Cap 19 – Depoimento

POV Alice

Fiquei muito surpresa e aterrorizada pelas coisas que li sobre a Katrina/Tânia. A gente vê uma coisa dessas acontecer com os outros e pensa que nunca irá acontecer conosco. Grande engano, os outros de hoje seremos nós amanhã. Quando estávamos em NY eu tive essa ideia. Pois eu e Bella não entendíamos bem o que Tânia ganharia nos prejudicando. Em uma noite nós estávamos vendo um seriado policial e foi aí que me bateu a ideia de contratar um detetive para investigar Tânia.

No outro dia de manhã eu e Bella saímos à procura de um bom detetive particular. Demos uma checada na internet e soubemos de um excelente profissional chamado Henry Thomas. Pegamos endereço e fomos até o seu escritório. Chegando lá a secretária pediu que esperássemos um pouco, pois ele estava em reunião com um cliente. Cerca de vinte minutos depois, um homem de meia idade, alto, cabelos castanhos com alguns fios grisalhos, pele dourada e corpo atlético aparece na porta juntamente com outro homem moreno, baixinho e barrigudo. Esse bem deve ter posto o detetive atrás da mulher. O deus grego nos chamou para entrar.

Sua sala era muito clara. As paredes em tom pastel com uma enorme janela de vidro com vista para a avenida logo em frente. Havia muitos livros organizados em estantes. Uma mesa de mogno e um rack com televisão e outras geringonças tecnológicas. Sentamo-nos e explicamos ao Sr. Thomas o porquê de estarmos ali. Ele pediu uma foto e todos os dados que soubéssemos sobre Tânia Denali. Eu havia ligado para Jasper e pedido que ele conseguisse uma foto de Tânia. Ele quis saber o porquê e eu inventei que Jacob queria ver o rosto dela. Ele engoliu essa, e me mandou uma foto tirada recentemente na casa de campo.

Provavelmente Edward havia tirado essa fotografia. Entregamos a foto e dissemos tudo que sabíamos sobre ela. O senhor Thomas ficou de entrar em contato quando tivesse o resultado da investigação em mãos. Pagamos a primeira parte do combinado. A outra parte seria paga com a finalização do trabalho.

Mais de um mês havia se passado e em uma noite em que eu, Bella, Alec e Jasper estávamos assistindo um filme na casa de Bella, o senhor Thomas ligou. Esse falou a Bella que iria mandar o conteúdo de suas investigações por Fedex. No outro dia quando eu tinha acabado de chegar da escola e já me dirigia para tomar um banho, Bella me liga dizendo que o pacote chegou. Sai correndo como uma bala, não via nada ao meu redor apenas borrões. Quando cheguei Bella estava em pé parada e olhando para a caixa em cima da sua cama. Rapidamente abri a caixa e me assustei com a quantidade de coisas que havia ali.

Passamos longas horas lendo aqueles papeis. A cada linha que eu lia ficava imaginando o porquê dessa mulher ser tão má. E o pior meu irmão era o próximo a morrer pelas mãos dela. Junto com as revelações o detetive mandou o número da agência do FBI em Seattle. Assim que amanheceu ligamos para eles e foi apenas falar no caso da “viúva negra” que eles nos deram toda a atenção possível e marcaram de nos encontrar de tarde, depois da escola. Bella e eu estávamos umas pilhas de nervos. Era quase impossível fingir estar tudo bem enquanto eu via aquela vaca ao lado do meu irmão. Em pensar que aquele idiota preferiu acreditar nas falsas palavras dela, do que em mim e em Bella. Mas ele não merece morrer por isso. Pelo menos não pelas mãos dela e sim pelas minhas. Ainda me arrependo de não ter acertado o vaso na cabeça dele quando tive a chance.

Ao termino das aulas, Bella e eu saímos correndo para o lugar que foi combinado com o FBI. Era uma rua afastada do centro da cidade, a rua era praticamente deserta, como se Forks fosse movimentada, mas enfim, chegamos primeiro e ficamos esperando pelos agentes. Depois de alguns minutos de espera dois carros escuros se aproximaram. Vários homens saíram lá de dentro. Todos lindos e muitíssimo bem vestidos. Um loiro alto, forte, e estupidamente lindo veio até nós. Ele se apresentou, Dean Winchester, até o nome do cara é bonito.  Bella contou que havíamos entrado em contato com o FBI por causa da “viúva negra”, e que ela estava nessa cidade. Aí eu contei que a próxima vítima é o idiota do meu irmão.

