Lucy Pov’s

– Bem... – comecei a falar. – Eu sou uma Dragon Slayer...

– Dragon Slayer? – Cana perguntou surpresa.

– Sim. – respondi.

– Isso é inesperado, mas mesmo assim, isso não explica o fato de você consegue usar magias de fogo e ar. – Erza falou pensativa.

– Oh, bem, na verdade explica... É que eu treinei com todos os dragões, por isso sei usar magias de diferentes elementos.

– NANI??????? TODOS OS DRAGÕES??? – perguntaram ao mesmo tempo. Porque será que todos sempre têm a mesma reação?

– Sim. – suspirei.

– N-Nossa! Então você pode usar a magia do Gajeel e da Wendy também? – Levy perguntou.

– Sim, mas se algum dia eu lutar com eles usando as suas próprias magias eu perderia. – dei de ombros.

– Por quê? – tinha um leve tom de curiosidade na voz do Laxus-nii.

– Mesmo que eu tenha treinado com todos os dragões eu só posso ser considerada Dragon Slayer de um, por isso eu só posso usar 100% do meu poder quando estiver usando a magia do meu dragão. Quanto à magia dos outros dragões, enquanto o Gajeel-nii, por exemplo, consegue usar 90% da magia de Metalicana eu conseguiria usar apenas 10%. – expliquei calmamente.

– Hum, faz sentido. – Scarlet falou pensativa.

– Mas porque o Gajeel só pode usar 90% da magia do seu dragão? – Cana quis saber.

– E outra coisa, eu só tenho as magias deles porque é necessário. Afinal, eu não poderia chama-los se eu não tivesse as suas magias. – completei despreocupadamente, ignorando a pergunta da Cana. Porque eu não queria responder aquilo, definitivamente, não queria.

– Como assim? – Laxus tornou a questionar.

– É como os espíritos celestiais. Vejam, para invocar os espíritos você tem que ter a mesma magia deles. Ou seja, a magia celestial.

– Hum, os espíritos usam a magia celestial também?

– Exatamente Levy-chan. Eu só posso invocá-los porque tenho a mesma magia que eles. O mesmo acontece com os dragões. Por exemplo, para invocar a Grandine, eu tenho que ter a mesma magia que ela. O mesmo acontece com os outros. – sorri.

– Entendo.

– Qual é o seu dragão Lu-chan? – Levy perguntou curiosa.

– Acnologia. – respondi suspirando.

– ÉHHHHHHHHHH?????? – exclamaram todos ao mesmo tempo.

– Ai, a minha audição é sensível agora. – resmunguei divertida.

– Desculpe Lucy, foi tudo minha culpa, eu não deveria ter deixado isso ter acontecido, por favor, me bata. – Erza pediu com pesar, deixando todos com uma gota. Aliás, como eles conseguiam se recuperar do susto tão rápido? E como o clima foi quebrado tão rápido? É, acho que essa é a Fairy Tail.

– Não creio que seja preciso lhe bater Erza. – Levy falou.

– Mesmo assim, eu fui uma pessoa horrível! – a maga ruiva insistiu.

– Eu não acho que você tenha sido uma pessoa horrível Erza! – sorri sem graça.

– Lucyyy! Você é uma pessoa tão boa!! – falou emocionada e me abraçando. Preciso dizer que ela estava quase me esmagando?

– Obrigada... Eu acho... – falei incerta.

– Erza, que tal nós irmos comer bolo de morango? – Gray propôs rapidamente. Erza logo deixou de me abraçar e – como em um passe de mágica – estava ao lado da porta nos apressando. Agradeci a Gray com um sorriso.

– Não acha melhor trocarmos de roupa não? – sugeri.

– Sejam rápidos. – Erza mandou e eu ri levemente. Todos se trocaram.

Quando saímos da sala vimos a Wendy, a Grandine, o Gajeel e o Metalicana conversando.

– Heey! Vocês demoraram bastante! – acenei para eles me dirigindo até onde estavam. Quando notaram a minha presença a Wendy correu até mim e me abraçou.

– Obrigada nee-san! – percebi que a minha pequena chorava quando senti as suas lagrimas me molharem.

– Nee pequena, você e a Grandine merecem. – sorri docemente. Separei o abraço e beijei a bochecha da Wendy. – Também quero um abraço Gajeel-nii. – fiz bico. Logo senti dois braços me rodeando e a alguém apoiando a cabeça no meu ombro.

– Obrigada bunny-girl. – sussurrou.

– Disponha. – sorri. – agora vamos antes que a Erza corte a nossa cabeça pela demora.

– Ir pra onde? – perguntou confuso e desfez o abraço.

– Comer bolo de morango. – respondi dando de ombros. – Ah! Também temos que acordar o Lily!

– Não precisa, eu já acordei. – o exceed preto voou até o Gajeel e sentou no ombro dele.

– Não quero ser indelicada, mas quem são eles? – Levy perguntou.

– Eles são os nossos pais. – Wendy respondeu sorrindo docemente.

– Pais? Mas eu pensei que os seus pais eram a Grandine e o Metallicana. – Erza falou.

– Melhor explicarmos quando estivermos na cidade. – sugeri sorrindo.

– Ótimo, então podemos ir. – Erza não esperou resposta e foi andando na frente. Ri levemente e passei a segui-la. Logo chegamos à cidade.

– Heeyy Lucyy!!! – uma Sayuri ofegante veio correndo em nossa direção.

