''Nossa nunca tinha reparado nele... Mas como poderia? Afinal, todo ano tem uma aventura para mim, Harry e Rony. Ficamos tanto tempo com nossas aventuras perigosas, que não temos tempo para as nossas próprias aventuras amorosas. Por essas e outras não dá tempo de ficar reparando em homens" Suspirei, relembrando esse tempo onde, apesar de tudo, eu fui feliz sem todos esses segredos, mágoas e tristezas. E sem essas dores constantes.

''Bons esses tempos... '' Pensei sonhadora. Queria tanto voltar a este tempo onde eu fui tão feliz sem nada para me preocupar ou para me culpar.

Suspirei cheia de saudades. A tristeza nesse suspiro era tão grande que se perceberia até a 50 km daqui, mas, graças a Merlin, ninguém ninguém percebeu tamanha nostalgia nesse suspiro... Tampouco estavam prestando atenção em mim ou na minha aparência que deveria estar péssima. Meu rosto estava cheio de olheiras roxas e meus olhos estavam meio que vermelhos pela noite mal dormida – noite essa que passei chorando – além de estar mais pálida que um fantasma. Resumindo: Eu estou horrível.

– Pelas cuecas rosadas de Merlin – Falou Amos Diggory arregalando os olhos em sinal de surpresa – Você é o Harry? Harry Potter ? Mais conhecido como O Menino Que Sobreviveu?

– Hum... Sim, sou eu – Falou constrangido, corando de vergonha.

Harry já estava acostumado com as pessoas o olhando da mesma forma que Amus o olhara agora ou olhando para sua cicatriz de raio com a curiosidade e o espanto estampados em seus rostos. Por isso a escondia com o cabelo, mas nem por isso podia evitar o constrangimento a cada olhar curioso que lhe direcionavam. Ele é desse jeito e não mudaria por ninguém. Esse era Harry Potter e não O Menino Que Sobreviveu, como todos o viam.

– Nossa! Não acredito que eu estou conhecendo o Harry Potter! Você é uma lenda, meu rapaz... Suas histórias e os seus feitos ficarão na história do mundo bruxo. – Falou ele com admiração para Harry

– Pronto... Começou o favoritismo, o puxa saco – Falou Rony em um sussurro, emburrado, para que ninguém o pudesse ouvir, mas não deu muito certo, considerando que eu o pude escutar. Segurei uma gargalhada.

Ele, percebendo que eu o tinha escutado, deu uma piscada sapeca pra mim.

"Ele não toma jeito mesmo, hein?!'' Pensei, mordendo os lábios para não gargalhar formando uma linha fina.

Pov's Autora

– Ced me falou sobre você certamente... – Disse Amos com brilho estranho nos olhos – Ah sim, falou sobre o jogo em que vocês jogaram ano passado com a Lufa-lufa e que a Grifinória perdeu. Quando soube disso disse a ele: ''Meu filho, isso vai ser passado para seus filhos quando nascerem. Você venceu Harry Potter! Esse é um momento histórico. Quem diria que você venceu alguém tão corajoso como ele?'' - Disse Amos, inchando o peito de orgulho e o ouvido dos outros. De chatice, claro.

– Menos pai, por favor... – Falou Cedrico num sussurro constrangido, corando como um pimentão com o que o pai disse e chamando a atenção para si próprio. Ele iria abaixar a cabeça para esconder a vermelhidão no rosto, mas seu olhar caiu em uma morena de olhos castanhos e cabelos da mesma cor. Quando ele percebeu, já a estava analisando com um olhar tão intenso que faria qualquer um ruborizar e abaixar a cabeça.

'' Ela é tão linda, mas tem a aparência tão triste. Será que ninguém percebe que ela está sofrendo?'' Pensou ele de uma forma tão compadecida que ele mesmo se assustou. Ele se sentia como se  a conhecesse a vida toda apenas com um olhar trocado pelos dois. Castanho no castanho. Ele sentiu nascer no seu coração uma afinidade muito grande por ela.

Ele a viu soltar uma lágrima, mas esta logo tratou de secá-la antes que alguém percebesse. Ele estava preocupado, mas não podia fazer nada... Sua timidez lhe parava. Ele voltou para o lado do seu pai, ainda a olhando de esguelha. Depois de um tempo, o Sr. Weasley os chamou.