O agente Winchester foi super atencioso. Bella e eu tínhamos levado os arquivos para entregar a eles. O policial ficou muito impressionado com o conteúdo. Ele contou que há muitos anos eles estão à procura de Katrina Labow. Mas ela vive mudando de identidade e cidade. Quando eles conseguem uma pista dela, ela já tem ido embora há muito tempo. Quase comentei sobre a incompetência deles, pois se o Sr. Thomas conseguiu a papelada, por que eles não? Mas fiquei quieta sobre isso, é desacato a autoridade e a única pessoa que deveria ser presa por ali era Tânia. Nós contamos o que ela vinha fazendo. Das ameaças que fazia a Bella, da armação na casa de campo e em como ela vem iludindo e afastando Edward de nossa família. Dean contou que é isso mesmo o que ela faz em todas as cidades que chega. Katrina procura homens ricos e passa a seduzi-los. Afasta a pessoa de parentes e amigos e fingindo-se de apaixonada vai ganhando terreno e a confiança da vitima. Quando consegue ter acesso a contas e imóveis das vitimas, ela rouba o que puder, mata a pessoa e depois some para outra cidade, com outro nome e começa tudo outra vez. Ela não sente remorso, culpa ou vergonha, nada do tipo. Ela rouba e mata com a facilidade com que toma água. 

Os agentes começaram a falar que precisavam de uma armadilha para prender Katrina. Bella e eu já havíamos até pensado em algo e falamos para os agentes. Bella ligaria para Katrina com a desculpa de que se ela se encontrasse com Bella, nunca mais a veria. “Tânia” ficou meio desconfiada e até disse que Edward não iria permitir, pois ele sempre vai buscá-la em casa para irem juntos a escola.  Bella falou para ela não se preocupar com esse detalhe contanto que ela fosse ao encontro. Por fim Katrina aceitou. Combinamos os detalhes com os agentes, que estariam lá para prendê-la e nos proteger de possíveis ameaças. Também falaram que enquanto estivessem prendendo Katrina, simultaneamente prenderiam Christian Camargo, o comparsa que se passa por chefe de policia me Forks. Que perigo para uma cidade ter um chefe de policia que é um tremendo de um assassino.

No outro dia de manhã, antes do horário da escola, eu contei rapidamente para minha mãe o que estava acontecendo. Quase me arrependi, pois ela ficou nervosa e queria contar para o Edward. Mas eu a fiz enxergar que Edward não acreditaria nela. Ele esta enfeitiçado demais por essa bisca para ver um palmo que seja na sua frente. Contei sobre o plano de prender Katrina e pedi que ela me ajudasse a enrolar Edward até que eu recebesse uma ligação dizendo que poderia levá-lo para escola. Minha mãe aceitou e disse já te algo em mente. Eu já estava uma pilha de nervos queria que desse logo a hora para eu pudesse ver a prisão de “Tânia”.

Quando Edward acordou e foi tomar café da manhã minha mãe o informou que iria precisar da ajuda dele na estufa. Pois ela queria que movesse alguns vasos que eram pesados. E ele era o único presente. Edward claro protestou, mas minha mãe é das minhas, fez cara de triste e com a voz chorosa começou a murmurar que o Emmett faria, que o Emmett era um bom filho, que ele sempre ajudava quando ela pedia. Sério o teatro foi tanto que até eu fiquei comovida. Edward concordou e até tentou ligar para casa de Tânia, mas o “pai” dela havia dito que ela já havia ido para escola. Edward estranhou, mas nada disse. Nós fomos até a estufa, e tinha mesmo alguns vasos para colocar nos lugares certos. Ele começou a obedecer as ordens que minha mãe dava de onde colocá-los. Eu esperta que sou, coloquei nosso material escolar no carro dele antes ir para a estufa olhar ele se matar para carregar alguns vasos enormes.

_ Você já não devia ter ido? – Edward me perguntou.

_ Devia, mas Bella precisou ir mais cedo, alguma coisa relacionada a Alec. Então eu vou com você. – ele bufou e voltou para os vasos de planta.

Nesse meio tempo Jasper chegou. Ele havia me ligado, como todos os dias de manhã, e eu disse que ainda estava em casa. Ele foi ajudar Edward com os vasos de plantas. Mas meu celular tocou e quando atendi um dos agentes me informou que eu já podia ir.

_ Edward!! Vamos chegar atrasados deixa isso aí. – Eu gritei e dei um olhar sujestivo a minha mãe.

_ É Edward larga isso agora, vai embora rápido. – minha mãe começou a empurrá-lo em direção a porta.

_ O que é que deu em vocês, hein? Vocês são bipolares, doidas! – ele falou, mas quem disse que eu quis saber. Jasper coitado não estava entendendo nada e também estava sendo empurrado.

