– Hermione! – gritou um garoto de cabelos extremamente ruivos e olhos azuis encantadores, ao meu ver. O garoto que mesmo sem perceber faz meu coração acelerar, me faz ficar mole apenas com um mínimo toque, e de pernas bambas somente com um olhar. Esse garoto é Ronald Wesley, meu melhor amigo, infelizmente.

Sim, eu sou perdidamente apaixonada por Ronald Wesley... Pena que não é correspondido.

Suspirei balançando a cabeça. Não estava gostando nem um pouco do rumo desses pensamentos. Já basta de sofrimento, não estou afim de virar masoquista...

Sorri para ele. Um sorriso um tanto falso, mas mesmo assim um sorriso. A quanto tempo eu não sorrio? A verdade é que nem eu sei mais. Desde aquele acontecimento nunca mais consegui sorrir de verdade, apenas aqueles sorrisos forçados ou falsos. Eu nem tentava para falar a verdade. Para que sorrir, se nem feliz eu estou? Eu posso tentar, mas a verdade é que não tenho mais motivos para sorrir. É como se a felicidade existente em mim tivesse sido sugada por dementadores. Não gosto disso, mas o que posso fazer? É assim que me sinto, e, mesmo tentando mudar esse sentimento, ele nunca irá embora. Está marcado em mim. Talvez aqui eu consiga voltar ao normal. Talvez, não é?

– Que saudades, Mione! – falou o ruivo me abraçando e colocando a sua cabeça no vão do meu pescoço. Me arrepiei por inteiro com o mínimo toque da sua pele quente contra a minha.

Ele ficou lá parado, pelo o que me pareceram horas, então levantou a cabeça e olhou diretamente nos meus olhos. Castanho no azul, azul no castanho. Os olhos dele pareciam me puxar para perto dele, eram hipnotizantes.

''Lindos'' pensei contemplando de perto aquela íris azul.

– Hum hum – pigarreou Fred, chamando a nossa atenção – Procurem um quarto vocês dois, estão quase se comendo com o olhar... Não estou afim de ver pornografia na minha casa! – Falou Fred malicioso fazendo as orelhas do Rony ficarem vermelhas e fazendo meu rosto esquentar.

– É isso ai irmão, eu sou muito inocente pra ficar vendo esse tipo de cena em lugar público – Falou George concordando com o irmão. Eu acho que esses gêmeos gostam de me ver corar, só pode, porque com esse comentário as minhas bochechas esquentaram mais ainda, deixando meu rosto mais vermelho do que antes. Abaixei a cabeça, não queria que eles vissem a vermelhidão no meu rosto porque com toda a certeza seria motivo de piada deles pela semana toda. Isso se eu tivesse sorte.

– Gente, deixem a Mione em paz! – Falou um voz extremamente conhecida. Levantei o rosto para comprovar se a voz era de quem eu estava pensando, então vi um garoto de olhos extremamente verdes com os cabelos escuros e uma cicatriz na testa em forma de raio segurando o riso.

''Harry'' pensei, pela primeira vez neste mês, feliz. Estava morrendo de saudades dele.

– Harry! Que saudades! – Falei me soltando do Ron e jogando-me aos braços de Harry. Os braços do meu irmão e porto seguro.

– Meninos venham come... Hermione! Que bom te ver aqui! Já estava com saudades de você, sabia? Não quer comer alguma coisa? Está tão magrinha – Falou Sra Wesley me dando um abraço de urso para depois me olhar de forma preocupada com aqueles pares de olhos azuis iguais aos do Ronald. Era bom estar em casa outra vez...

                                                               ***

– Vamos crianças, andem.... Ainda temos um longo caminho a percorrer – falou o Sr. Wesley apressando a mim, Gina,  Harry, Rony e aos gêmeos, Fred e George.

Nós estávamos andando há horas em direção ao lugar marcado com amigo do Sr. Wesley para irmos juntos à copa mundial pela chave de portal que está em posse do tal amigo. Já deveríamos estar lá a horas, mas ''alguém'' não conseguiu acordar cedo e acabou dormindo de novo, nos atrasando mais do que o previsto. Olhei ao Rony com censura.

O mesmo, percebendo o meu olhar de censura em cima dele, começou logo a se defender.

– Que é? Eu só dormi demais. Por Merlin! Não se pode mais dormir por acaso? – perguntou ele irônico e depois revirou os olhos. Dei de ombros e ouvi ele sussurrar para Harry bem baixinho:

– Menina maluca – Estava referindo-se a mim. Arrancou um sorrisinho do amigo, Harry, que estava ao seu lado. Apenas revirei os olhos e sorri.

'' As vezes ele é tão infantil '', pensei olhando-o disfarçadamente.

