Eu Sou A Número Dois escrita por Mel Teixeira


Capítulo 7
Capítulo Sexto: Infinito.


Notas iniciais do capítulo

GENTE!!! Me desculpem a demora, de verdade. Não era a minha intenção, mas não pude evitar. Me desculpem.
SÓ TENHO UMA COISA PARA DIZER:
VOCÊS VÃO A-M-A-R O PRÓXIMO CAPÍTULO! SIMPLESMENTE, NA MINHA OPINIÃO É O MELHOR DA FANFIC ATÉ AGORA!!! Eu AMEI escrever ele e acho que vocês vão adorar ler ele.
Ele é um pedido de desculpa pela demora.
Ah... Desculpem-me eu ainda não respondi os reviews... Vou responder amanhã (Sexta-feira) o/
Acho que amanhã sai outro capítulo!
BOM, É ISSO... APROVEITEM!
BOA LEITURA.!
AH... LEIAM AS NOTAS FINAIS.!!



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Frase do meu dia: “Como pode simplesmente me machucar profundamente somente com o seu olhar? Acho que eu nunca vou entender o amor mesmo”.

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Na terça-feira meu humor normalmente se estabiliza, mas acho que está cada vez mais difícil com essa situação que estou passando.

Por mais de uma vez naquela manhã, em meu trabalho, sinto aquele vazio enorme que me consome cada vez que desvio o pensamento para Douglas.

E logo após ele, outro pensamento vazio aparece pelo fato de lembrar do Guilherme. Eu não posso tê-lo.

Cada vez mais tento focar na obra de Guilherme.

A obra chamava-se “Sonho Frustrante de um adolescente”. Pela sinopse que Guilherme criou para contar um pouco sobre o livro, a história fala de dois amigos que se apaixonam pela mesma garota no ensino médio. Porém a garota é amiga de um dos meninos e usa-o como arma para se apaixonar do seu amigo. No final das contas, a menina fica com um deles. O que amava ela de verdade não pode ter o desejo de seu amor realizado, ao contrário de seu melhor amigo, que somente usa-a. Agora o sentimento verdadeiro vai prevalecer e ele quer vingança.

Achei a história muito interessante.

Por um momento, paralisei e tive um flash de memória.

~Flashback On~

-Ei, me devolve, Bruno! –Eu disse gritando na sala de aula enquanto estávamos na troca de período. Eu estava implorando para que Bruno devolvesse a minha presilha de cabelo.

-Não! Vem aqui pegar. –Atiçou.

-Eu não brinco com o fogo. Só por favor, me devolva, está calor e eu preciso prender o meu cabelo! –Gritei com raiva fazendo com que todos nos olhassem na sala de aula.

-Uh! Vem pegar bonequinha. –Falou soltando um sorriso malvado.

Bruno era um amigo meu. Eu gostava dele, mas, não tinha sequer coragem de dizer a ele. Estávamos no penúltimo ano do ensino fundamental.

-Ei cara, acho melhor não se meter com a minha garota. –Falou aquele menino que estava passando no corredor e viu o tumulto que aquela brincadeirinha estava causando em nossa sala de aula. Eu virei o rosto para a porta da sala de aula.

Meu inconsciente esticou a mão para tocar o seu rosto.

QUASE ESTAVA VENDO O SEU ROSTO, QUASE.

Mas, meu consciente me trouxe de volta. Não consegui enxergar. Não soube quem era.

~Flashback Of~

Mais uma vez eu perdi a chance de saber.

Um mês depois desse acontecido eu perdi totalmente a minha memória. No acidente que eu tive aos treze anos no qual meus pais morreram e eu sobrevivi.

Paguei caro por minha existência, já que não me lembro de mais nada.

Todas as quintas-feiras eu faço sessões de regressão para resgatar a minha memória, mas de todas as sessões que eu já fiz, poucas coisas são as que consigo lembrar.

De tanto forçar, às vezes tenho esses momentos de paralisação que fazem lembrar alguma coisa, mas nenhuma das lembranças até agora foi dos meus pais.

Acho que quando conheci Douglas, ele havia sido a minha luz, por isso eu estou tão deprimida agora que terminamos tudo.

E eu não sei por que, mas tenho uma forte conexão com o Guilherme. Eu não sei se alguém já parou para pensar em um dia acordar e nem saber o seu nome.

