Eu Sou A Número Dois escrita por Mel Teixeira


Capítulo 5
Capítulo Quarto: Escondida embaixo do meu destino.


Notas iniciais do capítulo

Oie oie :B
Tudo bem por aí?
Aqui... tudo bem, principalmente agora que muitos fantasmas começaram a aparecer asuasauhsau
Obrigado pessoal por ler a minha história!
Mais um capítulo hoje fresquinho para vocês ♥
Um beijãão ;*



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CAPITULO QUARTO: ESCONDIDA EMBAIXO DO MEU DESTINO.

Aos poucos minha visão começou a voltar ao normal. Eu tinha fica extasiada. Não estava acreditando naquilo que havia visto. Guilherme ali, na minha porta, tão próximo de mim.

Mas, aos poucos eu fui voltando de meus pensamentos para a vida real, pois seus olhos me trouxeram de volta. Seus olhos não estavam verdes e cheios de ternura, como eu havia visto ontem.

Estavam negros. E para falar a verdade, preocupados.

Intriguei-me muito com aquilo. Mas, antes de qualquer coisa decidi pronunciar alguma coisa.

-Oi Guilherme, quer entrar? –Perguntei observando-o.

-Sim. Eu preciso falar com você. Na verdade, tirar uma dúvida. –Respondeu, enquanto que com o seu corpo ele pedia licença para passar pela porta.

-Hum... Gostaria de beber algo? –Perguntei tentando parecer normal e reestabelecer o meu coração que estava em disparado.

-Sim, por favor. –Respondeu ainda no hall de entrada observando eu fechar a porta e virar-me para ele.

-Quer vinho, suco, chá ou café? –Meus olhos estavam em constante alegria. Quase não podia escondê-los dele.

-Pode ser um vinho. –Respondeu ligeiramente enquanto abria caminho para eu passar por ele a caminho da cozinha.

-Tudo bem, vou servir para você. –Respondi tentando adivinhar o que ele tinha de tão urgente para falar comigo em um domingo de noite.

-Posso sentar aqui? –Perguntou enquanto apontava para a poltrona da sala e olhando para mim com dificuldade entre as frestas da cortina da janela da cozinha que dava acesso à sala de estar.

-Claro... Fique à vontade. –Respondi com leveza, me encaminhando para a sala com o objetivo de sentar e ouvir o que ele tinha para me questionar.

Ele pegou a taça de vinho e deu um gole demorado no conteúdo amargo.

-Desculpe, é vinho barato. –Falei percebendo a sua expressão. Entre uma palavra e outra havia um sorriso e senso de humor que o contagiou.

-Não se preocupe Selina, não ligo para essas coisas. –Deu um sorriso para mim.

-Mas... Então, o que tem para falar comigo? –Perguntei ansiosa.

-Eu queria saber o que isso estava fazendo na frente do prédio onde você mora e que caiu ontem do seu bolso. –Mostrou-me um cartão.

Não acredito! Como isso pode acontecer? E agora? Falo? Ah... Quer saber, eu vou falar mesmo que a Centauro esteja no fundo do poço.

-Hum... É... A minha empresa editora de livros. –Respondi, corando a minha pele.

-Nossa! Que maravilhoso! –Respondeu ele com entusiasmo em suas palavras.

-Mas... Isso te interessa em alguma coisa? –Perguntei com sincera curiosidade.

-Selina...Não vai acreditar se eu te contar. –Falou com a expressão séria mais ao mesmo tempo alegre.

-Fale, por favor. – Suplico, com ansiedade.

-Eu sou escritor, Selina... Portanto, estou sem editora para o meu livro. –Falou fazendo gestos com as mãos, sentado na minha poltrona na minha frente.

-Você escreve que tipos de livros? –Pergunto curiosa. Queria disfarçar a felicidade, mas estava difícil.

- Somente histórias. Romance, mais especificamente. Poesias são muito raras, só quando estou muito inspirado e este período precisa ser longo para que eu possa escrever muitas e fazer uma obra com elas.

-Entendi. Você pode ir ao meu escritório e levar-me o seu livro. –Falei olhando-o nos olhos.

-Sim... Claro. Só preciso que me diga que tipos de livros sua editora publica. –Olhou-me com os as mãos apoiadas em suas coxas.

-Publicamos qualquer tipo de obra, exceto livros didáticos que precisa de um conhecimento aprofundado para editar, não somente o português, mas possuir conhecimentos gerais. –Falei com autoridade no assunto.

Eu poderia estar nervosa até a ponta dos meus fios de cabelo, mas falando sobre livros eu sinto-me autoritária no assunto e não me sinto tão inútil. Porque para alguém parece que realmente minha existência possui um sentido nesse mundo. Nem que seja para um escritor desesperado.

