Eldrwin E O Pergaminho Mágico De Orion escrita por KyuHumi


Capítulo 13
Pronunciamento e almoço.




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Eldrwin estava aflito. Isso podia ser facilmente percebível pela forma na qual andava de um lado para o outro frente à casa de Kairou. A tarde seria de descobertas se tudo ocorresse de acordo com o esperado e por isso a ansiedade era visível em seus olhos. O Sol brilhava e o céu estava limpo. Embainhada em sua cintura estava sua espada e agora mais do que nunca perguntas iam á sua mente e voltavam sem que ele pudesse controlar.

– Será que vamos conseguir? O que será este pergaminho? Por que aquele homem tanto o quer? E meus poderes místicos? Por que não consegui fazer aquilo que eu fiz aquela noite?

A porta da casa de se abriu e então Kaiou, o pai de Kairou apareceu com um sorriso nos lábios. O senhor Kaiou era um sujeito de estatura ligeiramente baixa e um físico cheio. Seus cabelos eram meio grisalhos e meio castanhos assim como sua barba que era grande e cheia. Ele sempre carregava consigo uma expressão de confiança, algo que seu filho havia herdado. Trajava uma espécie de casaco de pele na cor marrom escuro e calças da mesma cor. Calçava umas botas pretas já surradas e podia-se notar um pequeno cabo de faca saindo de dentro do calçado direito.

–Ora Eldrwin. Venha, vamos entrando, o almoço será servido nesse instante. Convidou Kaiou de forma bastante cordial á Eldrwin, que começava a subir o pequeno lance de escadas em direção á porta.

A casa de Kairou era humilde, mas aconchegante. Logo á frente da porta em uma distancia de cinco passos, se seguia um corredor com uma porta do lado esquerdo e duas portas do lado direito sendo que a ultima não era exatamente uma porta mas uma passagem para um outro comodo. Ao final do corredor uma janela permitia a luz do dia atravessar e á esquerda subia um lance de escadas. Na sala onde Eldrwin estava logo á esquerda, havia uma parede e outra porta que dava acesso ao quarto de Kairou.

Na sala também havia uma cadeira de balanço e uma grande pele cor laranja de algum tipo de fera pelo chão, que era um tipo de madeira brilhosa de cor amarronzada. Também havia uma pequena lareira na outra extremidade da sala que seguia á direita da porta de entrada da casa. Vasos com plantas e flores bem coloridas se faziam presentes em cada canto da sala e alegravam o ambiente.

Penduradas na parede onde estava a lareira, se encontravam uma em cada lado duas cabeças de gado com chifres enormes e frente á ela havia um pequena mesa de madeira. Um cheiro agradável de comida se espalhava por toda a casa fazendo Eldrwin salivar.

De súbito, Kairou saiu de uma das entradas que estavam do lado esquerdo do corredor e logo avistou Eldrwin parado na porta.

–Por fim! Venha logo comer! – E voltou para o lugar de onde veio em seguida.

Eldrwin retirou seu cinto onde estava sua espada e a cobriu com ele segurando-o em mãos. Logo seguiu pelo corredor ainda enfeitiçado pelo cheiro de comida e já foi adentrando por onde ele avistou uma especie de cozinha simples e uma mesa de madeira com seis cadeiras. Em uma das paredes da cozinha estava um forno á lenha, em outra parede varias panelas estavam penduradas e em cima da mesa havia um verdadeiro banquete com peixes assados, verduras e legumes. Tigelas já estavam postas juntamente com alguns talheres de madeira e copos de barro, a mãe de Kairou então, adentrou o lugar por uma porta que se encontrava nos fundos e seguiu para a fornalha onde um frango estava sendo assado. Sentados á direita de uma das pontas da mesa estava Kairou que simplesmente não conseguia piscar com a boca aberta e vendo o frango assando no forno. Á sua frente estava seu irmão mais novo, Kamã de nove anos. Ele era uma cópia menor que o irmão. Possuia o cabelo castanho claro e os olhos eram verdes, também muito claros e muito vivos. Seu rosto era arredondado e assim como seu irmao e sua mãe, sua pele era clara mas corada.

–Kairou seu bobão! Vai acabar babando na tigela. Olha mamãe! – Protestou Kamã enquanto a mae continuava o serviço.

–Mamãe prometeu que só serviria o almoço quando você chegasse – Disse Kairou á Eldrwin – Isso é tortura!

–Não é não! – Disse Ethna com um tom extrovertido – Eldrwin foi convidado para vir e como alguem que faz parte da familia, o almoço só é servido com todos na mesa.

–Exatamente! - Disse o senhor Kaiou com a voz firme enquanto se sentava á mesa ao lado de Kairou e Kamã.

–Ora! Não precisava disto. Eu almoço aqui com voces frequentemente. Mas agradeço por terem segurado a comida já que possuem um verdadeiro leao faminto sentado ao meu lado e que possivelmente comeria tudo até a mesa – Disse o jovem enquanto se sentava e rindo logo em seguida.

–Comer bem é algo importante para nós meu amigo! Não existe nada mais importante do que isso para ser mais especifico – Disse Kairou triunfante, como se comer fosse uma honraria digna de cerimonia, com trombetas e tudo mais.

–Querido, Eu acho que está pronto - Disse Ethna ao marido

–Eu adoro ver o papai fazer isso - Disse Kairou enquanto via seu pai extender a mão direita em direção ao forno. Em seguida seus dedos anelar e polegar produziram um estalo altissimo e mais do que de repente todo e qualquer vestigio de chamas que estava consumindo a lenha desapareceu instataneamente.