Ela, por outro lado, quando viu que ele estava a olhando com tanta intensidade corou um pouco mas manteve-se encarando-o, analisando-o. Os olhares se encontraram. Castanho no castanho. Dessa vez foi diferente, ele a lembrou de alguém conhecido... Mas quem? Perguntou-se e então, de repente, uma lembrança rompeu seus pensamentos

'' Um lindo garotinho de mais ou menos 5 anos com olhos castanhos iguais aos do pai e cabelos castanhos acobreados pela mistura dos dois vinha até ela carregando um sorriso doce e um olhar intenso. Ele sentou-se do seu lado no sofá e pediu com seu olhar mais pidão:

– Maninha, faz biscoitos com pedaços de chocolate pra mim? – Pediu ele com a sua melhor cara de "cachorrinho que caiu do caminhão da mudança" pra mim e completou – Por favor mana? – Pediu ele dando um sorriso doce e um beijo na minha bochecha tirando toda a minha concentração.

– Claro meu amor – falei carinhosa a ele. Me levantei o pegando no colo, rodei-o em meus braços e ouvi sua risada melodiosa que imediatamente me fez sentir a pessoa mais sortuda do mundo. Apenas por tê-lo ao meu lado. –Vamos fazer biscoitos – Falei divertida então ouvi outra risada melodiosa que fez meu coração se aquecer ''

''Oh mano que falta você me faz! '' Pensou sentindo uma pesada lágrima solitária carregada de dor e solidão cair de seus olhos, mas logo a secou. Não queria que percebessem seu momento de nostalgia. Não queria que soubessem ou questionassem a sua desgraça ou o por quê de sua dor afinal, ela não aguentaria outro olhar de pena. Não aguentaria ver ninguém que a apontasse como sendo a portadora de todo aquele fardo. Por isso não contou a ninguém. Ela quer passar despercebida... Mas como? Com toda essa dor guardada dentro de si.

Ela suspirou tristemente.

Pov's Hermione.

– Todos aqui, venham. Vamos pegar a chave do portal – Falou o Sr. Wesley olhando o relógio. Pulei no mesmo lugar, me surpreendendo de novo por culpa dele. Estava tão distraída, que nem percebi que ele tinha vindo para o meu lado e sorrido para mim em seguida. Não retribuí o sorriso, estava muito distraída para isso. Balancei a cabeça para me tirar desses pensamentos loucos que de vez em quando tenho.

'' Você gosta do Rony, não do Cedrico! Acorda! Pare de ficar babando no cara e olhar ele como se o fosse comer... ACORDA! Tudo bem que ele é bonito, gostoso, tem um sorriso magnifico e um corp... Peraí! O que eu to pensando??'' Me repreendi em pensamento. Balancei a cabeça novamente. Acho que de tanta dor eu estou começando a enlouquecer... Deve ser isso.　

– Pessoal, falta um minuto para o portal abrir... – Disse Amos – Aconselho vocês a ficarem com a mão na bota. – Todos colocaram uma mão na bota e de repente senti um puxão no umbigo e depois se viram no ar.

Todos nós caímos no chão. Quer dizer, quase todos. Cedrico, Sr. Weasley e Sr. Diggory chegaram ao chão flutuando calmamente. Cedrico estendeu-me a mão e eu logo aceitei, sem hesitar. Depois disso, corri até Gina. Logo todos nós estávamos na tenda, quando a vi pela primeira vez quase perguntei para Sr. Weasley se todos caberíamos lá, esquecendo que nós éramos bruxos. Depois que eu entrei, me surpreendi com o tamanho por dentro.

Pov's Harry

Decidi que daria uma volta e Rony decidiu me acompanhar. Nós estávamos andando há um certo tempo, quando uma garota de cabelos pretos com uma mecha azul passou esbarrando em mim.

– Não olha por onde anda não imbecil? – Falou rudemente, irritada. Ela que esbarra em mim e eu que não olho por onde ando?

– Garota, quem esbarrou em mim foi você – Disse, irônico.

– Quem você acha que é para falar assim comigo? – Disse ela se virando para mim. Então vi os olhos azuis mais lindos do mundo – Ah, o grande Harry Potter – Disse, sarcástica.