Edward entrou no carro dele e eu fui no de Jasper. Em poucos minutos chegamos ao estacionamento da escola. Mal deu tempo de estacionarmos os carros e eu já vi Edward correndo em direção aonde estavam Tânia, Bella e os agentes do FBI. Sai correndo do carro com Jasper logo atrás. Edward ficou absolutamente transtornado. E quando o agente Winchester lhe explicou tudo ele ficou estático, mudo e sem nenhum esboço de reação. Bella e eu explicamos cada detalhe do ocorrido e a cada palavra ele ficava ainda mais perplexo.

Senti pena quando ele pediu perdão a Bella e ela por sua vez apenas disse “Faça por merecer”. Edward ficou destroçado. Mas certa estava ela. Ele a tratou mal, fez pouco caso dos sentimentos dela e agora que descobre a verdade acha que as coisas vão se resolver assim fácil? É ruim hein! Bella foi embora, e apenas recebi uma ligação dela me mandando levar Edward para casa, pois era evidente que ele não teria condições de dirigir. Edward ficou olhando o carro de Bella ir embora, e quando o mesmo sumiu de nossas vistas ele demorou um tempo até voltar a si, ou quase.

_ Alice me perdoa pelo amor de Deus. Eu juro que eu não fazia à menor ideia das coisas que aquela mulher estava fazendo. Me perdoa por ter.. Por tudo. – Edward estava mesmo transtornado. Eu não lembro qual foi à última vez que ele me pediu um simples desculpa.

_ Tá tudo bem Edward. Você não tem culpa de ser tão idiota. – Eu disse sinceramente. _ Agora vamos para casa. Essas pessoas parecem que gostam de ver a desgraça alheia. – eu murmurei vendo todo o pessoal da escola nos observando. Bando de urubus. _Jasper eu vou levar o Edward. Você nos segue?

_ Com certeza. – Coitado de Jasper ainda não deve de estar entendo muita coisa.

Dirigi o volvo até em casa. Edward passou o caminho todo calado. Chegando em casa minha mãe estava andando de um lado para o outro na sala com o telefone na mão. Quando nos viu chegar abraçou Edward de repente. O coitado não esboçou nenhuma reação. Quando minha mãe o soltou, ele apenas lhe deu um beijo na bochecha e subiu as escadas trancando-se no quarto.

Tentei ligar para Bella dezenas de vezes, mas só dava desligado. Já era de noite e nada dela aparecer. Tia Renée ligava insistentemente para o celular dela e nada. Nós já estávamos ficando desesperados, pois Bella nunca foi de sumir. Liguei pro Alec e ele me disse que desde que ela saiu da escola tenta falar com ela. E já estava a um tempão falar comigo, mas o telefone só dava ocupado. Hihi.

Já era mais ou menos nove da noite quando dona Isabella Swan resolveu parecer. Ela estava horrível. Cabelo bagunçado, roupas amarrotadas e sujas de areia, já dava para ter ideia de onde ela estava. Edward também não havia ficado melhor. Passou o dia inteiro trancado no quarto. Não desceu para comer, nem aceitou conversar com ninguém. Apenas eu lhe informei que amanhã iríamos a Seattle para ele prestar depoimento para policia sobre Katrina. Ele nada respondeu.

_ Isso são horas Isabella? Você tem noção do quanto ficamos preocupados com você. – Tia Renée falou exasperada.

_ Desculpa gente, eu só queria ficar um tempo sozinha. Vou dormir agora, até amanhã. – Bella disse já subindo as escadas.

POV Edward

Eu sou um idiota, estúpido, idiota, imbecil, idiota! Como eu pude me deixar levar pelas conversas daquela bandida? Mas também como eu iria saber? Ela me tratava super bem, estava sempre do meu lado, me dava carinho e atenção, dizia que me amava. Ela era perfeita para mim. Eu me sentia um rei ao lado dela. Como eu poderia saber que tudo não passava de um golpe e que logo eu iria amanhecer com a boca cheia de formigas?

Eu sei que nada disso é justificativa para que eu tenha tratado minha família e meus amigos desse jeito. Principalmente Bella. Ela sempre esteve ao meu lado, eu não conseguia ficar muito tempo longe dela. Nos divertíamos muito juntos. Quando ela disse que me amava aquilo me pegou desprevenido e eu já estava com Tânia, que eu pensava gostar. Fiz pouco caso dos seus sentimentos, mas na época quando escutei que elas e as meninas iriam aprontar para prejudicar meu namoro com Tânia eu fiquei puto da vida e cheguei até fazer insinuações de ameaças a Bella. E depois daquela suposta briga entre elas duas, eu fiquei com mais raiva ainda de Bella. Eu realmente pensei que ela estivesse batendo em Tânia. Era o que parecia. Eu sei que fui imensamente grosso e estúpido com ela, mas eu estava injuriado por ver Bella espancando Tânia. Como eu poderia saber que a louca foi que havia se espancado sozinha? Como uma pessoa em sã consciência faz uma barbaridade dessas? Se alto flagelar apenas para poder prejudicar outra pessoa.