Minha tia, que estava ao meu lado no hospital quando eu acordei, me contou tudo. Quem estava lá, como aconteceu, mostrou-me a minha carteira de identidade.

No enterro dos meus pais eu nem estava presente. Não conseguia chorar também. Nem ao menos o rosto deles eu lembrava.

Não conseguia imaginar nada.

Minha tia aos poucos foi me contando como era a minha vida. Perdi todo o meu conhecimento básico para terminar o ensino fundamental e tive aula intensiva no hospital com professor particular, até conseguir acompanhar novamente.

A única coisa da qual eu nunca esqueci foi escrever e quando eu acordei no hospital minha tia me deixou ciente de que eu tinha uma empresa para assumir. Isso me assustou, mas o que mais me deixou intrigada é que ela poderia muito bem ter me dado um golpe e roubado a empresa de mim.

Só que depois que eu sai do hospital e assumi a empresa, vi que ela estava afundada e por isso ninguém tinha interesse. Minha tia me emancipou quando eu tinha dezessete anos. E ela foi para Minas Gerais morar com a sua família.

Eu fiquei com Douglas como de costume, fui arrastando a empresa e até hoje estou aqui.

Minha vida havia parado no tempo. Na verdade, depois daquele acidente eu não sabia mais nem quem eu era.

Desconhecia-me. Pensava que qualquer um na rua poderia ser alguém de minha família e eu desconhecia.

Meus amigos que fiz na escola desde pequena, todos eles me procuraram e tentei refazer a minha amizade com eles. Eles me mostraram fotos, vídeos e coisas incríveis que eu havia feito com eles. E é por isso que considero meus amigos como minha família. Porque quando não tinha mais ninguém para ficar comigo, eles estavam.

Douglas também ficou muito ao meu lado, mas não do mesmo jeito.

No inicio ele era carinhoso e depois se tornou escorado, vagabundo e vazio, parecia um ser sem coração.

. . .

Acabo de dar uma garfada em meu almoço. Estou em um restaurante no centro da cidade, próximo à Centauro. Meu telefone toca. Corro os dedos dentro da minha bolsa para achá-lo.

-Alô? –Pergunto terminando de engolir a garfada que dei.

-Oi Sel, é o Guilherme. Desculpa te incomodar, mas você estava me ligando? –Falou do outro lado, indeciso.

-Estava sim. O contrato está pronto. Sua obra está mais que perfeita. O enredo é ótimo, tenho certeza de que vai dar tudo certo. –Falei um pouco ríspida, tentando lembrar aquele pensamento que tive de ser apenas profissional com o Guilherme.

-Hum... Onde você está? –Perguntou esperando resposta.

-Eu estou almoçando no centro, próximo da Centauro. –Falei com nervosismo pensando que se ele aparecer ali vou ficar constrangida.

-Posso ir até você? –Perguntou. Não consegui decifrar sua voz do outro lado.

-Claro. Estou num restaurante dentro do mercado público. Chama-se “A.NJELL”. –Falei mordendo o lábio inferior de lado.

-Tudo bem, estou indo até você. Tchau, até depois. –E desligou o telefone.

Tentei o mais rápido terminar o almoço para ele não me ver naquela cena constrangedora e fiquei esperando ele tomando um suco de laranja. Eu estava com um vestido azul e uma sapatilha preta. Um coque no meu cabelo imenso e aguardava-o incessantemente.

Decidi pegar o envelope com o contrato na minha bolsa e esperar com ele em cima da mesa.

Ouço um barulho de moto e olho para o vidro do restaurante. Todo o restaurante era como se fosse um aquário, todo ele era envolto de vidro e flores. Um lugar muito agradável.

Guilherme está de moto de chega dentro do restaurante de um jeito de tirar o fôlego.

Estava com uma calça jeans totalmente preta, um coturno de couro, uma camiseta toda branca e uma jaqueta de couro fechada até o peito. Seu cabelo cor de cobre estava meio arrepiado. Não conseguia tirar os olhos dele enquanto ele se encaminhava até a minha mesa.

E enquanto eu estava naquela onda de devaneios não deixei de notar que muitas mulheres olhavam para ele. Isso me deixou com uma ponta de ciúme. Mas, ter ciúme do que não é seu? Isso é permitido no campo profissional?