– "Quem você pensa que é pra falar assim comigo"? Foi você que esbarrou em mim pra começo de conversa, e eu que pago o pato? Se está de TPM desconta em outro, não em mim – Falou oHarry, já estressado com a moça.

– Olha, que você é gay eu já sabia. Até porque, quem gostaria de Gina Weasley? Mas olha, não fale assim comigo. Sou melhor que você. Sou mais importante do que você pensa. E outra, no dia que estiver de TPM, acredite, você morre! Não é só porque você é famoso que pode chegar esfregando isso na cara dos outros, certo? – Disse, me olhando com um olhar repreendedor. Mas eu vi um certo tom de zombaria em seu olhar. Coisa que até então eu só havia visto nos olhos de Sirius.

– E você que não é nada, e já fica se achando por ai. Você não me conhece e não sabe do que sou capaz! Posso ser o que você quiser, mas pelo menos eu não sou umazinha que com certeza deve se achar muito mais do que realmente é, enquanto, na verdade, é uma Pansy Parkinson da vida, ou seja: Uma vadia. Tenho meu orgulho e se sou famoso é porque mereço. E você que se acha a rainha da cocada preta quando na verdade não é ninguém? Garota, você só é mais uma que se acha demais e que vai se ferrar a vida toda, e, com certeza, não vai arrumar marido já que é mais azeda do que qualquer outra coisa. – Falei perdendo a paciência e a olhando com ódio mortal. Geralmente eu sou calmo e controlado, também não falaria assim com ninguém, mas  ela realmente conseguiu me tirar do serio. Quem ela pensa que é pra falar assim comigo? Ah, mas ela vai ver só.

– Eu não sou nada? Isso é o que você vai descobrir. Você nem me conhece e, acredite, eu posso ser pior do que os marotos, mas isso você descobrirá quando eu quiser, é claro. Realmente, a Pansy Parkison é uma vadia, mas você? Acha que é famoso porque merece? Se seus pais não tivessem morrido, que Merlin esteja com eles, você seria normal. Se sua mãe não o tivesse protegido, você teria morrido. Você não teve nem uma mínima participação nisso. Só nasceu e estava babando e chorando enquanto eles faziam todo o trabalho pesado. – Despejou tudo sem o mínimo de hesitação. Como se tudo tivesse engasgado há tempos – Eu não me acho a rainha, eu sou. Logo logo você verá isso. E eu não arrumar um marido? Essa é boa, se visse minha lista de pretendentes, ficaria boquiaberto. Mas é claro, eu ainda não achei um que amasse. Você é ridículo, nem arrumar uma namorada consegue. Ah, lembrei! A Weasley não te quer, né? – Falou, com ódio.

– E você que é uma irritante, pior que limão azedo, ninguém te suporta garota. Acho que nem seus pais te suportam com essa sua cara azeda. Duvido que alguém na face da terra goste de um nada como você. Acho que seus pais viajam todas os dias no verão só para não ter que ver essa sua cara horrível. Seus pais devem preferir morrer do que ver tua cara, uma nojentinha, sem vergonha e irritante. A verdade é que ninguém te quer e sinceramente eu não os culpo. Se fosse eu, já teria te dado pra adoção.– Falei com nojo. – Preferia morrer afogado do que... – Fui interrompido por uma mão no meu rosto. Nossa, que mão pesada!

– Pare! Falar de mim você pode, mas não envolva meus pais nisso. Eles não tem nada a ver com isso. Eu já te odeio e, a partir de agora vou fazer de sua vida um inferno, acredite, eu posso e vou fazer isso – Disse ela com lágrimas nos olhos, 1 minuto depois já estava normal.

– Prazer – Disse para Rony, sorrindo amigavelmente.

– Prazer – Disse Rony, sorrindo para ela.

– Você parece bem legal – Disse ela e logo depois disse "tchau" para Rony, e me concedeu um olhar de ódio.

Nós voltamos para a tenda e fomos comer alguma coisa, mas eu ainda estava cheio de ódio daquela garota

De alguma forma, ela mexeu comigo.

Mais até do que deveria.

Betado por IsaaVianna LB