Mas agora que sei a verdade dos fatos, não sei onde enfiar a cara de tanta vergonha e arrependimento. Queria poder voltar no tempo e recomeçar, concertar todas as besteiras que fiz e falei. Mas isso é impossível. O negocio agora é começar de agora. Mas não agora. Eu ainda não tenho coragem de olhar na cara de ninguém. Se vergonha matasse eu estaria comendo capim pela raiz. Passei o dia inteiro trancado em meu quarto, sem saber o que fazer direito. Sabia apenas que queria ficar sozinho para pôr ordem em meus pensamentos. Tanta informação teria que levar tempo até ser totalmente processada.

No outro dia de manhã, acordei morrendo de fome. Claro, não almocei nem jantei ontem.  Do jeito que acordei fui até a cozinha, ainda era cedo e o pessoal estava dormindo. Desci as escadas sem fazer barulho e fui até a cozinha. Abri a geladeira e peguei duas maças, um cacho de uvas verdes e uma pêra. Fiz dois sanduiches e peguei uma caixinha de suco. Coloquei tudo em uma tigela e voltei para o meu quarto.

Passei a manhã isolado. Não fui para a escola, fiquei apenas no meu quarto ou no computador. Mas de tarde eu não tive para onde correr. Meus pais, Alice, Bella e eu fomos à Seattle, pois eu teria que prestar depoimento, assim como Bella e Alice que foi que descobriram tudo. Eu devo minha vida a elas. A viagem não demorou tanto, pouco mais de três horas. Meu pai foi dirigindo, minha mãe no banco do carona. No banco de trás eu sentei na janela esquerda, Alice no meio e Bella na outra janela. O escritório da policia federal era branco com janelas escuras, e tinha uns oito andares. Estacionamos o carro e nos dirigimos ao prédio. Falamos com um policial ali presente, e ele nos informou onde encontraríamos o agente Winchester.

Seguimos pelo corredor que o policial indicou e paramos em uma porta com uma placa com o nome do agente escrito. Meu pai bateu na porta e logo o agente pediu que entrássemos.

_ Senhorita Swan. – O loiro alto com cara de safado cumprimentou Bella com um sorriso maior que a cara e ainda a olhou de cima a baixo. Já não fui com a cara dele.

_ Olá agente Winchester. – Bella cumprimentou.

_ Eu já disse, Dean, apenas Dean. – ele disse sorrindo. Ô idiota tem mais gente na sala, ok. _ E vocês devem ser os Cullens. Olá senhorita Alice.

_ Oi Dean, tudo bem? – Alice disse super simpática.

_ Senhor e senhora Cullen, por favor, sentem-se. Edward? Logo começaremos a tomar o depoimento de vocês.

_ Ela está aqui? – Eu quis saber. Tenho entalado um monte de desaforos para proferir aquela vadia.

_ Não Edward. Ela e seu comparsa já foram transferidos para uma penitenciária de segurança máxima onde irão aguardar o julgamento. – O loiro aguado explicou.

Ele e meus pais ficaram conversando um pouco sobre os perigos que eu corria, sobre as vitimas que ela já havia feito e outras coisas enquanto o escrivão não chegava. Mas o condenado do loiro aguado volta e meia dava uma secada em Bella. Já estava dando na cara. E isso já estava me irritando. Poxa! Eu quase fui morto e ele só olha para as pernas de Bella. Mas também que ideia de jerico foi essa de vir em uma delegacia repleta de homens, com uma sainha mísera? Tá, não era tão curta assim, batia uns cinco dedos acima do joelho, era de cintura alta, mas ainda estava curta!

Enfim o escrivão chegou. Um cara alto, musculoso e com um cabelo loiro escuro, apareceu alguns minutos na sala. Ele estava com uma camisa branca de mangas compridas e calça jeans. A primeira coisa que ele fez quando entrou na sala? Olhou para as pernas de Bella! Eu vou acabar arrancando minha calça para cobrir as pernas dela! (E eu não ira reclamar!)

_ Esse é o agente Samuel Winchester. Ele é o escrivão. – O loiro aguado falou com uma cara nada boa pro outro winchester.

_ Boa tarde. – O winchester loiro escuro disse com um sorriso enorme para Bella! Todos o cumprimentamos.

Eles até que fim começaram a trabalhar e pegaram nossos depoimentos. Quando terminamos eles se despediram da gente. Mas para meu espanto e enfurecimento, entregaram um cartão de cada para meu pai e PARA BELLA. E ainda tiveram a ousadia de falar “precisando pode ligar a qualquer hora que estarei disponível.” Irmãos Winchester...Argh!