-Está procurando há muito tempo, Guilherme? –Pergunto com uma pontada de pena quando penso que muitas editoras o rejeitaram e ele não desistiu.

-Procurei tanto que pensei em desistir. Muitas editoras viram meu trabalho, quase assinaram um contrato, mas aí vinha uma obra mais interessante e elas largavam o trabalho pela metade, sem contrato. –Falou novamente com os olhos negros. Senti a tristeza invadindo-o.

-Quantos anos você tem? –Pergunto. Dessa vez, sem expressão.

-Tenho vinte e cinco, e você? –Perguntou-me com voracidade na voz.

-Tenho vinte anos. –Falei olhando para o relógio na mesinha ao lado da poltrona dele. Percebendo o meu olhar ele fala:

-Nossa! Está realmente tarde. Preciso ir. Amanhã eu te procuro na Centauro. –Falou se levantando.

-Sim... Pode contar comigo. Estarei à sua espera. –Falei atribuindo a ele um sorriso em meus lábios.

-Ah... A respeito de ontem... Peço desculpas se me intrometi na sua vida pessoal, mas não pude deixar em minha frente um homem bater em uma mulher. –Falou caminhando até a porta junto comigo.

-Não. Eu que lhe peço desculpas e devo lhe agradecer. Por isso mesmo lhe ofereci uma vaga na minha editora. Não tenho como agradecer por ontem. –Acabo de me lembrar do tapa que ganhei de Douglas. Esfrego a minha bochecha me recordando.

-Por favor, Selina eu não quero que você confunda as coisas. Não publique o meu livro por agradecimento ou pena. Uma forma que vejo de agradecimento seria o reconhecimento verdadeiro de que meu livro é bom o suficiente para ser publicado por sua editora. –Disse fitando profundamente os meus olhos. Retribui o olhar e comecei a achar que me perderia de novo naquele olhar cordial e doce.

-Guilherme, eu acredito que realmente uma hora ou outra iríamos nos encontrar. Nossas profissões se completam e tudo foi tão de repente. –Falei com a pele corando. Fitei as minhas mãos com objetivo de evitar os seus olhos. Minha pele queimava de vergonha. –Não pense que por que eu falei desta forma eu vou engolir qualquer coisa. Eu só disse desta forma porque se eu aprovar o seu trabalho, estaremos quites. –Falei encarando-o de forma doce.

-Tudo bem, vejo você amanhã então? –Questiona já sabendo a resposta.

-Boa noite. Nos vemos amanhã. –Despeço-me ligeiramente sendo novamente a ser obrigada a fechar a porta e despedir-me de seu olhar que me embriaga cada vez que o fito constantemente.

. . .

Acordo atordoada olhando o relógio que acabara de despertar. Eram sete horas da manhã e minha cara estava amassada.

Segui a minha rotina diária: Escovei os dentes, escolhi uma roupa, tomei uma xícara de café bem forte para me manter acordada e atenta, peguei minha bolsa e saí em rumo ao meu emprego.

Quando chego já eram quase oito da manhã.

Abro as janelas do escritório e fico por um momento admirando a beleza que os pássaros fazem no céu. As cores dos pássaros no céu dão um brilho diferente, anunciando às pessoas de que um dia novo chegou. Que o dia é hoje. Que o momento é agora e que não devemos deixá-lo passar despercebido.

Começo a organizar a minha mesa e ligo o rádio, colocando uma música leve e baixa no ambiente, deixando-o agradável. Vou à pasta onde guardo os currículos e ao passá-los por minhas mãos, vejo uma foto de um rosto conhecido. Paro naquela folha e identifico Guilherme em meio a tantos currículos. Provavelmente estava esperando há muito tempo, pelo menos uns dois ou três meses, afinal eu já nem admitia mais ninguém, certa de que a opção mais conveniente para a minha vida era abandonar a minha empresa.

Então... Logo eu vejo sentido em tudo aquilo.

Em uma hora ou outra eu deveria encontrá-lo. Mesmo que eu não tinha visto o seu currículo ali, eu me encontrei com ele sábado. Sem saber me encontrou e havia me mandado um currículo há muito tempo neste ano. Fico paralisada tentando ligar todos os fatos na minha cabeça e começo a rolar os olhos pelo escritório, pensando que de repente minha empresa não estava acabada, ela só estava esquecida. Ela só estava escondida debaixo do meu destino.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Críticas? Dúvidas? Elogios? Comentários?
Muito obrigado por lerem ♥, de verdade ♥____♥