–Um dia conseguirá fazer o mesmo meu filho. Depois de bastante treinamento e milhares de estalos - Disse Kaiou soltando uma risada alta e fazendo seu filho mais velho cruzar os braços sentindo profunda revolta já que nunca havia conseguido fazer aquilo mesmo tendo tentado centenas de vezes.

Ethna então colocou as mão livres na bandeja e estranhamente nada acontecia. Simplesmente suas mãos não se queimavam e com grande tranquilidade ia seguindo com a bandeja para o centro da mesa enquanto Kairou via aquela iguaria ser colocada á sua frente como se fosse a coisa mais maravilhosa que se poderia ver.

–Pois bem... – Disse a senhora Ethna – Vamos agradeçer e logo após comeremos.

Todos fecharam os olhos por poucos instantes, menos Eldrwin e Kairou que permaneciam com um dos olhos abertos, mas tampando-os com as mãos e rindo baixinho.

– Vamos comer! - Anunciou Kaiou enquanto já partia um pedaço do frango e pegava uma fatia de peixe frito após a outra. Kairou seguia exatamento o mesmo processo e já não se via o prato de tão cheio que estava ficando.

–Voce realmente exagera Kairou! Disse Eldrwin desgostoso mas segurando o riso. Ver o amigo comer quando estava com muita fome era algo quase belo de se ver.

–E então Eldrwin! – Foi falando o pai com a boca cheia – Voces dois fizeram o treinamento da rosa a azul, passaram e não se tornaram treinadores juvenis?

O rosto de Kairou se enraiveçeu e o jovem começou a falar também com a boca cheia de comida.

–Villian simplesmente nos enganou! Conseguimos cumprir com o desafio mas só seremos treinadores juvenis ainda no verão! Isso por que estamos ainda no inicio da primavera!

–Realmente - Retrucou Eldrwin - Nós gostaríamos muito de já nos tornar treinadores. Mas cheguei a conclusão mesmo sem querer, de que é melhor sermos promovidos no inicio do verão já que a cerimonia de mudança de classes e a entrada dos novos guerreiros acontecem nesse período.

–Vai ser uma maravilha e Kamã está muito perto de entrar para a pequena guarda também. Eu estou tão orgulhosa! – Disse a Senhora Ethna quase chorosa de tamanha emoção.

–EU VOU REPETIR! – Declarou Kairou ofegante enquanto pegava mais um pedaço de frango.

–E hoje á tarde vecês farão o que? Os treinamentos serão retomados amanhã pela manha pelo que fiquei sabendo e Jedah dirá alguma coisa á todos os membros da guarda na arena de batalhas. Até eu que já sou um treinador veterano fui convocado.

Eldrwin e Kairou pararam de comer, se entreolharam e voltaram-se para Kaiou com as buchechas cheias de comida.

–Jedah irá falar? - Perguntou Eldrwin com dificuldade devido a quantidade de comida em sua boca enquanto mastigava.

–Sim! É um misterio. Jedah sempre foi desse jeito. Eu espero uma supresa.

Uma tempestade duvidas se formou sobre a cabeça de Eldrwin e Kairou que simplesmente não conseguiam entender o motivo que faria Jedah falar alguma coisa sobre os guerreiros negros.Após alguns momentos, Eldrwin então terminou sua refeição seguido de Kairou. Ambos foram se levantando e saíram pela porta que dava acesso á varanda da parte de trás da casa de Kairou. Em frente a varanda uma pequena trilha de pedra seguia cortando a pequena horta de hortaliças pelo centro até a cerca que servia de acesso á outra rua. Á direita da varanda, pelo lado de fora, havia um poço profundo de onde se tirava água e á esquerda havia um balde de madeira em cima de uma mureta de pedra de aproximadamente um metro que cercava a varanda. Eldrwin pegou um copo de barro, o mergulhou na água e o levou á boca, bochechando e logo após cuspindo a água sobre a horta.

–Kairou – Disse ele – Não é possivel que Jedah irá falar alguma coisa sobre o que aconteçeu.

–Eu duvido muito – Respondeu o amigo enquanto coçava a cabeça – Mas confesso que estou achando estranho tudo isto.

–Vocês já irão? Gritou a senhora Ethna de dentro da casa Fazendo Eldrwin e Kairou voltarem.

–Sim nós temos que ir. Respondeu Eldrwin enquanto ia pegando seu cinto com a espada que estava escorada na cadeira aonde ele estava e já colocando-o em volta da cintura - Iremos ao templo de pergaminhos e não podemos nos atrasar.

Nisso Kairou adentrou a cozinha pelo corredor após ter ido ao seu quarto. Ele também com sua espada em seu cinto e disse em seguida.

–Voltaremos no começo da noite. Temos que nos adiantar pois a pesquisa será extensa.

Após isto, Kairou deu um beijo no rosto de sua mãe, se despediu do seu pai e de seu irmão e foi em direção á porta. Eldrwin então agradeceu pelo almoço.

–Senhora Ethna estava muito bom como sempre. Temos que ir. Até mais tarde!

–Até mais tarde! Declararam Kaiou, Ethna e Kamã ao mesmo tempo enquanto Eldrwin e Kairou se dirigiam para a rua. O templo de pergaminhos seria mais uma vez o destino dos dois jovens.


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