''Será que foi esse jeito crianção que me fez ficar perdidamente apaixonada por ele?'' perguntei a mim mesma confusa, mas logo balancei a cabeça tentando tirar esses pensamentos de lá, afinal essa não é a melhor hora para pensar nisso, certo? Será melhor pensar nesse amor não correspondido quando estiver sozinha para poder chorar tudo isso sem preocupações, sem ninguém estar me olhando e depois me perguntando o por quê desse choro. Seria horrível ter que mentir a essa pessoa, até porquê, eu sou uma péssima mentirosa.

'' Seria vergonhoso se alguém me visse assim'', pensei imaginando a cena para logo em seguida corar de vergonha pela força do pensamento. Com esse pensamento, me lembrei da frase que papai sempre repetia para mim desde criança, quando eu tinha 5 anos:

'' Lembre-se querida você é uma Granger, e um Granger nunca desiste ou demonstra suas fraquezas'' falava ele me dando um beijo na testa para em seguida dar um sorriso caloroso... Um que só ele sabia dar.''

Suspirei tristemente. ''Ah papai, sinto tanto a sua falta... Queria que estivesse aqui comigo" pensei segurando as lágrimas teimavam em querer se libertar a todo o custo. Senti uma fisgada forte no meu pulso direito que estava coberto pela minha blusa de mangas compridas.

Resmunguei baixinho de dor e depois suspirei, trêmula. Até quando ''isso'' vai doer? Será que nunca vai parar? Perguntei a mim mesma olhando fixamente para o meu pulso direito.

– Meu Merlin! Meu amigo, Amos Diggory, deve estar soltando fogo pelas ventas a essa hora com toda essa demora... E o pior, com razão! – praguejou, com razão, o Sr. Wesley me tirando dos meus pensamentos inoportunos.

O caminho foi silencioso – a não ser pelos resmungos do Sr. Wesley de vez em quando ou Rony perguntando a todo momento já havíamos chegado–. Andamos por entre a floresta até encontrar um senhor já com os sinais de muita idade encostado numa árvore, sua expressão não era das melhores. Ele tinha os cabelos brancos e ralos comprovando a chegada da velhice, olhos castanhos escuros e vestia simples vestes de bruxo na cor verde oliva que combinava com seu tom de pele rosado.

''Graças a Merlin, finalmente chegamos... Já não aguentava mais ter que andar! '' pensei aliviada. Eu já estava fisicamente esgotada desta viagem, meus pés já estavam extremamente doloridos por causa da longa caminhada, e, como se não bastasse, estava morta de sono como há muito tempo não me sentia... Culpa desta noite mal dormida.

– Amos, me desculpe pela demora... É que alguém – falou ele olhando diretamente para Rony com um olhar acusatório – Demorou a acordar e acabou nos atrasando – falou o Sr Wesley olhando para Amos como quem se desculpa.

– Tudo bem caro amigo, você já está aqui mesmo, não é? Então para quê ficar remoendo isso?! – falou ele dando um sorriso simpático, este que foi retribuído com muito gosto pelo Sr. Wesley.

BUM

Um estrondo muito alto foi ouvido por todos, que, imediatamente, viraram a cabeça em direção a origem do som, todos carregando a curiosidade estampada no rosto. Então ela o viu. O causador do estrondo. Ele era um dos garotos mais bonitos que ela já vira, ''maravilhoso'', essa era a única palavra que ela tinha para descrevê-lo. Ela ficou boquiaberta.

Ele parecia ter mais ou menos a sua idade. Tinha um rosto angelical com cabelos castanhos meio acobreados e olhos castanhos mel, quase como âmbar, extremamente sedutores, além de lábios bem desenhados e vermelhos que já são bastantes convidativos por si só, mas o corpo... Ah, isso nem se fala! Parecia ter sido esculpidos pelos deuses. Ele tinha ombros largos e mãos grandes, tinha os músculos bem tonificados e sem excessos, além de um peitoral bem definido com direito a um tanquinho que ficava a mostra pela blusa colada que ele usava.

Suspirei.

'' Ah um tanquinho desse lá em casa pra eu lavar roupa em?!'', pensei o olhando com cara de idiota, mas logo balancei a cabeça e recuperei a pose. Olhei-o indiferentemente como mais um qualquer, mas por dentro eu estava babando em toda aquela estrutura. Por Merlin, aonde ele conseguiu isso? Espero que não tenham fechado a fábrica.

Suspirei mas logo depois virei a cara. Tinha que manter minha sanidade intacta

''Acho que já o vi em algum lugar...'' pensei intrigada.

Depois de longos minutos tentando deixar minha cabeça no lugar, forcei a minha memória a lembrar-me de alguma coisa. Aonde será que já o vi? perguntei a mim mesma.

Então me lembrei.

Eu ja o vi jogando quadribol no time da lufa-lufa contra a grifinória. Ele era o capitão do time.

Se não me engano, ele é Cedrico Diggory

Betado por IsaaVianna