Fecha a boca Selina. Foca no trabalho. Você parece uma retardada, olhe só para você! ACORDA, ELE É CASADO!

E essa última frase do meu consciente me fez acordar.

-Sel, tudo bem com você? –Perguntou Guilherme boquiaberto vendo a minha expressão paralisada.

-T-tudo. Eu só estava é... Ah, você sabe... Pensando. –Falei gaguejando e suando frio nas mãos.

Ele estava realmente muito lindo. E sua delicadeza fazia meu coração estremecer de emoção. Eu suava frio e me arrepiava. Era uma descarga constante de sensações.

-Bom, vamos lá então. Você já almoçou? –Olhou-me procurando os meus olhos e ao mesmo tempo se acomodando na cadeira a minha frente.

-Já. Você quer alguma coisa? –Falei abrindo o envelope e tirando o contrato do embrulho.

-Não. Só alguma coisa para beber. –Ele disse erguendo a mão e chamando o garçom.

-Por favor, eu quero um suco de manga. –Disse analisando a expressão do garçom. E eu, olhando o seu olhar. Era uma cadeia de olhares.

-Tudo bem, já trago para você. Moça, você quer algo? –Disse o garçom se virando para mim.

-Não moço, tudo bem comigo. –Eu disse atribuindo um sorriso à minha resposta e indicando o queixo ao meu copo que ainda estava cheio.

Ele se retirou deixando-nos a sós. Senti o nervosismo.

-Poderia me mostrar o contrato, Selina? –Questionou-me com uma expressão cheia de dúvidas.

-Claro. Aqui está. –Indiquei o envelope com os dedos na mesa sobre a toalha branca.

Ele pegou o contrato na mão e deu uma analisada. Sorriu e guardou-o próximo de si.

-Vou ler na minha casa, pode ser? –Perguntou enquanto analisava o ambiente, com o olhar despreocupado.

-Claro. Eu acharia estranho se você não quisesse. –Eu disse sorrindo para ele. Meu olhar deveria mostrar como meu coração se sentia agora.

Meu coração pela primeira vez, desde muito tempo, sentia-se livre de sentimentos ruins. Queria poder parar o tempo ali. E sempre que via Guilherme, apesar do nervosismo eu era feliz, nem que fosse por algum momento, por um segundo.

Queria poder dizer para ele pegar minha mão e caminharmos assim diante de um pôr do sol. Só o que eu queria.

-Então... Eu pensei naquilo o que você disse. –Ele me disse expulsando-me dos meus pensamentos.

-Sobre o que? – Perguntei tentando passar uma lista das coisas que eu já havia falado para ele de importante em minha mente.

-Sobre meu casamento. –Ele disse me olhando com o seu olhar verde-mar.

Ah... Lá vem ele com esse assunto.

-Sim... Você falou para ela? –Perguntei meio desanimada. A sensação de liberdade em meu coração havia passado. Ele estava enclausurado de novo. É um cárcere.

-Eu perguntei. Mas, a única coisa que ela fazia era escutar. Quando eu falava que ela estava estranha no domingo, ela simplesmente falou que era o nervosismo para poder ir ao shopping e fazer as compras de natal. A gente acabou discutindo e ela fez com que eu me sentisse culpado dizendo que enquanto eu estava escrevendo meu livro inútil ela estava num shopping comprando presentes para mim e para minha família. Que eu era um insensível.

Fala sério... Quem se sente nervosa em ir ao shopping COMPRAR? Eu queria era poder falar um monte de coisas para Guilherme, que talvez a esposa dele estivesse mentindo... Que talvez ela estivesse enganando-o. Mas, eu não podia fazer.

Primeiro: Eu não conhecia a esposa dele. Então, não poderia tirar conclusões sem ver seu rosto antes. Não consigo tirar conclusões de alguém sem ver seus olhos antes.

Segundo: Apesar de conhecer pouco Guilherme, eu gosto dele e não quero vê-lo triste. É a última coisa que quero fazer.

Terceiro não posso estragar o casamento dos dois. Mesmo que talvez seja verdade tudo o que eu pensei sobre ela.

Quarto: Preciso ser profissional, mas não está dando muito certo, já que ele sempre vai para o campo pessoal.