– Hey Sayuri! Algum problema? – perguntei preocupada quando ela chegou até onde estávamos.

– Bem, não é exatamente um problema. É que o Mestre mandou nós voltarmos para a Guild imediatamente. Parece que ele tem um anúncio importante para fazer. – respondeu dando de ombros.

– Oh, o que poderia ser? – indaguei curiosa.

– Não sei... Ah, oi de novo, Fairy Tail. – só agora é que a rosada pareceu dar-se conta de que tinha mais pessoas no local. Ri levemente com o jeito distraído dela.

– Oi. – cumprimentaram de volta.

– Hum, quando vamos sair da cidade? – questionei.

– Pretendemos sair agora. Não é bom deixar o Mestre estressado. E acredito que você não vai querer confirmar o que eu disse. – ela tremeu levemente. Engoli em seco.

– Definitivamente não vou querer. – suspirei. – Parece que vamos ter que ir mesmo... – olhei para o meus amigos. – Né minna, vou ter que ir agora. Mas vamos nos ver de novo nos Jogos Mágicos, certo?

– Hai Lucy! – Erza respondeu por todos. – Com toda a certeza iremos nos encontrar nos jogos! – sorriu me fazendo sorrir de volta.

– Essa é uma promessa. – pisquei o olho divertidamente.

– E magas celestiais nunca quebram as suas promessas. – Laxus comentou sorrindo.

– Nunca mesmo. – sorri. – Mas não vão nem me dar um abraço? – inflei as bochechas. Eles riram. Tudo bem, eu admito, eu estava sendo um pouquinho infantil. Mas quem se importa?

– Abraço em grupo!! – Gray anunciou. Depois só senti braços me rodeando.

= w =

Em frente à estação.

– EU NÃO VOU ENTRAR NESSE MONSTRO ASSASSINO!!!!!!!!!!!!!! – Sting berrou dando o seu típico escândalo para não entrar no trem. Suspirei e me aproximei do loiro.

– Nee, Sting, eu acho que seria uma ótima ideia chamar o meu pai para nos fazer companhia. O que você acha? – sugeri – ameacei – com um tom de voz doce e um sorriso meigo. O loiro baka olhou pra mim e engoliu em seco.

– Blondie assustadora. – resmungou.

– Deu um pouco de pena do Sting agora. – Sayuri comentou, enquanto Rogue apenas resmungou algo como “Hm” e entrou no trem. Peguei o Sting pela camisa e sai arrastando ele - delicadeza pra quê? – enquanto a Sayuri me seguia com os exceeds.

– Aqui tem uma cabine vazia. – Rogue avisou antes de entrar na mesma e sentar-se ao lado da janela. Sayuri sentou-se ao seu lado, enquanto eu sentei-me no outro banco com o Sting – obviamente sentei o mais longe possível dele. Oras, vai que ele resolve vomitar? - e os exceeds ficaram ao lado da rosada.

– Posso, Rogue? Sting? – perguntei.

– V-Vai l-l-logo co-com i-isso. – o loiro respondeu visivelmente se segurando para não colocar para fora uma boa parte dos alimentos que ingeriu.

– Sim. – Rogue respondeu encostando a cabeça na janela, estalei os dedos e o moreno e o loiro adormeceram. Logo o trem começou a se mover. Fiquei enjoada.

Olhei para a Sayuri e notei que a rosada fitava o Cheney adormecido quase que com admiração. Mesmo estando enjoada eu não iria perder a chance de zoar a Sayuri. Soltei um riso baixo e liberei a magia do ar, fiz um movimento com as mãos e o Rogue pendeu para o lado, acabando com a cabeça apoiada no ombro da Sayuri. A rósea corou tanto que o seu rosto estava quase da cor dos seus cabelos.

– Awwnnn, vocês formam um casal tão fofo!!! Deveriam parar de enrolar e se casar logo!!! – falei inocentemente. Se for possível ela corou ainda mais.

– Vai me envergonhando enquanto pode. Porque quando chegar a tua vez.... – a Hikari deixou a ameaça no ar e me fuzilou com os olhos.

– Báh, a minha vez não vai chegar. – abanei a mão fazendo pouco caso.

– Só espere Lucy. – estreitou os olhos, mas logo olhou para o moreno e corou. Depois encostou timidamente a cabeça na dele e fechou os olhos, sorrindo. Acho que ela adormeceu.

Depois de cinco minutos o trem fez uma curva brusca e a cabeça do loiro baka – mais conhecido como Sting – caiu em meu colo.

Oh, droga!

Maldita boca!

Senti o sangue subindo para as minhas bochechas. Pensei em acordar ele, mas quando olhei para o seu rosto fiquei com pena. Sting mexeu-se, ajeitando-se em meu colo. Senti as suas madeixas loiras fazendo um leve carinho em minha pele.

O cabelo dele era inesperadamente macio e nem um pouco espetado, como eu pensei que fosse.

Minha mão parecia ter vida própria, pois me vi tocando os cabelos dele. Passei a minha mão por entre os fios.

Seu rosto expressava tranquilidade e ele tinha um leve sorriso nos lábios. Parecia um anjo. Sem conseguir me conter passei a ponta dos dedos levemente pelo rosto dele, sua pele era macia. Fiz um leve carinho no rosto dele e voltei a acariciar-lhe os cabelos.

Sorri involuntariamente.

– Blondie... – Sting sussurrou, ainda dormindo. Senti o sangue subindo para as minhas bochechas e por algum motivo o meu coração acelerou.

Sorri.