KATNISS

– Clarisse, seguinte. – lhe expliquei meu plano, e ela assentiu. Enquanto falava, percebi que os olhos azuis dela cintilavam de medo. Espera, Clarisse tem olhos azuis?

Depois de explicar o plano, ela assentiu, pegou sua lança elétrica, dispensou seus irmãos, que se juntaram a batalha, e nós fomos de encontro ao drakon.

Clarisse pulou na cabeça da criatura, desviando a atenção do drakon de mim para ela. Ela cravou a lança no outro olho do drakon, cegando-o.

Antes que eu pudesse atirar minha flecha explosiva, uma garota morena, idêntica a Clarisse... Espere, aquela é Clarisse. Se essa é Clarisse, a outra é... E foi aí que me toquei.

– Silena! – gritou Clarisse, com a voz de puro ódio. – Silena!

Mas antes que Silena pudesse descer da cara do monstro, ele espirrou veneno em sua cara, e ela caiu do rosto do monstro, batendo a cabeça com força.

Percy, Annabeth, Clarisse, Chris, Beckendorf e eu corremos ao seu encontro.

– Sua estúpida! – murmurou Clarisse a Silena, já chorando.

Antes que Silena pudesse dizer algo, o drakon aproximou-se de Chris, ameaçando o atacar, mas Beckendorf pulou na frente dele, recebendo o veneno que o drakon jogaria em Chris, se ele não tivesse pulado na frente.

– Não! – gritou Annabeth. Ela correu para ajudá-lo.

Enquanto isso, Clarisse corria para o monstro, com a expressão de ódio maior do que o natural.

– VOCÊ QUER MORRER? – berrou ela. – ENTÃO VENHA! O PRÓPRIO TÂNATOS VAI LHE LEVAR AO TÁRTARO!

Ela pulou na cara do monstro, só com a lança elétrica em mãos, e eu peguei uma flecha que meu pai me dera. Não precisarei explicar o plano para Clarisse, ela está fazendo tudo certo.

Clarisse enfiou a lança no nariz do monstro, que provavelmente levou um choque, mas o drakon não pareceu sentir nada.

O monstro abriu a boca para espirrar veneno, e eu atirei minha flecha de Apolo dentro da boca dele, antes que o fizesse. O monstro ganhou um tom dourado, e começou a suar (N/A: Monstros suam? e.e).

O monstro começou a suar tanto, que Clarisse escorregou da cara dele e caiu perto de SIlena.

O monstro se desintegrou em pó, Clarisse e eu corremos para ver como Beckendorf e Silena estavam.

– Você vestiu minha armadura, roubou meu escudo, roubou minha lança e conduziu meus irmãos até a guerra, enquanto eu tomava banho!

– Desculpe-me. – sussurrou Silena, tropeçando nas palavras. – Você... Não... Escutou... E eu precisava... Arrumar um jeito de me desculpar com vocês.

Silena enfiou a mão no bolso e tirou de lá um colar com o pingente de uma foice, o símbolo de Cronos.

– Você era a espiã? – perguntei.

– Sim... – disse ela. – Antes de eu começar a namorar você, Charlie, Luke era legal comigo, ele era bonito, encantador, e acabou me convencendo a ajudá-lo. Quando eu disse que não queria o ajudar mais, ele ameaçou contar. Ele jurou... Ele jurou que eu iria salvar vidas. Menos pessoas iriam se machucar. Disse-me que não faria mal... Para Charlie. Ele mentiu para mim. Per-perdoem-me.

Seus olhos foram se fechando, e nesse meio-tempo, Beckendorf pegou sua mão e a abraçou, e os olhos dos dois se fecharam.

Annabeth agarrou-se em Percy, já chorando.

– Temos que lutar. – A voz Annabeth estava sensível. – Beckendorf e Silena deram sua vida para nos ajudar. Agora temos que honrá-los.
Clarisse fungou e limpou o nariz.
– Silena foi uma heroína, entenderam? Uma heroína. Quem disser ao contrário...
Percy concordou.
– Vamos, Clarisse.
Ela pegou uma espada de um de seus irmãos caídos.
– Cronos vai pagar.

PERCY

Eu realmente gostaria de dizer que com a minha Maldição de Aquiles, eu espantei todos os monstros, e tal, mas infelizmente, devo dizer, que Clarisse e Katniss fizeram todo o trabalho.

Clarisse ganhou a benção de Ares, Katniss descobriu como usar seu poder – aquele que descobriu ter no caça-a-bandeira – e ela e Clarisse pareciam parceiras de guerra, lutavam uma ao lado da outra, atacando e defendendo. Em pouco tempo, o inimigo recuou para algum lugar.