Aquela conversa parecia um campo de batalha. De que lado eu devo jogar?

-Guilherme, me desculpe, mas eu não posso lhe dizer tudo o que eu penso sobre isso. Acho melhor nós voltarmos para a posição profissional. –Falei rodando o canudinho do meu suco no copo.

Eu tentei. Ele não quis.

-Por favor, só me diga o que você pensa Selina. Eu quero uma pessoa sincera na minha vida. Pelo menos uma. –Falou-me desesperado.

-Não. Eu não quero te machucar. Não quero estragar a sua vida. –Disse, me amaldiçoando por ter falado aquela frase.

-Você já estragou. –Disse me olhando.

Enquanto nossa troca de olhares constante, o garçom trouxe o seu suco. Ele encarou o suco, deu uns bons goles nele e me encarou.

Aquela conversa estava me dando nos nervos.

-Como assim, eu estraguei? –Perguntei exasperada.

-Você apareceu. Foi como um sonho. Você foi tudo o que eu sempre quis Selina. Só que eu não posso e isso me deixa louco. Você estragou a minha vida, literalmente. –Disse olhando-me, esperando minha reação.

-Eu não posso ficar ouvindo isso, Guilherme. Não posso de verdade! Quem você pensa que eu sou? Você é casado. Não posso fazer isso de jeito nenhum! –Falei levantando-me bruscamente da mesa, mas ao mesmo tempo eu tomava cuidado para não chamar a atenção das outras pessoas no restaurante.

Virei-me em direção à porta e dei adeus a ele mentalmente, pensando que eu nunca mais queria vê-lo. Meus olhos já iriam encher-se de tristeza, quando ele de repente me puxa para trás, obrigando-me a fitar os seus olhos verdes. Por pouco não me perdi em sua imensidão de doçura.

-Me desculpa, eu... Eu não quero te perder, não vai assim. –Falou ele jogando o dinheiro na mesa para pagar a conta e ao mesmo tempo, quase instantaneamente, ia me arrastando em direção da rua. E apesar de parecer brusco os seus movimentos, ele me tratava de forma delicada e doce, assim como o seu olhar que compreendia aquele brilho enlouquecedor.

-Guilherme, me solta! Deixa-me ir. –Comecei a falar mais alto. Estávamos na rua, ao lado da sua moto.

-Esqueça o que eu te falei, Selina. Apenas suba na moto comigo. Vou te levar a um lugar comigo. Só diga que sim e lhe mostro como você deve me perdoar. –Falou com seu olhar me fitando sobre o sol de inicio de dezembro.

-Tudo bem, eu vou com você. Pode me levar. –Eu falei esperando a sua reação.

-Sente-se na garupa. Vou lhe dar o meu capacete, já que só tenho um. –Falou apontando o dedo para o lugar espremido atrás da moto.

-Tudo bem, como você quiser. Mas, pegue leve com a velocidade, eu nunca andei nesse negócio. –Eu falei, deixando transparecer o meu nervosismo.

Então eu sentei na garupa da moto. Relativamente com o banco da frente, o de trás era bem mais alto. Senti uma pontada no meu coração de nervosismo.

Sua moto era uma kasinski Mirage 150 preta, linda e reluzente. Olhei para o seu rosto e para a moto que eu estava sentada e vi que combinava com ele aquela moto. Era um pouco confortável a garupa, pois tinha um banquinho então era menos perigoso.

Ele parou do meu lado de pé e delicadamente colocou o seu capacete preto com um dragão desenhado de prata em minha cabeça e amarrou-o delicadamente envolta do meu queixo.

Logo em seguida ele subiu na moto e virou a chave.

-Está pronta para voar dona Selina Lopes? –Falou ele em um tom debochado.

-Ei! Nem se atreva! –Falei dando um gritinho logo após ele aumentar a velocidade da moto em direção à rodovia federal.


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Notas finais do capítulo

Puta merda! Eu to tão feliz com esse capítulo que eu acho que vou vomitar um arco-íris! SUHAUHSAUHSA'
Espero que vocês gostem!
Obrigado por lerem!
AH... Não esqueçam de comentar, principalmente os fantasminhas *-*
beijossssss ;*
Até o próximo capítulo!