidade novamente
Volte pra mim
Eu nunca mais a deixarei ir
Me salva
Liberte-me
Liberte-me

Ouço passos ao longe, vindo em minha direção. “Quem será que esta vindo? será que esta me procurando? acho que demorei muito aqui” Pensei indo em direção aos passos então de repente ouço uma voz infantil, gritando desesperada cada vez mais perto de mim.
Me salva
Me liberta
Volte pra mim
Me salve de mim mesma e tudo terá fim
– Corra Mione, salve-se. Ele quer te pegar, não deixe. Fuja, fuja, fuja – Gritou a voz desesperada então não pude ouvir mais nada. Silêncio, terrível silêncio. Uma gargalhada tenebrosa, rouca e gultural quebrou este silencio alguns segundos depois , cada vez mais proximo de mim.
Quando iria começar a correr ouvi um grito desesperado, dolorido, daquela mesma voz que escutei avisando-me para correr. Não conseguir me conter, ao ouvir aquela voz senti que era ele a pessoa desconhecida que tanto me importo, corri o mais rapido possivel em direção aquela voz
“ Não, não, não. Matem-me, façam o que quiser comigo mas não com ele. Ele não, ele não, ele não” Pensava enquanto corria em toda a velocidade atrás daquela voz, dele, do meu garoto.
Avistei uma luz no final da caverna, ouvi outro grito. Me apressei, a adrenalina corria pela as minhas veias. Não podia perder ele, ele não. Assim que cheguei a saída daquela caverna, a luz ofuscou a minha vista. Pisquei algumas vezes tentando enxergar melhor e olhei a minha volta.
Assim que vi o que estava acontecendo coloquei a minha mão na boca, tentando evitar um grito. Meus olhos começaram a lacrimejar então não conseguir mais segurar as lagrimas, aquilo era demais para mim
– Não, ele não – Gritei, sentindo minhas pernas ficarem bambas, não consegui me manter em pé. Cai de joelhos, chorando até não poder mais
Oh como queria que estivesse aqui
Me dando um abraço
Me dando aquele sorriso que só você pode me dar
Me consolando quando estiver triste
Me falando que tudo está bem
Eu acreditarei
Tudo o que você falar eu irei acreditar
Mas você foi embora
Sinto tantas saudades suas
Volte pra mim
Volte por favor
Você é minha ultima salvação
Sem você perco a noção
Volte pra mim
E todo esse sofrimento terá fim

Acordei arfando, suada e trêmula. Olhei para os lados e vi Gina dormindo calmamente, sorri pra ela.
“Como eu queria ser como ela, ter uma vida calma e feliz! Pena que não é bem assim” Pensei, a melancolia me invadindo mais uma vez. Meus olhos se encheram de lágrimas
Levantei-me da cama silenciosamente para não acordar a Gina e abri a janela, olhei a noite estrelada. Suspirei, não aguentando mais segurar as minhas lagrimas. Comecei a chorar silenciosamente
– As aparências enganam! Se eu não ficasse tão encantada com a vista, teria o salvado, sim teria o salvado. A culpa é minha, totalmente minha – Sussurrei, sem forças para nada. Sim, a culpa é minha, totalmente minha. Lágrimas e mais lágrimas caiam por meu rosto deixando minha vista embaçada.
“Por que ele e não eu?” Pensava isso repetidademente com grande peso no coração. Suspirei tristemente vendo aquela estrela especial, a nossa estrela.