Travis e Connor me alcançaram para me avisar que o porteiro sumiu, e por isso, não se precisa mais de um cartão-chave. E Leneu, morreu, se transformando em um loureiro.

De repente, tive uma ideia.

Grover, Annabeth, Katniss e Gale subiram comigo até o Olimpo. Peeta queria ir, é claro, mas como é mortal...

Entrelacei minha mão com a de Annabeth.

– Percy. – Annabeth disse trêmula. – V-você estava certo.

Levantei a sobrancelha, confuso.

– Você sabe. – ela falou. – Sobre Luke.

– Annabeth – eu disse. – Me desculpe...
– Você tentou me avisar. – Sua voz estava trêmula. – Luke não é bom. Eu não acreditei em você até... Até que eu ouvi como ele usou Silena. Agora eu sei. Espero que esteja feliz.
– Na verdade, não.

As portas se abriram e Annabeth soltou minha mão.

Olhei para Katniss pedindo pelo olhar que ela me tranquilizasse. Mas ela apenas deu de ombros. Ótimo, pensei, só me faltava Annabeth estar brava comigo agora.

Deprimente, não é uma palavra que geralmente a gente descreve o Monte Olimpo, mas é o que parecia agora. Nenhum braseiro aceso. As janelas estavam às escuras. As ruas estavam desertas e as portas trancadas. Havia movimento somente nos parques, onde haviam sido criados hospitais de campanha.
Will Solace e outros campistas de Apolo cuidando de um amontoado de feridos. As naiades e dríades tentavam ajudar, usando a natureza, canções mágicas de curar queimaduras e envenenamento.
Grover foi plantar a muda de loureiro, Annabeth, Katniss – que parecia prestes a desmaiar-, Gale e eu tentávamos animar os feridos. Passei por um sátiro com uma perna quebrada, um semideus que estava enfaixado da cabeça aos pés e um corpo coberto pela mortalha dourada do chalé de Apolo. Eu não sabia quem estava ali embaixo. Não queria descobrir.

Meu coração parecia que fora arrancado, mas nós tentávamos achar coisas positiva para dizer.

KATNISS

Entramos no palácio, e durante todo o percurso, tentei não parecer tão impressionada. Logo que chegamos a sala do trono, notei que Rachel – que segurava um jarro estranho - e uma garota de uns oito anos, estavam sentadas em frente a uma lareira.

Percy correu para falar com elas e eu fui observar a decoração do lugar.

Alguns minutos depois, Rachel saiu e Percy veio falar conosco.

– Venham, gente. – ele disse e marchou até o trono de Poseidon. – Ajudem-me a subir.

– Percy! – repreendeu-o Annabeth. – O que Hades está fazendo?

– Você está louco? – perguntei.
– Provavelmente – admitiu ele.
– Percy – disse Grover – os deuses realmente não apreciam pessoas sentadas em seus tronos. Quero dizer, você será transformado em uma montanha de cinzas!
– Eu preciso chamar a atenção dele – ele disse. – É a única maneira.
Nós trocamos olhares inquietos.
– Bem – Annabeth disse, por fim. – isso realmente vai chamar a atenção dele.

Grover e Gale juntaram seus braços para fazer um degrau e Percy se impulsionou para frente.

– Desculpe-me, pai. Eu precisava chamar sua atenção. Me desculpe. Ouça, as coisas estão barra-pesada por aqui.– Percy lhe contou o que aconteceu e depois lhe contou seu plano. - Papai, Cronos enviou um exército para lutar com você de propósito. Ele quer separá-lo dos outros deuses, porque ele sabe que você pode fazer a diferença. Eu estou no seu lar. O Olimpo! E Tyson está bem? Você o deixou lutar? É, e o Olimpo poderá ser salvo. Papai... Já estou rezando. Eu estou falando com você, certo?

Percy desceu do trono e eu observei que suas roupas fumegavam.

– Se você ficasse lá por mais tempo... – Annabeth disse – teria se consumido em combustão espontânea. Espero que a conversa tenha valido pena.
Muu, disse o Ofiotauro em sua esfera de água.
– Nós vamos descobrir em breve – Percy disse.
Só então as portas da sala do trono se abriram.
Thalia marchou para dentro. Seu arco estava partido em dois e seu aljava estava vazia.
– Vocês tem que vir agora – disse-nos. – O inimigo está avançando. E Cronos está liderando.